quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O ASSASSINATO DE ZUMBI: O SADISMO DE UM CRIME - PROFESSOR ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS -UFAL

O ASSASSINATO DE ZUMBI: O SADISMO DE UM CRIME*
1. Qual a Estrutura Física de Zumbi?

A trajetória de Zumbi, apesar de ter sua origem na violência, no ódio e no preconceito então existentes, contém uma rara beleza, pois se trata de uma história onde mistério, religião e habilidade militar misturam-se. Pode, por isso, ser dividida em três fases distintas: a da infância, a da adolescência e, finalmente, a adulta.
A fase da infância e da adolescência é um misto de mistério e religião. Explico-me: narra-se em duas cartas que existiam na casa da marquesa de Cadaval que “foram copiadas em 1978 a pedido do historiador gaúcho Décio Freitas” antes que fossem “roubadas por um pesquisador disfarçado de paralítico em cadeiras de rodas”, que quando Francisco Barreto era governador da capitania de Pernambuco, Brás da Rocha Cardoso, em 1655, comandou uma expedição punitiva aos Palmares onde foi capturada uma criança negra recém-nascida. Esta criança foi entregue a um padre chamado Antônio de Melo que, movido pela compaixão, a batizou com o nome de Francisco (talvez porque seu batismo realizou-se no dia destinado a este Santo) e a criou e educou nos moldes destinados exclusivamente aos filhos brancos dos poderosos senhores de engenho, ensinando-a português e latim e, inclusive, tornando-a coroinha, nas colinas verdejantes de Porto Calvo de onde se ouvia o cantar das aves nas florestas dos Palmares.
Numa bela noite de luar de 1670, “Francisco”, já então com quinze anos de idade, movido pelo amor humano e divino, é claro que à sua gente e aos deuses africanos, tomou uma decisão inaudita: internou-se nas matas dos Palmares e se transformou em Zumbi.
Bela história! Mas, não parece uma lenda?
Porque a necessidade da participação do branco na formação do grande guerreiro negro?
Já a fase adulta de sua vida que inicia com a fuga, e termina em 20 de novembro de 1695, com o seu assassinato, encontra-se fartamente documentada e caracteriza-se pelas sucessivas derrotas militares, morais e diplomáticas impostas a seus adversários, pela não aceitação do Pacto de Cucaú e, principalmente, por sua permanência nos Palmares respondendo a altura os absurdos e infames castigos aplicados a seus semelhantes nas áreas urbanas e rurais da então Capitania de Pernambuco.
Que brusca mudança na personalidade do coroinha! Em vez de uma vida sossegada e cheia de paz sob a proteção da Igreja, optou por ficar em Palmares onde não havia nada para ele a não ser a guerra, a dor e o sofrimento.
O único documento, até aqui descoberto, que fornece elementos que nos possibilitam respondermos a pergunta inicial, é o denominado por Décio Freitas de “A Cabeça de Zumbi”. Nele afirma-se que o físico de Zumbi era raquítico, pois o mesmo possuía “um corpo pequeno e magro” (1) (Fig. 01).
Esta afirmação difere completamente do que diz “A Relação das guerras feitas aos Palmares de Pernambuco no tempo do Governador D. Pedro de Almeida, de 1675 a 1678 onde, entre outras informações, consta que os chefes palmarinos eram “corpulentos e valentes todos” (2).
As duas fontes históricas foram produzidas pelos vencedores. Porque, então, a aparente disparidade? É que a primeira foi escrita quando o líder negro já estava morto, por pessoas que lhe devotavam um ódio imortal e por isso tinha o objetivo de diminuir, de desmoralizar. É necessário, portanto cautela em sua interpretação porque, ao invés do que afirma o referido documento, “O Tigre dos Palmares” poderia ter sido um guerreiro alto e de porte atlético.
Os objetivos da segunda eram diferentes: propalar uma das maiores mentiras da história dos Palmares disseminando a notícia de que o capitão Fernão Carrilho havia destruído a “República Negra”, supervalorizando assim as realizações do então governador da Capitania de Pernambuco, D. Pedro de Almeida e as habilidades militares do mencionando capitão.
Fig. 01. Zumbi: “corpo magro e pequeno”?

2. Onde, Quando e Quem feriu Zumbi?

____Os mais renomados historiadores da “Tróia Negra” atribuem a Manuel Lopes Galvão o mérito de ter sido o primeiro a ferir Zumbi, à bala. Este ferimento “o deixaria coxo”, ou seja, aleijado de uma perna (Fig. 02). Como o combate realizou-se em 1676, num ponto de impossível localização, pois situado no vastíssimo território que constituía os Palmares, Zumbi tinha apenas vinte e um anos.
____Não considero esta opinião totalmente inaceitável. Acho, porém, que ela é passível de discussão por dois motivos principais: primeiro, porque um dos aspectos da vida militar de Zumbi que mais impressionam é a sua extrema mobilidade: ele percorria a imensa e difícil região palmarina com uma rapidez inacreditável. Em pequenos espaços de tempo irrompia nos mais diversos e distantes locais. Fato que, por várias vezes, deixou seus algozes perplexos.
____Nós perguntamos: como uma pessoa que guiava guerreiros, conduzia e cuidava de mulheres, velhos, velhas e crianças e ainda era coxo, ou seja, “aleijado de uma perna”, podia se movimentar tão rápido nas intrincadíssimas e perigosíssimas selvas palmarinas?
____De imediato surgem duas explicações: ou existia mais de uma pessoa com o nome de Zumbi, ou o único Zumbi existente não foi ferido em 1676! Mas, se Zumbi não foi ferido em 1676 por Manuel Lopes Galvão, quando ele foi ferido, por quem e onde?
____Nossa resposta iremos buscar nos itens 9º e 11º do documento número 54, do livro “As Guerras nos Palmares” (subsídios para a sua história), de Ernesto Ennes, onde Domingos Jorge Velho afirma que por ocasião da queda da Fortaleza em 06 de fevereiro de 1694, Zumbi não morreu, e sim, “levou duas pelouradas” e que sua morte deu-se somente “em vinte de novembro de seiscentos e noventa e cinco” (3).
____O que significa pelourada? Segundo o Aurélio, pelourada é um “tiro de pelouro” e pelouro é uma “bala de ferro ou de pedra, esférica, empregada antigamente em peças de artilharia”.
____Em 1694, Zumbi tinha trinta e nove anos de idade. Por maior que seja a nossa perplexidade ou mesmo nosso conservadorismo sabemos que esta hipótese além de explicar determinados fatos é perfeitamente plausível.
____Às vezes a verdade encontra-se tão perto de nós que deixamos de enxergá-la.
Fig. 02. Ferimento de Zumbi: Manuel Lopes Galvão ou Domingos Jorge Velho?

3. O assassinato de Zumbi

____Os que fugiram dos engenhos para a região que ficou conhecida com o nome de Palmares encontraram uma segunda Canaã, uma segunda Terra Prometida. Apesar das profundas cicatrizes deixadas pela saudade do torrão natal e pelos desumanos tratos recebidos, se contentaram com a tranqüilidade de nossos bosques, com a fartura de nossa fauna, com a fragosidade de nossa flora e com a exuberância de nosso solo. Queriam apenas viver em paz. Serem tratados como seres humanos. Ter o direito a terra. Trabalhá-la e dela retirar sua subsistência. Não puderam porque os ditos supercivilizados da época lhes impuseram um pavoroso regime: o do terrorismo. Achando pouco a quantidade de terras e de escravos que possuíam, invadiam seu território, incendiavam suas plantações, destruíam suas criações, queimavam suas povoações, raptavam suas crianças e mulheres, matavam seus guerreiros e, os poucos que sobreviviam, eram submetidos a uma bárbara escravidão. As perdas causadas por estas investidas eram terríveis. Para evitá-las eram obrigados a viver como ciganos, ou seja, em constante processo de mudança. Se por um lado este comportamento “resolvia” a situação, por outro, só piorava, pois cada vez que isto acontecia tudo o que havia sido construído através de árduo trabalho, era deixado para trás, destruído. É difícil, muito difícil, viver sempre recomeçando.
____Cansado de tantos “começar de novo” Zumbi decidiu se fixar em determinado ponto, construir uma fortaleza e partir para o “tudo ou nada”. Tinha consciência de que se vencesse o que se conhece por “Lei Áurea” entraria em vigor em 1694, pois a repercussão de sua vitória seria tão grande que todos os escravos se rebelariam e a escravidão acabaria.
____Sabedoras desta decisão as tropas luciferinas se puseram em marcha. Nunca se vira tão grande exército. Tantos demônios juntos. Sitiaram a fortaleza. Após vinte e dois dias de combates, onde coragem, valentia e inteligência não faltaram a seus defensores, o gigantesco baluarte erguido para defender o direito de ser livre e de ser humano é incendiado. Ardeu como no passado arderam as fogueiras da Inquisição, o castelo de Montségur, com os cátaros e como no futuro arderia os fornos de Auschwitz com os judeus! Que destino trágico para a liberdade!
____Zumbi, não podia morrer. Era fundamental que permanecesse vivo. De sua incontestável liderança, indômita bravura e insubstituível presença física dependia a reunificação do pouco que restara. Seus guerreiros o defenderam e ele, mesmo atingido por “duas pelouradas” (4) conseguiu livrar-se da morte.
____Internou-se nas matas mais inóspitas a procura de um lugar seguro. De um lugar onde pudesse recobrar suas forças, colocar sua consciência e seu raciocínio em ordem e reagrupar seus guerreiros. Encontrou-o e lá construiu o seu esconderijo que consistia de “um sumidouro que artificiosamente havia fabricado” (5).
____Aos poucos a localização de seu esconderijo tornou-se razoavelmente conhecida por outros que se tornariam seus piores inimigos: aqueles que apesar de fazerem parte de seu círculo intimo eram, na realidade, verdadeiros parias, calhordas e judas camuflados, pois só esperavam uma única oportunidade para mostrar sua verdadeira face.
____Um deles, chamado Antônio Soares, em troca de mercês, foi quem guiou o capitão André Furtado de Mendonça ao esconderijo. Neste local, onde Zumbi “pelejou valorosa ou desesperadamente, matando um homem ferindo alguns e não querendo render-se...” (6), foi cometido um dos mais hediondos e sádicos crimes de que se tem notícia em toda a história do Brasil: Zumbi foi assassinado por “quinze ferimentos de bala e muitos de lanças vendo-se ainda que o membro da virilidade do dito negro se havia cortado e enfiado na boca também lhe faltando um olho e se lhe cortara a mão direita” (7) (Fig. 03).

Fig. 03. O assassinato de Zumbi: o sadismo de um crime

____O cadáver foi levado para Porto Calvo. Testemunhas confirmaram tratar-se de Zumbi. Como anteriormente, por inúmeras vezes, afirmara-se, falsamente, terem conseguido sua morte, resolveram mandar um negro decepar sua cabeça (Fig. 04) e salgá-la “com sal fino” (Fig. 05) para enviá-la ao “Governador de Pernambuco Caetano de Melo de Castro” (8) como prova irrefutável e definitiva de sua morte.

Fig. 04: Decapitação da cabeça de Zumbi
Fig. 05: A Cabeça de Zumbi sendo salgada

____O governador ao receber o macabro presente determinou que “se pusesse em um pau, no lugar mais público daquela praça, a satisfazer os ofendidos e justamente queixosos, e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam-no imortal” (9) (Fig. 06).

Fig. 06: A Cabeça de Zumbi espetada em um pau

____Porque lhe deceparam a cabeça? Cortaram-lhe a mão direita? Arrancaram-lhe um olho? Castraram-no e enfiaram o pênis em sua boca? Porque tanto sadismo?
____Não devemos procurar as respostas em explicações desmoralizantes. Estas são totalmente descabidas. As explicações estão nos documentos que nos informam, direta ou indiretamente, o porque deste crime. Em resumo, poderíamos dizer que tamanho sadismo foi devido ao fato de Zumbi, com toda a razão, ter, na medida do possível, pago com a mesma moeda todo o mal que fizeram a sua gente.
____Qual não foi a surpresa dos escravos ao verem a cabeça de seu amado líder naquele estado? Aquela seria mesmo a sua cabeça? Não estariam querendo enganá-los? Como poderiam matá-lo se ele era imortal?
____Zumbi estava realmente morto. É impossível imaginar o tamanho da dor, do desespero e da falta de esperança que sua morte causou aos escravos. Ele não era fisicamente imortal como acreditavam. Imortal era e continua sendo a sua luta, pois neste País os grandes e pequenos engenhos com suas grandes e pequenas senzalas foram simplesmente substituídos pelas grandes e pequenas cidades, aquelas com suas favelas e estas com seus mutirões.
____Zumbi é um exemplo a ser rigorosamente seguido.

Aloisio Vilela de Vasconcelos
Bibliografia
(1) FREITAS, Décio. República dos Palmares: pesquisa e comentários em documentos históricos do século XVII. Maceió: EDUFAL: IDEÁRIO, 2004, doc. 43, p. 193.
(2) Relação das guerras feitas aos Palmares de Pernambuco no tempo do Governador D. Pedro de Almeida, de 1675 a 1678. RIHGB, tomo XXII, 1859, pp. 303-329.
(3) ENNES, Ernesto. As guerras nos Palmares (Subsídios para a sua história). Rio de Janeiro. Companhia Editora Nacional, 1938, doc. 54, pp. 317-344.
(4) Ibid.p. 323.
(5) Ibid.p. 261.
(6) Idem.
(7) FREITAS, Décio. República dos Palmares: pesquisa e comentários em documentos históricos do século XVII. Maceió: EDUFAL: IDEÁRIO, 2004, doc. 43, p. 193.
(8) Idem.
(9) ENNES, Ernesto. As guerras nos Palmares (Subsídios para a sua história). Rio de Janeiro. Companhia Editora Nacional, 1938, doc. 39, pp. 260-261.

(*) Este artigo foi publicado, parcialmente ou totalmente, nos seguintes meios de comunicação:

a. Portal Caruaru. 26.12.2005;
b. InformeSergipe. Variedades. 30/11/2005;
c. http://www.vicosadealagoas.com.br/pg_livros.htm#.


http://www.aloisiovilela.com/artigos.htm 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O MILAGRE DOS PÁSSAROS - ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS



O MILAGRE DOS PÁSSAROS

ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS

Somos viajantes do tempo. Estamos no Recife no dia 14 de abril de 1631, observando o conturbado início da invasão holandesa. Vemos chegar o general Pater com quatro navios e centenas de militares com ordens expressas da Assembléia dos XIX, da Companhia das Índias Ocidentais, para que o Governador e o Conselho Político incluíssem ao domínio holandês a ilha de Itamaracá.
Em 22 de abril, uma expedição composta por quatorze navios e 1260 homens, parte para o seu destino. Por engano, desembarcam num canal ao sul de onde pretendiam, ou seja, longe da cidade e da fortificação e aí, após algumas explorações infrutíferas, resolvem acampar e construir um forte.
Ato contínuo relata Joannes de Laet, à página 206, do Livro Oitavo, de sua “História dos Feitos da Companhia Privilegiada das índias Ocidentais, desde o seu começo até o final do ano de 1636”: “Antes de deixarmos este forte, vamos referir um fato admirável. Um pouco ao norte do acampamento havia uma pequena ilhota, distando menos de um tiro de pistola, e que com a maré cheia ficava inundada, e estava coberta de pequenos arvoredos e arbustos; nesse mato vinha aninhar-se todas as noites, às seis horas, uma quantidade extraordinária de pássaros de tamanho regular e pequenos, que, ao chegarem, quase faziam escurecer o céu como uma nuvem, e no dia seguinte pela manhã, às seis horas, retiravam-se. Mas o que causou estranheza foi que, apesar da presença tão próxima da nossa tropa e de todos os tiros e gritos, essas aves nunca deixaram de chegar à hora habitual, até todo o mato ficar arrasado pela nossa gente e a fortificação ser ocupada”.
Trata-se de um fato admirável, pois sabemos que os pássaros, com o menor barulho, se assustam e fogem desesperados. Por que, então, os pássaros de que fala Joannes de Laet, apesar do barulho infernal causado pela máquina de guerra, a presença humana com os gritos de ordem, de dor e de desespero, só abandonaram o local após a completa destruição da vegetação e ocupação da fortificação?
         É, realmente, estranho. Tão estranho que não se pode hesitar em classificá-lo como um fato milagroso, uma vez que acontecimentos milagrosos ocorrem quando o Intangível interfere no curso normal da natureza. O homem primitivo, não completamente destituído de razão, atribuía origem sobrenatural a certas anomalias do mundo natural. Os Livros Sagrados, das mais diversas culturas, estão repletos de relatos de milagres e aparições e determinados casos nos fazem crer que esta interferência no mundo físico continuou através das diversas Idades atribuídas a nossa História – Antiga, Média, Moderna, início e meados da Contemporânea – e continua na atualidade, pois manifestações e aparições de Jesus e da Bem Aventurada Sempre Virgem Maria têm aparecido em diferentes épocas, locais e materiais: a inexplicável imagem do Santo Sudário, da tilma do índio Juan Diego e as incontestáveis aparições de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, de Lourdes, na França e de Fátima, em Portugal são apenas alguns exemplos mundialmente conhecidos e famosos.
       O que mais impressiona é o fato de que se levarmos em conta o caráter rural, a complexidade do ambiente, o estímulo a religiosidade, a consonância com a crença religiosa, a devoção a “Rainha do Céu” e a existência de fenômenos paranormais em nosso mundo, o que Joannes de Laet considerou como “fato admirável” obedece, rigorosamente, a alguns dos mandamentos básicos das teofanias e aparições.
Portanto, salvo exagero – já que não há nenhum motivo para fraude, pois Joannes de Laet era um rigoroso protestante – não vejo nenhum absurdo em se rotular o ocorrido na ilha pernambucana de Itamaracá como “O Milagre dos Pássaros”.
Os exércitos holandeses e luso-espanhóis não sentiram o exuberante cheiro do perfume do Transcendente e nem entenderam a sua doce e solene intervenção, pois continuaram a se digladiar.
Por isso, não posso conceber este acontecimento sem que nossa Divina Mãe, com lágrimas nos olhos, por ver seus amados filhos se matando, não tenha exclamado o que escrito foi pelo Profeta Jeremias em Lamentações 1, 12:

"Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor semelhante à minha dor".


PROFESSOR ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS
 ( UFAL)













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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Vladimir Gracindo Soares Palmeira, 63, foi um dos principais líderes estudantis durante o regime militar. Entre outros feitos, Palmeira ajudou a organizar da Passeata dos Cem Mil. Por esse e outros motivos, ele acabou preso pelos militares três vezes.

"Movimento estudantil está parado no tempo", diz protagonista da resistência de 1968.

 "Vladimir Gracindo Soares Palmeira, 63, foi um dos principais líderes estudantis durante o regime militar. Entre outros feitos, Palmeira ajudou a organizar da Passeata dos Cem Mil. Por esse e outros motivos, ele acabou preso pelos militares três vezes".

"Movimento estudantil está parado no tempo", diz protagonista da resistência de 1968


WANDERLEY PREITE SOBRINHO
colaboração para a Folha Online
Vladimir Gracindo Soares Palmeira, 63, foi um dos principais líderes estudantis durante o regime militar. Entre outros feitos, Palmeira ajudou a organizar da Passeata dos Cem Mil. Por esse e outros motivos, ele acabou preso pelos militares três vezes.
17.dez.2005/Folha Imagem
Wladimir Palmeira foi um dos líderes do movimento estudantil em 1968 no Rio
Wladimir Palmeira foi um dos líderes do movimento estudantil em 1968 no Rio
Sua última prisão ocorreu durante um congresso clandestino da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Ibiúna (SP) em 1968, quando o ex-ministro José Dirceu também foi detido.
Palmeira foi libertado somente em setembro de 1969, quando a resistência armada seqüestrou o embaixador americano Charles Burke Elbrick e pediu em troca a libertação dele e de outros 14 líderes estudantis. Depois de solto, Palmeira ficou dez anos no exílio.
Em entrevista para a Folha Online, Palmeira lembra de sua atuação naquele período e fala com desânimo sobre o movimento estudantil do século 21. "O movimento tenta repetir o que fizemos no passado. Os tempos são outros", diz.
06.ago.1968/Folha Imagem
Polícia contém manifestação contra prisão de Vladimir Palmeira, no centro do Rio
Polícia contém manifestação contra prisão de Vladimir Palmeira, no centro do Rio
Folha Online - Quando foi que o senhor decidiu cuidar não só dos interesses universitários e lutar contra a ditadura?
Wladimir Palmeira - Era impossível ser de outro jeito. Em primeiro lugar, eu já era de esquerda antes do movimento estudantil. Eu achava que para evitar a derrubada de Jango, [presidente deposto pelo golpe militar], nós deveríamos aderir à luta armada. Mas quando ingressei no movimento, acabei sendo impelido a lutar contra a ditadura porque a própria polícia politizava tudo. Não podíamos pedir qualquer melhoria na universidade que a polícia invadia e reprimia tudo. A solução era lutar contra todo o sistema político.
Folha Online - Qual foi o momento que o colocou entre os líderes estudantis?
Palmeira - Fui líder de massa quase por acaso. Eu nem sabia que tinha vocação. Tudo começou quando o diretor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em 1966 suspendeu o nosso candidato ao centro acadêmico e tirou do cargo do então presidente Antonio Serra. Contra essa medida, organizamos um protesto, mas ele estava sendo mal conduzido. Eu estava cuidado da segurança e fui para assembléia. Como faltava um discurso que desse força à manifestação, acabei tomando a palavra e falando aos estudantes. Todo mundo gostou, eu gostei e, a partir de então, fui me tornando uma liderança. Meu início foi naquele ano, quando eu já estava no terceiro de faculdade. Eu já estava velho para militar porque o quarto e quinto anos de faculdade são os mais difíceis e é quando os universitários diminuem sua militância para estudar.
Folha Online - O senhor foi preso três vezes. Chegou a ser torturado?
Palmeira - Não fui torturado. Só levei uns tapas da polícia de Minas quando me recusei a responder as perguntas que me faziam. As duas primeiras noites foram as mais tensas. Eles colocaram revolver na minha cabeça, tiraram minhas roupas e sumiram com meus remédios contra a asma. Não vi gente morrer, mas ouvia muitas torturas. Eu escutava tudo da minha cela: das surras, aos pedidos de clemência. Às vezes, algum torturado passava na frente da minha cela sendo arrastado pelo chão para outro lugar. Mas terrível mesmo era ouvir os policiais no banheiro contando os detalhes da tortura como quem comenta com jogo de futebol.
Folha Online - O senhor não pegou em armas, mas pensou em aderir àquele movimento?
Palmeira - Eu sempre apoiei a violência para tirar a ditadura militar porque ela sim era violenta. Mas eu tinha muitas restrições. Não apoiava assalto a banco e nem que uma pequena vanguarda decidisse mudar tudo de uma hora para outra. Para mim, a luta armada só faria sentido se camponeses, operários e estudantes participassem dela. Seria preciso mobilizar a sociedade. Quando fui preso, fiz um discurso em que não reconhecia as autoridades que me detinham e defendia um exército revolucionário, mas não falava daquele tipo de luta armada que tivemos no país.
Folha Online - Mas foi o seqüestro do embaixador americano, Charles Burke Elbrick, que libertou o senhor e outros 14 presos da cadeia. O senhor não apoiou aquela ação?
Palmeira - É claro que sou muito agradecido por aquela ação, mas eu realmente não aprovava o método. O seqüestro foi feito por uma pequena vanguarda. Sem um apoio popular, aqueles métodos ficaram muito acima das nossas forças, tanto que pagamos muito caro por ela. Muita gente morreu pelo caminho. Por outro lado, ela atingiu o objetivo de soltar as lideranças estudantis e de abalar a credibilidade dos militares.
Folha Online - O senhor sabia que estava na lista dos 15 estudantes que deveriam sair da cadeia?
Palmeira - Eu nem sabia o que estava acontecendo. Foi um oficial provisório, um cabo que não era de carreira, que me avisou da "libertação dos terroristas". Mas eu não acreditei e nem sabia que a Dissidência [Comunista da Guanabara], o grupo que eu tinha ajudado a fundar, tinha entrado na luta armada. Eu só tive certeza de que algo tinha acontecido quando certa noite eles queimaram meus papeis de anotação, mandaram arrumar a roupa e me mandaram sair. Lá fora estavam vários generais. Assim que eu entrei no camburão, disseram que iriam me matar. Depois chegaram José Dirceu, Luís Travassos [então presidente da UNE e Antônio Ribas [líder secundarista da Ubes]. Eles me olharam e perguntaram por que eu estava emburrado. Foi então que eu soube de tudo.
Folha Online - O senhor achava mesmo que iria morrer?
Palmeira - Sim! Aquela não tinha sido a primeira vez. Quando fomos presos depois do congresso da UNE em Ibiúna, fomos levados para o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em Santos. Nós três e outros estudantes paulistas fomos colocados no Camburão. Em certo ponto da viagem, a gente sabia que se dobrássemos à esquerda, iríamos para o Dops, mas se virássemos à direita iríamos para Itaipu ou seríamos assassinados. Quando chegamos naquele ponto, dobramos a direita e o veículo passou de Itaipu. Não tínhamos dúvidas de que morreríamos. Então fiz um discurso em voz alta para que todos os presentes e os oficiais soubessem que morreríamos com honra. Mas logo depois o carro parou e os policiais disseram que tinham errado o caminho. Quase morri de vergonha (risos).
Folha Online - Depois de solto o senhor foi para o exílio. Qual foi o momento mais difícil nos 10 anos que o senhor passou fora do Brasil?
Palmeira - Foi em Cuba. Fiquei três anos brigando com cubano. Eu nunca gostei de ditadura. Mas apesar do regime intolerável, o povo foi fantástico. Fui bem acolhido e recebi livros, comida e casa, mas não podia trabalhar e manter uma vida social. No último ano, fui obrigado a fazer luta militar.
Folha Online - Obrigado por quem?
Palmeira - Não é que eu fui obrigado, é que eu fazia parte de um grupo e me submetia à decisão da maioria, e muitos de nós quis o treinamento. Eu sempre me alinhei às decisões da minha organização, mas sempre fui muito crítico a ela internamente. Dentre os que defendiam a luta armada, eu era tido como um moderado.
Folha Online - E como era esse treinamento militar?
Palmeira - A luta de guerrilha em Cuba era muito tradicional mesmo antes da revolução. Mas depois virou um mito. E todo mundo que se exilava em Cuba, acabava passando por ele. Depois essas pessoas voltavam para seu país de origem, entravam para a guerrilha e acabavam morrendo porque não estavam mesmo preparados.
Folha Online - Sobre a Passeata dos Cem Mil. Como foi que vocês tiveram a idéia de uma manifestação tão ambiciosa?
Palmeira - Não tivemos essa idéia. Íamos fazer só mais uma. Sabíamos apenas que ela seria grande. Uma semana antes, decidimos usar a violência pela primeira vez porque fomos acusados pelo jornal "O Globo" de só fazer agitação e não resolver nada. Na quinta-feira ocupamos a reitoria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Levamos coquetel molotov, pedra, bastões. A polícia cercou a reitoria, e tivemos de sair na marra. Depois da confusão, ninguém sabia quem estava vivo ou preso. Na sexta, cheguei à praça Tiradentes às 8h. Os donos das bancas de jornal nos viam chegando e fechavam a porta, mas durante a passeata fomos aplaudidos pela população. Terminamos na embaixada dos Estados Unidos. Quando nos viram, a polícia partiu para o ataque, mas, ao reagir, muitos manifestantes acabaram mortos e presos. Depois dessa "Sexta-Feira Sangrenta", [como aquele dia ficou conhecido], marcamos uma passeata para a semana seguinte.
Folha Online - Era a Passeata dos Cem Mil?
Palmeira - Sim. Saímos daquela confusão já com a idéia de fazer uma grande manifestação para terça-feira. O governo passou a discutir a possibilidade de permitir a passeata, então adiamos o evento por mais um dia. A gente sabia que seria grande, mas não esperava aquelas 100 mil pessoas.
Folha Online - O senhor acha que iria tanta gente se o governo tivesse proibido o protesto?
Palmeira - Certamente não iriam as 100 mil pessoas, mas apareceria muita gente porque a população estava muito descontente com a repressão. E mesmo permitindo a passeata, o governo decretou ponto facultativo naquele dia com a intenção de esvaziar o protesto.
Folha Online - Depois de 40 anos, como o senhor avalia o movimento estudantil?
Palmeira - Não dá para comparar. Naquele tempo a gente vivia para mudar o mundo. Hoje quem dá a vida por um deputado? Mas a verdade é que o movimento estudantil ficou parado no tempo. Ele é muito partidarizado. As entidades ficam nas mãos dos partidos políticos, que passam a elas seus programas. O resultado é que os dirigentes não conseguem tratar objetivamente das reivindicações estudantis. A luta agora é corporativa, luta política e muita dependência do governo federal.
Folha Online - Mas o movimento era essencialmente político, não?
Palmeira - É por isso mesmo. Eu me espanto com o fato de o movimento estudantil tenta repetir o que fizemos no passado. Os tempos são outros. É preciso renovar.
Folha Online - E o que deveria ser feito?
Palmeira - Eles deveriam discutir o atual papel da universidade com a população. O movimento perdeu de vista o que pode fazer pela sociedade. A dengue, por exemplo: como a universidade pode ajudar na conscientização das pessoas? As faculdades não estão inseridas na sociedade. Ficar tentando eleger deputado está ultrapassado. Tínhamos de fazer uma política de outro tipo. Os estudantes têm um horizonte enorme pela frente, mas é preciso se renovar.

 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Arte de comprar votos em Alagoas - Golbery Lessa

Arte de comprar votos em Alagoas

compra

Nas Alagoas das últimas décadas, enquanto as outras artes são desprezadas pela elite econômica e os gestores públicos, uma delas viceja, recebe milhões de reais, tem mestres reconhecidos, instâncias de legitimação do mérito, complexos equipamentos arquitetônicos e ostenta uma longa tradição. Trata-se da arte de comprar votos.
É falso imaginá-la como uma arte menor. O seu aprendiz eleva-se com dificuldade a mestre, galga cada degrau do ofício com perdas significativas de tempo e dinheiro. Precisa encontrar professores interessados na elevação espiritual dos discípulos e, de fato, capazes de transmitir o cerne do conhecimento necessário. Comprar votos não é apenas angariar dinheiro e distribui-lo no dia das eleições. O nome encobre a essência da coisa. É a construção de todo um sistema, uma série articulada de procedimentos e práticas para domar a democracia e fazê-la funcionar de acordo com o interesse exclusivo de uma personalidade ou um grupo político.
Alagoas é prodigiosa em grandes artistas. O português contemporâneo usado no país deve muito aos estilos de Graciliano Ramos e Jorge de Lima (e ao trabalho lexicográfico de Aurélio Buarque de Holanda). A Música Popular Brasileira (MPB) não teria a mesma qualidade sem Hermeto Pascoal e Djavan. São menos enaltecidas as contribuições alagoanas à arte de comprar votos. Alguém vai dizer que a degradação do sistema eleitoral é idêntica em todo Brasil. Engano. O fenômeno tem singularidades em cada estado e mesmo cidade, falta é pesquisa acadêmica suficiente para revelar essas especificidades.
A compra de votos, no seu sentido estrito, ocorre no interior de uma totalidade na qual estão inseridas a violência, a prática do favor, o patrimonialismo e a disputa ideológica. Em Alagoas, como em outras formações sociais, os grupos políticos representantes da Ordem procuram, avidamente, dominar os meios de comunicação. Fato demonstrativo de que as oligarquias percebem a potencialidade crítica da sociedade civil e procuram neutralizá-la por meio do monopólio dos instrumentos de difusão de ideias e informações. Esses grupos disputam e ganham o imaginário social e, nesse empreendimento, usam o monopólio das mídias, as emendas parlamentares (para vincular seus representantes políticos às obras públicas), o patrimonialismo, a opinião favorável de milhares de indivíduos com cargos comissionados, redes permanentes de cabos eleitorais difusoras da narrativa oligárquica, a restrição da liberdade de expressão dos adversários por meio da violência e a prática do favor.
Portanto, ao contrário do que pode parecer, as oligarquias alagoanas fundam o seu poder político em uma hegemonia ideológica, isto é, na imposição de sua narrativa sobre as realidade estadual ao resto da população, como ocorre com todos os grupos dominantes, mas se diferenciam de vários desses grupos por focarem de modo mais radical nas dimensões coercitivas, mercantis e patrimonialistas garantidoras das condições do seu domínio do imaginário social. Isso acontece devido ao caráter radicalmente excludente que o capitalismo alagoano adquiriu nas últimas cinco décadas. A incapacidade de a economia oferecer o mínimo de bem-estar ao resto da população impõe à classe dominante estadual uma disputa ideológica muito mais crua, expressa no uso mais radical de elementos ilegítimos na retórica do jogo democrático moderno.
Em Alagoas, como em vários outros estados brasileiros, o voto, ou seja, uma expressão prática da consciência do eleitor, não é comprado apenas no dia da eleição. A própria disposição de vender o voto é construída na subjetividade do eleitor pelas oligarquias ao longo do tempo e no interior de uma dura disputa por hegemonia ideologia com a sociedade civil organizada e o resto da população. Nessas condições, toda a atitude que expresse falta de combatividade, covardia ou derrotismo no interior da sociedade civil estadual é uma infâmia, pois corrobora a essência das condições subjetivas do projeto oligárquico de poder e sociedade.
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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

De que serve a bondade - Bertolt Brecht

De que serve a bondade - Bertolt Brecht

1De que serve a bondade  Se os bons são imediatamente liquidados, ou são liquidados  Aqueles para os quais eles são bons?De que serve a liberdade  Se os livres têm que viver entre os não-livres?De que serve a razão  Se somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam?2Em vez de serem apenas bons, esforcem-se  Para criar um estado de coisas que torne possível a bondade  ou melhor: que a torne supérflua!Em vez de serem apenas livres, esforcem-se  Para criar um estados de coisas que liberte a todos  E também o amor à liberdade  Torne supérfluo!Em vez de serem apenas razoáveis, esforcem-se  Para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduo  Um mau negócio! 

Eugen Berthold Friedrich Brech, ou Bertolt Brecht (Augsburg, Alemanha, 10 de fevereiro de 1898 - Berlim, Alemanha, 14 de agosto de 1956) - Além de poeta, foi um dos mais influentes dramaturgos e encenadores do século XX. Seu trabalho contribuiu profundamente com o teatro moderno que é estudado e montado até hoje. Criou e dirigiu o grupo mundialmente conhecido Berliner Ensemble. As traduções dos poemas foram feitas por Paulo César de Souza 
















HERÓIS DE VERDADE - Por que os heróis de verdade não aparecem nas páginas das belas histórias? - Carlos Henrique Palmeira Chaves



HERÓIS DE VERDADE
21/08/2008
 Carlos Henrique Palmeira Chaves

Por que os heróis de verdade não aparecem nas páginas das belas histórias? Não recebem as homenagens e títulos? Na verdade eles são esquecidos nas entrelinhas do discurso nacionalista. Os heróis que recebemos são de papeis e tinta, nunca existiram a não ser na literatura científica, na historiografia positiva. Nossos ditos heróis são homens épicos, imbatíveis e insuperáveis. São dotados de super poderes, capacidades extra-humanas e possuidores de perfeições divinas. Nossos grandes homens têm sobrenomes ilustres e linhagem nobre, são seres fenomenais.
            Os verdadeiros heróis brasileiros são bravos heróis humanos. Feitos de imperfeições e devaneios, dotados da maior capacidade de sonhar, imaginar e lutar por um mundo melhor. Sobre esses impetuosos seres ninguém necessita escrever uma linha sobre os seus sentimentos ou feitos. Quando falam, discursam para a humanidade como alguém que anseia a liberdade.
O maior exemplo de herói da humanidade é Jesus Cristo, que em momento algum escreveu uma vírgula e morreu por aquilo que acreditava: a redenção da espécie humana. Cristo vivenciou suas palavras e enfrentou as velhas concepções humanas egoístas e perversas. Sua vida foi um exemplo de renúncia e heroísmo. Viveu para sua fé e morreu afirmando a sua convicção: “amar ao próximo como a ti mesmo”.
Talvez seja por isso que grandes homens nunca aparecem como heróis de verdade, são pessoas simples que não almejam a glória e o sucesso, são seres iluminados, que com sua humildade engrandecem a vida terrena.  
O herói de verdade é humano, uma pessoa de carne e osso, de alegrias e tristezas. São seres que não buscam vir ao mundo através dos anais da história, e sim, trazer a sua satisfação ao seu próximo, constatando o brilho da paixão de viver no olhar de seu semelhante. É acreditar na humanidade quando esta não lhe der nenhum motivo para crê-lo. É saber que sempre haverá um novo dia e novas oportunidades para viver, viver sim e também ser feliz.
Só há uma certeza que heróis de verdade não são fabricados, nascem com a fibra e a dignidade de seres superiores capazes de renunciar suas vidas e prol do seu próximo. Talvez seja por não conseguimos ser grandes homens que necessitamos de heróis, nem que sejam de papeis, salvadores de sonhos nossas doces ilusões.

ESCONDIDINHO É MAIS GOSTOSO!!! - Carlos Henrique Palmeira Chaves



ESCONDIDINHO É MAIS GOSTOSO!!!

Texto redigido em 17 de novembro de 2008.

Carlos Henrique Palmeira Chaves

Eu estava ali em mais um saboroso ócio criativo, deslocando-me de uma cidade para outra, indo fechar a minha insignificante carga laboral de muitas horas semanais quando eu comecei a pensar em nossos "queridos políticos".
Concatenei esses caras têm problema. Eles devem ter alguma trama, ou algum tipo de “psiquisopatia”, então utilizei o meu precioso tempo para bolar uma solução para essas pessoas desvalidas.
Eles fazem isso porque é escondido, se fosse declarado, escancarado e permitido não fariam isso, deve ser algum tipo de trauma de infância ou na adolescência.
No mínimo tinham alguma criança pateta que perseguiam eles. Não tem para onde, algum problema eles devem ter! É muito dinheiro que não dá para gastar em uma vida só..... È........ deve ser mesmo egoísmo de Classe.
Como diz o ditado popular: "tudo o que é escondido é mais gostoso...". Então vamos deixar as claras para que todo mundo possa ver. Que tal legalizar a "corrupção"!!!??????
Já sei, vamos criar um projeto de lei que regulamente a usurpação do erário público.
 Perái, vamos com calma, as coisas não podem ser assim.
Temos que "definir" com quem ficará a verba da merenda, pois todo mundo quer, se não vai dar briga.
 Será que só assim as coisas  mudem??? Estar na hora de mudar!!!!!

“Viver é uma arte. E seu roteiro deve ser escrito pela sabedoria e pelo bom senso”. Dr. José Reginaldo de Melo Paes (medico, poeta, acadêmico alagoano)

  Dr. José Reginaldo de Melo Paes (medico, poeta, acadêmico alagoano) “Viver é uma arte. E seu roteiro deve ser escrito pela sabedoria e p...