Academia Portocalvense de História, Letras e Arte – com sigla A.P.H.L.A, fundada em 26 de abril de 2012, Porto Calvo, Alagoas, é uma academia de letras brasileira. Fundada por intelectuais alagoanos, entre eles Jefferson Murilo Palmeira Chaves , Carlos Henrique Palmeira Chaves, Amaro Patrúcio, Adelmo Monteiro, Jossana Cabral, Severino dos Ramos Barbosa, Cláudia da Cunha entre outros.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
Máquina comedora de felicidade - Ana Cláudia Laurindo - Mestra em Educação Brasileira na Linha História e Política, Cientista Social, cidadã, amante e defensora do direito de viver.
Mestra em Educação Brasileira na Linha História e Política, Cientista Social, cidadã, amante e defensora do direito de viver.
Muitas vezes observo o trabalho de formadores, absolutamente
voltados para o sucesso capitalista, mercadológico, esvaziado de sentido
humano e valorização da felicidade.
É preciso gerar uma cisão entre realização profissional e felicidade?
Não há como instrumentalizar as pessoas para o trabalho, sem lhes
tirar noções de humanidade, cidadania, ética e outras pequenas coisas
necessárias?
Não consigo acreditar em tais discursos nem enxergo neles qualquer
laivo de boas intenções. Talvez porque já tenha entendido que entre
outras intenções nobres, estejam embutidas outras nada nobres, como a
submissão do outro, até mesmo a subjugação.
Queremos formar tarefeiros, cumpridores de ordens, executores. Porque
alguns de nós já se arrogou o lugar sagrado de líder, chefe
concentrador de comandos e outras chaves para barganhar a vida…alheia.
Há muito a ser desmistificado, desmascarado e descoberto, em nossas relações cotidianas e propostas de formação.
O silêncio, a aceitação, são adubos para toda sorte de abuso.
Sem gritos, precisamos de palavras fortes. A mentalidade não se altera com medo, omissão e outras sujeições.
Cada ser pode encontrar em si um leque de melhorias e fragilidades, e
estamos todos em processos contínuos de aprimoramento e evolução. Não é
verdade que nosso lugar social deve ser estanque. Podemos balançar o
coreto, abalar o palanque, divulgar ideias novas.
Carecemos reagir sempre o poder truculento busca abater nossa fúria íntima com promessas de mortificação.
Só estaremos vivos se formos capazes de movimentar processos
reinventados, consumindo cinzas para engrandecer a chama da nova pessoa
que cresce em nós.
Fotos: parece INACREDITÁVEL, mas novo carro MOVIDO A AR (comprimido) pode começar a circular em agosto 2014 na India
Fotos: parece INACREDITÁVEL, mas novo carro MOVIDO A AR (comprimido) pode começar a circular em agosto
A Tata Motors,
líder no mercado automobilístico indiano e gigante industrial que se
encontra em constante expansão global, promete lançar já agora em agosto
um modelo de carro que deve repercutir ainda mais que o Nano, que pôs à
venda em 2009 com a alcunha de “O Carro do Povo” – por seu valor
baixíssimo (o equivalente a 4,240 reais).
Batizada Mini CAT, a nova aposta do ousado fabricante asiático – que
em 2008 adquiriu nada menos que a duas marcas extraordinárias e
tradicionais, como Jaguar e a Land Rover, junto à Ford – é constituída
por um chassi tubular e corpo de fibra de vidro, ao qual se agrega um
revolucionário motor que dispensa gasolina, diesel, gás ou eletricidade.
Funciona apenas com a ajuda do mais disponível dos propelentes: o ar.
A tecnologia, desenvolvida pelo inventor e ex-engenheiro de Fórmula 1
francês Guy Nègre e a empresa MDI, de Luxemburgo, emprega ar comprimido
para empurrar os pistões do motor do carrinho. Todas as funções
elétricas do automóvel são controladas por um microprocessador,
enquanto um pequeno transmissor de rádio envia instruções a todos os
outros (poucos) dispositivos.
No Mini Cat, tudo se (re)aproveita: com temperatura rondando os 15 graus abaixo de zero, o ar limpo expelido pelo tubo de escape é reutilizado pelo sistema interno de ar condicionado, o que evita o consumo de gases ou a perda de energia.
Não são necessárias chaves, apenas um cartão de acesso “lido” pelo
veículo mesmo que esteja, por exemplo, dentro de uma bolsa. Segundo os
engenheiros responsáveis, circular em um Mini Cat custa menos de 50
rúpias (a moeda indiana) por 100 quilômetros rodados, ou seja, cerca
de um décimo do custo de um carro movido a gás natural aproximadamente 1
dólar para cada 100 quilômetros). O carro desempenha uma velocidade
máxima de 105 quilômetros por hora rende algo como 300 km percorridos a
cada reabastecimento.
Para recarregá-lo, basta ir a um dos postos de combustível que
estejam munidos de compressores de ar especiais. O processo todo dura
entre dois e três minutos, a um custo de cerca de 100 rúpias (3,60
reais). É possível também reabastecer em casa ou dispor de
compressor elétrico a bordo. Neste caso, a carga demora de 3 a 4 horas
para ser completa.
Por não efetuar combustão, o motor do Mini CAT consome, por meio de
suas peças móveis, 1 litro de óleo vegetal a cada 50.000 km. Devido à
sua estrutura simples, requer pouca manutenção.
A aposta ousada da Tata, que desafia muitos críticos sérios e
céticos, pretende colocar nas ruas uma verdadeira revolução —
um automóvel extraordinariamente econômico, ”limpo” e, para os padrões
internacionais, baratíssimo: seu preço na Índia será perto de 360 mil
rúpias (pouco mais de 13 mil reais no Brasil).
Bem, agosto está aí. Esperemos para ver. Se tudo se confirmar, estará
sendo virada uma página na história do automóvel — nada menos do que
isso.
Entenda o funcionamento:
Segundo o site www.automotto.org o indiano Nanjundaiah K criou um veículo movido a ar comprimido feito de peças usadas.
O estranho modelo emprega um motor de 8 cv feito de sucata, o qual converte ar comprimido em energia elétrica com o auxílio de um dínamo. De acordo com o site este pequeno engenho é capaz de gerar eletricidade para 25 casas. Agora o inventor quer usar a mesma tecnologia para assegurar o fornecimento de energia para a pequena aldeia em que vive.
S
terça-feira, 24 de junho de 2014
O NINHO - Dr. Sebastião José Palmeira
O NINHO
*Sebastião
José Palmeira
I
Eu vi um
passarinho
Construindo o seu
ninho
Com muita
habilidade
Sobre um semáforo
da cidade.
II
Ia e vinha o
passarinho,
Carregando no bico
Pedaços de palha
seca
Para fazer o
ninho.
III
Julgando o lugar
seguro,
Indiferente ao
barulho,
Preparava o ninho
Para abrigar os
filhinhos.
(*) É Diretor-
Geral da SEUNE.
PAIXÃO POR MACEIÓ - Dr. Sebastião José Palmeira
PAIXÃO POR MACEIÓ
*Sebastião José Palmeira
MACEIÓ
EU AMO VOCÊ,
VOCÊ
É O MEU QUERER,
A
MINHA ETERNA PAIXÃO.
GOSTO
DE CONTEMPLAR
O
VERDE AZUL DO SEU MAR,
QUANDO
A TARDE VAI SUMINDO,
QUANDO
A NOITE VEM CAINDO,
UNINDO
O CÉU E O MAR.
NO
ETERNO BALANÇAR
DAS
PALHAS DOS SEUS COQUEIROS
VEM
A LUA CARINHOSA
MANSAMENTE
SE ABRIGAR.
OS
AMANTES BUSCAM O MAR
E
FAZEM JURAS DE AMOR.
JURAS
COMO ESSAS EU AS FIZ OUTRORA,
COMO
FAZEM OS AMANTES DE AGORA.
(*)
É Diretor – Geral da SEUNE.
UMA NOITE DE AMOR- Dr. Sebastião José Palmeira.
UMA NOITE DE AMOR
(*) Sebastião José Palmeira.
Brasília, final de outubro, idos de 1970.
Meu
colega de república, com o qual dividia o apartamento, tinha viajado para sua
terra natal, a fim de empenhar-se na campanha política de um Senador, seu amigo,
o qual lhe conseguira um cargo de professor na Fundação Educacional de
Brasília, tida, à época, como pagadora dos maiores salários.
Assim,
ao viajar, deixara comigo seu carro.
A
cidade estava vazia, quase deserta. Os Deputados, Senadores, familiares e
assessores, em sua totalidade, também, tinham viajado aos seus Estados de
origem, deixando, como de costume, a cidade vazia.
Tinha
acabado de jantar no restaurante da universidade, onde fazia o 3º ano de
Direito. A noite estava muito bonita, pairando no céu restos de nuvens
avermelhadas que, recalcitrantes, teimavam em permanecer no horizonte longínquo
e inacessível daquela cidade perdida.
Resolvi,
então, dá uma volta de carro. Passeei durante uns trinta minutos pela cidade
quase vazia e, sem outra alternativa, fui ao Hotel Nacional, onde havia uma
boite muito freqüentada e um barzinho situado na parte externa do seu jardim,
onde se poderia tomar um chopp gostoso e gelado. Mas, para a minha surpresa, o
ambiente estava quase vazio. Estacionei o carro e fiquei observando se valeria
a pena descer. Vi, em uma mesa, um casal conversando com ar descontraído. Em
outra mesa, no canto do jardim, observei uma jovem, sentada, sozinha,
pensativa,tomando chopp. Passei, então, a olhá-la com certa insistência. Era uma
moça ruiva, de olhos azuis, alta e bem vestida. Ao notar-me e, ante a
insistência do meu olhar fez um ar de riso, levantou a taça, ergueu-a em minha
direção e me ofereceu.
Fechei
o carro e fui até sua mesa. Disse-lhe, boa noite ! E ela, olhando-me calmamente,
retribuiu o cumprimento, boa noite! Seus olhos, de um azul intenso, deixaram-me
atônito e, ela, percebendo o meu embaraço, disse-me: não vai sentar ? Sente-se,
por favor! Eu obedeci automaticamente, instintivamente. Ela então falou: vou
pedir outro chopp, você me acompanha? Sem titubear afirmei, sim. Ela chamou o
garçom e pediu, dois chopps, sem colarinho, por favor !
Enquanto
o garçom se afastava, ela estendeu-me a mão e disse-me: muito prazer, meu nome
é ELVIRA e o seu ? Respondi, Palmeira. Ela rindo disse: Palmeira é nome de
planta, você deve ter outro nome! Eu, meio sem graça, disse: meu nome é
Sebastião, Sebastião José. Ah!, Sebastião José, soa melhor...
Em
poucos goles bebi o primeiro chopp e, já refeito, disse-lhe: você existe
realmente ou é um sonho? Por que você diz isso, perguntou-me, disse-lhe então:
você parece uma fada, vinda de um reino encantado. Você é linda, lindíssima! Eu
estou sonhando! Ela então retrucou, você é um poeta, um amor, nesse mundo de
desamor. Fale-me de você, o que está fazendo aqui nessa cidade, nesse deserto.
Então lhe disse que estava ali para estudar , fazia Direito e seria advogado.
Romântico desse jeito ganhará todas as causas e os corações também! Obrigado,
disse-lhe. E você, o que faz aqui, está passeando? Ela disse não, sou aeromoça,
estou aqui apenas esta noite, ou melhor, até às nove horas de amanhã. As dez
horas deverei estar no aeroporto, na companhia para qual trabalho. Riu e disse:
eu moro no céu.
A
essa altura o efeito da bebida nos fazia filosofar de maneira descontraída e,
eu lhe disse: eu sabia que você não era desse mundo, você caiu do céu. Deus
mandou você para mim, para aplacar a minha solidão.
Apanhamos
o carro e fomos dar um passeio pela cidade. Fomos à Torre, ao Santuário de Dom
Bosco, ao Palácio da Alvorada e a outros pontos da cidade. Parecia que já nos
conhecíamos, a confiança era total.
Finalmente,
paramos no estacionamento do hotel e, ainda sob o efeito da bebida, aconteceu
um grande e inesperado beijo, seguido de outros beijos e de muitas carícias.
Ela me afagava, acariciava-me como se tivesse guardado todo aquele amor para
mim. Estávamos tontos de desejo, de amor e de paixão.
Elvira
pediu que eu ligasse o som do carro, queria ouvir música. Eu o fiz sem demora.
Sintonizei-o em um programa intitulado “ eu, você e a música”. Nesse programa,
o locutor, com voz melodiosa, selecionava músicas que tinham marcado bons
momentos, românticas, tecia comentários e falava aos corações apaixonados.
Ouvimos
várias músicas com naturalidade, até que tocou uma música em que Elvira fez um gesto
súbito, colocou a mão na testa e disse, não, não é possível, ouça essa música,
por favor, com atenção, ela foi feita para nós dois. A música tinha a seguinte
letra: “ Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar, em cada
despedida eu vou te amar, desesperadamente eu vou te amar...”
Ao
som da música Elvira beijou-me quase sufocando-me, apertando-me contra seu
corpo com tanta intensidade que parecia possuída de uma força estranha, a força
da paixão e do desejo.
Terminada
a melodia, ela me disse: estou com muita fome e você?
Respondi:
eu também , estou com uma fome danada, vamos sair para comer alguma coisa.
Existe um restaurante árabe muito bom lá na Asa Sul. Ela respondeu: não, eu
prefiro comer no restaurante aqui do hotel, a comida é muito boa.
Fomos
até a recepção do hotel. Elvira solicitou do recepcionista: a chave do 407, por
favor! O rapaz afastou-se e entregou-lhe a chave, mas, antes, olhou-me de
maneira curiosa, sendo atraído pela voz firme de Elvira que lhe disse: vou ao
restaurante, qualquer ligação para mim estarei lá, OK? O rapaz respondeu : sim, senhora.
Pegamos
o elevador e subimos. O restaurante, super aconchegante, com velas colocadas em
rodelas de pepino decorado à mão, parecia preparado, adredemente, para nós
dois.
O
garçom aproximou-se, Elvira pediu um vinho português e ficamos bebendo enquanto
aguardávamos o jantar. Comemos e bebemos fartamente.
Tínhamos
terminado o jantar. De repente, Elvira pega a minha mão, acaricia, beija-a e
diz: vou pedir a conta, você me
acompanha até o apartamento? Estou no 407, sozinha.
Ela
estava um pouco nervosa, meio perturbada com o convite que acabara de me fazer,
fugia do meu olhar. Antes que ela mudasse de opinião respondi: sim, acompanho
sim, com muito prazer. Vou aonde você for, faço tudo o que você quiser. Ela
apertou o meu braço em silêncio, assinou a nota e subimos até o seu
apartamento.
O
meu coração batia descompassadamente, a porta abriu-se, o apartamento
iluminou-se, entramos...Eu lhe disse, vamos fazer dessa noite a noite mais
linda do mundo, ela respondeu, já é, esta é a noite mais linda do mundo!
Ficamos,
nesse enlevo até a madrugada, quando Elvira cansada, adormeceu. Fiquei a
contemplar, aquela linda mulher, demoradamente. Não queria dormir, alisava os
seus cabelos e procurava não movimentar o corpo para não acordá-la . Adormeci
com Elvira em meus braços. Despertamos com o toque do telefone. Elvira com voz
de sono atendeu e a telefonista, solícita, anunciou, bom dia, a senhora pediu
para ser despertada às seis horas, são seis horas. Obrigada, disse Elvira.
Terminava,
ali, uma linda história de amor.
Dias
depois Elvira me enviou um cartão postal de Santa Catarina. Nele dizia: “ Eu
nunca mais vou te esquecer!”
Beijos,
Elvira.
Nos
inúmeros vôos que fiz pela vida, procurei em vão, nas aeromoças que via,
encontrar Elvira.
* Sebastião José Palmeira é Advogado Criminalista,
Procurador de Estado, especialista em Direito penal, professor de Criminologia
e Diretor-Geral da SEUNE
INGRATIDÃO - Dr. Sebastião José Palmeira
INGRATIDÃO
*Sebastião
José Palmeira.
A ingratidão é a ausência do
reconhecimento humano. Nada dói mais do que a ingratidão.
Conta-nos à história bíblica
que Jesus curou dez leprosos e apenas um voltou para agradecer. O mestre,
olhando-o perguntou-lhe:
Não foram dez os que curei?
Onde estão os outros? Tendo o agraciado respondido: senhor eles se foram.
Como se vê, até Jesus sentiu
a ingratidão humana. Há pessoas que só se lembram de pedir, jamais de
agradecer. Acham que tudo podem, tudo merecem e depois se esquecem. Seguem
indiferentes como os leprosos ingratos.
Certa feita lí que há
pessoas que guardam no inconsciente uma espécie de revolta contra aqueles que
as ajudaram. A tese causa espécie, mas para os que leram “Palavras Cínicas”, há um pouco de verdade
nessa afirmação. Existem pessoas que não admitem terem sido ajudadas. Chegam ao
topo da gloria e da fama e se pudessem queimariam a frágil e pequenina escada que um dia lhes serviu de
degrau. Tornam-se vaidosas, arrogantes, prepotentes e oniscientes. Sabem tudo,
podem tudo.
O ingrato sempre escolhe
alguém que esteja acima dele e que possa ajudá-lo a crescer ainda mais, mesmo
que para isso tenha que se submeter as mais deploráveis situações e vexames.
Tem memória fraca, esquece rápido, quer subir, mesmo que para isso tenha que
descer.
Augusto dos Anjos, poeta
paraibano, diz em versos:
“Vês! Ninguém assistiu ao
formidável
Enterro de tua última
quimera.
Somente a Ingratidão – esta
pantera –
Foi tua companheira
inseparável!
Acostuma-te à lama que te
espera!
O Homem, que, nesta terra
miserável
Mora, entre feras, sente
inevitável
Necessidade de também ser
fera.”
A ingratidão e a traição
andam juntas, são companheiras inseparáveis.
Jesus perdoou a adultera, a
prostituta e o bom ladrão, mas, não perdoou o traidor.
No mundo atual, onde os
valores éticos, morais e políticos, estão cada vez mais desvirtuados, disse
ALFONSO MILAGRO que, três coisas devemos ser: PUROS, JUSTOS E HONRADOS. E três
coisas devemos desprezar: A CRUELDADE, A ARROGÂNCIA E A INGRATIDÃO.
Aos ingratos, eis minha
catarse.
* Sebastião José Palmeira é Advogado Criminalista,
Procurador de Estado, Especialista em Direito Penal , Professor de Criminologia e
Diretor-Geral da SEUNE.
DEUS - Dr.Sebastião José Palmeira
DEUS
Sebastião
José Palmeira*
Deus é a
síntese do bem e a antítese do mal.
Negar a
existência de Deus seria negar a própria existência, a própria razão de ser,
afinal não pode existir criatura sem criador.
O ateu é
antes de tudo um pretensioso, um vaidoso, que gostaria que Deus lhe mostrasse a
face e lhe dissesse: Eu estou aqui! Veja-me, toque-me! E mesmo assim o
agnóstico ainda diria que tivera uma visão, uma alucinação e continuaria na sua
obstinada dúvida e recalcitrância. Disse Santo Agostinho que aqueles que negam
a existência de Deus, o fazem por conveniência.
Deus não
se explica, sente-se a sua presença como a brisa que nos acaricia e no entanto
não a vemos.
Pode-se
ver Deus na criança que nasce, na mãe que amamenta e acaricia o filho, na flor
que desabrocha, nos pássaros que cantam, nas manhãs ensolaradas, nas noites
enluaradas, nas cachoeiras sonoras, no mar, no ar, nas estrelas, em tudo de bom
e de belo, e até mesmo no sofrimento e na provação.
Você que
está passando por momentos de dor e de angústia, você que se esqueceu de Deus,
lembre-se de que Ele existe. Deixe a vaidade de lado e procure encontrá-lo e
não demorará para que Ele venha ao seu encontro. Você não o verá, mas sentirá a
sua presença confortadora e afável.
Disse Jesus:
Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviareis.
Todavia,
é deveras lamentável que pessoas usem o nome de Deus para a exploração da fé e
dos incautos, extorquindo-lhes as economias, os últimos centavos, em nome de
igrejas que fazem verdadeiras lavagens cerebrais, formando imensuráveis
tesouros, enchendo malas de dinheiro, em um país de famintos e de miseráveis.
A fé não
é mercadoria para ser vendida. Entre a criatura e o criador não existe necessidade de atravessador, de vendedores de
ilusões, de falsos profetas, nem de estelionatários da fé. O pior ladrão é
aquele que rouba usando o nome de Deus, que ultraja, que seduz e que corrompe.
Negar a
existência de Deus, seria o mesmo que admitir-se ter sido Jesus um farsante,
pois diante de Pilatos, quando perguntado onde estava o Deus Pai, Jesus Cristo
afirmou: “Quem vê o filho vê o Pai! Eu e o Pai somos uma só pessoa!”
Johann
Wofgang Von Goethe afirmou: “Curvo-me diante de Jesus Cristo como diante da
revelação divina do princípio supremo da moralidade”.
Jean-Jacques Rousseau, expoente maior do iluminismo francês, assim se
expressou: “Se a vida e a morte de Sócrates são as de um sábio, a vida e a
morte de Jesus Cristo são a de um Deus”.
Em síntese, Deus
é o sublimar da existência humana.
*É advogado
criminalista, Procurador de Estado e Diretor-Geral da SEUNE (Sociedade de
Ensino Universitário do Nordeste).
DETERMINISMO - Dr.Sebastião José Palmeira.
DETERMINISMO
* Sebastião José Palmeira.
Não
te desesperes porque é em vão.
Não
te atormentes porque a vida é luta.
Não
busques glória na competição,
Porque
há nesta uma força oculta e injusta.
Contenta-te
com o quotidiano mesquinho e vilão,
E
deixes que a vida siga o seu curso prescrito,
Pois
há no curso desta um determinismo estrito,
Que
anula qualquer esforço e que abafa qualquer grito.
Quando
te desesperares, contemples os campos floridos e
Os
lírios em botão, e veja quão belo é o oceano e que
há,
também, neste, revolta e agitação.
Os
nossos destinos são sempre moldados e esculpidos em
uma
grande pedra de sabão e o escultor, muitas vezes,
quando
os faz, os faz sem alma e sem coração.
Porisso
meu amigo, o teu desespero é em vão e a tua
revolta
um desperdício.
Assim,
não busques no sacrifício em vão da tua luta, a
impossível
paz da perfeição.
(*)
Sebastião José Palmeira é advogado criminalista, procurador de Estado,
especialista em Direito
Penal , professor de Criminologia e Diretor-Geral da SEUNE.
MACEIÓ DOS MEUS SONHOS- Dr. Sebastião José Palmeira
MACEIÓ DOS MEUS SONHOS.
(*) Sebastião José Palmeira
O
centro de Maceió, que nas noites de outrora serviu para o enlevo de casais
enamorados e apaixonados, com suas vitrines enfeitadas, suas praças iluminadas
e bem cuidadas, encontra-se tétrico e lúgubre.
O
belo cenário da minha adolescência, cujas praças floridas e com caixas de som
no alto de suas árvores frondosas, onde ouvíamos lindas melodias, não mais
existe! Perguntar-me-iam os mais jovens, isso realmente existiu ? E eu lhes
responderia de pronto: Sim, existiu ! Houve um Prefeito em Maceió, chamado SANDOVAL CAJÚ, que realmente amou esta
cidade. Recuperou as praças e os jardins, colocando em todas elas um serviço de
som que saía das caixas colocadas no alto das árvores e a todos embevecia. Além
de outras obras, Sandoval Caju, reconstruiu a Praça do Centenário, dotando-a de
uma belíssima “Fonte Sonora e Luminosa”, tendo ao lado, em concreto, o Mapa de
Alagoas. Era poeta e dotado de grande inteligência. Não fugia do povo, antes,
porém, misturava-se a ele. Falava muito, mas gostava de ouvir, principalmente
os jovens e os estudantes. Acompanhava as obras pessoalmente e era costume
vê-lo sempre ao lado dos operários. Foi cassado pela Revolução de 1964 sem
concluir sua bela administração.
Esse
cenário deu lugar a uma cidade triste e fúnebre. Ao invés das belezas do
passado, vê-se uma Maceió velha, feia e tenebrosa. Proliferam as “casas
funerárias” , com seus esquifes expostos e competitivos. Elas estão presentes
em toda parte, principalmente nas proximidades dos hospitais. Parece um agouro
! Deveria ser proibido por lei tais exibições. Cheguei a conversar e sugerir a
uma vereadora a elaboração de um projeto de lei para coibir tais abusos. Prontifiquei-me,
até, a fazer uma exposição de motivos para sua fundamentação, pois Maceió é uma
cidade turística, conhecida nacionalmente por suas belezas naturais, visitada
por muita gente, tendo sido motivo de inspiração da música “Saudades de Maceió” , cantada pelo inesquecível LUIZ
GONZAGA.
A
minha geração chegou ao poder! Muito esperava dela, porém resta-me uma grande e
profunda frustração. Muitos foram sacrificados em nome de um ideal e de sonhos
não concretizados. Os que chegaram ao poder, frustraram-nos as esperanças. Os
nossos mártires, se vivos fossem, estariam morrendo de vergonha. Afinal
serviram apenas como “boi de piranha”! Mas, deixemos as lamentações e partamos
para a realidade. O que deve ser feito, mudado, aperfeiçoado, melhorado,
construído, eis que, em breve começará uma nova administração municipal, onde o
povo de Maceió e por extensão o povo de Alagoas, depositou e deposita as suas
últimas esperanças.
Sonho
com uma Maceió dotada de grandes viadutos, novas avenidas largas e bonitas,
circundando toda a orla marítima da nossa Capital. Penso na interligação da
Praia da Avenida da Paz com a Praia da Pajuçara. O depósito da ATLANTIC seria
deslocado para as proximidades do Porto de Jaraguá ou outro local, passando por
lá uma grande, larga e bela avenida litorânea. Desapropriada a ATLANTIC,
surgiriam novos edifícios à beira mar e, a cidade, além da desobstrução do
trânsito, teria um novo visual. Completando, estenderia a avenida que margeia a
praia de Cruz das Almas, até a praia de Jacarecica e, posteriormente, até a
praia da Sereia. Trocaria o nome da praia de Cruz das Almas por outro mais
bonito, pois, Cruz das Almas é uma péssima denominação para uma praia
turística.
E
os recursos? A própria iniciativa privada teria interesse em ajudar a pavimentar
e construir as futuras avenidas, afinal, seriam as construtoras e os donos de
terrenos os mais beneficiados, visto que, o sonho de toda pessoa é morar em
frente ao mar.
O
poder público pode desapropriar. Basta querer !
Conforme
afirmou o Deputado Federal João Lyra, em artigo publicado em O JORNAL , edição de
14/11/2004, pág.A3, “ Com trabalho, muito trabalho, consegue-se tudo o que se
quer e deseja.”
Portanto,
vamos pensar forte e grande e deixarmos essa idéia de pequenez e de atraso para
o passado. Se empregarmos todos os recursos oriundos do povo e que nos são
destinados por força de lei; se não houver corrupção e enriquecimento ilícito
de muitos, sobrará dinheiro. Basta adotar-se a trilogia: honestidade, trabalho
e competência. Dinheiro público é para ser aplicado, jamais roubado!
Assim,
vislumbro a imensa avenida litorânea, iluminada, com novos e belos mirantes em
toda a sua extensão. Circundada por edifícios residenciais, restaurantes,
postos de gasolina, fazendo surgir, assim, uma nova e próspera Maceió.
Esse
projeto arrojado, serve de complementação para outro grande projeto, que é a
rodovia sobre o vale do Reginaldo, prometido na campanha política, obras que se
realizadas, projetarão Maceió para os próximos cem anos.
Governar
não é tão somente tapar buracos ou desviar recursos. Vez que, administrar é
postar-se além do seu tempo, é antever, criar, sonhar, idealizar. Se assim não
fosse, JUSCELINO KUBTSCHEK, o maior presidente da história do Brasil, não teria
construído Brasília, a capital da esperança, em apenas quatro anos.
(*) Sebastião José Palmeira é Advogado
Criminalista, Procurador de Estado, Especialista em Direito Penal ,
Professor de CRIMINOLOGIA e Diretor-Geral da SEUNE.
Fragmentos do pensamento - Arrisete C. L. Costa
Fragmentos do pensamento
A “operação historiográfica” é construída e não esconde a sua artificialidade, é realizada pelo método de questionamento às avessas e pela intencionalidade histórica que possibilitarão a reconstrução analítica de “rastros”, “vestígios” ou “fragmentos do passado”. Ao fazer a reconstrução do passado a partir dos “rastros” "indícios", "vestígios", “ruínas”, “citações”, ou seja, “fragmentos do pensamento” que remetem aos recursos culturais que os homens/mulheres dispunham para organizar suas vidas, identidades, cumplicidades e resistências, o historiador – seja através de um procedimento metodológico comparativo do que é convergente e do que é irredutível a uma influência mais contextual, utiliza analogias que contribuem para preencher as lacunas do acontecimento que deseja reconstituir em sua totalidade.
Os historiadores estão conscientes de que “as fontes documentais” são representações e que, por isso mesmo, o externo, o ocorrido, o desaparecido, é, por princípio, irrecuperável, mas não incognoscível, porque os “vestígios”, diz Carlo Ginzburg, inclusive “um só vestígio”, permite-nos, ao modo do investigador, do detetive, referir-se a este mundo extratextual, a essa presença que os céticos negam.
Sugestão de leituras:
GINZBURG, Carlo. Relações de força: história, retórica, prova. Trad. de Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
SEVCENKO, Nicolau. “A força da história”. In: Folha de São Paulo. Jornal de Resenhas. Especial 5, Sab., 11 jan. 2003.
COSTA, Arrisete C. L. Uma biografia micro-histórica: Interpretação hermenêutica da narrativa na obra O Queijo e os Vermes - o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição, 1976, de Carlo Ginzburg. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2007.
IV Congreso Internacional Historia a Debate
IV Congreso Internacional Historia a DebateSantiago de Compostela, 15-19 de diciembre de 2010
Ponencias aceptadas
|
Mesa I. El historiador de sí mismo
Autor
Arrisete C. L. Costa (Universidade Federal de Alagoas, Brasil)
Título
Testimunhos históricos ensaio interpretativo de estilos historiográficos
Resumen
Há uma linha de pensamento sobre a dialogicidade dialética da História que a situa no campo do provável, do relacional, do aproximativo o da Nova Retórica. Mas a qualificação da verdade historiográfica como investigação judiciária contém um elemento de diferenciação o juízo judicial é visto como definitivo, enquanto que, para o historiador, nada é definitivo. Nesse sentido, a história é sempre revisionista se escreve e se reescreve. A história é uma permanente re-escritura. Mas os atos de linguagem têm a capacidade de engendrar campos sociais em regressão ou em expansão e de refazer, fazer e desfazer o mundo. Contudo, frente ao perigo de reificar a palavra em categorias sui generis transcendentes à prática, faz-se necessário acompanhá-la em sua circulação efetiva, ou seja, sua historicidade. O pré-requisito dessa operação é o pré-entendimento entendemos algo na medida em que o comparamos com algo que já conhecemos. De maneira que o círculo hermenêutico pressupõe um campo de entendimento compartilhado entre o autor e o intérprete, sem o qual não se pode nele ingressar. Como observa Paul Ricoeur, o historiador surge em meio a uma conversa que já começou e nela intervém, com sua experiência, com seus valores, com suas preocupações, enfim, como ser-no-mundo. Esse ato de intersubjetividade do círculo hermenêutico nos remete à historicidade constitutiva de uma relação que se dá como uma unidade numa subjetividade constituinte, como relação inclusiva e englobante, na qual aquele que interroga faz parte da coisa sobre a qual se interroga. A discussão realizada por este estudo argumenta no sentido de demonstrar as conexões autobiográficas (concientes e/ou inconscientes) do historiador com seus materiais. Enfim, à pergunta o interpretans se reconhece no interpretandum? Responderei a partir dos escritos históricos de Marc Bloch e Carlo Ginzburg.
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Historiografia e Hermenêutica- Arrisete C. L. Costa
VEJAM!
DISPONÍVEL NA EDITORA DA EDUFAL
POR APENAS R$ 30,00
Historiografia e Hermenêutica - é fruto da leitura que faço de O queijo e os vermes - um livro do historiador italiano Carlo Ginzburg, publicado em 1976. É uma biografia intelectual de Menocchio, um homem comum de uma aldeia do norte da Itália, nos fins do século XVI. Ginzburg conta como Menocchio reelabora os livros que lê e cria utopias para um mundo novo. Um sucesso historiográfico e editorial. Publicado em mais de 20 idiomas. Meu objetivo é mostrar como o historiador escreve. Diria que é um passo a passo da pesquisa histórica que dá acesso ao aprender a fazer, a produzir o conhecimento histórico. Isto só foi possível com a elaboração de um método interpretativo inspirado na hermenêutica do filósofo francês Paul Ricoeur. Decerto outras leituras e escrituras serão feitas a partir do meu livro. O que estas essas experiências temporais tão diversas têm em comum? Penso que seja o projeto político e ético: a justiça histórica e o socialismo.
sábado, 21 de junho de 2014
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