quarta-feira, 2 de outubro de 2024

INHAMUNHÁ - LENDA DA SERRA DOIS IRMÃOS ILUSTRADA - por: ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS

 O LIVRO APRESENTA UMA NOVA INTERPRETAÇÃO PARA A CONHECIDÍSSIMA LENDA DA SERRA DOIS IRMÃOS, UMA SUCINTA GENEALOGIA, UM HISTÓRICO CULTULRAL E, POR FIM, UM ELUCIDÁRIO PARA AS PALAVRAS DE ORIGEM INDÍGENA UTILIZADAS NA BELÍSSIMA NARRATIVA DO HISTORIADOR ALFREDO BRANDÃO.




INHAMUNHÁ TRATA-SE, REALMENTE, DE UMA LENDA OU É A MÁSCARA PARA UMA PAIXÃO PROIBIDA?

O julgamento de Jesus: a escolha - por Prof. Aloisio Vilela Vasconcelos UFAL

No próximo 6 de abril, quem pertence  à civilização cristã relembra, com indescritível tristeza, uma das mais cruéis atrocidades praticadas contra um ser humano investido de divindade: a humilhante e dolorosa Paixão de Jesus Cristo. 

Sabe-se que Jesus foi vítima do mais abominável castigo aplicado pelo Império Romano porque, pertencendo ao grupo dos apocalípticos, pregava a rivalizante doutrina da presença do Reino de Deus, criticava abertamente o status quo, ou seja, os “palacianos” políticos e religiosos, desrespeitava a Torá, praticava a “comensalidade” com bons e maus, condenava a miséria e os que aceitavam o jugo romano, realizava feitos miraculosos inimitáveis, dizia que viera para nos redimir do pecado e, finalmente, afirmava ser o Filho de Deus. 

Isto somado ao “ataque ao Templo” na época da Páscoa em que bastava uma microscópica fagulha para que o sentimento de libertação dos judeus explodisse, pois lembravam o milagroso êxodo do Egito, o tornou persona non grata, tanto aos olhos dos chefes religiosos israelitas quanto aos das autoridades políticas e militares romanas. 

A partir daí, não mais interessava se ele era um RabiAmenMessiasou Mar. Tinham de escolher entre ele e a paz, pois se a multidão se rebelasse seria esmagada sem piedade pelas temíveis legiões romanas, e as relações entre a cúpula judaica e o Império ficariam para sempre estruturalmente abaladas. Portanto, devia ser eliminado, uma vez que representava uma séria ameaça. 

Enquanto orava no Monte das Oliveiras com tanta angústia que chegou a suar sangue, pedindo, em vão, ao Pai que o livrasse do que estava por sofrer e seus fiéis apóstolos dormiam bêbados devido à quantidade de vinho consumida durante a Última Ceia, foi “traído”.  

Preso, interrogado e flagelado, foi condenado à pior das penas. Como se encontrava em estado de total exaustão física, determinaram que alguém que não fazia parte de seu grupo carregasse não a cruz mas opatibulum até o local de sua crucificação.  

Crucificado, um pouco antes de morrer, teve a certeza de que não tinha sido abandonado apenas pelos homens, mas também por Deus, ao gritar desesperadamente: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?". 

Deus o abandonou, porque Jesus havia esquecido o que ele próprio dissera em João 13,16: “O servo não é maior que seu senhor...”. 

Na época, o servo era ele, Jesus, e o senhor o Império Romano.

Aloisio Vilela Vasconcelos é professor da Universidade Federal de Alagoas

https://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2012/04/01/o-julgamento-de-jesus-a-escolha.html


Sexta-feira morreu - Escrito por: Prof. Aloisio Vilela De Vasconcelos

 

Ele nasceu em 23 de junho de 1930, e morreu no dia 4 de janeiro de 2012. Começou a trabalhar nas fazendas viçosenses quando tinha apenas sete anos plantando capim, cortando e limpando cana, ou seja, contribuindo para que seus donos ficassem cada vez mais ricos e ele miserável, pois nunca lhe ensinaram que o certo seria lutar pela socialização da riqueza para que todos tivessem direito a tudo.

Como a renda familiar era muito baixa, ainda cuidava da roça e confeccionava bolsas, balaios e caçuás com titara para serem vendidos na feira e ajudar seu pai a sustentar sua numerosa prole.

Em 1956, tentou se aposentar devido a um derrame, mas perderam seus documentos, fato que adiou sua aposentadoria por 13 anos, uma vez que só conseguiu seu intento, devido à idade, em 1969, depois de ter trabalhado como burro de carga durante 32 anos.

Grande e profunda foi minha tristeza ao saber que este homem, chamado JOÃO CAETANO DA SILVA, mais conhecido por todos como Sexta-Feira, havia morrido. Ele representava um tipo de pessoa que há muito desapareceu, pois apesar de ter trabalhado durante tanto tempo, de sempre ter votado nos brasões de Viçosa, de morar de favor numa pequena meia-água, de viver de sua pequena aposentadoria – com a qual comprava sua alimentação, dava um agrado a quem a fazia, ajudava o sobrinho e pagava a mensalidade de seu funeral – e de ninguém ter melhorado sua vida, ele, como fervoroso devoto de Padre Cícero e do Sagrado Coração de Jesus, não guardava rancor, pois achava que um dia as coisas iam melhorar e vivia assim porque Deus queria.

Nada melhorou, uma vez que sua juventude foi de pobreza e sua velhice de miséria. Também não lhe ensinaram, ou ele não percebeu que todo aquele que possui economia de miséria e se rebela é apoiado por Deus.

Ontem caboclo forte e trabalhador, hoje fraco e pedinte, pois andava curvado e todos os dias fazia a peregrinação dos miseráveis até a porta do rico Banco do Brasil, onde ficava, até o meio-dia, pedindo uma moeda a um e a outro, para minimizar suas necessidades.
Que triste ironia!

Quando deixava seu vergonhoso “ponto”, seguia seu rumo. Rumo que o levava para o nada que possuía.

Que País é este!

Mestre Né, o pedreiro do Casarão, quando viu o enterro passar, disse: “Foia que ta na árve quando seca já é pra caí”.

Tem razão, Mestre Né! O Sexta-Feira secou e caiu.

Caiu nos braços de Deus.

Adeus, Ariano Suassuna! Aloisio Vilela de Vasconcelos - professor da UFAL

 Aloisio Vilela de Vasconcelos - professor da Ufal

E Deus chamou Ariano Suassuna! Chamou para junto de si um gigante! Desta vez, um dos maiores gigantes - senão o maior - que o Brasil possuía!

Com a partida, sem retorno, de Ariano Suassuna, nosso País que já é rico em anões, ficará beirando a liderança mundial nesse tipinho de gente.

Que triste sina!

Adeus, Ariano Suassuna! Adeus para sempre, eterno mestre! O que me conforta é ter absoluta certeza de que o Todo poderoso, com sua corte celestial, o receberá de braços abertos, pois fará questão de ouvir os seus "contos", “estórias” e histórias, tudo acompanhado de sua inigualável sabedoria e simpatia cabocla e sertaneja e ao som da sanfona de oitos "bastos".

Que chore o Brasil!

Chore a perda da decência, da honestidade, do caráter, da cultura, da simpatia e da aprendizagem na universidade do povo.

Que chore o Brasil!

Chore a simplicidade, o pacifismo, o humanismo e o conhecimento sem anel de doutor no dedo que fazem alguns que os possuem andarem com o braço numa tipoia para mostrarem que o seu peso é igual a sua falta de conhecimento!

Que chore o Brasil!

A última viagem daquele que representava prova viva da capacidade do brasileiro e da validade da escola do sertanejo!

Que chore o Brasil!

Chore os violeiros, os cantadores de emboladas, os vaqueiros, os toadeiros, os mestres de Guerreiro, de Reisado, as dianas do Pastoril, os cantadores de Quilombo, os tocadores de zabumba, pois nos deixou para sempre o “rei D. Sebastião”, isto é, quem, sem anel de doutor no dedo, conhecia e valorizava todas as manifestações folclóricas da cultura brasileira.

Que chore o Brasil!

Chore e que os brasileiros não corram atrás de lenço para enxugar as lágrimas que, como gigantescas catadupas, jorram de seus olhos e incineram sua face, pois faleceu o último anjo que era a prova viva de que o processo de aprendizagem e de valorização do magistério no Brasil ocorre da maneira mais luciferina que existe.

Que chore o resto do Brasil, porque eu, não tenho mais lágrimas para derramar!


Fonte:

https://noticias.ufal.br/servidor/noticias/2014/07/adeus-ariano-suassuna

sábado, 1 de junho de 2024

ABELARDO DUARTE (1900-1992) - Por Mariana Tenório da S. Lima

 

ABELARDO DUARTE (1900-1992)


Por Mariana Tenório da S. Lima ─ Fevereiro de 2019


Notas Biográficas


Filho de José Antonio Duarte e Maria Clementina Coutinho da França Duarte, Abelardo Duarte nasceu em Maceió em 1900 e faleceu na mesma cidade em 1992, foi professor, jornalista e médico. Aluno do Colégio São Domingos onde cursou o primário e o secundário no Colégio 15 de Março e no Liceu Alagoano. Em 1926 tornou-se doutor na Faculdade de Medicina da Bahia, com a tese Contribuição ao Estudo dos Grupos Sanguíneos na Bahia. Foi médico do Serviço de Saneamento Rural, e organizou o primeiro Serviço de Higiene Infantil do estado de Alagoas. Em 1930 Duarte entra para o magistério, por concurso, sendo nomeado catedrático de Cosmografia do Liceu Alagoano, ocupando, depois, a catedra de Geografia do Brasil, na Escola Normal. Fundou, com colegas, a Faculdade de Medicina de Alagoas, tendo proferido a aula inaugural, sob o tema Conquistas e Tendências da Medicina Contemporânea. Suas publicações: Tese de Concurso à Cadeira de Cosmografia no Liceu Alagoano, Oração do Centenário do Liceu (1929). Um Folguedo do Povo: o Bumba-Meu-Boi, (Ensaio de História e Folclore) (1957), História do Liceu Alagoano: Desde sua Criação até o Ano de 1960 (1961), Série de Estudos Alagoanos, XI; Acréscimo e Retificações à “História do Liceu Alagoano” (1963).

Referências:

BARROS, Francisco Reinaldo Amorim de. ABC das Alagoas. Dicionário Biobibliográfico, Histórico e Geográfico de Alagoas. Edições do Senado Federal – Vol. 62-A p.436-439.

DUARTE, Abelardo. Tese de Concurso à Cadeira de Cosmografia no Liceu Alagoano, Maceió, Casa Ramalho, 1929.

Oração do Centenário do Liceu. Separata da Revista do Ensino, V.I, nº 1, 1952, Maceió, Alagoas, Maceió, Casa Ramalho Editora, 1952.

Um Folguedo do Povo: o Bumba-Meu-Boi, (Ensaio de História e Folclore), Maceió, Ed. Caeté, 1957.

História do Liceu Alagoano: Desde sua Criação até o Ano de 1960, Maceió, DEC, 1961.

Série de Estudos Alagoanos, XI; Acréscimo e Retificações à “História do Liceu Alagoano”, Arquivo Público de Alagoas/Imprensa Oficial, Maceió, 1963.

SANTOS, Ivanildo Gomes dos. A Instrução Secundária nas Alagoas: as aulas avulsas e o Liceu Provincial (1784-1892). 2018.268 f. Tese (Doutorado em Educação) ─ Universidade Federal da Paraíba, Centro de Educação Programa de Pós-Graduação em Educação, João Pessoa, 2018

SANTOS, Ivanildo Gomes dos. O Saber Histórico Escolar no Liceu Alagoano: o ensino de historia do Brasil configurado nas teses do cônego Valente. 2012. 150 f. Dissertação (Mestre em Educação) ─ Universidade Federal de Alagoas, Centro de Educação Programa de Pós-Graduação em Educação, Maceió, 2012


Como referenciar estas Notas Biográficas:

LIMA, Mariana. Abelardo Duarte. Disponível em: http://www.cedu.ufal.br/grupopesquisa/gephecl/livros-fragmentos/ Acesso em:

domingo, 26 de maio de 2024

Memorial virtual Paulo Freire

 https://www.memorial.paulofreire.org/




Seja bem-vindo(a) ao Paulo Freire: memorial virtual. Aqui você pode navegar pelo acervo digital de Paulo Freire de uma forma totalmente diferenciada, mais atraente e dinâmica. Esta página servirá como portal de entrada para que você possa conhecer ou aprofundar seu estudo na vida e obra do educador. Ele está estruturado nas seguintes seções: Conheça Paulo Freire, Linha do Tempo, Biblioteca, Glossário, Acervo e Instituto Paulo Freire.

Conheça Paulo Freire: nesta seção o leitor será apresentado a vida e obra do educador.

Linha do Tempo: neste espaço, em ordem cronológica, listamos os principais eventos da vida de Paulo Freire, do seu nascimento, na cidade do Recife, até o seu falecimento, na cidade de São Paulo.

Biblioteca: base de dados bibliográfica, com a lista de todos os livros das bibliotecas físicas do educador catalogados e com ferramenta de busca.

Glossário: caracterizado principalmente por conter recortes das falas em áudio ou vídeo do Paulo Freire em eventos, entrevistas, seminários, encontros ou premiações, organizadas por verbetes temáticos em ordem alfabética. O usuário ainda pode ter acesso seja ao conteúdo audiovisual ou às transcrições das falas de cada verbetes.

Acervo digital: repositório com obras digitalizadas, previamente autorizadas, disponibilizadas ao pública em geral. Na guia "Comunidades e Coleções", deparamo-nos com as obras de autoria de Paulo Freire dispostas em material audiovisual e bibliográfico nas diversas naturezas. Em produção de terceiros, há materiais de autores diversos sobre a vida e obra do educador pernambucano. No acervo, você poderá acessar vídeos, áudios, artigos, livros, cartazes, charges, fotografias, ilustrações e objetos tridimensionais, entre outros.

Comunidade Freiriana Internacional: grupo de pessoas e instituições que, em várias parte do mundo, organizam-se e inspiram suas reflexões e ações na vida e obra do educador.

Aproveite!

sábado, 9 de março de 2024

“Viver é uma arte. E seu roteiro deve ser escrito pela sabedoria e pelo bom senso”. Dr. José Reginaldo de Melo Paes (medico, poeta, acadêmico alagoano)


 

Dr. José Reginaldo de Melo Paes (medico, poeta, acadêmico alagoano)

“Viver é uma arte. E seu roteiro deve ser escrito pela sabedoria e pelo bom senso”.


https://www.youtube.com/watch?v=lXVgNT-jX1Q
 

Os poetas cidade de Maceió – o poeta do meu bairro.

Assim como os rios nascem e vão juntos para o mar, também em noites de lua, reunidos em uma rua, os poetas veem a cantar. No encanto da rima, produz tão bela obra prima, que enfeitiça o luar. Eu, entre esses poetas existe grande amizade, pois trazem dentro do peito uma imensa saudade. Saudade que é abrigo do velho amor do passado. Amor jamais olvidado que nos guarda o consolo. Mas  eis a grande questão, viver com essa paixão será prêmio ou castigo? Tu que eis prateada pela lua. Tu que eis tão dourada pelo sol. Tu que tens as cores do arredor, sempre levo a imagem tua em minha alma. Ao lembrar dos teus bairros coloridos, recordo dos meus amores mais queridos. As mais belas loirinhas e morenas. Mulheres divinais, lindas verbenas. Amo a tua lua beijando o mar e teus coqueirais a luz do luar. Eu nunca te esquecerei Maceió. E amanhã quando nada mais restar deixe-me venturoso aqui morar, para que jamais eu me sinta só. Oh poeta do meu bairro, tu que chora a saudade dos amores vividos, da imensa dor nos seus olhos  sentidos e o que restou dos sonhos de outrora. Oh, poeta do meu bairro que chora nas longas noites de luar brilhante, seu poema e como um diamante com lindas quadras que a noite devora. Oh poeta por que tão grande dor? Quando o passado vai longe e distante a gente esquece e esmaece a cor. Nenhum conselho, porém, eu lhe dou. Porque sou assim também, como eis tão sentimental quanto eu sou.

INHAMUNHÁ - LENDA DA SERRA DOIS IRMÃOS ILUSTRADA - por: ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS

  O LIVRO APRESENTA UMA NOVA INTERPRETAÇÃO PARA A CONHECIDÍSSIMA LENDA DA SERRA DOIS IRMÃOS, UMA SUCINTA GENEALOGIA, UM HISTÓRICO CULTULRAL ...