terça-feira, 17 de junho de 2014

Iphan retoma pesquisa arqueológica em Porto Calvo

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Alagoas, retomou, esta semana, o trabalho de pesquisa arqueológica em Porto Calvo, na região Norte do Estado. As sondagens se estenderão até Porto de Pedras em busca de resquícios do período colonial (século 17).
O trabalho é desenvolvido por meio de convênio entre a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Arquelog Pesquisas (empresa contrata pelo Iphan/AL) e prefeitura municipal.
“Trata-se de um trabalho de resgate da história de Porto Calvo, de Porto de Pedras e do Brasil. Essa região foi tomada pelos holandeses, retomada pelos portugueses; tomada e retomada novamente em batalhas sangrentas, como a de Mata Redonda e do rio Comandatuba. Estamos em busca desse passado”, explicou a técnica de campo da Arquelog, Doris Walmsley.
A pesquisa é coordenada pelos arqueólogos Veléda Lucena e Marcos Albuquerque, o mesmo que coordenou os trabalhos arqueológicos que descobriram, em 2000, no Recife, a primeira sinagoga das Américas. As escavações se concentram, inicialmente, às margens do histórico rio Comandatuba, mas nenhuma evidência foi encontrada, por enquanto.
“Há muito tempo atrás eu já encontrei três balas antigas dentro do rio, quando fui tomar banho. Aí dentro tem muita coisa bonita para se descobrir”, atesta dona Maria Vandeci Alves da Silva, 74 anos, que assistia ao trabalho de escavação.
“Existem referências que em 1637 existiam aqui dois fortes e outros dois redutos. Nosso trabalho inicial é identificar esses sítios e levantar o potencial arqueológico da região. Uma vez identificados esses sítios, aprofundaremos os estudos”, relatou Doris.
Ela lembrou que o trabalho arqueológico foi iniciado em maio do ano passado, mas teve de ser suspenso um mês depois por conta das chuvas e só retomado esta semana. A pesquisa vai seguir o curso do Rio Manguaba em direção ao mar de Porto de Pedras, por onde escorria o grosso da produção açucareira da época em grandes barcaças e por onde chegavam suprimentos e armas.
Doris vem recebendo o apoio de Monteiro para quebrar a resistência dos moradores das áreas pesquisadas
Doris vem recebendo o apoio de Monteiro para quebrar a resistência dos moradores das áreas pesquisadas
A técnica observou, entretanto, que a pesquisa sofre resistência de alguns moradores das áreas estudadas. “Como aqui na região já foram encontradas botijas (duas em Maragogi e uma Japaratinga), as pessoas se negam a prestar informações. Nossa chave para abrir os caminhos é seu Adelmo. Ele conhece todo mundo e isso facilita nosso trabalho”, afirmou Doris.
Adelmo Monteiro é o diretor de Cultura de Porto Calvo, um entusiasta que auxilia os técnicos durante as pesquisas, apontando os locais onde possivelmente existem os sítios arqueológicos. Ao longo do tempo, Adelmo coleciona artefatos encontrados por populares no solo da terra de Calabar. Ele pretende doá-los ao município para a montagem de um museu e para pesquisas.
Fonte: Sucursal Maragogi / Gazeta de Alagoas

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