quarta-feira, 21 de agosto de 2013

ALAGOAS - Jair Barbosa Pimentel


 ALAGOAS


Por Jair Barbosa Pimentel

Quando o Brasil foi descoberto, a terra que constitui hoje o  Estado de Alagoas, era um mundo de mata virgem, onde viviam índios nativos, como os Caetés. Rios perenes, muito peixe, frutas, animais soltos. Enfim, a flora e a fauna exuberantes, enchiam os olhos dos portugueses que foram chegando para iniciar o processo de colonização.
Situado entre os dois maiores centros de produção de açúcar do Nordeste brasileiro, Pernambuco e Bahia, o Estado de Alagoas desenvolveu e consolidou uma economia baseada na produção de açúcar e na criação de gado na qual era utilizada, sobretudo, a mão de obra de escravos negros e mestiços.
A grande quantidade de lagoas em seu litoral, fez com que os colonizadores batizassem logo a região de Alagoas. Elas continuam embelezando a paisagem típica do Estado, se constituindo em pontos de atração turística e ainda em sustento de milhares de alagoanos, que tiram dela, o peixe e o sururu, molusco típico.
A ocupação do território alagoano pelos colonizadores portugueses teve início em Penedo (1560), prosseguindo em Porto Calvo (1590), Santa Luzia do Norte 91608) e, finalmente, Santa Maria Madalena de Alagoas do Sul (1611).
Esse pedaço de terra brasileiro, entre o Litoral e o Sertão, pertencia a Capitania de Pernambuco, comandada pelo donatário Duarte Coelho, que em visita ao Sul, deparou-se com o rio São Francisco. Lá, edificou um forte e deu origem a cidade de Penedo, comprovadamente o primeiro núcleo habitacional de Alagoas.
A História de Alagoas é a história pela posse da terra. Doadas as sesmarias, os novos proprietários procuraram logo fazer a derrubada das matas e plantar cana-de-açúcar, surgindo os engenhos banguês que sustentaram a economia alagoana durante quatro séculos, até serem substituídos pelas usinas.
Quando o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho visitou o Sul do seu domínio, deslumbrou-se com a região do baixo São Francisco, parando num local e dando início a povoação de Penedo, onde os rebanhos de gado iam até o interior do rio São Francisco e seus afluentes. Nesse prieiro núcleo de povoamento construiu um forte, e daí em diante, foram surgindo novos moradores, culminando com o aparecimento da primeira vila fundada em Alagoas. O comércio expandiu-se. Penedo já era a mais importante vila, bem mais desenvolvida do que a chamada “cabeça-de-comarca”, a vila de Alagoas (atual Marechal Deodoro).
Ainda no século XVII, emancipa-se o Povoado de Porto Calvo, que tem sua origem e desenvolvimento ligado à cultura açucareira, tornando-se a segunda Vila.
A terceira povoação fundada em Alagoas foi Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul (Alagoas do sul, atualmente Marechal Deodoro), alusão a lagoa Manguaba, onde está edificada às suas margens. A Lagoa do Norte é a Mundaú, que banha Maceió, Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte e Satuba. A vila foi crescendo e, logo no século XVIII tornou-se cabeça-de-comarca, espécie de capital. Na emancipação política de Alagoas, já com o nome de Alagoas, foi escolhida como capital da nova Capitania. Perdeu espaço para Maceió, que surgiu no século XVII, através de um engenho banguê.

A fertilidade da terra que depois se transformou em Capitania, Província e Estado de Alagoas, atraía muita gente. E, com o avanço da invasão de outros povos europeus ao Brasil, logo esse pedaço da então Capitania de Pernambuco, ficou muito visado.
O progresso do Sul da Capitania de Pernambuco conhecido como Alagoas, fez com que sua população fosse logo desejando a independência. Mas. No início da segunda década do século XVIII, foi criada a Comarca de Alagoas, sob a jurisdição da Capitania de Pernambuco, e nomeado o primeiro Ouvidor Geral: José da Cunha Soares.
Foi exatamente na segunda metade do século XVIII, que surge Maceió, de um engenho de açúcar denominado Massayó, que segundo o testamento do Capitão Apolinário Fernandes Padilha, datado de 15/09/1724 moeu apenas duas vezes e que em 1724 já se encontrava em fogo morto. A palavra é de origem indígena, significando terra alagadiça (o que tapa o alagadiço), que deu origem ao riacho com o mesmo nome.
Escritura pública de 1609 mostra que havia uma casa na sesmaria pertencente a Manoel Antônio Duro em Pajuçara. Esta sesmaria deve ter sido transferida depois para o Capitão Apolinário Fernandes Padilha.
Por volta de 1673, o rei de Portugal, ordenou que fosse realizado o povoamento do território alagoano, assim como a fortificação do Porto de Jaraguá, tendo como objetivo principal evitar o comércio ilegal do pau Brasil feitos pelos franceses.
A separação de Maceió da vila de Santa Maria Madalena de Alagoas do Sul (Marechal Deodoro) e sua elevação à condição de vila se deram através do Alvará-Régio de 5 de dezembro de 1815, assinado por Dom João VI. Um ano depois, Maceió é elevado de fato à condição (29/12/1816).
A transformação de Maceió em Capital se deu em função do seu desenvolvimento econômico. O Porto de Jaraguá tornou-se o principal centro de escoamento de diversos produtos e forte polo mercantil, fazendo com que a elite agroexportadora influenciasse decisivamente nesse processo.
Surgiram ainda as povoações de Anadia, Atalaia, Camaragibe, São Miguel dos Campos, Poxim  e Porto de Pedras. A Comarca tinha como sede a vila de Alagoas, atual Marechal Deodoro, uma espécie de capital, já com suas Igrejas monumentais, ainda hoje preservadas. Penedo, Porto Calvo e Santa Luzia do Norte, eram as outras vilas, que continuavam crescendo e atraindo novos moradores.
Ainda no século XIX existiam em Alagoas as vilas de  Água Branca, Mata Grande, Pão de Açúcar, Traipu, Piranhas, Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos, Quebrangulo, Assembléia (Viçosa), Imperatriz (União dos Palmares), São José da Laje, Murici, São Luiz do Quitunde, Coqueiro Seco e Pilar.
Quando da independência do Brasil, Alagoas já esbanjava progresso, tendo o açúcar, como seu carro-chefe. Dezenas de engenhos produziam e exportavam através do Porto de Jaraguá. Os governadores passaram a ser denominados presidentes. E o primeiro deles, nomeado por Dom Pedro I, foi o pernambucano Nuno Eugênio de Lossio, que instalou o Conselho de Governo e autorizou as eleições para deputados e senadores.

FONTE: http://maisalagoas.uol.com.br/mais.asp?id=historia
http://www.cienciashumanas.com.br/resumo_artigo_928/artigo_sobre_historia_do_estado_brasileiro_de_alagoas
HISTÓRIA DE ALAGAOS, Luiz Gomes da Rocha.
ALTAVILA, Jaime de – História da Civilização das Alagoas. Maceió, EDUFAL. 1988.
CARVALHO, Cícero Péricles de – Formação Histórica de Alagoas. Maceió, Grafitex. 1982

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