domingo, 2 de junho de 2013

O que você acha que significa o título Comendador?

O que você acha que significa o título Comendador?

 


Segundo a Wikipédia, “Uma comenda é um benefício que antigamente era concedido a eclesiásticos e a cavaleiros de ordens militares, mas que atualmente costuma designar apenas uma distinção puramente honorífica.”
Tenho uma justificada curiosidade a respeito do que as pessoas dos diversos países entendem por essa palavra. Sei que na Itália há muitos, no Brasil há poucos e, pelo que me informaram lá mesmo, na Argentina quase não se usa. Além desses três países, eu gostaria de informar como se traduz esse termo para o inglês, alemão, catalão, esperanto e mesmo para o espanhol. Os tradutores on-line traduziram errado. Até para o italiano, todos traduziram como “comandante”. Só para o francês saiu correto: commandeur.
Uma coisa é a tradução. Outra é o significado. Eu gostaria que você dissesse o que lhe evoca esse título. Isto vai ser importante para a comunicação em distintos países.
Recebi as seguintes traduções:
Anna Contieri informa: em italiano é commendatore.
Eimara informa: em esperanto é Komandoro.
Edgardo e Regina informam: em espanhol é comendador.
Em inglês o dicionário diz que é: commendator (exatamente como no latim, só que com outra pronúncia). No entanto, quando estive em Londres encontrei knight commander.
Em francês, o tradutor on-line informa: é commandeur.
Fica faltando em català, deutsch e alguma outra língua que você queira acrescentar.
E a abreviação? É melhor não abreviar!
 
Em português são aceitas três abreviações, conforme as opiniões dos linguístas. Considerei mais lógica e compreensível Comdor., sendo que as letras dor devem ser diagramadas em sobrescrito, isto é, com letrinhas menores e elevadas. Infelizmente este programa não permite diagramar assim. Esclareço porque tive que fazer um discurso na Academia Brasileira de Arte, Cultura e História pelo 455o. aniversário da cidade de São Paulo e me deram a lista dos membros da mesa de honra, onde se lia: “Com. Fulano”. Eu li “Comandante” porque essa é a abreviação de comandante. Não era. Era comendador. Corrigi rapidamente. Em seguida vinha “Com. Sicrano”. Aí era comandante! Tratava-se de um Vice-Almirante da Marinha Brasileira. Felizmente, não me atrapalho ao falar em público, mas isso teria derrubado a maioiria dos palestrantes. Eis porque é tão importante abreviar corretamente.
No entanto, nós que lidamos com filosofia hindu, vivemos sob o manto dos falsos estereótipos.

 

Um dia, dando meu cartão de visitas fornecido pela Ordem dos Parlamentares do Brasil a uma senhora de boa cultura, lida e viajada, ela leu meu nome com a abreviação de Comendador e, sabendo que dediquei minha vida à “palavra mágica”, inquiriu: “Condor é algum grau da ióga?” Ela jamais teria perguntado um semelhante disparate se o interlocutor não fosse associado àquele dárshana do hinduísmo, se fosse, por exemplo, um pedreiro, encanador, médico, coronel ou qualquer outra profissão. Você já imaginou a pergunta: “Condor é algum grau da odontologia?” Morri de vergonha alheia quando precisei esclarecer que “Comdor.” era a abreviação de Comendador. O constrangimento que se seguiu foi devastador. A gentil senhora que até então estava me tratando por “você” (tratamento que é o correto e que eu mais aprecio) passou a me chamar de senhor e ainda perguntou se esse tratamento era o adequado ou se deveria ser outro mais formal. Obviamente, pedi-lhe que continuasse utilizando o “você”, até porque essa é a contração de Vossa Mercê. Contudo, a partir daquele dia, já que somos “da ióga” (sic), não abreviei mais e passei a escrever por extenso: Comendador.
 

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