Academia Portocalvense de História, Letras e Arte – com sigla A.P.H.L.A, fundada em 26 de abril de 2012, Porto Calvo, Alagoas, é uma academia de letras brasileira. Fundada por intelectuais alagoanos, entre eles Jefferson Murilo Palmeira Chaves , Carlos Henrique Palmeira Chaves, Amaro Patrúcio, Adelmo Monteiro, Jossana Cabral, Severino dos Ramos Barbosa, Cláudia da Cunha entre outros.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
domingo, 30 de dezembro de 2012
sábado, 29 de dezembro de 2012
Programa Circuito Alagoas bloco 1 dia 29 12 12 Igreja de Porto de Pedras
Igreja Nossa Senhora da Piedade em Porto de Pedras" Alagoas.
Reportagem revela Dragão em Igreja de 300 anos em Alagoas
A equipe do Programa Circuito Alagoas fazia uma matéria sobre um enigma de um brasão na fachada do templo religioso, quando foi surpreendida pela imagem do dragão cravada na parede da igreja e de frente para o altar mor. A imagem da fera tem cerca de dois metros de cumprimento e de cor escura, ocupando o espaço mais alto da capela, dando um sentido de dominação no templo.
Segundo o pesquisador, não há registro desse tipo de imagem em nenhum prédio antigo em Alagoas e principalmente em templos católicos, fato que deverá ser estudado por arqueólogos e membros do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas.
A figura do dragão tem vários significados dentro da mitologia podendo ser força e poder, mas no sentido religioso pode significar o mal. Segundo Pedro Bernardes a figura do dragão no templo católico, com mais de 300 pode ter um significado político, mas que somente um estudo no local poderá apontar o seu real significado.
Bernardes foi entrevistado pela equipe do Circuito Alagoas e disse que estará visitando a capela, com uma comitiva de pesquisadores na segunda quinzena de janeiro de 2013, juntamente com a equipe do CIRCUITO ALAGOAS.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
COMO EXPLICAR ALAGOAS?
História de Alagoas
COMO EXPLICAR ALAGOAS?
Sávio Almeida: “ Falo de quem é fundamental e em quem ninguém mexe “
Lelo Macena
Repórter
Repórter
Para
o historiador Luis Sávio de Almeida, considerado um dos nossos
principais pensadores, Alagoas só começa a se preocupar em escrever sua
história no final do século XIX, por meio dos textos de José Próspero
Jeová da Silva Caroatá (1825-1890), João Francisco Dias Cabral
(1834-1885) e Pedro Nolasco Maciel (1861-1909).
Segundo
ele, é a partir desses três personagens que se inauguram as formas de
ver o Estado: são os três paradigmas, como ele define. Caroatá, em seu
texto Crônicas do Penedo, publicado nos três primeiros números da
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), seria a
visão declaradamente senhorial do poder. Dias Cabral, apesar de também
representar esse segmento, começa a introduzir na história alagoana as
classes menos favorecidas. Por fim, vem Pedro Nolasco Maciel, pelo fato
de que este, no livro Traços e Troças: Crônica Vermelha, Leitura Quente,
cuja primeira edição foi publicada em 1899, sem o nome do autor, busca
definir o que seria “esta coisa” chamada os filhos do trabalho, uma
categoria que se define historicamente em confronto com o capital, com o
poder.
Para
Sávio, essas três leituras são fundamentais para o entendimento básico
da formação histórica, política, social e econômica de Alagoas. “O
Caroatá dá uma visão de Alagoas em todos os setores: da economia à
política. Toda hora que você lida com uma questão chamada poder, passa
por tudo isso. Todo livro é uma plataforma política. Principalmente os
que dizem que não são. Não tem um que não seja. Caroatá é fantástico e
extraordinário porque ele sabe disso. Ele não nega que está a serviço do
poder local”, diz ele.
O
pesquisador segue apresentando a sua lista de títulos essenciais com o
nome do maquinista João Ferro, segundo ele, um dos introdutores do
pensamento de esquerda por aqui. “Ele sustenta uma discussão com a elite
do pensamento de Alagoas sobre o que é socialismo em 1902”, explica
Sávio.
Seguindo
em ordem cronológica, Sávio faz referência ao nome de Francisco de
Paula Leite e Oiticica (1853-1927) e seu texto de título quilométrico:
Memorial Biográfico do Comendador José Rodrigues Leite Pitanga. “Se o
cabra não ler, vai ficar muito difícil entender Alagoas. Hoje seria
considerado um texto de direita. Mas é imperdoável querer, por conta
desse tipo de balizamento, deixar de dizer que é uma obra-prima”,
ressalta. “É um artigo publicado em três números na Revista do Instituto
Histórico. É fantástico! Extraordinário! O cara escreve sabendo que
está em cima de um palanque, de uma plataforma política. Tem que ser
lido sim”, observa Sávio.
O
historiador Nicodemos de Souza Moreira Jobim (1836-1913) é outro nome
que integra a lista do pesquisador. Ele não lembrava o título do volume
por ser muito extenso, mas a Gazeta trouxe para o leitor. Lá vai:
História de Anadia em princípio arqueológico, contendo a descrição
topográfica, nomes de todos os funcionários públicos, biografia de
alguns de seus representantes, anais da igreja, genealogia das
principais famílias da província que nela têm origem, remontando-se ao
quinto grau em ascendência e crônica minuciosa de todos os
acontecimentos, desde 1801 (publicado em 1881).
“Esse
cara é fundamental pela chacoalhada que ele dá no tipo de história que
era feita. Ele baseia a história dele na história oral, em coisas que só
agora são valorizadas. É genial pela audácia na forma de construir o
texto com condições de informação que na época não tinham prestígio
científico”, analisa ele. De acordo com Sávio, no texto de Nicodemos
percebe-se a intelectualidade que vivia contida pela forma de
organização da sociedade.
Sigamos
mais um pouco à frente, até chegar ao deputado estadual, juiz de
direito e promotor Wenceslau de Almeida (1883-1936), outro escalado na
seleção de Sávio de Almeida. “Ele representava o saber local, o erudito
local. Era considerado um grande historiador, mesmo sem ter saído de
Capela. Esse cara produziu textos que mostram como era a boa erudição
local ligada aos documentos”.
Vale
ressaltar que o historiador Sávio de Almeida não se ateve aos títulos
específicos dos nomes citados. Para ele, há que se ler a obra completa
do autor.
Depois
de falar de Wenceslau de Almeida, Sávio cita Théo Brandão como mais uma
leitura fundamental para a elucidação do enigma alagoano. “O Théo foi
um dos melhores do Brasil. Eu não estou dizendo que eu concordo com ele,
estou dizendo que ele é um dos melhores que eu já li em toda a minha
vida, no tipo de coisa que ele fazia. Ele tem que ser lido.
Especialmente a introdução do livro dele, Folguedos Natalinos.
Brilhante!”, diz, aproveitando para incluir outro nome no rol das
leituras cruciais sobre Alagoas: Manuel Diégues Júnior. “A influência do
Diégues Júnior em Alagoas jamais foi estudada. Esse homem teve uma
importância vital na formação da melhor intelectualidade em Alagoas. Eu
estou falando do livro O Bangüê nas Alagoas”.
Sávio
não deixa de citar também o que ele define como “duas contrapartidas de
Théo Brandão”, que são Félix Lima Júnior (1901-1986) e Abelardo Duarte
(1900-1992). “O velho Félix é a classe média falando. Ele recupera a voz
da classe média”.
Em
seu roteiro Sávio de Almeida faz questão de mencionar o historiador
Moacir Medeiros de Santana, membro do Instituto Histórico e Geográfico
de Alagoas, da Academia Alagoana de Letras e à frente do Arquivo Público
de Alagoas desde 1961. Com mais de 50 obras publicadas sobre Alagoas e
várias outras no prelo, Santana é apontado por Sávio como um autor
fundamental dentro da bibliografia sobre o Estado.
“O
Moacir é uma espécie de virada em Alagoas. Ele tem textos fundamentais
sem os quais não se entende isso aqui. O segundo capítulo do livro dele,
chamado Uma Associação Centenária: História da Associação Comercial de
Maceió, tem que ser lido”, diz Sávio, que chama a atenção ainda para
outro título produzido por Moacir Santana, Contribuição à História do
Açúcar em Alagoas (de 1970). “Ele tem coisas importantíssimas. O Moacir é
um brilhante historiador”, observa.
Sávio
põe Moacir Santana no mesmo patamar de Dirceu Lindoso ao afirmar: “Quem
também dá uma contribuição importante e é tão bom quanto o Moacir é o
Dirceu Lindoso. São duas vertentes diferentes. O homem que vai em busca
da documentação, que é o Moacir, e o homem que vai atrás da análise e da
interpretação, que é o Dirceu Lindoso. Os dois são os mais importantes
da nossa geração”, sentencia.
O
historiador segue enumerando nomes e títulos e não perde a oportunidade
de citar a letra do frevo Nega Juju como um dos textos mais importantes
da história alagoana. “O autor desse frevo é o primeiro cara que
entende que folia pode ser geografia”, diverte-se ele. “Veja que eu não
estou falando de ninguém consagrado. Eu não estou falando de Graciliano
Ramos, nem de Lêdo Ivo. Já se falou demais. Eu estou puxando quem é
fundamental e em quem ninguém mexe”, diz, ao explicar suas indicações.
Dos
nomes contemporâneos, Sávio prefere não citar ninguém da safra da
produção intelectual acadêmica - mais especificamente os estudiosos
ligados à área da pós-graduação. “A pós-graduação veio para colocar
todos em um mesmo nível. Nessa situação de hoje, você não tem nomes que
se distanciem. Eu me incluo entre eles. Os que se sobressaem na
pós-graduação são os gênios. E aqui nós não temos gênios”, completa o
historiador, embora não deixe de enxergar uma nova geração de estudiosos
e pesquisadores vindo por aí. “Alguns deles serão fundamentais para o
pensamento alagoano”, acredita.
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Um olhar sobre o Baixo São Francisco
Há 16
anos em Maceió e há mais de dez estudando o Baixo São Francisco, a
socióloga e cientista política mineira Evelina Antunes Oliveira está
entre os vários pesquisadores de outros Estados do Brasil que têm
Alagoas como objeto de estudo.
Evelina
acabou de publicar o resultado de parte de uma pesquisa que desenvolve
em algumas regiões ribeirinhas do Rio São Francisco, entre os municípios
de Piranhas (AL) e Paulo Afonso (BA). Seu trabalho Nos Trilhos da
História do Baixo São Francisco: Um Ensaio sobre a Estrada de Ferro
Paulo Afonso, publicado numa reunião de textos sobre o Velho Chico
chamada Rio Sem História? Leituras sobre o Rio São Francisco recebeu
muitos elogios, inclusive do historiador Sávio de Almeida, que o
classificou como uma grande contribuição para a história alagoana
daquela região.
COMEÇO DE CONVERSA
Antes
de dar início à lista das obras que elege como essenciais para pensar
Alagoas, a socióloga trata de avisar: “Eu sou uma pesquisadora. Não
tenho compromisso político e ideológico de enaltecer determinadas
correntes. A minha função de pesquisadora é pensar sobre Alagoas, pois é
aqui que eu trabalho. O local de nascimento do autor é o que menos me
importa. A mim importa a reflexão que ele fez sobre Alagoas”.
Dos
autores do século XIX, ela começa citando o médico e jornalista Tomás
Espíndola (1832-1889) e o seu Geografia Alagoana; Descrição Física,
Política e Histórica da Província de Alagoas (1860). Evelina ressalta a
universalidade do livro de Espíndola e a maneira pela qual o estudioso
aborda os vários aspectos da geografia tratada.
Tavares
Bastos também serve de fonte para seus estudos. “Ele é da área do
Direito, mas dá pistas importantes e bonitas sobre a sociedade alagoana
de sua época. Ele tem considerações de natureza nacional que nos ajudam a
pensar o que poderia estar acontecendo aqui”, explica.
O
livro Introdução à Antropologia, do alagoano Arhur Ramos, é outro
citado pela pesquisadora. “O objeto dele também é nacional, não local,
mas é lógico que ele contribuiu para a intelectualidade local”, diz ela,
também citando Sobrados e Mocambos, do pernambucano Gilberto Freyre.
“Ele qualifica com muita propriedade as relações sociais que se deram no
Nordeste, e Alagoas é Nordeste. Não dá para pensar o que acontece em
Alagoas sem pensar o que acontece no Brasil”, observa.
Outro
alagoano cujos trabalhos servem de base para as pesquisas de Evelina é
Adalberto Marroquim, com seu Terra das Alagoas (1922). “Foi uma boa
lanterna para iluminar minhas pesquisas sobre o Baixo São Francisco,
sobre a estrada de ferro de Paulo Afonso. Eu estava querendo entender o
que acontecia ali, naquela época”, diz. “É uma descrição, um mapa. É
muito interessante também você ver o estilo de redação da época. Ele tem
considerações interessantes sobre cada município alagoano do começo do
século XIX”, comenta. Theodoro Sampaio é mais um nome imprescindível
para quem pretende conhecer o Baixo São Francisco, segundo a
pesquisadora.
Contemporâneos
Dos
autores contemporâneos, Evelina cita o historiador Luis Sávio de
Almeida como uma das principais fontes de sua pesquisa. Os estudos sobre
as ferrovias alagoanas de Douglas Apratto Tenório, de 1977, também são
mencionados pela socióloga, assim como Alberto Saldanha e seu estudo
sobre o movimento estudantil no Estado.
Evelina
faz questão de incluir em sua lista nomes de pesquisadores e estudiosos
que, para ela, desenvolvem trabalhos fundamentais sobre Alagoas e
concentram seus estudos nesse pedaço de terra do Nordeste. São eles:
Maria do Carmo Vieira, mineira, socióloga, com livros publicados sobre
questões ambientais no complexo lagunar Mundaú-Manguaba; Regina Marques,
Alice Plancherel, Bruno César e Raquel Rocha; Cícero Péricles e
Fernando Lira (na área de Economia); Maia Cecília Lustosa, Paulo Décio
de Arruda Melo,Regina Dulce Lins, Maria Angélica Silva, Ruth
Vasconcelos, Siloé Amorim, Silvia Martins e Nara Salles. LM
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Bruno César e a lista dos "dez mais"
Citado
por alguns dos estudiosos entrevistados pela reportagem como um dos
principais nomes da pesquisa sobre a cultura alagoana, o professor Bruno
César Cavalcante listou dez títulos os quais considera essenciais para o
conhecimentos sobre o território alagoano, embora tenha feito algumas
ressalvas.
“A
informação de e sobre Alagoas, ao menos nesses últimos 50 ou 60 anos,
não mais está disponível em obras de síntese”, afirma ele. “De modo que
não há ‘o livro’ que nos explique, que nos dimensione em várias frentes.
Temos um ensaísmo constante, e de qualidade, mas deixamos de produzir
obras do tipo ‘A História das Alagoas’, ou ‘A Civilização de Alagoas’ e
similares”, diz.
“Histórias” diferentes
Dos
autores alagoanos o pesquisador cita Sávio de Almeida, Dirceu Lindoso e
Douglas Apratto quando o assunto é história política. “No passado,
poderíamos dizer o mesmo de gente como Hugo Jobim ou José Prospero
Caroatá; e até de viajantes estrangeiros que deixaram suas descrições
mais rápidas ainda, a exemplo de Gardner, Ave-Lallemant e outros”,
compara. Para a história econômica ou a sociedade formada em torno da
economia do açúcar, Bruno cita Moacir Santana, Manuel Diégues Jr. e
ainda Manuel Correia de Andrade.
No
segmento da cultura e do folclore, o pesquisador lembra os nomes de
dois das escolas de Viçosa e Maceió. “É o caso de autores como Abelardo
Duarte e Théo Brandão. Aí, nada temos que não uma imensa produção muito
especificada, às vezes de um único folguedo, sem nenhuma análise com
alcance que mereça ou justifique a inclusão numa lista tão pequena. O
mesmo vale para os estudos étnicos, onde, aliás, há também bons estudos
isolados”, justifica.
A
lista de livros do pesquisador é encabeçada por Formação de Alagoas
Boreal, de Dirceu Lindoso. “É o livro mais belo, ao menos o mais
agradável de ler, sobre a história alagoana, mesmo que não seja o mais
amplo. Um livro para apaixonar o leitor pelos temas que descreve”.
Depois vem mais uma obra de título gigantesco: Idéa da população da
capitania de Pernambuco e das suas annexas, extenção de suas costas,
rios, povoações notáveis, agricultura, número de engenhos, contractos e
rendimentos reaes, augmento que estes tem tido & &, desde o anno
de 1774 em que tomou posse do Governo das mesmas Capitanias o
Governador e Capitam General José Cezar de Menezes (na grafia original),
de José Cezar de Menezes. Segundo Bruno, o escrito vale por seu
pioneirismo e antigüidade na descrição da paisagem local.
Seguindo
o roteiro de Bruno César Cavalcante, surgem ainda Geografia Alagoana,
ou Descrição Física, Política e Histórica da Província das Alagoas, de
Tomás Espíndola, Opúsculo da Descrição Geographica e Topographica,
Phizica, Política e Histórica do que Unicamente Respeita à Província de
Alagoas no Império do Brasil, de Hum Brasileiro, que talvez tenha sido
escrito pelo Presidente da Província de Alagoas, Antônio Joaquim de
Moura, Adalberto Marroquim, com seu Terra das Alagoas, lançado em 1922 -
segundo Bruno “uma viagem imagética ao passado; um deleite visual antes
de tudo” -, e O Bangüê nas Alagoas, de Manuel Diégues Júnior.
Dirceu e Jorge de Lima
O
pesquisador Dirceu Lindoso e o seu A Utopia Armada também faz parte da
lista e é considerado um dos títulos fundamentais para o estudioso.
“Junto com a tese de doutoramento de Luiz Sávio [ainda inédita], é obra
importantíssima por incluir os pobres [índios, caboclos e negros] também
como atores da nossa história e da historiografia de e sobre Alagoas”.
Geografia
de Alagoas, de Ivan Fernandes Lima, também comparece no conjunto de
Bruno César, juntamente com outras obras do autor, igualmente
importantes, como Maceió, Cidade Restinga e Ocupação Territorial de
Alagoas.
Moacir
Santana é citado por seu livro História do Modernismo em Alagoas. “Esse
livro é a melhor fonte para se apreciar as relações entre a vida
provinciana e os movimentos artístico-literários do Brasil, nas
primeiras décadas do século”. Calunga, de Jorge de Lima, completa a
lista das obras básicas para a compreensão de Alagoas, segundo Bruno
César Cavalcante. |LM
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Luitgard Cavalcante e o legado dos literatos
De sua
casa, no bairro de Laranjeiras, na capital carioca, a antropóloga
alagoana Luitgard Cavalcante Barros também topou o desafio de apontar os
autores e os livros fundamentais para o entendimento da chamada “terra
dos caetés” (ou seria “terra dos marechais”?). Enquanto organizava a
confusão de papéis em sua mesa de trabalho, ela foi traçando a
bibliografia que considera basilar para a compreensão da formação do
Estado.
“A
Solidão dos Espaços Políticos, de Luis Nogueira Barros”, começa,
citando o ensaio político do médico nascido em Pão de Açúcar, publicado
em 1988. “É um livro muito interessante para se conhecer Alagoas”, diz.
Outra fonte primordial, segundo ela, são os Relatórios de Províncias no
Brasil, que podem ser encontrados na Biblioteca do Congresso Nacional.
“Muita gente está bebendo dessa fonte”, comenta, dando o caminho das
pedras para os pesquisadores desavisados. Viçosa das Alagoas, de Alfredo
Brandão, recém-lançado em edição fac-similar estão nesse conjunto,
junto com os escritos do professor Hélio Gazaneo.
Para
ela, a literatura alagoana representada por Graciliano Ramos, Jorge de
Lima, Lêdo Ivo e Breno Accioly “dizem demais sobre Alagoas”. Luitgard
diz que, antes dos historiadores, os literatos resolviam o problema.
“São Bernardo e Vidas Secas são importantíssimos. Angústia é Maceió”,
diz. “Calunga, de Jorge de Lima, é essencial”, avalia.
O
tio do contista Breno Accioly, Tadeu Rocha, e seu trabalho sobre
Delmiro Gouveia, é citado por Luitgard como referência para o
entendimento das relações sociais no sertão alagoano. A Utopia Armada,
de Dirceu Lindoso, também entra na lista da antropóloga. Da história
para o teatro, as peças de autoria de Pedro Onofre seriam mais uma
indicação na busca dos caminhos para o entendimento do nosso Estado. E
mais: Pontes de Miranda, Abelardo Duarte, Moacir Santana, Mário
Marroquim, Medeiros Neto, Pedro Costa Rego, o poeta Aloísio Branco, o
jurista Guedes de Miranda, o historiador Moreno Brandão, as crônicas de
Arthur Ramos, Ernesto Senna, Douglas Apratto, Otávio Brandão e Walter
Pedrosa. |LM
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Dirceu Lindoso busca fontes d'além mar
Citado
por boa parte dos estudiosos consultados, o professor Dirceu Lindoso é
hoje uma unanimidade entre os principais nomes que se debruçam sobre
Alagoas. Autor de títulos fundamentais que ajudam a desvendar episódios
da nossa história, a exemplo de A Utopia Armada e Formação de Alagoas
Boreal, o pesquisador nascido em Maragogi listou alguns livros e fontes
nas quais, segundo ele, encontram-se guardados os registros necessários
para a compreensão de seu Estado natal.
Lindoso
aponta fatos para ele cruciais, cujo entendimento é imprescindível para
a compreensão de Alagoas. O processo de formação das cidades de Penedo,
Anadia, Viçosa e Maceió é parte essencial desse quebra-cabeças, segundo
o pesquisador. A Guerra dos Bárbaros (o levante das tribos confederadas
Tapuias) e o que ele denomina de Guerra dos Palmares também seriam
episódios importantes para esse processo.
“Livros
sobre a história de Alagoas quase não há. O que existe é documentação.
Os documentos sobre a Guerra dos Palmares estão todos em Portugal”,
afirma Dirceu. “Tem gente que fala que eu sou inventivo, mas eu
pesquisei e li essa documentação”, diz ele.
“Se
você estudar a destruição de Palmares, você vai ver que o motivo foi a
terra, que era muito fértil naquela região. Essa história de que os
negros se suicidaram pulando de penhascos não existe. Eram mais de 30
mil negros e a maior parte foi vendida para o sul do Brasil e para a
América Central”, conta.
Pioneirismo
Dirceu
garante que foi ele o primeiro a tocar no assunto de que havia uma
cultura alagoana - o termo cultura era tratado de outra forma. Ele
afirma também que é pioneiro em Alagoas no uso do método de pesquisas
históricas antropológicas. “Eu trouxe esse método novo de estudar a
cultura alagoana que os outros historiadores não tinham”, observa.
Segundo
Lindoso, grande parte dos documentos históricos sobre Alagoas estaria
na Europa. As informações sobre todas as tribos de índios que habitavam
as regiões de Penedo até o alto sertão alagoano estão no Arquivo de
Évora, em Portugal. O pesquisador conta ainda que o Arquivo das Índias
Ocidentais, na Holanda, também guarda informações sobre a população
indígena dos primórdios de nossa formação.
Nos
acervos de São Petesburgo, Torre do Tombo, Portugal, Leningrado,
Luanda, Uidá, na Nigéria, e Moçambique estariam guardados, segundo
Lindoso, documentos importantes sobre a história de Alagoas. “Essas são
as minhas fontes. São diferentes das fontes de outros pesquisadores
daqui”, explica. “A nossa história não começa aqui”.
Da própria lavra
Quanto
aos livros, Dirceu começa indicando os seus: A Utopia Armada: Rebelião
de Pobres na Mata do Tombo Real, A Interpretação da Província e Formação
de Alagoas Boreal. O pesquisador diz considerar o livro de Manuel
Diégues Júnior, O Bangüê nas Alagoas, um dos principais. Cita também
Jaime de Altavila, Cristiano Barros, Théo Brandão, especialmente seu
estudo sobre o pastoril, e Otávio Brandão.
Sobre
Alfredo Brandão, ressalta Viçosa das Alagoas e a sua conferência no
Congresso de Cultura Negra do Recife, de 1934. Dirceu critica Próspero
Caroatá, embora ache sua leitura fundamental. “Ele fala tanta coisa, mas
não cita os negros como parte da população. É a história vista do copiá
da casa grande”, observa. LM
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Moacir Santana começa com Bangüê nas Alagoas
Autor
de mais de 50 obras sobre a história alagoana e seus personagens, membro
do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Alagoana
de Letras, Moacir Medeiros de Santana escreveu obras importantes para a
compreensão da formação histórica de Alagoas. À frente do Arquivo
Público de Alagoas há mais de 40 anos, o historiador também listou as
obras e documentos segundo os quais é possível entender a verdadeira
alma alagoana.
Ele
começa citando O Bangüê nas Alagoas, de Manuel Diégues Júnior, e lembra
da visita que fez ao escritor em seu apartamento, no bairro de
Botafogo, no Rio de Janeiro, em 1969. “Ele morava na Rua da Matriz, em
Botafogo, numa casa alugada”, conta Moacir.
“Outra
sumidade se chama Luis Sávio de Almeida”, diz Moacir Santana, citando
Crendices e Superstições em Alagoas, O Negro e a Construção do Carnaval
no Nordeste e Alagoas nos Tempos do Cólera, Comeram Dom Pero Fernandes
Sardinha e Dois Dedos de Prosa com os Karapotó. “Este homem é uma
enciclopédia ambulante”, comenta, sobre Sávio.
Craveiro
Costa (1874-1934) é outro considerado fundamental por Moacir Santana,
de quem aponta os livros O Indicador Geral do Estado das Alagoas (1902) e
Biografia do Visconde de Sinimbu (1937). “Ele era um funcionário
público que tinha uma redação maravilhosa”.
A
Geografia Alagoana, de Tomás Espíndola, também entra na sua lista,
assim como Alfredo Brandão, Otávio Brandão e Théo Brandão, especialmente
O Folclore de Alagoas (1949). O jornalista e crítico literário Valdemar
Cavalcanti (1912-1982) seria importante para o conhecimento da vida
artística e literária de Alagoas. Dele, Moacir indica Jornal Literário
(1960), 14 Poetas Alagoanos e suas colaborações em jornais da capital.
Ainda no terreno literário, o historiador menciona Calunga e O Mundo do
Menino Impossível, de Jorge de Lima, e a obra de Graciliano Ramos, onde
estariam contidos aspectos relevantes de Alagoas.
Moacir
fala ainda do que ele chama de “livros ferramentas” ao citar os Anais
da Biblioteca Nacional e o Dicionário de Victorino Blake, onde constam
indicações importantes sobre publicações e onde elas podem ser
encontradas. O ABC das Alagoas, de Francisco Reinaldo Amorim de Barros,
um dicionário biobibliográfico, histórico e geográfico de Alagoas,
lançado este ano pela editora do Senado Federal, é outra obra a ser
consultada por quem pretende conhecer Alagoas, segundo Santana. |LM
Fonte: novoirisalagoense.blospot.com - Editado por Golbery Lessa
Christientje Harmens: a mulher que ameaçou a moral do Brasil Holandês
Christientje Harmens: a mulher que ameaçou a moral do Brasil Holandês
posted by Bruno Alves on Wednesday, May 26th 2010 under: Esquina das Letras Tags: Christientje Harmens, História, Invasão Holandesa, Monumenta Hyginia, Pernambuco
Eu adoro História. Meu filho detesta História.
Esse ‘ódio’ de alguns jovens por História não é novidade. Eu também não gostava quando estava na escola. Tudo tem a ver com a maneira de ensinar a disciplina, que se limitava a nos ensinar a decorar datas. Todos os professores de História que tive eram meros copiadores de livros, com seus personagens desinteressantes e suas importantes datas – ai de quem esquecesse de alguma na prova!
Claro que isso já mudou, na maioria dos casos – pelo menos eu espero.
Pois bem. Desde abril eu estou matriculado em uma disciplina do curso de Doutorado em Serviço Social, na UFPE. Estou como aluno especial e o objetivo é ir eliminando carga horária para, quando entrar no doutorado ano que vem, terminar em menos tempo.
A disciplina é Formação Histórico-Social Brasileira, magistralmente ministrada pelo Prof. Denis Bernardes. Foi durante a leitura dos textos da disciplina que me lembrei que tenho um livro, editado em 2006 pela Fundarpe mas nunca lançado, que reproduz os registros da Companhia das Índias Ocidentais quando a mesma ocupou Pernambuco. Comecei a folhear o mesmo e me deparei com um relato instigante, que reproduzo a seguir:
“22 de setembro de 1635.
(…) Chegou uma mulher chamada Christientje Harmens a bordo do navio “De Wassende Maen” (A Lua Crescente). O capitão do navio pede para que a mulher possa desembarcar (porque ela ainda está a bordo). Tendo seu comportamento em vista e levando em consideração a vida que levou na pátria, sobre o qual fomos informados de todas as mensagens e do Conselho da Igreja, comportamento que por ela foi classificado como muito ruim e vilã. Por isso e por se tratar de uma mulher suja e impura (grifo nosso), que por causa disto foi mandada embora da pátria por dois senhores particulares, sem conhecimento ou consentimento do Conselho dos XIX ou da Câmara dos Territórios do Norte, como foi constatado de acordo com a missiva destes senhores e do nosso colega Wijntjes, assim foi decidido que o capitão levará esta mulher de volta para o lugar onde ela embarcou.”
Fascinante! Depois que li isso, fiquei imaginando quem poderia ser esta mulher e o que ela teria aprontado na Holanda para ser expulsa de lá e, chegando ao Brasil, ser impedida de desembarcar! Seria ela uma prostituta? Uma adúltera? Exilada política? Matou alguém? Ou apenas desacatou alguma otoridade? Ou foi vítima de machismo nas terras baixas?
O grande achado de textos como esse é que eles foram escritos por quem vivenciou a história e não por quem interpretou a mesma – por mais que o intérprete seja fiel aos fatos, nunca chegará aos pés de quem estava lá!
Mas, voltando à nossa personagem, Christientje: como ela teria reagido ao saber da decisão da Câmara? O que teria dito? E o capitão, enrolado com a situação, o que fez?
Pois bem. Sete dias depois, ele voltou à Câmara para pedir novamente por Christientje!
“30 de setembro de 1635
(…) O capitão do navio “De Wassende Maen” (A Lua Crescente) visitou o senhor Presidente Stachouwer ontem e pediu permissão ao nobre senhor, de maneira indecente e incorreta, para poder desembarcar a mulher mencionada. Isto foi negado pelo Nobre senhor, porque a última decisão que sobre isto foi tomada deverá ser seguida. O mesmo capitão de navio, que mais uma vez compareceu na reunião, requer mais uma vez que a mulher receba permissão para desembarcar do navio. O Conselho decidiu, levando em consideração o seu comportamento na pátria e agora também aqui, que isto será um mau exemplo para os habitantes desta nação e que será prejudicial para o Estado (grifo nosso). Assim seu requerimento foi negado de uma vez por todas e lhe advertimos claramente que ele não poderá deixá-la desembarcar em nenhum outro lugar dentro dos limites da região conquistada pela Companhia, correndo o risco de ser punido por nós ou pelos senhores mestres.”
Não teve jeito. O capitão tentou mais uma vez e terminou sendo advertido. Depois deste relato, não há mais menção, pelo menos até setembro de 1636, período coberto pelo livro, ao capitão e seu navio nem à Christientje Harmens. Para onde ela foi levada, já que não poderia desembarcar em nenhum lugar conquistado pela Holanda? Em que país ela ficou? Ou será que o capitão deu um jeitinho holandês-brasileiro e largou-a em algum lugar deserto – sim, porque pelo visto a mulher era chave-de-cadeia e depois das ameaças do presidente ele queria mais era se livrar logo dela!
Desde que li isso fico imaginando com meus botões o que teria acontecido com essa mulher. Você também não ficou curioso? Imagina isso contado numa aula de História, com todos esses elementos de mistérios, intrigas, conspirações e politicagens?
Procurei pelo nome e sobrenome dela no Oráculo, mas não encontrei nada. Vai ver que ela não foi ninguém mesmo. Ou vai ver apagaram seu nome da História deliberadamente, tendo em vista seu comportamento desregrado.
Isso é que é História – com H maiúsculo!
Esse ‘ódio’ de alguns jovens por História não é novidade. Eu também não gostava quando estava na escola. Tudo tem a ver com a maneira de ensinar a disciplina, que se limitava a nos ensinar a decorar datas. Todos os professores de História que tive eram meros copiadores de livros, com seus personagens desinteressantes e suas importantes datas – ai de quem esquecesse de alguma na prova!
Claro que isso já mudou, na maioria dos casos – pelo menos eu espero.
Pois bem. Desde abril eu estou matriculado em uma disciplina do curso de Doutorado em Serviço Social, na UFPE. Estou como aluno especial e o objetivo é ir eliminando carga horária para, quando entrar no doutorado ano que vem, terminar em menos tempo.
A disciplina é Formação Histórico-Social Brasileira, magistralmente ministrada pelo Prof. Denis Bernardes. Foi durante a leitura dos textos da disciplina que me lembrei que tenho um livro, editado em 2006 pela Fundarpe mas nunca lançado, que reproduz os registros da Companhia das Índias Ocidentais quando a mesma ocupou Pernambuco. Comecei a folhear o mesmo e me deparei com um relato instigante, que reproduzo a seguir:
“22 de setembro de 1635.
(…) Chegou uma mulher chamada Christientje Harmens a bordo do navio “De Wassende Maen” (A Lua Crescente). O capitão do navio pede para que a mulher possa desembarcar (porque ela ainda está a bordo). Tendo seu comportamento em vista e levando em consideração a vida que levou na pátria, sobre o qual fomos informados de todas as mensagens e do Conselho da Igreja, comportamento que por ela foi classificado como muito ruim e vilã. Por isso e por se tratar de uma mulher suja e impura (grifo nosso), que por causa disto foi mandada embora da pátria por dois senhores particulares, sem conhecimento ou consentimento do Conselho dos XIX ou da Câmara dos Territórios do Norte, como foi constatado de acordo com a missiva destes senhores e do nosso colega Wijntjes, assim foi decidido que o capitão levará esta mulher de volta para o lugar onde ela embarcou.”
Fascinante! Depois que li isso, fiquei imaginando quem poderia ser esta mulher e o que ela teria aprontado na Holanda para ser expulsa de lá e, chegando ao Brasil, ser impedida de desembarcar! Seria ela uma prostituta? Uma adúltera? Exilada política? Matou alguém? Ou apenas desacatou alguma otoridade? Ou foi vítima de machismo nas terras baixas?
O grande achado de textos como esse é que eles foram escritos por quem vivenciou a história e não por quem interpretou a mesma – por mais que o intérprete seja fiel aos fatos, nunca chegará aos pés de quem estava lá!
Mas, voltando à nossa personagem, Christientje: como ela teria reagido ao saber da decisão da Câmara? O que teria dito? E o capitão, enrolado com a situação, o que fez?
Pois bem. Sete dias depois, ele voltou à Câmara para pedir novamente por Christientje!
“30 de setembro de 1635
(…) O capitão do navio “De Wassende Maen” (A Lua Crescente) visitou o senhor Presidente Stachouwer ontem e pediu permissão ao nobre senhor, de maneira indecente e incorreta, para poder desembarcar a mulher mencionada. Isto foi negado pelo Nobre senhor, porque a última decisão que sobre isto foi tomada deverá ser seguida. O mesmo capitão de navio, que mais uma vez compareceu na reunião, requer mais uma vez que a mulher receba permissão para desembarcar do navio. O Conselho decidiu, levando em consideração o seu comportamento na pátria e agora também aqui, que isto será um mau exemplo para os habitantes desta nação e que será prejudicial para o Estado (grifo nosso). Assim seu requerimento foi negado de uma vez por todas e lhe advertimos claramente que ele não poderá deixá-la desembarcar em nenhum outro lugar dentro dos limites da região conquistada pela Companhia, correndo o risco de ser punido por nós ou pelos senhores mestres.”
Não teve jeito. O capitão tentou mais uma vez e terminou sendo advertido. Depois deste relato, não há mais menção, pelo menos até setembro de 1636, período coberto pelo livro, ao capitão e seu navio nem à Christientje Harmens. Para onde ela foi levada, já que não poderia desembarcar em nenhum lugar conquistado pela Holanda? Em que país ela ficou? Ou será que o capitão deu um jeitinho holandês-brasileiro e largou-a em algum lugar deserto – sim, porque pelo visto a mulher era chave-de-cadeia e depois das ameaças do presidente ele queria mais era se livrar logo dela!
Desde que li isso fico imaginando com meus botões o que teria acontecido com essa mulher. Você também não ficou curioso? Imagina isso contado numa aula de História, com todos esses elementos de mistérios, intrigas, conspirações e politicagens?
Procurei pelo nome e sobrenome dela no Oráculo, mas não encontrei nada. Vai ver que ela não foi ninguém mesmo. Ou vai ver apagaram seu nome da História deliberadamente, tendo em vista seu comportamento desregrado.
Isso é que é História – com H maiúsculo!
Eu adoro História. Meu filho detesta História.
Esse ‘ódio’ de alguns jovens por História não é novidade. Eu também não gostava quando estava na escola. Tudo tem a ver com a maneira de ensinar a disciplina, que se limitava a nos ensinar a decorar datas. Todos os professores de História que tive eram meros copiadores de livros, com seus personagens desinteressantes e suas importantes datas – ai de quem esquecesse de alguma na prova!
Claro que isso já mudou, na maioria dos casos – pelo menos eu espero.
Pois bem. Desde abril eu estou matriculado em uma disciplina do curso de Doutorado em Serviço Social, na UFPE. Estou como aluno especial e o objetivo é ir eliminando carga horária para, quando entrar no doutorado ano que vem, terminar em menos tempo.
A disciplina é Formação Histórico-Social Brasileira, magistralmente ministrada pelo Prof. Denis Bernardes. Foi durante a leitura dos textos da disciplina que me lembrei que tenho um livro, editado em 2006 pela Fundarpe mas nunca lançado, que reproduz os registros da Companhia das Índias Ocidentais quando a mesma ocupou Pernambuco. Comecei a folhear o mesmo e me deparei com um relato instigante, que reproduzo a seguir:
“22 de setembro de 1635.
(…) Chegou uma mulher chamada Christientje Harmens a bordo do navio “De Wassende Maen” (A Lua Crescente). O capitão do navio pede para que a mulher possa desembarcar (porque ela ainda está a bordo). Tendo seu comportamento em vista e levando em consideração a vida que levou na pátria, sobre o qual fomos informados de todas as mensagens e do Conselho da Igreja, comportamento que por ela foi classificado como muito ruim e vilã. Por isso e por se tratar de uma mulher suja e impura (grifo nosso), que por causa disto foi mandada embora da pátria por dois senhores particulares, sem conhecimento ou consentimento do Conselho dos XIX ou da Câmara dos Territórios do Norte, como foi constatado de acordo com a missiva destes senhores e do nosso colega Wijntjes, assim foi decidido que o capitão levará esta mulher de volta para o lugar onde ela embarcou.”
Fascinante! Depois que li isso, fiquei imaginando quem poderia ser esta mulher e o que ela teria aprontado na Holanda para ser expulsa de lá e, chegando ao Brasil, ser impedida de desembarcar! Seria ela uma prostituta? Uma adúltera? Exilada política? Matou alguém? Ou apenas desacatou alguma otoridade? Ou foi vítima de machismo nas terras baixas?
O grande achado de textos como esse é que eles foram escritos por quem vivenciou a história e não por quem interpretou a mesma – por mais que o intérprete seja fiel aos fatos, nunca chegará aos pés de quem estava lá!
Mas, voltando à nossa personagem, Christientje: como ela teria reagido ao saber da decisão da Câmara? O que teria dito? E o capitão, enrolado com a situação, o que fez?
Pois bem. Sete dias depois, ele voltou à Câmara para pedir novamente por Christientje!
“30 de setembro de 1635
(…) O capitão do navio “De Wassende Maen” (A Lua Crescente) visitou o senhor Presidente Stachouwer ontem e pediu permissão ao nobre senhor, de maneira indecente e incorreta, para poder desembarcar a mulher mencionada. Isto foi negado pelo Nobre senhor, porque a última decisão que sobre isto foi tomada deverá ser seguida. O mesmo capitão de navio, que mais uma vez compareceu na reunião, requer mais uma vez que a mulher receba permissão para desembarcar do navio. O Conselho decidiu, levando em consideração o seu comportamento na pátria e agora também aqui, que isto será um mau exemplo para os habitantes desta nação e que será prejudicial para o Estado (grifo nosso). Assim seu requerimento foi negado de uma vez por todas e lhe advertimos claramente que ele não poderá deixá-la desembarcar em nenhum outro lugar dentro dos limites da região conquistada pela Companhia, correndo o risco de ser punido por nós ou pelos senhores mestres.”
Não teve jeito. O capitão tentou mais uma vez e terminou sendo advertido. Depois deste relato, não há mais menção, pelo menos até setembro de 1636, período coberto pelo livro, ao capitão e seu navio nem à Christientje Harmens. Para onde ela foi levada, já que não poderia desembarcar em nenhum lugar conquistado pela Holanda? Em que país ela ficou? Ou será que o capitão deu um jeitinho holandês-brasileiro e largou-a em algum lugar deserto – sim, porque pelo visto a mulher era chave-de-cadeia e depois das ameaças do presidente ele queria mais era se livrar logo dela!
Desde que li isso fico imaginando com meus botões o que teria acontecido com essa mulher. Você também não ficou curioso? Imagina isso contado numa aula de História, com todos esses elementos de mistérios, intrigas, conspirações e politicagens?
Procurei pelo nome e sobrenome dela no Oráculo, mas não encontrei nada. Vai ver que ela não foi ninguém mesmo. Ou vai ver apagaram seu nome da História deliberadamente, tendo em vista seu comportamento desregrado.
Isso é que é História – com H maiúsculo!
Esse ‘ódio’ de alguns jovens por História não é novidade. Eu também não gostava quando estava na escola. Tudo tem a ver com a maneira de ensinar a disciplina, que se limitava a nos ensinar a decorar datas. Todos os professores de História que tive eram meros copiadores de livros, com seus personagens desinteressantes e suas importantes datas – ai de quem esquecesse de alguma na prova!
Claro que isso já mudou, na maioria dos casos – pelo menos eu espero.
Pois bem. Desde abril eu estou matriculado em uma disciplina do curso de Doutorado em Serviço Social, na UFPE. Estou como aluno especial e o objetivo é ir eliminando carga horária para, quando entrar no doutorado ano que vem, terminar em menos tempo.
A disciplina é Formação Histórico-Social Brasileira, magistralmente ministrada pelo Prof. Denis Bernardes. Foi durante a leitura dos textos da disciplina que me lembrei que tenho um livro, editado em 2006 pela Fundarpe mas nunca lançado, que reproduz os registros da Companhia das Índias Ocidentais quando a mesma ocupou Pernambuco. Comecei a folhear o mesmo e me deparei com um relato instigante, que reproduzo a seguir:
“22 de setembro de 1635.
(…) Chegou uma mulher chamada Christientje Harmens a bordo do navio “De Wassende Maen” (A Lua Crescente). O capitão do navio pede para que a mulher possa desembarcar (porque ela ainda está a bordo). Tendo seu comportamento em vista e levando em consideração a vida que levou na pátria, sobre o qual fomos informados de todas as mensagens e do Conselho da Igreja, comportamento que por ela foi classificado como muito ruim e vilã. Por isso e por se tratar de uma mulher suja e impura (grifo nosso), que por causa disto foi mandada embora da pátria por dois senhores particulares, sem conhecimento ou consentimento do Conselho dos XIX ou da Câmara dos Territórios do Norte, como foi constatado de acordo com a missiva destes senhores e do nosso colega Wijntjes, assim foi decidido que o capitão levará esta mulher de volta para o lugar onde ela embarcou.”
Fascinante! Depois que li isso, fiquei imaginando quem poderia ser esta mulher e o que ela teria aprontado na Holanda para ser expulsa de lá e, chegando ao Brasil, ser impedida de desembarcar! Seria ela uma prostituta? Uma adúltera? Exilada política? Matou alguém? Ou apenas desacatou alguma otoridade? Ou foi vítima de machismo nas terras baixas?
O grande achado de textos como esse é que eles foram escritos por quem vivenciou a história e não por quem interpretou a mesma – por mais que o intérprete seja fiel aos fatos, nunca chegará aos pés de quem estava lá!
Mas, voltando à nossa personagem, Christientje: como ela teria reagido ao saber da decisão da Câmara? O que teria dito? E o capitão, enrolado com a situação, o que fez?
Pois bem. Sete dias depois, ele voltou à Câmara para pedir novamente por Christientje!
“30 de setembro de 1635
(…) O capitão do navio “De Wassende Maen” (A Lua Crescente) visitou o senhor Presidente Stachouwer ontem e pediu permissão ao nobre senhor, de maneira indecente e incorreta, para poder desembarcar a mulher mencionada. Isto foi negado pelo Nobre senhor, porque a última decisão que sobre isto foi tomada deverá ser seguida. O mesmo capitão de navio, que mais uma vez compareceu na reunião, requer mais uma vez que a mulher receba permissão para desembarcar do navio. O Conselho decidiu, levando em consideração o seu comportamento na pátria e agora também aqui, que isto será um mau exemplo para os habitantes desta nação e que será prejudicial para o Estado (grifo nosso). Assim seu requerimento foi negado de uma vez por todas e lhe advertimos claramente que ele não poderá deixá-la desembarcar em nenhum outro lugar dentro dos limites da região conquistada pela Companhia, correndo o risco de ser punido por nós ou pelos senhores mestres.”
Não teve jeito. O capitão tentou mais uma vez e terminou sendo advertido. Depois deste relato, não há mais menção, pelo menos até setembro de 1636, período coberto pelo livro, ao capitão e seu navio nem à Christientje Harmens. Para onde ela foi levada, já que não poderia desembarcar em nenhum lugar conquistado pela Holanda? Em que país ela ficou? Ou será que o capitão deu um jeitinho holandês-brasileiro e largou-a em algum lugar deserto – sim, porque pelo visto a mulher era chave-de-cadeia e depois das ameaças do presidente ele queria mais era se livrar logo dela!
Desde que li isso fico imaginando com meus botões o que teria acontecido com essa mulher. Você também não ficou curioso? Imagina isso contado numa aula de História, com todos esses elementos de mistérios, intrigas, conspirações e politicagens?
Procurei pelo nome e sobrenome dela no Oráculo, mas não encontrei nada. Vai ver que ela não foi ninguém mesmo. Ou vai ver apagaram seu nome da História deliberadamente, tendo em vista seu comportamento desregrado.
Isso é que é História – com H maiúsculo!
Calabar - o elogio da traição, de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra
Proprietário de terras nordestino (1600?-1635). Durante o período dasinvasões holandesas, apóia os intrusos contra os portugueses e é considerado traidor pelas autoridades coloniais. Domingos Fernandes Calabar nasce em Porto Calvo, Alagoas, então parte integrante da capitania de Pernambuco.
Mulato, estuda com os jesuítas e torna-se senhor de terras e engenhos. A partir de 1630 luta contra os holandeses sob as ordens de Matias de Albuquerque, governador da capitania. Profundo conhecedor da região, prepara emboscadas nas quais os invasores são sistematicamente derrotados. Em 1632 passa a auxiliá-los em troca da liberdade civil e religiosa que oferecem a quem os apoiar.
Além de Calabar, aderem à proposta cristãos-novos, negros, índios e mulatos. Ele orienta os ataques às vilas de Igarassu e Goiana, à ilha de Itamaracá e ao forte de Rio Formoso, que obrigam as tropas coloniais portuguesas a recuar para o norte.
Numa contra-ofensiva em Porto Calvo, o governador pernambucano supera as forças holandesas e consegue vencê-las em 1635. Calabar é preso, mas insiste em defender sua convicção de que o domínio holandês seria mais benéfico para o Brasil do que o controle português. Nesse mesmo ano é enforcado por ordem de Matias de Albuquerque.
Calabar - o elogio da traição, de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra
Peça teatral sobre a traição de Calabar, personagem da história brasileira que foi considerado traidor por ficar ao lado dos holandeses na guerra contra Portugal.
Na década de 70, a dramaturgia nacional era alvo do mesmo patrulhamento que cerceava a liberdade de músicos, políticos, escritores, educadores e tantos outros. É neste contexto que dois importantes artistas escrevem uma das páginas mais importantes do teatro brasileiro contemporâneo. Exemplo de utilização da matéria histórica como instrumento gerador de reflexão, Calabar - o elogio da traição, de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, é relançado pela Civilização Brasileira com novo projeto gráfico.
Calabar - o elogio da traição, escrita justamente entre os anos de 1972 e 1973, no auge da ditadura militar brasileira e as vésperas do abril florido da revolução portuguesa — o que criou obstáculos à montagem da peça — é uma alegoria histórica que se passa na época das invasões holandesas em Pernambuco, no século XVII. Aborda a questão da lealdade e da traição, numa clara alusão à conjuntura política do período em que foi escrito. Inclui canções famosas de Chico Buarque, como Anna de Amsterdã e Bárbara.
Com sensibilidade e inteligência, a peça amplia o debate ideológico de forma provocativa, irônica, quase caricatural. Os conceitos de traidor e traição, se subjetivos per se, tornam-se ainda menos palpáveis na obra de Chico e Ruy. Afinal, onde está a traição: nos mantenedores da ordem ou na rebeldia dos heróis? E quem são, de fato, os heróis e os vilões? Como escrevia Fernando Peixoto, em 1980, o texto de Calabar - o elogio da traição é "mal-comportado, e por isso estimula a elaboração de um espetáculo debochado, capaz de assumir a quase anárquica, mas organizada colagem e a justaposição de imagens e épocas".
Com Calabar - o elogio da traição, visam divertir o público, espalhando pontos de interrogação, dúvidas e perplexidades. Surpreendendo pelo atualizado deboche crítico, fundamentado num confronto realista com temas essenciais de nossa existência de nação social-econômica-política- culturalmente ainda colonizada num tímido mas empenhado esforço de construção de uma democrática cultura nacional-popular.
Há sensibilidade e inteligência na utilização da matéria histórica como instrumento capaz de instaurar uma conseqüente reflexão que ultrapassa os limites de determinadas circunstâncias político-econômicas e amplia o debate ideológico de forma irônica, provocativa, apoiada em extrema e contagiante teatralidade, usando a postura crítica e a desmedida coragem de assumir o grotesco. A obra desmistifica o conceito de traidor e a noção vazia e abstrata de traição.
Texto escolhido
"E se vocês rirem de mim,
Se eu for alvo de chacotas e chalaças,
Se for ridículo na jaqueta de veludo
Ou nas ceroulas de brim,
Ou porque falo tanto de caganeira e bacalhau,
É bom pensarem duas vezes, porque, ainda mesmo assim,
Com lombrigas dançando dentro da barriga,
Com a Holanda, a Espanha e toda a intriga,
Eu sou aquele que, custe o que custar,
Acerta o laço e tece o fio
Que enforca Calabar."
A QUESTÃO TAXINÔMICA DO POEMA DRAMÁTICO E SUA APLICAÇÃO NA
CONSTRUTURA “CALABAR”, DE LÊDO IVO
LEILA MICCOLIS
http://www.letras.ufrj.br/ciencialit/trabalhos/2007/leilamiccolis_aquestao.pdf
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
ACADEMIA PORTOCALVENSE DE HISTÓRIA, LETRAS E ARTE- APHLA
ACADEMIA PORTOCALVENSE DE HISTÓRIA, LETRAS E ARTE- APHLA
População: 25.718 habitantes
Localização: Situa-se na região Leste de Alagoas, na microrregião da Zona da Mata. Possui 260,158 km² de área. Fica a 101 quilômetros de Maceió.
Geografia: O clima desse município é tropical megatérmico e úmido, quase subúmido. A variação climática sazonal é assegurada, principalmente pelo regime de chuvas: há uma estação muito chuvosa, centralizada no inverno (Junho, Julho e Agosto) e uma estação seca centralizada no verão (Novembro, Dezembro e Janeiro). Apresenta vegetação de Mata Atlântica.
Histórico: O município de Porto Calvo é a freguesia mais antiga do Estado, já existindo no século XVI. Sua fundação é atribuída a Cristóvão Lins, a quem foram doadas terras que se estendiam do rio Manguaba ao Cabo de Santo Agostinho. Nesta região, ele iniciou a cultura canavieira no Estado, construiu uma capela e sete engenhos.
Porto Calvo foi um dos primeiros locais a ser habitado pelos portugueses. O povoado foi se formando com o movimento entre o Norte e o Sul, assumindo características de vila nos primeiros 30 anos do século XVII. A origem do nome vem de uma lenda na qual um velho calvo, que morava às margens do rio, construiu um porto, conhecido como o “porto do calvo”.
Quando foi elevada à vila, passou a se chamar Bom Sucesso, em homenagem à vitória de Matias de Albuquerque contra os holandeses. Porto Calvo tem pelo menos uma figura que é destaque na história nacional: Domingos Fernandes Calabar, considerado traidor da pátria por ter se aliado aos holandeses para combater espanhóis e portugueses. Alguns historiadores, porém, acreditam que ele teria sido, na verdade, um herói, que acreditava que os holandeses eram os mais indicados para desenvolver o Brasil, que vivia miseravelmente sob o jugo de portugueses e espanhóis.
Turismo: Porto Calvo possui vários monumentos históricos, como a Igreja Nossa Senhora da Apresentação, tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, onde são promovidas quermesses e festas religiosas; Alto da Forca, herança do domínio holandês, onde atualmente se localiza o Hospital Municipal, de onde se pode admirar um maravilhoso cenário natural; Dentre as manifestações folclóricas estão registradas nas seguintes danças: arrasta-velha, cambina, pastoril, quadrilha e coco-de-roda, bem como o Carnaval.
Eventos: Festa de São Sebastião (20 de Janeiro); Festa de Nossa Senhora da Apresentação (padroeira) (21 de novembro); Festa da comemoração do aniversário (12 de abril).
Arqueólogos acham ossadas em igreja
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Esqueletos foram localizados durante obras de restauração do prédio construído em 1610 e tombado pelo Patrimônio Histórico.Porto Calvo – Arqueólogos encontraram nos arredores da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, em Porto Calvo, quatro ossadas que podem ser datadas dos séculos 18 e 19. Os esqueletos foram localizados durante as obras de restauração do prédio, construído em 1610 pelos portugueses e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os pesquisadores esperam finalizar as sondagens dentro de dez dias e publicar as conclusões em um mês por meio de relatórios e artigos científicos.
O trabalho de arqueologia está sendo coordenado pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológica (Nepa) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) por meio de convênio com o Iphan. Segundo o arqueólogo Flávio Moraes, as ossadas podem ser do período colonial, mas só os artefatos encontrados junto aos esqueletos devem determinar o período em que foram enterradas.
(Gazeta de Alagoas)
Porto de Pedras
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