O VELHO E ETERNO RUY É INCONTETÁVEL…
Perfil
altura: 1,58 cm
peso: 48 kg
número do sapato: 36
comida predileta: frango e arroz com carne seca
molho: pimenta
roupa para ficar em casa: pijama ou timão (espécie de camisolão)
para sair: sobre-casaca ou fraque
férias de verão: Petrópolis
meio de transporte: às vezes bonde ou carruagem
carro: Benz
mania: livros
lazer: ler romances policiais e de aventuras; revista Tico-tico
passeio diário: cinema
paixão: roseiras
amor: Maria Augusta
uma frase: “O espírito tem necessidade de distrações amenas e nada melhor para conservá-lo jovem do que as leituras infantis”
altura: 1,58 cm
peso: 48 kg
número do sapato: 36
comida predileta: frango e arroz com carne seca
molho: pimenta
roupa para ficar em casa: pijama ou timão (espécie de camisolão)
para sair: sobre-casaca ou fraque
férias de verão: Petrópolis
meio de transporte: às vezes bonde ou carruagem
carro: Benz
mania: livros
lazer: ler romances policiais e de aventuras; revista Tico-tico
passeio diário: cinema
paixão: roseiras
amor: Maria Augusta
uma frase: “O espírito tem necessidade de distrações amenas e nada melhor para conservá-lo jovem do que as leituras infantis”
Sinto Vergonha de Mim
Discurso no Senado Federal em 17/12/1914
Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o “eu” feliz a qualquer custo,
buscando a tal “felicidade”
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre “contestar”,
voltar atrás
e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer…
Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!
“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem- se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto”
Rui Barbosa de Oliveira.
O poema é de uma impressionante atualidade.
Poderia ter sido escrito hoje sem mudar uma única palavra…
Discurso no Senado Federal em 17/12/1914
Citações do Ruy Barbosa
- Dilatai a fraternidade cristã, e chegareis das
afeições individuais às solidariedades coletivas, da família à nação, da
nação à humanidade. (Rui Barbosa – Coletânea Literária, 211).- A esperança é o mais tenaz dos sentimentos humanos: o náufrago, o condenado, o moribundo aferram-se-lhe convulsivamente aos últimos rebentos ressequidos. (Rui Barbosa – A Ditadura de 1893, IV-207).
- O homem, reconciliando-se com a fé, que se lhe esmorecia, sente-se ajoelhado ao céu no fundo misterioso de si mesmo. (Rui Barbosa – A Grande Guerra, 12).
- O escritor curto em idéias e fatos será, naturalmente, um autor de idéias curtas, assim como de um sujeito de escasso miolo na cachola, de uma cabeça de coco velado, não se poderá esperar senão breves análises e chochas tolices. (Rui Barbosa – A Imprensa e o Dever da Verdade, 9).
- Em cada processo, com o escritor, comparece a juízo a própria liberdade. (Rui Barbosa – A Imprensa, III, 111).
- Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de existência na comunhão internacional. (Rui Barbosa – A Revogação da Neutralidade Brasileira, 33).
- A existência do elemento servil é a maior das abominações. (Rui Barbosa – Coletânea Literária, 28).
- Toda a capacidade dos nossos estadistas se esvai na intriga, na astúcia, na cabala, na vingança, na inveja, na condescendência com o abuso, na salvação das aparências, no desleixo do futuro. (Rui Barbosa – Colunas de Fogo, 79).
- Na paz ou na guerra, portanto, nada coloca o exército acima da nação, nada lhe confere o privilégio de governar. (Rui Barbosa – Contra o militarismo, 1.° série, 131).
- Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não esqueço a fraternidade pela tolerância. Eu não substituo a fé pela superstição, a realidade pelo ídolo. (Rui Barbosa – O Partido Republicanos Conservador, 61).
- Só o bem neste mundo é durável, e o bem, politicamente, é todo justiça e liberdade, formas soberanas da autoridade e do direito, da inteligência e do progresso. (Rui Barbosa – O Partido Republicano Conservador, 46)
- A acusação é sempre um infortúnio enquanto não verificada pela prova. (Rui Barbosa – Novos discursos e confissões, 112)
- Criaturas que nasceram para ser devoradas, não aprendem a deixar-se devorar. (Rui Barbosa – Elogios e orações, 262)
- Não há outro meio de atalhar o arbítrio, senão dar contornos definidos e inequívocos à condição que o limita. (Rui Barbosa – Coletânea jurídica, 35)
- No culto dos grandes homens não pode entrar a adulação.
(Rui Barbosa – E. Eleitoral aos E. de Bahia e Minas, 120)
- O ensino, como a justiça, como a administração, prospera e vive muito mais realmente da verdade e moralidade, com que se pratica, do que das grandes inovações e belas reformas que se lhe consagrem.
(Rui Barbosa – Plataforma de 1910, 37)
- O espírito da fidelidade e da honra vela constantemente, como a estrela da manhã da tarde, sobre essas regiões onde a força e o desinteresse, o patriotismo e a bravura, a tradição e a confiança assentaram o seu reservatório sagrado. (Rui Barbosa – Disc. E Conf., 226).
- A eleição indireta tem por base o pressuposto de que o povo é incapaz de escolher acertadamente os deputados. (Rui Barbosa – Discursos e Conferências)
- Sem o senso moral, a audácia é a alavanca das grandes aventuras. (Rui Barbosa – Colunas de Fogo, 65)
- Quanto maior o bem , maior o mal que da sua inversão procede. (Rui Barbosa – A Imprensa e o Dever Da Verdade)
- É preciso ser forte e conseqüente no bem, para não o ver degenerar em males inesperados. (Rui Barbosa – Ditadura e República, 45)
- Um povo cuja fé se petrificou, é um povo cuja liberdade se perdeu. (Rui Barbosa – Disc. E Conf., 263).
- A soberania da força não pode ter limites senão na força. (Rui Barbosa – Disc. E Conf., 377).
- O exército não é um órgão da soberania, nem um poder. É o grande instrumento da lei e do governo na defesa nacional. (Rui Barbosa – Ditadura e República, 138).
- Nenhum povo que se governe, toleraria a substituição da soberania nacional pela soberania da espada. (Rui Barbosa – Ditadura e República, 143).
- Embora acabe eu, a minha fé não acabará; porque é a fé na verdade, que se libra acima dos interesses caducos, a fé invencível. (Rui Barbosa – Elogios e Orações, 161).
- Os que ousam ser leais à sua fé, são cobertos até de ridículo. (Rui Barbosa – Novos Disc. E Conf., 194).
- A espada não é a ordem, mas a opressão; não é a tranqüilidade, mas o terror, não é a disciplina, mas a anarquia não é a moralidade, mas a corrupção, não é a economia mas a bancarrota. (Rui Barbosa – Novos Discursos e Conferências, 317).
- Outrora se amilhavam asnos, porcos e galinhas. Hoje em dia há galinheiros, pocilgas e estrebarias oficiais, onde se amilham escritores. (Rui Barbosa e dever da Verdade, 23).
- A mesma natureza humana, propensa sempre a cativar os subservientes, nos ensina a defender-nos contra os ambiciosos. (Rui Barbosa – D. e conferências, 382)
O Poema “Sinto Vergonha de Mim” é muito proclamado na Colação de Grau em Direito, sendo chamado de “Oração para os moços”. É uma realidade que só vai mudar com a evolução de nós próprios, mas infelizmente é raro quem aceite que os fins não justificam os meios, já que a maioria só enxerga as consequências diretas dos atos, crê em Deus só de forma hipócrita, esquese-se da 3ª Lei de Newton, que para toda ação, corresponde uma reação, na mesma intensidade e sentido contrário. O equilíbrio está em tudo que Deus fez, nós é que estragamos tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário