domingo, 22 de dezembro de 2013

UM NATAL BEM BRASILEIRO! UM NATAL BEM ALAGOANO! Jefferson Palmeira













UM NATAL BEM BRASILEIRO! UM NATAL BEM ALAGOANO!
"É preciso que o brasileiro comemore seu Natal brasileiramente. Dizendo não a Papai Noel, a neves, a trenós. E sim, ao Menino Deus, a lapinhas, a pastoris, ao pastel da ceia de Natal." GILBERTO FREYRE (1926)
GILBERTO FREYRE
A beleza do Natal castiçamente brasileiro está em ser uma consagração de Deus Menino ou de Menino Jesus. Em contraste com o Natal europeu, cuja figura central é a de um bom e risonho Velho. O Deus Menino irradia esperança. Ilumina futuros. Dá confiança no que está para vir. Papai Noel tornou-se um mito grandemente comercializado e, ao mesmo tempo, a serviço de indústrias produtoras de artigos para presentes. Um mito correspondente a uma fase da civilização europeia, a cuja criatividade industrial e vitalidade comercial na vêm faltando aspectos os mais positivos. O Natal é um desses aspectos, quer através de cordial e até fraterna troca de presentes entre adultos, quer das árvores de Natal com presentes para adultos e crianças. E com Papai Noel, de barbas brancas e metido em grosso casaco vermelho a resguardá-lo de neves, de frios não brasileiros, a representar, para gente dos trópicos brasileiros e de outras terras tropicais, uma navegação de verdes e dos verões como os do Brasil. O Menino Deus é um mito romântico. E sobretudo, um mito ecológico. Trata-se de Menino Deus nascido entre verdes quase tropicais. Quase brasileiros. Menino que teria crescido em vegetação semelhante à brasileira. É, portanto, figura muito mais nossa que o, aliás, bom velhote. Muito mais capaz de nos animar, aos brasileiros, meninos e adultos, de esperanças e alegrias. De regosijos em torno de sua figura. Regosijos em torno de seu presépio. Pastoris, cantos e danças em seu louvor. Fonte: FREYRE, Gilberto. Um Natal bem brasileiro. Revista Bandepe. Recife, p.4, dez. 1982.
O Grande sociólogo Gilberto Freyre, em 1926, publicou um manifesto que intitulou de “Um Natal bem brasileiro” no qual foi um dos primeiro a propor um natal genuinamente brasileiro, sem influencias do “Papai Noel”. Em tempos de Modernidade Liquida, o “bom velhinho” é um ícone do consumismo natalino, em épocas de individualismo pós-moderno capitalista. Que os símbolos do Natal despertem em todos nós fraternidade, o amor e a esperança de que tanto necessitamos.
Sabemos que em Alagoas em 2013, nem tudo foram flores.  Todavia, devemos transpor obstáculos, ir em frente, superar desafios. A Natureza como prova de uma existência maior. A Bondade como o meio mais perfeito. A Paz e a Felicidade como grande finalidade da jornada humana. Que cada um lute por melhores dias, cumpra sua parte no processo de Humanização do Universo em que vivemos. Sonhe, idealize, trabalhe, proteja, pesquise, proponha, desenvolva, refaça, tente novamente, caia, levante, ande, corra pare, pense, reflita, sinta, mentalize, tenha esperança, cultive, ame, invista, exemplifique, olhe, conquiste, exemplifique, simplifique e sempre idealize tudo que se realiza! A todos aqueles que nos acompanharam neste ano, nosso reconhecido agradecimento. Desejamos a todos os alagoanos, brasileiros e povos do mundo: FÊ, PAZ, LUZ, AMOR, FORÇA, SAÚDE, UNIÃO, ALEGRIAS, ESPERANÇA, AMIZADE, BRAVURA, RESPEITO, GRATIDÃO, PACIÊNCIA, IGUALDADE, HARMONIA, EQUILÍBRIO, DIGNIDADE, LIBERDADE, BOA SORTE, TENACIDADE, HUMILDADE, AUTONOMIA, PERSISTÊNCIA. BENEVOLÊNCIA, PROSPERIDADE, COMPREENSÃO, CONSIDERAÇÃO, SOLIDARIEDADE, RECONHECIMENTO! BOAS FESTAS E UM MARAVILHOSO NATAL!
JEFFERSON PALMEIRA
Fundador e Presidente da Academia Portocalvense de História Letras e Artes (APHLA)
 
 


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Informações geraeis sobre a Academia Portocalvense de História Letras e Artes –APHLA















UMA LÍNGUA NO LUGAR DO UM: EFEITOS REAIS DE UMA NOMEAÇÃO - Acadêmica Anne Francialy da Costa, ARAÚJO

UMA LÍNGUA NO LUGAR DO UM: EFEITOS REAIS DE UMA NOMEAÇÃO
Anne Francialy da Costa, ARAÚJO Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste (SEUNE)

  1. INTRODUÇÃO

    Esta comunicação, em grande parte inserta em nosso trabalho de doutoramento, intitulado De Sujeito(s) ao Diretório1: uma contribuição discursiva ao estudo da língua e identidade nacional (ARAÚJO, 2006), expõe nossa tentativa de dar continuidade a algumas das questões que, no Doutorado, só pudemos indicar.
    Trouxemos para este III SEAD uma reflexão que parte da análise de Pêcheux (1997) em Semântica e Discurso sobre o nome próprio, tratando-o como uma “evidência suspeita”, para pensarmos que língua faz Um na nomeação do idioma do Brasil. A partir da análise da assunção de um significante no lugar do Um, por meio da intervenção da lei do Estado, procuramos ampliar nossas elaborações sobre o real, por meio de uma articulação, ainda claudicante, entre conceitos de Pêcheux e Lacan.

  2. QUE LÍNGUA FAZ UM NA NOMEAÇÃO DO IDIOMA DO BRASIL

    O conceito de Um é basilar para que entendamos a máxima lacaniana de que o “inconsciente é estruturado como uma linguagem”. A estrutura de que fala Lacan é uma cadeia de significantes que funciona por um duplo movimento: a ligação metonímica e a substituição metafórica. Para que essa cadeia como um conjunto consista, o Um ex-siste. O inconsciente funciona segundo uma lógica: “[...] a ex-sistência do Um e a consistência dos outros” (NASIO, 1993, p.3). O Um bordeja a cadeia, deixando um lugar vazio, o furo, que é, precisamente “a falta deixada pelo Um que ‘saiu’
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    1 Documento, com força de lei colonial, vigorou de 1757 a 1798. Na época de sua implementação, os habitantes do Brasil Colonial conviviam com uma situação lingüística bastante diversa. Como na Babel bíblica, misturavam-se: a língua geral, várias línguas indígenas, a Língua Portuguesa e a Língua Portuguesa do Brasil, entre outras. O Diretório interveio sobre o uso da língua geral, apagando outras línguas e institucionalizando o ensino da Língua Portuguesa no Brasil.
    para tomar seu lugar no limite na rede”. Esse lugar vazio, o lugar do Um, será ocupado repetidas vezes por significantes metafóricos, garantindo assim a mobilidade da cadeia, de cujo efeito produzir-se-á o sujeito do inconsciente. Por isso dizemos, com Lacan (1998), que o sujeito é Um entre significantes.
    Relacionando acontecimento com essa noção de estrutura, retomamos Pêcheux (2002, p. 52) ao enunciar que “[...] os acontecimentos têm e não têm lugar, segundo as construções discursivas nas quais se encontram inscritos os enunciados que sustentam esses objetos e acontecimentos”. Esse tem e não tem lugar, a nosso ver, funcionaria segundo a lógica do significante. O acontecimento ocupa um lugar e, ao fazer isso, já não tem mais singularidade, significa na sua relação com o que passou e com o que virá. Dessa forma, o acontecimento em si não teria lugar na cadeia discursiva, mas o que ele significa do sujeito no momento em que ocupa Um lugar.

  3. DE SIGNIFICANTES NO LUGAR DO UM, UM IDIOMA NACIONAL

    Alguns significantes, relata a História, circularam no lugar do Um até que Brasil se fixasse. Sabemos, com Lacan (2003, p.109), que “[...] nomear é antes de tudo algo que tem a ver com uma leitura do traço 1 [...]” e que, como interpreta Dor (1995, p.84), “[...] o sujeito só pode nomear-se à medida que se identifica com este significante puro, que é o nome próprio, ou seja, algo que é da ordem do traço unário”. Lembremos que nome próprio, traço unário e identificação estão imbricados no que Lacan (2003, p.109) denomina “o nascimento do sujeito”.
    Considerando isso e retomando o conceito de Nome-do-Pai como o significante da função paterna, e o processo de nomeação acima citado, articulamos que, em se tratando do nome próprio Brasil, este se funda como Um, relacionado a uma função paterna que não vem do colonizador, mas sim de algo característico da “terra brasilis”, uma madeira.
    Em sendo assim, poderíamos entender que o nome Brasil é resultado do fracasso da função paterna portuguesa que não consegue interditar, como seria esperado de tal função, a relação desse filho com a mãe “terra brasilis”. Há que se pensar, como sugere Souza (1994), os “efeitos reais” de ser o significante de um produto explorado, pau-brasil, o que nos dá nome.
    Um lugar é “descoberto” e depois de algumas nomeações responde ao “quem és?” com um significante: Brasil. Diversidade é a marca desse país. Na História das idéias lingüísticas, como apontamos (ARAÚJO, 2006), o Estado precisou intervir na política lingüística, visando garantir a unidade desse país, dessa nação, na língua. Relacionando o que discutimos no campo da Análise do Discurso ao que faz sentido na Psicanálise, pensamos que, no lugar do Um, um significante, pela intervenção da lei do Estado, como lugar do Outro, é nomeado como língua nacional.
    Ocupando esse lugar do Um, o significante da língua nacional perde sua singularidade e passa a ser tomado na relação com o Um que está fora e com todos os significantes que podiam estar naquele lugar. Mas, quem seria esse Um, nessa relação? O que está fora? O que foi negado para deixar que Uma língua nacional ascendesse na cadeia significante e assumisse um lugar na memória histórica de Brasil?
    A história das idéias lingüísticas expõe como diversos significantes se colocaram dispostos a ocupar esse lugar do Um. Recordemos alguns, como: (a) “Língua do Príncipe”, (b) “Língua Geral”,
    (c) “Língua Portuguesa”, (d) “Língua Brasileira” e (e) “Língua Nacional”.

    Era preciso que Um se instalasse para garantir a unidade do Todo (nação e língua, como estrutura que comporta a unidade e a dispersão). De fora, o Um – em nossa construção, a diversidade e tudo o que ela poderia significar – propicia a unidade e a consistência da cadeia simbólica, permitindo-nos dizer, “estranhando”, “somos brasileiros e falamos português”. Ou seja, o Um excluído possibilita o surgimento do lugar vazio que “idioma oficial” ocupará, mas, de fora, esse Um exerce seus efeitos no real.

  4. PARA CONCLUIR ESTE MOMENTO

Interpretar alguns desses efeitos do/no real é o que nos instiga atualmente, numa tentativa de articular o real, que interroga a análise de discurso, com o real que o Lacan (2007, p.125-6) da topologia inventa: “Naturalmente, o real, não basta escrevê-lo real. Até que muita gente fez isso antes de mim. Mas eu escrevo esse real sob a forma do nó borromeano, que não é um nó, mas uma
cadeia [...] Na forma mínima sob a qual tracei essa cadeia, é preciso pelo menos três elementos” (Itálico no original).
Para Lacan (1985, p. 190), “A linguagem, sem dúvida, é feita de alíngua. É elucubração de saber sobre alíngua. Mas o inconsciente é um saber, um saber-fazer com alíngua. E o que se sabe fazer com alíngua ultrapassa de muito o de que podemos dar conta a título de linguagem”.
Dessa afirmação e do caminho aqui traçado, muitas questões se impõem, entre elas: que relações podemos fazer entre o real lacaniano definido como impossível e o real entendido como sinthoma? Essa primeira noção de real lacaniano é a que possibilita uma articulação com a Análise de Discurso pelo viés da alíngua? A história e a Ideologia seriam o que junto com a linguagem faz furo no real? É possível representar isso no nó borromeu? E o real como sinthoma? Como se mostraria para a AD? Seria nosso sinthoma buscar essa articulação? Pensemos.
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Anne Francialy da Costa. De Sujeito(s) ao Diretório: uma contribuição discursiva ao estudo da língua e identidade nacional. 2006. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística). Universidade Federal de Alagoas - UFAL, Maceió, 2006.

DOR, Joel. Introdução à leitura de Lacan. Estrutura do sujeito. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995, v.2.

LACAN, Jacques. O Seminário, livro 23: o sinthoma. Tradução de Sergio Laia, revisão de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

.A identificação. Seminário 1961 - 1962. Tradução de Ivan Corrêa e Marcos Bagno. Recife: Centro de Estudos Freudianos do Recife, 2003.

. O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.

. O Seminário, livro 20: mais, ainda. 2.ed. rev. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985.

NASIO, Juan-David. Cinco lições sobre a teoria de Jacques Lacan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1993.

PÊCHEUX, Michel. O Discurso – Estrutura ou acontecimento. 3.ed. Campinas-SP: Pontes, 2002.

. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 3. ed. Campinas-SP: Editora da UNICAMP, 1997.

SOUZA, Octavio. Fantasia de Brasil. As identificações em busca da identidade nacional. São Paulo: Escuta, 1994.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Alagoas comemora 196 anos de Emancipação Política

Alagoas247 – O Estado de Alagoas comemora 196 anos de sua emancipação política de Pernambuco. A Terra dos Marechais – como ficou conhecida historicamente – conquistou sua independência antes mesmo da proclamação da República, feita pelo alagoano Marechal Deodoro da Fonseca.
 Diretamente e indiretamente, mesmo sendo um dos menores Estados do País, Alagoas, teve grande influência para mudar os rumos da história. Os dois primeiros “comandantes” da República são alagoanos: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.  Além disto, desde então, Alagoas nunca mais perdeu o posto de influente nos destinos da nação.
 Terra de contrastes gritantes, Alagoas acabou perdendo o “bonde do desenvolvimento” econômico e intelectual ao longo de sua história. Mesmo assim, é destaque em diversos setores da ciência, letras e artes com nomes como Graciliano Ramos, Pontes de Miranda, Arthur Ramos, Nise da Silveira, Lêdo Ivo, dentre outros – apesar de ser o Estado que acumula os piores índices de Educação e que não aprendeu ainda a preservar sua cultura.

“Há muito o que comemorar; não deixa de haver. Por outro lado, o que não há para comemorar é a pobreza, que continua como um traço muito forte, muito presente, da economia de Alagoas”, disse o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fábio Guedes.

Para ele, outra particularidade de Alagoas é ainda ser muito reflexa da conjuntura econômica nacional. “Se você olhar o aspecto festivo, vai comemorar, sim. Mas se nos ativermos ao contraponto, a outras situações, como o caos na saúde ou os índices de violência, certamente teremos dificuldades para encontrar razões para comemorar”, diz o professor de História de Alagoas da Ufal, José Roberto Santos Lima.

Ele faz um questionamento sobre as vocações econômicas, matrizes para o desenvolvimento, apresentadas pelas elites alagoanas como alternativas aos tradicionais segmentos da cana-de-açúcar e, outrora, algodão e tecelagem, desde a década de 1930: petróleo, química a partir do álcool e cloro e até o atual turismo.
Com gazetaweb.com e cadaminuto.com.br

Moacir Sant'Ana recebe título de doutor honoris causa pela Ufal


Moacir Sant'Ana recebe título de doutor honoris causa pela Ufal


O historiador Moacir Medeiros de Sant'Ana recebeu da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) o título de Doutor Honoris. A outorga do título foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni) como forma de reconhecer a contribuição do professor no que refere à formação de pesquisadores de História e por sua produção intelectual, com mais de 50 títulos organizados por ele.

A proposta foi encaminhada pelo professor Luiz Sávio de Almeida, referendada pelo Departamento de História e pelo Conselho do Centro de Ciência Humanas, Letras e Artes (CHLA) e aprovada pelo Consuni. A concessão do título é o reconhecimento da instituição a pessoas que tenham contribuído para o progresso o estado ou do país e ainda pela atuação do agraciado em favor da Ciência, das Letras, das Artes ou da Cultura em geral.

Segundo a diretora do CHLA, Maria Aparecida Batista, o Consuni deu uma demonstração de reconhecimento à contribuição e à dedicação do professor Moacir no campo da historiografia e da pesquisa no Estado de Alagoas. "Reconhecemos o mérito desse incansável pesquisador da historiografia local e nacional, que enfrenta desafios diários em seu trabalho, sobretudo pelas dificuldades enfrentadas, mas consegue vencer a todos eles oprestando relevantes trabalhos no tocante ao ensino, à pesquisa e à extensão", completou.

Além de 53 obras publicadas, 106 artigos em jornais e revistas, 47 prefácios, o professor Moacir Sant?Ana é diretor do Arquivo Público de Alagoas. "Ele é um incansável batalhador na luta pela manutenção e reconstituição do nosso Arquivo Público, contribuindo para salvaguardar o patrimônio histórico do Estado. Por isso considero bem merecido esse prêmio acadêmico", acrescentou Aparecida.

Primeiro doutor
O Consuni também aprovou a outorga do título de doutor Honoris Causa ao alagoano José Marques de Melo, considerado o maior pesquisador de Comunicação Social do País. Formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, José Marques foi o primeiro jornalista a fazer doutorado nessa área, em 1973, pela Escola de Comunicação e Arte, da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

A entrega do título a José Marques será no dia 26 de fevereiro de 2003, data em que se iniciam as comemorações pelos 30 anos de seu doutorado. Atualmente, José Marques é professor e dirigente da Cátedra Unesco/Metodista.

Fonte: Ufal

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ZUMBI: VALENTE E CORAJOSO OU UM COVARDE FUJÃO? PROFESSOR ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS (UFAL)

ZUMBI: VALENTE E CORAJOSO OU UM COVARDE FUJÃO?
 
 
            Existe nos documentos que relatam o assassinato de Zumbi uma diferença no que reside ao como de sua morte. Nos documentos nº 38 - “Carta do Governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro dando conta de se ter conseguido a morte do Zomby a qual descreve. Pernambuco, 14 de março de 1696” – nº 39 – “Consulta do Conselho Ultramarino de 18 de Agosto de 1696, em que o Governador da Capitania de Pernambuco dá conta de se haver conseguido a morte do Zomby, e perdão que se deu ao Mulato que o entregou” – do livro de Ernesto Ennes, e nº 28 – “A Morte de Zumbi” – do livro de Décio Freitas, “República dos Palmares” – este semelhante ao de nº 39, de Ennes - lemos que a morte de Zumbi ocorreu da seguinte maneira:
 
                                    Senhor
“O Governador de Pernambuco Caetano de Melo de Castro em carta de 14 de março deste ano dá conta a Vossa Majestade de se haver conseguido a morte do Zumbi, ao qual descobrira um mulato de seu maior valimento que os moradores do Rio de São Francisco aprisionaram, e remetendo-se-lhe topara com troço das tropas que dedicara àqueles distritos, que acertou ser de paulistas, em que ia por cabo o Capitão André Furtado de Mendonça, e temendo-se o dito mulato de ser punido por seus graves crimes oferecera que segurando-se-lhe a vida em nome dele Governador se obrigaria a entregar o dito Zumbi, e aceitando-se-lhe a oferta desempenhara a palavra, guiando a tropa ao mucambo do negro que tinha já lançado fora a pouca família que o acompanhava, ficando somente com vinte negros, dos quais mandara quatorze para os postos das emboscadas que esta gente usa no seu modo de guerra, e indo com os mais que lhe restaram a se ocultar no sumidouro que artificiosamente havia fabricado, achando tomada a passagem, pelejara valorosa ou desesperadamente, matando um homem, ferindo alguns, e não querendo render-se nem os companheiros fora preciso matá-lo, apanhando só um vivo...”.
                                                                                             
                                                                                                                                                                                                                              
        O que nos informa sobre o assunto o documento nº 27 – “O Homem que Matou Zumbi” – publicado no livro de Décio Freitas, “República dos Palmares”?
                        Vejamos o trecho:
 
“... havido por cabo de 150 homens a correr a campanha dar nas cabaceiras (ou cabeceiras?) do rio Paraíba com mucambo do negro Zumbi chamado Rei, avançando por um lado o entrar de sorte que os pôs em fugida em cuja ocasião indo em seu alcance matou a cinco negros e ao dito Zumbi...”.
                                                                                                                                             
                                                                                                                                                                     
 
Quais as diferenças?
  
 
1.        Aqui, não há a menor referência a traição do mulato Antônio Soares;
 
2.        É diferente o número de palmarinos que acompanhavam Zumbi;
 
3.        Não há menção aos que ficaram nos “postos das emboscadas”;
 
4.        Não se fala da existência de um “sumidouro”, mas sim, de um “mocambo”;
 
5.         Como óbvia conseqüência, um completo silêncio em relação aos que, com Zumbi, se dirigiram ao sumidouro;
 
6.         Zumbi não encontrou a entrada do sumidouro “tomada”, isto é, impedida;
 
                        7.         Não pelejou “valorosa ou desesperadamente” e nem feriu ninguém como lemos em todos os livros que tratam de seu assassinato;
 
                        8.         Quando houve o encontro das forças opostas, Zumbi e seus guerreiros fugiram;
 
9.          Foi morto porque o Capitão André Furtado de Mendonça o perseguiu e “matou a cinco negros e ao dito Zumbi”;
                             
10.       Finalmente, não há a menor informação sobre o número e tipos de ferimentos sejam de arma branca ou de fogo em seu corpo.
 
 
          


  Afinal, qual a versão correta? A que afirma que existia um sumidouro e Zumbi ao pretender nele se ocultar encontrou a “passagem tomada” e lutou bravamente até a morte, ou a que informa que ele, como um verdadeiro covarde, fugiu da luta e só foi morto depois de uma brutal perseguição?
            Reconheço que este é um assunto muito controvertido, pois só a descoberta de novas fontes históricas primárias pode esclarecer o que realmente ocorreu. Enquanto este documento-chave não for descoberto permanecerá, sobre o “Tigre dos Palmares” a tenebrosa dúvida: ele, na realidade, fazia jus a fama de valente e corajoso ou não passava de um covarde fujão?
 
 
ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS
PROFESSOR DA UFAL

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

CURIOSIDADES ORIGEM DE ALGUNS DITOS POPULARES II

CURIOSIDADES
ORIGEM DE ALGUNS DITOS POPULARES

Confira os significados e suas origens dos ditos mais utilizados no Brasil.
Dito Popular: “Quem tem boca vai a Roma”.
O correto seria: “Quem tem boca vaia Roma”. (do verbo vaiar).

Dito Popular: “Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro”.
O correto seria: “Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro”.

Dito Popular: “Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão”.
O correto seria: “Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão”.

Dito Popular: “Cor de burro quando foge”.
O correto seria: “Corro de burro quando foge!”

Dito Popular: “Cuspido e escarrado”. (alguém muito parecido com oura pessoa).
O correto seria: “Esculpido em carraro”. (tipo de mármore).

Dito Popular: “Quem não tem cão, caça com gato”.
O correto seria: “Quem não tem cão, caça como gato”. (ou seja, esgueirando, astutamente, traiçoeiramente).

Veja também como surgiram esses:
O pior cego é o que não quer ver
Significado: Diz-se da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade.
Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D’Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imagina era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

Andar à toa
Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Histórico: Toa é a corda com que uma embarcação remboca a outra. Um navio que está “à toa” é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Uma mulher à toa, por exemplo, é aquela que é comandada pelos outros. Jorge Ferreira de Vasconcelos já escrevia, em 1619: Cuidou de levar à toa sua dama.

Casa de mãe Joana
Significado: Onde vale tudo, todo mundo pode entrar, mandar, etc.
Histórico: Esta vem da Itália. Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença (1326-1382), liberou os bordéis em Avignon, onde estava refugiada, e mandou escrever nos estatutos: “que tenha uma porta por onde todos entrarão”. O lugar ficou conhecido como Paço de Mãe Joana, em Portugal. Ao vir para o Brasil a expressão virou “Casa da Mãe Joana”. A outra expressão envolvendo Mãe Joana, um tanto chula, tem a mesma origem, naturalmente.

Onde judas perdeu as botas
Significado: Lugar longe, distante, inacessível.
Histórico: Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a se suicidar enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí pra frente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos.

Da pá virada
Significado: Um sujeito da pá virada pode tanto ser um aventureiro corajoso como um vadio.
Histórico: Mas a origem da palavra é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo homem vagabundo, irresponsável, parasita. Hoje em dia, o sujeito da “pá virada”, parece-me, tem outro sentido. Ele é O “bom”. O significado das expressões mudam muito no Brasil com o passar do tempo.

Nhenhenhém
Significado: Conversa interminável em tom de lamúria, irritante, monótona. Resmungo, rezinga.
Histórico: Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, eles não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer “nhen-nhen-nhen”.

Estar de paquete
Significado: Situação das mulheres quando estão menstruadas.
Histórico: Paquete, já nos ensina o Aurélio, é um das denominações de navio. A partir de 1810, chegava um paquete mensalmente, no mesmo dia, no Rio de Janeiro. E a bandeira vermelha da Inglaterra tremulava. Daí logo se vulgarizou a expressão sobre o ciclo menstrual das mulheres. Foi até escrita uma “Convenção Sobre o Estabelecimento dos Paquetes”, referindo-se, é claro, aos navios mensais.

Pensando na morte da bezerra
Significado: Estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Histórico: Esta é bíblica. Como vocês sabem, o bezerro era adorado pelos hebreus e sacrificados para Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, se opôs. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar “pensando na morte da bezerra”. Consta que meses depois veio a falecer.

Não entender patavina
Significado: Não saber nada sobre determinado assunto. Nada mesmo.
Histórico: Tito Lívio, natural de Patavium (hoje Pádova, na Itália), usava um latim horroroso, originário de sua região. Nem todos entendiam. Daí surgiu i Patavinismo, que originariamente significava não entender Tito Lívio, não entender patavina.

Santinha do pau ôco
Significado: Pessoa que se faz de boazinha, mas não é.
Histórico: Nos século XVIII e XIX os contrabandistas de ouro em pó, moedas e pedras preciosas utilizavam estátuas de santos ocas por dentro. O santo era “recheado” com preciosidades roubadas e enviado para Portugal.

Sem eira nem beira
Significado: Pessoas sem bens, sem posses.
Histórico: Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada.
Aqui na região nordeste este ditado tem o mesmo significado, mas outra explicação. Dizem que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado triplo, então construíam somente a tribeira ficando assim “sem eira nem beira”.

Vá se queixar ao bispo
Significado: Como quem manda ir se queixar de algum problema a outra pessoa.
Histórico: No tempo do Brasil colônia, por causa da necessidade de povoar as novas terras, a fertilidade na mulher era um predicado fundamental. Em função disso, elas eram autorizadas pela igreja a transar antes do casamento, única maneira de o noivo verificar se elas eram realmente férteis. Ocorre que muitos noivinhos fugiam depois do negócio feito. As mulheres iam queixar-se ao bispo, que mandava homens atrás do fujão.

Cair no conto do vigário
Significado: Ser enganado por algum vigarista.
Histórico: Duas igrejas em Ouro Preto receberam um presente: uma imagem de santa. Para verificar qual da paróquias ficaria com o presente, os vigários resolveram deixar por conta da mão divina, ou melhor, das patas de um burro. Exatamente no meio do caminho entre as duas igrejas, colocaram o tal burro, para onde ele se dirigisse, teríamos a igreja felizarda. Assim foi feito, e o vigário vencedor saiu satisfeito com a imagem de sua santa. Mas ficou-se sabendo mais tarde que o burro havia sido treinado para seguir o caminho da igreja vencedora.

Ficar a ver navios
Significado: Esperando algo que não aconteceu ou não apareceu. Esperar em vão.
Histórico: O rei de Portugal, Dom Sebastião, morreu na batalha de Alcácer-Quibir, mas o corpo não foi encontrado. A partir de então (1578), o povo português esperava sempre o sonhado retorno do monarca salvador. Lembremos que, em 1580, em função da morte de Dom Sebastião, abre-se uma crise sucessória no trono vago de Portugal. A conseqüência dessa crise foi a anexação de Portugal à Espanha (1580 a 1640), governada por Felipe II. Evidentemente, os portugueses sonhavam com o retorno do rei, como forma salvadora de resgatar o orgulho e a dignidade da pátria lusa. Em função disso, o povo passou a visitar com freqüência o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, esperando, ansiosamente, o retorno do dito rei. Como ele não voltou, o povo ficava apenas a ver navios.

Dourar a pílula
Significado: Melhorar a aparência de algo.
Histórico: Vem das farmácias que, antigamente, embrulhavam as pílulas em requintados papéis, para dar melhor aparência ao amargo remédio.

Chegar de mãos abanando
Significado: Chegar em algum lugar sem levar nada, de mãos fazias.
Histórico: Os imigrantes, no século passado, deveriam trazer as ferramentas para o trabalho na terra. Aqueles que chegassem sem elas, ou seja, de mãos abanando, davam um indicativo de que não vinham dispostos ao trabalho árduo da terra virgem.

A voz do povo, a voz de Deus
Significado: Essa tá obvia. Quem realmente sabe das coisas é o povo.
Histórico: As pessoas consultavam o deus Hermes, na cidade grega de Acaia, e faziam uma pergunta ao ouvido do ídolo. Depois o crente cobria a cabeça com um manto e saía à rua. As primeiras palavras que ele ouvisse eram a resposta a sua dúvida.

Chato de galocha
Significado: Pessoas muito chatas, resistentes e insistentes.
Histórico: Infelizmente, os chatos continuam a existir, ao contrário do acessório que deu origem a essa expressão. A galocha era um tipo de calçado de borracha colocado por cima dos sapatos para reforçá-los e protegê-los da chuva e da lama. Por isso, há uma hipótese de que a expressão tenha vindo da habilidade de reforçar o calçado. Ou seja, o chato de galocha seria um chato resistente e insistente, explica Valter Kehdi, professor de Língua Portuguesa e Filologia da Universidade de São Paulo. De acordo com Kehdi, há ainda a expressão chato de botas, calçados também resistentes, o que reafirma a ideia do chato reforçado.

Do arco-da-velha
Significado: Coisas do arco-da-velha são coisas inacreditáveis, absurdas.
Histórico: Arco-da-velha é como é chamado o arco-íris em Portugal, e existem muitas lendas sobre suas propriedades mágicas. Uma delas é beber a água de um lugar e devolvê-la em outro - tanto que há quem defenda que “arco-da-velha” venha de arco da bere (”de beber”, em italiano).

Jurar de pés juntos
- Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.
A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

Motorista barbeiro
- Nossa, que cara mais barbeiro!
No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc, e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.
Tirar o cavalo da chuva
- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
À beça
- O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.

Dar com os burros n'água
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter
sucesso naquilo.

Guardar a sete chaves
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado.

OK
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, nos EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".

Onde Judas perdeu as botas
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

Para inglês ver
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo.

Rasgar seda
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".

O pior cego é o que não quer ver
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D'Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o
cego que não quis ver.

Vai tomar banho
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos
de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

Eles que são brancos que se entendam
Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português. O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

A dar com o pau
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sopa e angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura
Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio (43 a.C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e "Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: "A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.

Fonte: mundoestranho
CURIOSIDADES PELO MUNDO
ORIGEM DOS NOMES DOS ESTADOS DO BRASIL
Acre: vem de áquiri, touca de penas usada pelos índios munducurus
Alagoas: o nome é derivado dos numerosos lagos e rios que caracterizam o litoral alagoano.
Amazonas: nome de mulheres guerreiras que teriam sido vistas pelo espanhol Orellana ao desbravar o rio. Para Lokotsch, vem de amasuru, que significa águias retumbantes.
Bahia: o nome foi dado pelos descobridores em função de sua grande enseada.
Ceará: vem de siará, canto da jandaia, uma espécie de papagaio.
Espírito Santo: denominação dada pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho que ali desembarcou em 1535, num domingo dedicado ao Espírito Santo
Goiás: do tupi, gwa ya, nome dos índios guaiás, gente semelhante, igual.
Maranhão: Do tupi, mba’ra, mar, e nã, corrente, rio que semelha o mar, primeiro nome dado ao rio Amazonas.
Mato Grosso: o nome designa uma região com margens cobertas de espessas florestas, segundo antigos documentos.
Minas Gerais: o nome deve-se às muitas minas de ouro espalhadas por quase todo o estado.
Pará: do tupi, pa’ra, que significa mar, designação do braço direito do Amazonas, engrossado pelas águas do Tocantins.
Paraíba: do tupi, pa’ra, rio, e a’iba, ruim, impraticável.
Paraná: do guarani pa’ra, mar, e nã, semelhante, rio grande, semelhante ao mar.
Pernambuco: do tupi, para’nã, rio caudaloso, e pu’ka, gerúndio de pug., rebentar, estourar. Relativo ao furo ou entrada formado pela junção dos rios Beberibe e Capibaribe.
Piauí: do tupi, pi’au, piau, nome genérico de vários peixes nordestinos. Piauí é o rio dos piaus.
Rio de Janeiro: o nome deve-se a um equívoco: Martim Afonso de Souza descobriu a enseada a 1º de janeiro de 1532 e a confundiu com um grande rio.
Rio Grande do Norte: derivado do rio Potengi, em oposição a algum rio pequeno, próximo, ou ao estado do Sul.
Rio Grande do Sul: vem do canal que liga a lagoa dos Patos ao oceano.
Rondônia: o nome do estado é uma homenagem ao marechal Rondon.
Santa Catarina: nome dado por Francisco Dias Velho a uma igreja construída no local sob a invocação daquela santa.
São Paulo: denominação da igreja construída ali, pelos jesuítas, em 1554 e
inaugurada a 25 de janeiro, dia da conversão do santo.

Sergipe: do tupi, si’ri ü pe, no rio dos siris, primitivo nome do rio junto à barra da capitania.
Tocantins: nome de tribo indígena que habitou as margens do rio. É palavra tupi que significa bico de tucano.
Ô CACHAÇA BOA!
Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou. O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo e fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o 'azedo' do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça, já formada, que pingava. Daí o nome 'PINGA'.
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de 'ÁGUA-ARDENTE'. Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres, repetiam o processo.
(História contada no Museu do Homem do Nordeste )

“Viver é uma arte. E seu roteiro deve ser escrito pela sabedoria e pelo bom senso”. Dr. José Reginaldo de Melo Paes (medico, poeta, acadêmico alagoano)

  Dr. José Reginaldo de Melo Paes (medico, poeta, acadêmico alagoano) “Viver é uma arte. E seu roteiro deve ser escrito pela sabedoria e p...