quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A vida! - Mariana Oliveira Chaves - De 10 anos -

A VIDA


Mariana Oliveira Chaves.  De 10 anos. 




Passado é passado


Presente é presente


Futuro é futuro


Nada eu misturo


Amo meu mundo!



terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dr. Carlos Henrique Palmeira Apresenta o Manual do Servidor da Educação

Secretaria de Educação lança o Programa de Qualificação do Servidor


SEE
Na semana em que comemora o Mês do Funcionário Público, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE) lançou o plano de qualificação dos seus servidores. O programa foi apresentado durante o evento em homenagem aos servidores destaque do órgão, na última quarta-feira (22), no Teatro Linda Mascarenhas.
O programa é uma consequência da Lei nº 7.469/2013, que instituiu o Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios dos Servidores Administrativos (PCCS) da Educação Estadual. Seus cursos serão divididos em seis eixos: integração de novos servidores; integração à nova função; complementação de função; capacitação; aperfeiçoamento e desenvolvimento em gestão.
Os cursos serão ofertados em parceria com diversas instituições e deverão ser disponibilizados para os servidores da pasta a partir de 2015. “A Educação é a maior secretaria do Estado e seus 14 mil servidores são a força que impulsiona esta pasta. Este é um programa feito por servidores para servidores visando o melhor para todos”, frisou a secretária de Estado da Educação e do Esporte, Stella Albuquerque.
Manual
Um dos primeiros produtos do programa é o Manual do Servidor da SEE. Construído por técnicos dos diversos núcleos da Coordenadoria de Gestão de Pessoas da secretaria, o documento foi elaborado com base nas dúvidas mais decorrentes relativas à vida funcional e legislação apresentadas pelos servidores.
Com uma linguagem didática, prática e coesa, o manual é dividido em dez capítulos, cada um abordando os seguintes temas: exercício funcional; direitos do servidor; demonstrativos de pagamento; progressão funcional; movimentação; afastamentos; licenças; deveres, proibições e responsabilidades; aposentadoria e fundamentação legal. Todo o conteúdo foi redigido seguindo o que preconiza a legislação estadual (Regime Jurídico Único e legislações específicas).
“Este manual surgiu da necessidade de levar ao conhecimento dos servidores da Educação quais os seus direitos e deveres, pois acreditamos que, desta forma, traremos benefícios não só ao funcionalismo público, mas também à população alagoana que é usuária do nosso serviço”, conta a chefe do Núcleo de Desenvolvimento Profissional da SEE, Teresa Melo.
O manual estará disponível em breve para consulta e download no site da SEE (www.educacao.al.gov.br) e, em 2015, será distribuído em versão impressa para todas as quinze Coordenadorias Regionais de Educação (CREs).
Fonte: SEE

Livros didáticos retratam História e Geografia de Alagoas para alunos de ensino fundamental - Deriky Pereira – Estudante de Jornalismo da UFAL

Livros didáticos retratam História e Geografia de Alagoas para alunos de ensino fundamental

Elaboradas por professores da Ufal, as publicações têm o objetivo de contribuir com o aprendizado dos estudantes do Estado.
Sérgio Onofre e Leda Almeida (primeira linha) assinam a publicação sobre a História. Melchior do Nascimento e Sinval Autran (linha de baixo) falam sobre a importância da Geografia de Alagoas
Produzir história para produzir conhecimento. Foi a partir desse ideal que professores da Universidade Federal de Alagoas se uniram para lançar uma coleção sobre a História e a Geografia do Estado com a intenção de colaborar para um melhor aprendizado de estudantes do ensino fundamental. As publicações foram lançadas pela editora Grafset e fazem parte de uma coleção que pretende revelar também a história e a geografia de outros estados do Nordeste.
Sérgio Onofre e Leda Almeida, responsáveis pelo livro História de Alagoas, falam sobre a razão de escrever a obra. Para Sérgio, quando se fala no assunto para alunos do ensino fundamental, existe uma grande lacuna que precisa ser preenchida. “Os professores, por mais que se esforcem, se ressentem pela ausência de um livro didático que, sem dúvida, assume um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem. Acreditamos, firmemente, que este livro irá contribuir bastante para preencher essa brecha que existe sobre esse assunto”, comentou.
Já na visão de Leda, a obra deve trazer à tona uma realidade de povos que costumam ser excluídos nos livros didáticos de História. “Essa é uma história que faz pensar e refletir e é fundamental que seja revelada. Aceitamos o desafio de fazer esta obra por entendermos a necessidade de existir um material como esse para os alunos de ensino fundamental. Esse livro é a contribuição que nós, historiadores, precisamos dar a esses jovens estudantes, ao produzir história para produzir conhecimento”, explicou.
A professora reforça que existem outros livros sobre a história de Maceió e de Alagoas, mas em se tratando de obra com característica didática, essa é a primeira. E acredita que, se existe algum diferencial com relação às obras de temática semelhante, isso está ligado à perspectiva crítica e questionadora do projeto. “O livro tem um tom engajado e comprometido com as causas populares e isso não tem sido comum. Talvez seja até inexistente em livros didáticos de história de Alagoas”, reforçou o professor Sérgio Onofre.
A Geografia de Alagoas
Os professores Melchior do Nascimento e Sinval Guimarães, responsáveis pelo livro Geografia de Alagoas, também falam sobre a importância de elaborar a publicação. “Aproximar o estudante da realidade local e, sempre que possível, apresenta de forma contextualizada, os elementos essenciais para definição do espaço geográfico alagoano, este resultado dos processos histórico e social”, comentou Melchior.
“Com este livro, esperamos estar contribuindo para que os alunos que estejam nesta fase escolar compreendam que a sua participação é fundamental para promover as mudanças necessárias para melhoria do lugar onde vivem e, consequentemente da sua qualidade de vida”, explicou o professor Sinval Guimarães.
Ainda na opinião de Melchior, embora existam publicações relevantes sobre o assunto, as brechas que ainda existem são comprometedoras para a qualidade do desempenho de alunos e professores do ensino fundamental. “Como se trata de uma publicação elaborada a partir da realidade local, consideramos que o livro Geografia de Alagoas pode contribuir substancialmente para minimizar essas deficiências acerca do ensino e da aprendizagem, no âmbito da Geografia Regional”, comentou.
Além dos professores Melchior e Sinval, o livro Geografia de Alagoas ainda contou com a colaboração da geógrafa Andreia Oliveira, da Secretaria de Educação do Estado (SEE-AL). E vale reforçar também que, além do livro, os profissionais colaboraram ainda com a produção do Atlas do Estado de Alagoas, voltado para atender o ensino de geografia em um grau mais elevado.
Parceria fundamental
Traçar metas e cumprir prazos é fundamental para desenvolver qualquer tipo de trabalho. No caso da produção dos livros não foi diferente. O prazo estipulado pela editora era curto, entre 6 ou 7 meses, mas apesar disso, o que os professores envolvidos na produção dos livros destacam em um ponto comum é que a afinidade que cada um possuía com sua equipe foi favorável para o desenrolar dos trabalhos e a conclusão no tempo que foi estipulado.
“A boa relação de convivência profissional, além da experiência na produção de outras publicações, facilitou para que pudéssemos atuar de maneira sinérgica”, disse Melchior. E o professor Sérgio Onofre complementou. “A obra foi feita em uma parceria que atuou de forma bastante harmônica. Tivemos reuniões constantes, contatos permanentes, reuniões. O trabalho em parceria facilitou o desenrolar dos trabalhos e o resultado foi muito prazeroso, pois construímos o livro juntos.”
Por Deriky Pereira – Estudante de Jornalismo da UFAL

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

QUADRO DE ACOMPANHAMENTO DA SITUAÇÃO FUNDIÁRIA DAS TERRAS INDÍGENAS EM ALAGOAS Responsável Técnico: José Augusto Sampaio, Consultor Antropólogo Anaí




Povos Indígenas

QUADRO DE ACOMPANHAMENTO DA SITUAÇÃO FUNDIÁRIA DAS TERRAS INDÍGENAS EM ALAGOASResponsável Técnico: José Augusto Sampaio, Consultor Antropólogo Anaí
Colaboração: Ricardo Dantas Borges Salomão, antropólogo - UFF
Atualizado em 10.03.2011
TERRA:Aconã
POVO:Aconã
SIT.JURÍDICA:Dominial, adquirida (Funai)
EXTENSÃO:268
COND. ATUAL:?
MUNICÍPIO(S):Traipu
POPULAÇÃO:46 (Funasa, 2010)
TERRA:Calancó
POVO:Calancó
SIT.JURÍDICA:Tradicional, regularização interrompida (identificada); c/ decreto p/ desapropriação; parc. desapropriada (Fazenda Tabuado)
EXTENSÃO:1810 (identificada/p/ desapropriação; 1010 (desapropriada))
COND. ATUAL:Intrusada, degradada
MUNICÍPIO(S):São Sebastião
POPULAÇÃO:360 (Funasa, 2010)
TERRA:Carapotó de Terra Nova
POVO:Carapotó
SIT.JURÍDICA:Tradicional, a regularizar (a identificar); parc. adquirida (Funai)
EXTENSÃO:? (inclui 270 adquirida - Fazenda Terra Nova)
COND. ATUAL:Intrusada, degradada
MUNICÍPIO(S):Porto Seguro
POPULAÇÃO:625 (mais 234 fora da Terra) (Funasa, 2010)
TERRA:Cariri-Xocó
POVO:Cariri-Xocó
SIT.JURÍDICA:Tradicional, em regularização (Declarada); parc. adquirida (Funai)
EXTENSÃO:4316
COND. ATUAL:Intrusada, degradada
MUNICÍPIO(S):Porto Real do Colégio e São Brás
POPULAÇÃO:2312 (Funasa, 2010)
TERRA:Caruazu
POVO:Caruazu
SIT.JURÍDICA:Tradicional, a regularizar (a identificar (c/ estudo de fundamentação))
EXTENSÃO:?
COND. ATUAL:Intrusada, degradada
MUNICÍPIO(S):Pariconha
POPULAÇÃO:955 (Funasa, 2008)
TERRA:Catoquim
POVO:Catoquim
SIT.JURÍDICA:Tradicional, sem providência (a identificar)
EXTENSÃO:?
COND. ATUAL:Intrusada, degradada, parc. urbana
MUNICÍPIO(S):Pariconha
POPULAÇÃO:1881 (Funasa, 2010)
TERRA:Coiupancá
POVO:Coiupancá
SIT.JURÍDICA:Tradicional, sem providência (a identificar)
EXTENSÃO:?
COND. ATUAL:Intrusada, degradada
MUNICÍPIO(S):Inhapi
POPULAÇÃO:580 (Funasa, 2010)
TERRA:Jeripancó
POVO:Jeripancó
SIT.JURÍDICA:Tradicional, em regularização (em identificação); parc. adquirida (Funai)
EXTENSÃO:?
COND. ATUAL:Intrusada, degradada
MUNICÍPIO(S):Água Branca e Pariconha
POPULAÇÃO:1607 (Funasa, 2010)
TERRA:Tingui-Botó
POVO:Tingui-Botó
SIT.JURÍDICA:Tradicional, a regularizar (a identificar); parc. adquirida (Funai)
EXTENSÃO:? (inclui 332 adquirida)
COND. ATUAL:inadequada, degradada
MUNICÍPIO(S):Campo Grande e Feira Grande
POPULAÇÃO:365 (Funasa, 2010)
TERRA:Vaçu Cocal
POVO:Vaçu
SIT.JURÍDICA:Tradicional, regularizada (homologada/registrada); parc. subjúdice
EXTENSÃO:2758
COND. ATUAL:Intrusada (514 ha), degradada
MUNICÍPIO(S):Joaquim Gomes e Novo Lino
POPULAÇÃO:2037 (Funasa, 2010)
TERRA:Vaçu Serrinha
POVO:Vaçu
SIT.JURÍDICA:Tradicional, sem providência (a identificar)
EXTENSÃO:?
COND. ATUAL:Insuficiente, Degradada
MUNICÍPIO(S):Joaquim Gomes e Novo Lino
POPULAÇÃO:?
TERRA:Xucuru-Cariri
POVO:Xucuru-Cariri
SIT.JURÍDICA:Tradicional, em regularização (declarada); parc. adquirida (SPI)
EXTENSÃO:6927 (declarada, inclui 394 adquirida)
COND. ATUAL:Insuficiente, Degradada
MUNICÍPIO(S):Palmeira dos Índios
POPULAÇÃO:3327 (Funasa, 2010)

A Anaí - Associação Nacional de Ação Indigenista é uma organização de direito privado, sem fins lucrativos, com sede em Salvador, Bahia, criada em 1979 e formalizada em 1982 para discutir e promover alternativas de relacionamento mais justo entre a sociedade brasileira e os povos indígenas no país. Alguns dos objetivos institucionais da ANAÍ são:
  • promover e respeitar a autonomia cultural, política e econômica e o direito à autodeterminação dos povos indígenas;
  • constituir alianças com os povos indígenas em suas lutas pela justa recuperação e garantia de suas terras e pelo usufruto exclusivo dos bens naturais nelas existentes;
  • acompanhar, de maneira crítica, propositiva e independente, as orientações das políticas indigenistas governamentais, buscando sempre a defesa e a promoção dos direitos dos povos indígenas;
  • informar a opinião pública nacional e internacional sobre a situação social, as lutas e os direitos dos povos indígenas;
  • promover a defesa do ambiente e do patrimônio natural das terras indígenas e dos ecossistemas a elas articulados;
  • promover, em parceria com os povos indígenas, a constituição e a consolidação de seus sistemas próprios, autônomos e diferenciados de educação e de assistência à saúde;
  • estimular e promover estudos e atividades de divulgação científica e cultural sobre a temática indígena.

Palavras para você Cláudio Antonio Jucá Santos (Jucá Santos) - Por Pedro Macedo

Palavras para você Cláudio Antonio Jucá Santos, locutor, rádio ator e cronista parlamentar e policial, advogado, escritor e poeta, natural de Maceió, onde nasceu no dia 10 de junho de 1933.

Um dos pioneiros nele ingressando em 1951, logo nos primeiros anos de vida do rádio alagoano quando a Difusora tinha apenas 3 anos de fundada. Trabalhou nas três emissoras existentes à sua época: Rádio Difusora de Alagoas, Rádio Progresso de Alagoas e Rádio Gazeta de Alagoas, no total de 16 anos. Nelas exerceu funções importantes, confiadas apenas aos profissionais de grande sensibilidade e reconhecido conhecimento artístico e jornalístico tais como as de Diretor Artístico de duas das emissoras e Diretor do Departamento de Notícias das três emissoras às quais emprestou o seu talento.

Sua versatilidade lhe possibilitou atuar como locutor, inclusive tendo sido chefe dos locutores, contra regra, rádio ator e cronista parlamentar e policial.


No rádioteatro da Difusora teve a oportunidade de atuar com nomes famosos da época como: Lima Filho, Ezequias Alves, Aldemar Paiva, Cláudio Alencar, Oswaldo Braga, Haroldo Miranda, Eunice Pontes, Nilda Neves, Odete Pacheco, Iracema Feijó e Jesualdo Ribeiro, um cast de bambas na arte de representar.

Recentemente Jucá Santos me enviou email registrando parte de sua trajetória no rádio alagoano e que, aliás, fiz questão de destacar nesta crônica e também com muita satisfação publiquei com destaque, tempos atrás, em nosso site. Nesta oportunidade Jucá Santos fez questão de lembrar nomes que hoje fazem parte da relação de ausentes do nosso mundo mas que tiveram uma passagem de sucessos nos anos de ouro do ra´dio de Alagoas tais como: CLAUDIUS JUCÁ, DITINHO (Da dupla OS IRMÃOS EDSON), SADY BRANDÃO, JOÃOZINHO (Cantor Mirim), MARRECO e MARROQUE (Da dupla Marreco e Marroque), PAULO HORÁCIO (O imitador de Bob Nelson) todos merecendo a nossa citação e respeito pelo que fizeram à época, nas emissoras alagoanas.
Fundador com outros colegas da Associação Alagoana de Rádio e posteriormente Sindicato dos Radialistas de Alagoas, tendo sido o primeiro diretor de ambas as entidades.
Jucá Santos sempre foi preocupado com a categoria que pertencia tanto assim que se juntou a outros colegas e fundou a Associação Alagoana de Rádio para posteriormente fundar o Sindicato dos Radialistas, até hoje existente pugnando pelos direitos dos nossos colegas radialistas que se encontram em atividade. Vale ressaltar que Jucá foi diretor de ambas as entidades com todo apoio da categoria em virtude dasua liderança.

A par desta participação ativa e significativa no rádio alagoano, Jucá Santos tem destacada atuação literária em nosso Estado.
Fundador da Academia Maceioense de Letras nos idos de 1955 sendo por vários anos o seu Presidente. Dentre tantas honrarias recebidas ao longo dos seus 77 anos, recentemente foi homenageado pela Câmara Municipal, que lhe outorgou o título de “Cidadão Benemérito de Maceió”. Em agosto de 2005 foi eleito “Príncipe dos Poetas de Maceió”. É sem sombra de dúvidas um dos maiores sonetistas alagoanos. Teve a oportunidade de publicar oito livros além de sua participação em várias antologias brasileiras. Seu prestigio nas camadas culturais de nossa terra lhe garante destacada participação em várias entidades culturais alagoanas e outras de âmbito nacional.
Finalmente quero agradecer a gentileza de nos ter enviado o email que possibilitou a lembrança de lhe prestar esta singela homenagem com destaque em nosso site. A intenção do nosso trabalho no Jornal Cultural é resgatar o período de ouro do rádio alagoano onde com excelente trabalho você fez parte. Lamentável para nós é a falta de registro de épocas pretéritas, em jornais, livros, ou em outros meios, o que resulta exatamente no esquecimento de pessoas que merecem citação e reconhecimento por suas brilhantes atuações em nossos meios de comunicação. Por isso mesmo gerações de hoje e futuras não têm contato com o passado pioneiro que você pertenceu, entre os quais os que estão relacionados em sua comunicação. Acho importantíssimo que esse contato tenha acontecido, pois me possibilita colocar à sua disposição o espaço que desejar para ampliar as nossas informações relacionadas com: curiosidades, história e principalmente sobre as pessoas que participaram desta importante fase do nosso rádio. Palavras para você: Jucá Santos.

SONETO FEITO DE VOCÊ - Cláudio Antonio Jucá Santos (Dr. Jucá Santos)

SONETO FEITO DE VOCÊ (Jucá Santos)



Para Nicinha

Eu tirei de você, muita alegria,
Ternura, amor, doçura e encantamento...
Eu tirei de você, o sentimento,
O carinho, a bondade e a fidalguia.

Eu tirei de você, a nostalgia
E os cabelos tangidos pelo vento...
Do seu andar tirei o movimento,
Para fazer a minha poesia.

Eu tirei de você, a suavidade,
Tirei perfume, eu tirei saudade
E o que de bom a olhos nus se vê...

Eu tirei de você tudo que quis
E na certeza de que sou feliz,
Eu fiz este soneto de você!...

Emilio Oribe (Melo, 1893 - 1975) Poeta y filósofo uruguayo. Además de sus ensayos filosóficos,

Emilio Oribe
(Melo, 1893 - 1975) Poeta y filósofo uruguayo. Además de sus ensayos filosóficos, desarrolló una obra lírica que parte de los postulados del modernismo y deriva hacia una línea más clásica. Fue profesor de estética en la Universidad de Montevideo.
Su pensamiento filosófico se centra en las condiciones y posibilidades de esta meditación metafísica, en la incesante indagación sobre el ser de la poesía, que postula una riqueza de intuiciones eidéticas sobre los grandes temas eternos. La tierra y el fluir hacia la muerte lo atraen y lo repelen a la vez. Heredero del culturalismo de J. E. Rodó, lo enriqueció con un cierto estilo y rigor docentes y con una mayor jerarquía y universalidad.
Oribe representa el movimiento de ir "hacia las fuentes", el remontarse más allá de los filósofos y vulgarizadores del siglo XIX, a los autores que fundaron el pensamiento clásico en metafísica, lógica, moral y estética. Figuras como Goethe y Leonardo da Vinci ejercieron sobre Oribe una atracción basada para él en un ideal de paz, de dominio interior, de inteligencia, de inmunidad ante las contingencias históricas.
Sus libros de ensayos Poética y plástica (1930), Teoría del Nous (1934), El pensamiento vivo de Rodó (1945),El mitos y el logos (1945), Trascendencia y platonismo en poesía (1948), La intuición estética del tiempo(1951), Dinámica del verbo (1953) y Tres ideales estéticos (1958) marcan la firmeza y la persistencia excepcional de un pensamiento centrado en precisas líneas fundamentales. Uno de sus libros más reconocidos por la crítica, característico de una etapa previa a la síntesis que realizó entre reflexión y poesía, es La colina del pájaro rojo (1925).

Eduardo Milán (Rivera, 1952) é um poeta, ensaísta e crítico literário uruguaio. Reside hoje no México, onde leciona Literatura na Universidade Nacional Autónoma de México (UNAM)

Eduardo Milán



Eduardo Milán
Eduardo Milán es un escritor uruguayo, nacido en la ciudad de Rivera en el año 1952. Su infancia se vio marcada por la trágica muerte de su madre cuando él tenía tan sólo un año y medio. A partir de ese momento, comenzó su búsqueda, aunque inconsciente, de una compensación a tanto dolor, de un canal para exteriorizar, años más tarde, esa carencia que tendría lugar en su vida. En el año 1973 ocurrieron dos hechos muy significativos para él: publicó su primer libro y su padre fue a la cárcel por cuestiones políticas. Una vez más, la adversidad tocaba a su puerta, y Eduardo respondía con fuerza y compromiso, intentando convertir las desgracias en literatura. A lo largo de su trayectoria, ha incursionado en la poesía, la crítica, la antología y la traducción. Se exilió a México en el año 1979, país en el que reside desde entonces con su esposa y sus tres hijos.
Entre sus obras publicadas destacan "Manto", que reúne su poesía hasta el año 99, "Resistir", "Acción que en un momento creí gracia" y "Ensayos unidos: poesía y realidad en la otra América". A continuación, presentamos varios de sus poemas, como ser "El arte nunca es la verdad" y "Todo está ligado...".



ERA MUCHA CALIDAD
para el desastre presente, ovillo
que se deshilvana
gente girando sobre sí misma
modo derviche del bicho
humano, que se taladra su suelo
humano cuando se horada humo queda

también para reconcentrar hilachas
alrededor de un punto
punto de trompo
lejanísimo al punto de venta

de ahí que aquel talento es ahora clásico
inmejorable lo hecho bien, justo
permanecerá siempre bien hecho
durará duro, meollo de nuez
sobrevive en su nuevo lugar de raíz
raíz reciente, húmeda todavía
cuanto más deterioro se detiene el oro




ES LO QUE TE HACE HACER

lo que te hace hacer tiene vacíos

entresacarlos la tarea
sin tocar
su área

para que sigan haciendo hacer a quien escuche

trabajan vacíos fuera de allí




ESA MIRADA SEGURA DE QUIEN NO HA PERDIDO
qué no ha perdido que está segura
mirar sin caer, cáscara
al suelo que conserva intacto

noble exilio tiene unas boyas cerca
una cuerda a pocos metros de las manos mojadas

cordilleras frías, montañas de la Sierra Madre
todo visto de arriba es bello
bajar, entrever sin paredes altas, éter alto
es bello de otra belleza, detalles
un destello en la escama del salmón

aquí se hace algo que no trates de repetir
tal vez África, Amazonas
un nido en la hendidura del cielo de donde ninguno cae
el mirlo, el tordo, el canario, el cardenal

carga la mirada del que no ha perdido al perdido




ESCLAVITUD DE ALTA CALIDAD
ilustrada si es preciso, con prestaciones
cuerpo de trabajo y mente de trabajo
lustrados por la luna no atendida en la ciudad

esclavitud de alta calidad
base en aceptación, base en despido, en amenaza
se concentra en sí mismo nuez
moscada, condensado alto de moscas
brilla bajo la luna, bola de cristal

escarabajo a punto de estallar, no estalla, durará
insecto latente, punzante de antenas, durará




ETERNITY IS IN LOVE WITH PRODUCTIONS OF TIME , CIERTO
ningún eterno de hoy en día entra en la eternidad
eternos de hoy en día los que escriben en eterno
trompo el tiempo gira sobre sí mismo hasta salirse
eje de mi carreta, mojada carretilla
sola, roja, a la intemperie
la lluvia platea su pintura

giró, se detuvo en un cubo de agua de cuero
pozo de centro de patio de estancia de abuela, Itacuatiá
-de-de-de-de dados tirados al piso
el tartamudo mira el suelo sin pecado, sin culpa
pies descalzos de la niñez

nombre tupí o guaraní, Itacuatiá




ESOS QUE TRATAN DE FORZAR LO ETERNO
de las puertas aleatorias, entrampado
pingüino enredado
quiero la libertad de suspender

de qué color será el pañuelo
hora de preguntarse

violentan lo posible y así
violentan lo posible del tiempo
medido en gato que se estira
en goteo de llave que preanuncia guerra

el que narra toda la escena del baile
caderas tocadas, por las ramas ritmo
cae al suelo que se arrastra, plomo en los pies
during the Great Depression
artículos, pronombres, partículas
de polvo descendiendo el aire
vía española: adjetivo después de sustantivo
cree en el acto, en el suceso y el acto
—a penetrar la eternidad a fuerza va ese verso

de qué color será el pañuelo
del saludo dado
desde el cuadrado de arena
 

Eduardo Milán (Rivera, Uruguay, 1952). Desde 1979 reside en México. Ha publicado los libros de poesía: Estación, estaciones (Banda oriental, Montevideo, 1975), Esto es (1978), Nervadura (Ediciones del Mall, Barcelona, 1985), Cuatro poemas (Torre de las palomas, 1990), Errar (El Tucán de Virginia, México, 1993), La vida mantis (El Tucán de Virginia, México, 1993), Nivel medio verdadero de las aguas que se besan (Ave del paraíso, Madrid, 1994), Algo bello que nosotros conservamos (Vitoria, México, 1995), Circa 1994 (Práctica mortal, México, 1996), Son de mi padre (Ediciones Arlequín, México, 1996), Alegrial (Ave del paraíso, Madrid, 1997), Razón de amor y acto de fe (Visor, Madrid, 2001), Querencia, gracia y otros poemas (Galaxia Gutenberg, Barcelona, 2003), Acción que en un momento creí gracia (Igitur, Tarragona, 2005).

Juana de Ibarbourou

Ficheiro:1000juana.jpg


EL DULCE MILAGRO

¿Que es esto? ¡Prodigio! Mis manos florecen.
Rosas, rosas, rosas a mis dedos crecen.
Mi amante besóme las manos, y en ellas,
¡oh gracia! brotaron rosas como estrellas.

Y voy por la senda voceando el encanto
y de dicha alterno sonrisa con llanto
y bajo el milagro de mi encantamiento
se aroman de rosas las alas del viento.

Y murmura al verme la gente que pasa:
"¿No veis que está loca? Tornadla a su casa.
¡Dice que en las manos le han nacido rosas
y las va agitando como mariposas!"

¡Ah, pobre la gente que nunca comprende
un milagro de éstos y que sólo entiende
Que no nacen rosas más que en los rosales
y que no hay más trigo que el de los trigales!

Que requiere líneas y color y forma,
y que sólo admite realidad por norma.
Que cuando uno dice: "Voy con la dulzura",
de inmediato buscan a la criatura.

Que me digan loca, que en celda me encierren
que con siete llaves la puerta me cierren,
que junto a la puerta pongan un lebrel,
carcelero rudo carcelero fiel.

Cantaré lo mismo: "Mis manos florecen.
Rosas, rosas, rosas a mis dedos crecen".
¡Y toda mi celda tendrá la fragancia
de un inmenso ramo de rosas de Francia!

sprngntebt.gif (2714 bytes)

RAIZ SALVAJE

Me ha quedado clavada en los ojos
la visión de ese carro de trigo
que cruzó rechinante y pesado
sembrando de espigas el recto camino.

¡No pretendas ahora que ría!
¡Tu no sabes en qué hondos recuerdos
estoy abstraida!

Desde el fondo del alma me sube
un sabor de pitanga a los labios.
Tiene aún mi epidermis morena
no sé que fragancias de trigo emparvado.

¡Ay, quisiera llevarte conmigo
a dormir una noche en el campo
y en tus brazos pasar hasta el día
bajo el techo alocado de un árbol!

Soy la misma muchacha salvaje
que hace años trajiste a tu lado.
sprngntebt.gif (2714 bytes)

COMO LA PRIMAVERA

Como una ala negra tendí mis cabellos
sobre tus rodillas.
Cerrando los ojos su olor aspiraste,
dicendome luego:
-¿Duermes sobre piedras cubiertas de musgos?
¿Con ramas de sauces te atas las trenzas?
¿ Tu almohada es de trébol? ¿Las tienes tan negras
porque acaso en ella exprimiste un zumo
retinto y espeso de moras silvestres?
¡Qué fresca y extraña fragancia te envuelve!
Hueles a arroyuelos, a tierra y a selvas.
¿Que perfume usas? Y riendo te dije:
-¡Nintuno, ninguno!
Te amo y soy joven, huelo a primavera.
Este olor que sientes es de carne firme,
de mejillas claras y de sangre nueva.
¡Te quiero y soy joven, por eso es que tengo
las mismas fragancias de la primavera!

sprngntebt.gif (2714 bytes)

DESPECHO

¡Ah, qué estoy cansada! Me he reido tanto,
tanto, que a mis ojos ha asomado el llanto;
tanto, que este rictus que contrae mi boca
es un rastro extraño de mi risa loca.

Tanto, que esta intensa palidez que tengo
(como en los retratos de viejo abolengo)
es por la fatiga de la loca risa
que en todo mi cuerpo su sopor desliza.

¡Ah, qué estoy cansada! Déjame que duerma;
pues, como la angustia, la alegría enferma.
¡Qué rara ocurrencia decir que estoy triste!
¿Cuándo más alegre que ahora me viste?

¡Mentira! No tengo ni dudas, ni celos,
Ni inquietud, ni angustias, ni penas, ni anhelos,
Si brilla en mis ojos la humedad del llanto,
es por el esfuerzo de reirme tanto...
sprngntebt.gif (2714 bytes)


TE DOY MI ALMA DESNUDA

Te doy mi alma desnuda,
como estatua a la cual ningún cendal escuda.

Desnuda con el puro impudor
de un fruto, de una estrella o una flor;
de todas esas cosas que tienen la infinita
serenidad de Eva antes de ser maldita.

De todas esas cosas,
frutos, astros y rosas,
que no sienten vergüenza del sexo sin celajes
y a quienes nadie osara fabricarles ropajes.

Sin velos, como el cuerpo de una diosa serena
¡que tuviera una intensa blancura de azucena!

Desnuda, y toda abierta de par en par
¡por el ansia del amar!
sprngntebt.gif (2714 bytes)


LA HORA

Tómame ahora que aun es temprano
y que llevo dalias nuevas en la mano.

Tómame ahora que aun es sombría
esta taciturna cabellera mía.

Ahora que tengo la carne olorosa
y los ojos limpios y la piel de rosa.

Ahora que calza mi planta ligra
la sandalia viva de la primavera.

Ahora que mis labios repica la risa
como una campana sacudida a prisa.

Después..., ¡ah, yo sé
que ya nada de eso mas tarde tendré!

Que entonces inútil será tu deseo,
como ofrenda puesta sobre un mausoleo.

¡Tómame ahora que aun es temprano
y que tengo rica de nardos la mano!

Hoy, y no mas tarde. Antes que anochezca
y se vuelva mustia la corola fresca.

Hoy, y no mañana. ¡Oh amante! ¿no ves
que la enredadera crecerá ciprés?
sprngntebt.gif (2714 bytes)
EL POZO

Asiento de musgo florido
sobre el viejo brocal derruido.
Sitio que elegimos para hablar de amor,
bajo el enorme paraíso en flor.

¡Ay, pobre del agua que del fondo mira,
tal vez envidiosa, quizás dolorida!
¡Tan triste la pobre, tan muda, tan quieta
bajo esta nerviosa ramazón violeta!

-Vámonos. No quiero que el agua nos vea
cuando me acaricies. Tal vez eso sea
darle una tortura. ¿Quién la ama a ella?
-Tonta! ¡Si de noche la besa una estrella!
sprngntebt.gif (2714 bytes)

LA HIGUERA

Porque es áspera y fea,
porque todas sus ramas son grises,
yo le tengo piedad a la higuera.

En mi quinta hay cien árboles bellos:
ciruelos redondos,
limoneros rectos
y naranjos de brotes lustrosos.

En las primaveras,
todos ellos se cubren de flores
en torno a la higuera.

Y la pobre parece tan triste
con sus gajos torcidos que nunca
de apretados capullos se visten...

Por eso,
cada verz que yo paso a su lado,
digo, procurando
hacer dulce y alegre mi acento:
-Es la higuera el más bello
de los árboles en el huerto.

Si ella escucha,
si comprende el idioma en que hablo,
¡qué dulzura tan honda hará nido
en su alma sensible de árbol!

Y tal vez a la noche,
cuando el viento abanique su copa,
embriagada de gozo, le cuente:
-Hoy a mi me dijeron hermosa.
sprngntebt.gif (2714 bytes)

LA PROMESA

¡Todo el oro del mundo parecía
diluído en la tarde luminosa!
Apenas un crepúsculo de rosa,
la copa de los árboles teñía.

Un imprevisto amor, mi mano unía
a tu mano, morena y temblorosa.
¡Eramos Booz y Ruth ante la hermosa
era que circundaba la alquería!

"¿Me amarás?", murmuraste. Lenta y grave
vibró en mis labios la promesa suave
de la dulce, la amante moabita.

Y fué como un ¡Amén! en ese instante
el toque de oración que alzó vibrante
la rítmica campana de la ermita.
sprngntebt.gif (2714 bytes)

VIDA - GARFIO

Amante: no me lleves, si muero al camposanto
A flor de tierra abre mi fosa, junto al riente
alboroto divino de alguna pajarera
o junto a la encantada charla de alguna fuente

A flor de tierrra, amante. Casi sobre la tierra,
donde el sol me caliente los huesos, y mis ojos,
alargados en tallos, suban a ver de nuevo
la lámpara salvaje de los ocasos rojos.

A flor de tierra, amante. Que el tránsito así sea
más breve. Yo presiento
la lucha de mi carne por volver hacia arriba,
por sentir en sus átomos la frescura del viento.

Yo se que acaso nunca allá abajo mis manos
podrán estarse quietas.
Que seimpre como topos arañarán la tierra
en medio de las sombras estrujadas y prietas.

Arrójame semillas. Yo quiero que se enraícen
en la greda amarilla de mis huesos menguados.
¡Por la parda escalera de las raices vivas
Yo subiré a mirarte en los lirios morados.

Julio Herrera y Reissig (1875-1910) Montevideo Uruguay

Julio Herrera y Reissig
(1875-1910)

Montevideo Uruguay
Nació en Montevideo el 9 de enero de 1875, Murió en la misma capital el 18 de marzo de 1909. Hijo del Dr. Manuel Herrera y Obes y sobrino del ministro y más tarde presidente de la República Dr. Julio Herrera y Obes, fue miembro de una familia patricia uruguaya, de situación económica desahogada y conexiones importantes en el ámbito social y cultural.

La única condicionante material de Julio Herrera y Reissig fue su precaria salud. En 1892, a los diecisiete años de edad, debe abandonar los estudios formales a causa de una enfermedad cardíaca congénita, agravada al contagiarse de fiebre tifoidea. Esta circunstancia le impide además cualquier tipo de viajes, salvo una breve estada en Buenos Aires y cortas visitas a ciudades del interior uruguayo.

La experiencia mundana es sustituida por su condición de ávido lector y, a partir de 1900, conduce reuniones literarias desde el ático de la mansión familiar en Montevideo, conocida como La Torre de los Panoramas a causa de las importantes vistas que desde allí se tenían al Río de la Plata.

Allí empieza la evolución desde el romanticismo hacia la vanguardia modernista y surrealista que lo convertiría póstumamente en una referencia obligada de la poesía latinoamericana de la época, junto a Leopoldo Lugones, Ricardo Jaimes Freyre y Salvador Diaz Mirón.

Muere en Montevideo a la temprana edad de 35 años, mientras que la publicación de sus obras y el consecuente reconocimiento literario se producirá años después. El escritor y crítico literario uruguayo Ángel Rama (1926-1983) expresó lo siguiente: "En poco menos de diez años y aun moviéndose en el más estrepitoso y superficial bazar art nouveau, creó una lírica de sutil sensibilidad moderna, de impecable precisión lingüística."

Herrera y Reissig escribió ficción, ensayos políticos y muchas otras obras, pero es fundamentalmente conocido y reconocido por su producción poética.

Canto a Lamartine (1898)
Epílogo wagneriano a "La política de fusión" con surtidos de psicología sobre el Imperio de Zapicán (1902)
Las pascuas del tiempo (1902)
Los maitines de la noche (1902)
La vida (1903)
Los parques abandonados (1902-1908)
Los éxtasis de la montaña (1904-1907)
Sonetos vascos (1908)
Las clepsidras (1909)
La torre de las esfinges (1909)
Los peregrinos de piedra (1909)
Tratado de la imbecilidad del país, por el sistema de Herbert Spencer
(escrito entre 1900 y 1902, editado por primera vez en 2006 por Aldo Mazzucchelli.) 



Reseña biográfica
Poeta uruguayo nacido en 1875.
Proveniente de una familia ilustre venida a menos, padeció desde niño una afección cardiaca que lo llevó
a una inadaptación a su entorno, circunstancias que explican en parte su temperamento neurótico.
Su poesía evolucionó del simple romanticismo al simbolismo y la escuela parnasiana, convirtiéndolo en uno
de los seguidores del modernismo en Sur América junto a Leopoldo Lugones, Díaz Mirón y Jaimes Freyre, entre otros.
Dueño de un rico lenguaje, en ocasiones barroco, empleó con frecuencia los temas oníricos, surrealistas y  mágicos.
Su madurez poética se conoció en buena parte después de su muerte ocurrida tempranamente en 1910.
De su obra merecen destacarse: «Wagnerianas» en 1900, «Las pascuas del tiempo» en 1900, «Los maitines de la noche»
en 1902, «Sonetos vascos» en 1906, «Los parques abandonados en 1908, «Clepsidras» en 1910 y «Los éxtasis de la
montaña» publicados en 1913. ©


Amor sádico
Bromuro

Consagración

Decoración heráldica

Desolación absurda

El abrazo pitagórico

El alba

El alma

El baño

El despertar

Epitalamio ancestral

Éxtasis

Fecundidad

Fiat lux

Génesis

Idealidad exótica

Idilio espectral

Julio

La iglesia          

La noche

La sombra dolorosa

La vuelta de los campos      

Neurastenia

Numen        

Nirvana crepuscular

Tertulia lunática V

Tertulia lunática VI


Volver a: 
A media voz
Volver a: Índice A-K



Amor sádico

Ya no te amaba, sin dejar por eso
de amar la sombra de tu amor distante.
Ya no te amaba, y sin embargo, el beso
de la repulsión nos unió un instante...

Agrio placer y bárbaro embeleso
crispó mi faz, me demudó el semblante,
ya no te amaba, y me turbé, no obstante,
como una virgen en un bosque espeso.

Y ya perdida para siempre, al verte
anochecer en el eterno luto,
mudo el amor, el corazón inerte,

huraño, atroz, inexorable, hirsuto,
jamás viví como en aquella muerte,
nunca te amé como en aquel minuto!


Bromuro

Burlando con frecuencia el vasallaje
de la tutela familiar en juego,
nos dimos citas, a favor del ciego
azar, en el jardín, tras el follaje...

Frufrutó de aventura tu aéreo traje,
sugestivo de aromas y de espliego...
y evaporada entre mis brazos, luego,
soñaste mundos de arrebol y encaje...

Libres de la zozobra momentánea
-sin recelarnos de emergencia alguna-
en los breves silencios, oportuna

te abandonabas a mi fe espontánea;
y sobre un muro, al trascender, la luna
nos denunciaba en frágil instantánea.
 


Consagración
Surgió tu blanca majestad de raso,
toda sueño y fulgor, en la espesura;
y era en vez de mi mano -atenta al caso-
mi alma quien oprimía tu cintura...

De procaces sulfatos, una impura
fragancia conspiraba a nuestro paso,
en tanto que propicio a tu aventura
llenóse de amapolas el ocaso.

Pálida de inquietud y casto asombro,
tu frente declinó sobre mi hombro...
Uniéndome a tu ser, con suave impulso,

al fin de mi especioso simulacro,
de un largo beso te apuré convulso
¡hasta las heces, como un vino sacro!


Decoración heráldica

                                                                      Señora de mis pobres homenajes.
                                                     Débote siempre amar aunque me ultrajes.
                                                                                                                         Góngora

Soñé que te encontrabas junto al muro
glacial donde termina la existencia,
paseando tu magnífica opulencia
de doloroso terciopelo oscuro.

Tu7 pie, decoro del marfil más puro,
hería, con satánica inclemencia,
las pobres almas, llenas de paciencia,
que aún se brindaban a tu amor perjuro.

Mi dulce amor que sigue sin sosiego,
igual que un triste corderito ciego,
la huella perfumada de tu sombra,

buscó el suplicio de tu regio yugo,
y bajo el raso de tu pie verdugo
puse mi esclavo corazón de alfombra.



Desolación absurda

                                                            A Paul Minelly, francesamente.

                                                                                   Je serai ton cercueil,
                                                                                  aimable pestilence!...

Noche de tenues suspiros
platónicamente ilesos:
vuelan bandadas de besos
y parejas de suspiros;
ebrios de amor los cefiros
hinchan su leve plumón,
y los sauces en montón
obseden los camalotes
como torvos hugonotes
de una muda emigración.

Es la divina hora azul
en que cruza el meteoro,
como metáfora de oro
por un gran cerebro azul.
Una encantada Estambul
surge de tu guardapelo,
y llevan su desconsuelo
hacia vagos ostracismos
floridos sonambulismos
y adioses de terciopelo.

En este instante de esplín,
mi cerebro es como un piano
donde un aire wagneriano
toca el loco del esplín.
En el lírico festín
de la ontológica altura,
muestra la luna su dura
calavera torva y seca,
y hace una rígida mueca
con su mandíbula oscura.

El mar, como gran anciano,
lleno de arrugas y canas,
junto a las playas lejanas
tiene rezongos de anciano.
Hay en acecho una mano
dentro del tembladeral;
y la supersustancial
vía láctéa se me finge
la osamenta de una Esfinge
dispersada en un erial.

Cantando la tartamuda
frase de oro de una flauta,
recorre el eco su pauta
de música tartamuda.
El entrecejo de Buda
hinca el barranco sombrío,
abre un bostezo de hastío
la perezosa campaña,
y el molino es una araña
que se agita en el vacío.

¡Deja que incline mi frente
en tu frente subjetiva,
en la enferma, sensitiva
media luna de tu frente,
que en la copa decadente
de tu pupila profunda,
beba el alma vagabunda
que me da ciencias astrales
en las horas espectrales
de mi vida moribunda!

¡Deja que rime unos sueños
en tu rostro de gardenia,
Hada de la neurastenia,
trágica luz de mis sueños!
Mercadera de beleños
llévame al mundo que encanta;
¡soy el genio de Atalanta
que en sus delirios evoca
el ecuador de tu boca
y el polo de tu garganta!

Con el alma hecha pedazos,
tengo un Calvario en el mundo;
amo y soy un moribundo,
tengo el alma hecha pedazos:
¡cruz me deparan tus brazos;
hiel tus lágrimas salinas;
tus diestras uñas, espinas
y dos clavos luminosos
los aleonados y briosos
ojos con que me fascinas!

¡Oh mariposa nocturna
de mi lámpara suicida,
alma caduca y torcida,
evanescencia nocturna;
linfática taciturna
de mi Nirvana opioso,
en tu mirar sigiloso
me espeluzna tu erotismo,
que es la pasión del abismo
por el Angel Tenebroso!

(Es medianoche). Las ranas
torturan en su acordeón
un «piano» de Mendelssohn
que es un gemido de ranas;
habla de cosas lejanas,
un clamoreo sutil;
y con aire acrobatil
bajo la inquieta laguna,
hace piruetas la luna
sobre una red de marfil.

Juega el viento perfumado
con los pétalos que arranca,
una partida muy blanca
de un ajedrez perfumado;
pliega el arroyo en el prado
su abanico de cristal,
y genialmente anormal
finge el monte a la distancia
una gran protuberancia
del cerebro universal.

¡Vengo a ti, serpiente de ojos
que hunden crímenes amenos,
la de los siete venenos
en el iris de sus ojos;
beberán tus llantos rojos
mis estertores acerbos,
mientras los fúnebres cuervos,
reyes de las sepulturas,
velan como almas oscuras
de atormentados protervos!

¡Tú eres póstuma y marchita,
misteriosa flor erótica,
miliunanochesca, hipnótica,
flor de Estigia acre y marchita;
tú eres absurda y maldita,
desterrada del Placer,
la paradoja del ser
en el borrón de la Nada,
una hurí desesperada
del harem de Baudelaire!

¡Ven, declina tu cabeza
de honda noche delincuente
sobre mi tétrica frente,
sobre mi aciaga cabeza;
deje su indócil rareza
tu numen desolador,
que en el drama inmolador
de nuestros mudos abrazos
yo te abriré con mis brazos
un paréntesis de amor!


El abrazo pitagórico

Bajo la madreselva que en la reja
filtró su encaje de verdor maduro,
me perturbaba en el claroscuro
de la ilusión, en la glorieta añeja...

Cristalizaba un pájaro su queja...
Y entre el húmedo incienso de sulfuro
la luna de ámbar destacó al bromuro
el caserío de rosada teja...

¡Oh, Sumo Genio de las cosas! Todo
tenía un canto, una sonrisa, un modo...
Un rapto azul de amor, o Dios, quién sabe,

nos sumó a modo de una doble ola,
y en forma de «uno», en una sombra sola,
los dos crecimos en la noche grave...


El alba

Humean en la vieja cocina hospitalaria
los rústicos candiles... Madrugadora leña
infunden una sabrosa fragancia lugareña;
y el desayuno mima la vocación agraria...

Rebota en los collados la grita rutinaria
del boyero que a ratos deja la yunta y sueña...
Filis prepara el huso. Tetis, mientras ordeña,
ofrece a Dios la leche blanca de su plegaria.

Acongojando el valle con sus beatos nocturnos,
salen de los establos, lentos y taciturnos,
los ganados. La joven brisa se despereza...

Y como una pastora en piadoso desvelo,
con sus ojos de bruma, de la dulce pereza,
el Alla mira en éxtasis las estrellas del cielo.


El ama

Erudita en lejías, doctora en la compota,
y loro en los esdrújulos latines de la misa,
tal ágil viste un santo, que zurce una camisa,
en medio de una impávida circunspección devota...

Por cuanto el señor cura es más que un hombre, flota
en el naufragio unánime su continencia lisa...
y un tanto regañona, es a la vez sumisa,
con los cincuenta inviernos largos de su derrota.

Hada del gallinero. Genio de la despensa.
Ella en el paraíso fía la recompensa...
Cuando alegran sus vinos, el vicario la engríe

ajustándole en chanza las pomposas casullas...
y en sus manos canónicas, golondrinas y grullas
comulgan los recortes de las hostias que fríe.


El baño

Entre sauces que velan una anciana casuca,
donde se desvistieron devorando la risa,
hacia el lago, Foloe, Safo y Cores, deprisa
se adelantan en medio de la tarde caduca.

Atreve un pie Foloe, bautízase la nuca
y ante el espejo de ámbar arróbase indecisa;
meneando el talle, Safo respinga su camisa
y corre, mientras Ceres gatea y se acurruca...

Después de agrias posturas y esperezos felinos,
gimiendo un ¡ay! glorioso se abrazan a las ondas,
que críspanse con lúbricos espasmos masculinos...

Mientras, ante el misterio de sus gracias redondas,
Loth, Febo y David, púdicos tanto como ladinos,
las contemplan y pálidos huyen entre las frondas.


El despertar

Alisia y Cloris abren de par en par la puerta
y torpes, con el dorso de la mano haragana,
restréganse los húmedos ojos de lumbre incierta,
por donde huyen los últimos sueños de la mañana. ..

La inocencia del día se lava en la fontana,
el arado en el surco vagaroso despierta,
y en torno de la casa rectoral, la sotana
del cura se pasea gravemente en la huerta...

Todo suspira y ríe. La placidez remota
de la montaña sueña celestiales rutinas.
El esquilón repite siempre su misma nota
de grillo de las cándidas églogas matutinas.
Y hacia la aurora sesgan agudas golondrinas
como flechas perdidas de la noche en la derrota.


Epitalamio ancestral

Con la pompa de brahmánicas unciones,
abrióse el lecho de sus primaveras,
ante un lúbrico rito de panteras,
y una erección de símbolos varones...

Al trágico fulgor de los hachones,
ondeó la danza de las bayaderas
por entre una apoteosis de banderas
y de un siniestro trueno de leones.

Ardió al epitalamio de tu paso,
un himno de trompetas fulgurantes...
Sobre mi corazón, los hierofantes

ungieron tu sandalia, urna de raso,
a tiempo que cien blancos elefantes,
enroscaron su trompa hacia el ocaso.


Éxtasis

Bion y Lucina, émulos en fervoroso alarde,
permútanse fragantes uvas, de boca a boca;
y cuando Bion ladino la ebria fruta emboca
finge para que el juego lánguido se retarde...

Luego ante el oportuno carillón de la tarde,
que en sus almas, perdidas inocencias evoca,
como una corza tímida tiembla el amor cobarde,
y una paz de los cielos el instinto sofoca...

Después de un tiempo inerte de silencioso arrimo,
en que los dos ensayan la insinuación de un mimo,
ella lo invade todo con un suspiro blando;

¡Y él, que como una esencia gusta el sabroso fuego,
raya un beso delgado sobre su nuca, y ciego
en divinos transportes la disfruta soñando!


Fecundidad

«¡Adán, Adán, un beso!», dijo, y era
que en una dolorosa sacudida,
el absurdo nervioso de la vida
le hizo temblar el dorso y la cadera...

El iris floreció como una ojera
exótica. Y el «¡ay!» de una caída
fue el más dulce dolor. Y fue una herida.
La más roja y eterna primavera...

«¡Adán, Adán, procúrame un veneno!»,
dijo, y en una crispación flagrante
la eternidad atravesóle el seno...

Entonces comenzó a latir el mundo.
Y el sol colgaba del cenit, triunfante
como un ígneo testículo fecundo.



Fiat lux

Sobre el rojo diván de seda intacta,
con dibujos de exótica graminea,
jadeaba entre mis brazos tu virgínea
y exangüe humanidad de curva abstracta...

Miró el felino con sinuosa línea
de opalo; y en la noche estupefacta,
desde el jardín, la Venus curvilínea
manifestaba su esbeltez compacta.

Ante el alba, que izó nimbos grosellas,
ajáronse las últimas estrellas...
El Cristo de tu lecho estaba mudo.

Y como un huevo, entre el plumón de armiño
que un cisne fecundara, tu desnudo
seno brotó del virginal corpiño...


Génesis

Los astros tienen las mejillas tiernas...
La Luna trunca es una paradoja
espectro humana. Proserpina arroja
su sangre al mar. Las horas son eternas.

Júpiter en la orgía desenoja
su ceño absurdo; y junto a las cisternas,
las Ménades, al sol que las sonroja,
arman la columnata de sus piernas.

Juno duerme cien noches. ..Vorazmente,
Hércules niño, con precoz desvelo,
en un lúbrico rapto de serpiente,

le muerde el seno. Brama el Helesponto...
Surge un lampo de leche. Y en el cielo
la Vía Láctea escintiló de pronto.


Idealidad exótica

Tal la exangüe cabeza, trunca y viva,
de un mandarín decapitado, en una
macábrica ficción, rodó la luna
sobre el absurdo de la perspectiva...

Bajo del velo, tu mirada bruna
te dio el prestigio de una hunrí cautiva;
y el cocodrilo, a flor de la moruna
fuente, cantó su soledad esquiva.

Susceptible quién sabe a qué difuntas
dichas, plegada y con las manos juntas,
te idealizaste en gesto sibilino,,,

Y a modo de espectrales obsesiones,
la torva cornamenta de un molino
amenazaba las constelaciones...


Idilio espectral

Pasó en un mundo saturnal; yacía
bajo cien noches pavorosas, y era
mi féretro el Olvido... Ya la cera
de tus ojos sin lágrimas no ardía.

Se adelantó el enterrador con fría
desolación. Bramaba en la ribera
de la morosa eternidad, la austera
Muerte hacia la infeliz Melancolía.

Sentí en los labios el dolor de un beso.
No pude hablar. En mi ataúd de yeso
se deslizó tu forma transparente...

Y en la sorda ebriedad de nuestros mimos,
anocheció la tapa y nos dormimos
espiritualizadísimamente.


Julio

¡Frío, frío, frío!
Pieles, nostalgias y dolores mudos.

Flota sobre el esplín de la campaña
una jaqueca sudorosa y fría,
y las ramas celebran en la umbría
una función de ventriloquia extraña.

La Neurastenia gris de la montaña
piensa, por singular telepatía,
con la adusta y claustral monomanía
del convento senil de la Bretaña.

Resolviendo una suma de ilusiones,
como un Jordán de cándidos vellones,
la majada eucarística se integra;

y a lo lejos el cuervo pensativo
sueña acaso en un Cosmos abstractivo
como una luna pavorosa y negra.


La iglesia

En un beato silencio el recinto vegeta.
Las vírgenes de cera duermen en su decoro
de terciopelo lívido y de esmalte incoloro;
y San Gabriel se hastía de soplar la trompeta...

Sedienta, abre su boca de mármol la pileta.
Una vieja estornuda desde el altar al coro...
Y una legión de átomos sube un camino de oro
aéreo, que una escala de Jacob interpreta.

Inicia sus labores el alma reverente.
Para saber si anda de Buenas San Vicente
con tímidos arrobos repica la alcacía...

Acá y allá maniobra después con su plumero,
mientras, por una puerta que da a la cacristía,
irrumpe la gloriosa turba del gallinero.


La noche

La noche en la montaña mira con ojos viudos
de cierva sin amparo que vela ante su cría;
y como si asumiera un don de profecía,
en un sueño inspirado hablan los campos rudos.

Rayan el panorama, como espectros agudos,
tres álamos en éxtasis... Un gallo desvaría,
reloj de media noche. La grave luna amplía
las cosas, que se llenan de encantamientos mudos.

El lago azul de sueño, que ni una sombra empaña,
es como la conciencia pura de la montaña...
A ras del agua tersa, que riza con su aliento,

Albino, el pastor loco, quiere besar la luna.
En la huerta sonámbula vibra un canto de cuna. ..
Aúllan a los diablos los perros del convento.




 
La sombra dolorosa

Gemían los rebaños. Los caminos
llenábanse de lúgubres cortejos;
una congoja de holocaustos viejos
ahogaba los silencios campesinos.

Bajo el misterio de los velos finos,
evocabas los símbolos perplejos,
hierática, perdiéndote a lo lejos
con tus húmedos ojos mortecinos.

Mientras unidos por un mal hermano
me hablaban con suprema confidencia
los mudos apretones de tu mano,

manchó la soñadora transparencia
de la tarde infinita el tren lejano,
aullando de dolor hacia la ausencia.



La vuelta de los campos

La tarde paga en oro divino las faenas...
Se ven limpias mujeres vestidas de percales,
trenzando su cabellos con tilos y azucenas
o haciendo sus labores de aguja en los umbrales.

Zapatos claveteados y báculos y chales...
Dos mozas con sus cántaros se deslizan apenas.
Huye el vuelo sonámbulo de las horas serenas.
Un suspiro de Arcadia peina los matorrales...

Cae un silencio austero... Del charco que se nuimba
estalla una gangosa balada de marimba.
Los lagos se amortiguan con espectrales lampos,

Las cumbres, ya quiméricas, corónanse de rosas...
Y humean a lo lejos las rutas polvorosas
por donde los labriegos regresan de los campos.


Neurastenia

                                                          Le spectre de la realité traverse ma pensée
                                                                                                                         Víctor Hugo

Huraño el bosque muge su rezongo,
y los ecos, llevando algún reproche,
hacen rodar su carrasqueño coche
y hablan la lengua de un extraño Congo.

Con la expresión estúpida de un hongo,
clavado en la ignorancia de la noche,
muere la Luna. El humo hace un fantoche
de pies de sátiro y sombrero oblongo.

¡Híncate! Voy a celebrar la misa.
Bajo la azul genuflexión de Urano
adoraré cual hostia tu camisa:

«¡Oh, tus botas, los guantes, el corpiño...!»
Tu seno expresará sobre mi mano
la metempsícosis de un astro niño.



Nirvana crepuscular

Con su veste en color de serpentina,
reía la voluble Primavera...
Un billón de luciérnagas de fina
esmeralda, rayaba la pradera.

Bajo un aire fugaz de muselina,
todo se idealizaba, cual si fuera
el vago panorama, la divina
materialización de una quimera...

En consustaciación con aquel bello
nirvana gris de la Naturaleza,
te inanimaste... Una ideal pereza

mimó tu rostro de incitante vello,
y al son de mis suspiros, tu cabeza
durmióse como un pájaro en mi cuello!...

 



 
Numen

Mefistófela divina,
miasma de fulguración,
aromática infección
de una fístula divina...
¡Fedra, Molocha, Caína,
cómo tu filtro me supo!
¡A ti - ¡Santo Dios! - te cupo
ser astro de mi desdoro;
yo te abomino y te adoro
y de rodillas te escupo!

Acude a mi desventura
con tu electrosis de té,
en la luna de Astarté
que auspicia tu desventura...
Vértigo de asambladura
y amapola de sadismo:
¡yo sumaré a tu guarismo
unitario de Gusana
la equis de mi Nirvana
y el cero de mi ostracismo!

Carie sórdida y uremia,
felina de blando arrimo,
intoxícame en tu mimo
entre dulzuras de uremia...
Blande tu invicta blasfemia
que es una garra pulida,
y sórbeme por la herida
sediciosa del pecado,
como un pulpo delicado,
"¡muerte a muerte y vida a vida!"

Clávame en tus fulgurantes
y fieros ojos de elipsis
y bruña el Apocalipsis
sus músicas fulgurantes...
¡Nunca! ¡Jamás! ¡Siempre! ¡Y Antes!
¡Ven, antropófaga y diestra,
Escorpiona y Clitemnestra!
¡Pasa sobre mis arrobos
como un huracán de lobos
en una noche siniestra!
¡Yo te excomulgo, Ananké!

Tu sombra de Melisendra
irrita la escolopendra
sinuosa de mi ananké...
eres hidra en Salomé,
en Brenda panteón de bruma,
tempestad blanca en Satzuma,
en Semíramis carcoma,
danza de vientre en Sodoma
y páramo en Olaluma!

Por tu amable y circunspecta
perfidia y tu desparpajo,
hielo mi cuello en el tajo
de tu traición circunspecta...
¡Y juro, por la selecta
ciencia de tus artimañas,
que irá con tus risas hurañas
hacia tu esplín cuando muera,
mi galante calavera
a morderte las entrañas!

 

Tertulia lunática V

¡Oh negra flor de Idealismo!
¡Oh hiena de diplomacia
con bilis de aristocracia
y lepra azul de idealismo!...
Es un cáncer tu erotismo
de absurdidad taciturna,
y florece en mi saturna
fiebre de virus madrastros,
como un cultivo de astros
en la gangrena nocturna.

Te llevo en el corazón,
nimbada de mi sofisma,
como un siniestro aneurisma
que rompe mi corazón...
¡Oh Monstrua! Mi ulceración
en tu lirismo retoña,
y tu idílica zampoña
no es más que parasitaria
bordona patibularia
de mi celeste carroña!

¡Oh musical y suicida
tarántula abracadabra
de mi fanfarria macabra
y de mi parche suicida!...
¡Infame! En tu desabrida
rapacidad de perjura,
tu sugestión me sulfura
con el horrendo apetito
que aboca por el Delito
la tenebrosa locura!


 

Tertulia lunática VI

En un bostezo de horror,
tuerce el estero holgazán
su boca de Leviatán
tornasolada de horror...
Dicta el Sumo Redactor
a la gran Sombra Profeta,
y obsediendo la glorieta,
como una insana clavija,
rechina su idea fija
la turbadora veleta.

Ríe el viento confidente
con el vaivén de su cola
tersa de gato de Angola,
perfumada y confidente...
El mar inauditamente
se encoge de sumisión
y el faro vidente, en son
de taumaturgas hombrías,
traduce al torvo Isaías
hipnotizando un león.

Estira aplausos de ascua
la hoguera por los establos:
rabiosa erección de diablos
con tenedores en ascua...
Un brujo espanto de Pascua
de Marisápalo asedia,
y una espectral Edad Media
danza epilepsias abstrusas,
como un horror de Medusas
de la divina Comedia.

En una burla espantosa,
el túnel del terraplén
bosteza como Gwynplaine
su carcajada espantosa...
Hincha su giba la unciosa
cúpula, y con sus protervos
maleficios de hicocervos,
conjetura el santuario
el mito de un dromedario
carcomido por los cuervos.

Las cosas se hacen facsímiles
de mis alucinaciones
y son como asociaciones
simbólicas de facsímiles...
Entre humos inverosímiles
alinea el cañaveral,
con su apostura marcial
y sus penachos de gloria,
las armas de la victoria
en un vivac imperial.

Un arlequín tarambana
con un toc-toc insensato
el tonel de Fortunato
bate en mi sien tarambana...
Siento sorda la campana
que en mi pensamiento intuye;
en el eco que refluye
mi voz otra voz me nombra;
¡y hosco persigo en mi sombra
mi propia entidad que huye!

La realidad espectral
pasa a través de la trágica
y turbia linterna mágica
de mi razón espectral...
Saturno infunde el fatal
humor bizco de su influjo
y la luna en el reflujo
se rompe, fuga y se integra
como por la magia negra
de un escamoteo brujo.

En la cantera fantasma,
estampa Doré su mueca
fosca, saturniana y hueca,
de pesadilla fantasma...
En el cementerio pasma
la Muerte un zurdo can-can;
ladra en un perro Satán,
y un profesor rascahuesos
trabuca en hipos aviesos
el Carnaval de Schumann

“Viver é uma arte. E seu roteiro deve ser escrito pela sabedoria e pelo bom senso”. Dr. José Reginaldo de Melo Paes (medico, poeta, acadêmico alagoano)

  Dr. José Reginaldo de Melo Paes (medico, poeta, acadêmico alagoano) “Viver é uma arte. E seu roteiro deve ser escrito pela sabedoria e p...