Nomes da historiogragia e Cultura Alagoanas

Abelardo Duarte

médico e escritor
  (Maceió, 18 de maio de 1900 – Maceió, 03 de março de 1992)
Abelardo Duarte

Abelardo Duarte, médico e escritor, fundador da Faculdade de Medicina de Alagoas, foi um dos mais destacados representantes do pensamento de Alagoas. Professor emérito da Universidade Federal de Alagoas, Secretário Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e membro de inúmeras outras instituições. Autor do já histórico estudo “Um folguedo do povo: O Bumba-meu-boi (Ensaio de História e Folclore)“ - Maceió, 1957, entre várias outras obras. Distingue-se também por acentuado interesse por questões "negras" que dizem respeito à musicologia.
Significativamente, Abelardo Duarte escolheu o titulo de "Folclore Negro" para a sua mais representativa obra nesse campo (Folclore Negro das Alagoas: Áreas da cana-de-açúcar, Maceió, 1974).
Formou-se em Medicina em Salvador/BA, onde foi auxiliar acadêmico no Laboratório de Patologia Geral (tese: “Os grupos sangüíneos na Bahia, 1926).
Voltando à sua terra natal, em 1927, iniciou suas atividades profissionais como médico Pediatra, abrindo seu consultório na rua do Comércio. Ocupou também cargos diretivos, dentre eles o do Hospital Infantil da Santa Casa de Maceió e do Conselho Regional de Medicina nos seus primórdios. Professor Emérito da UFAL pelo reconhecimento aos serviços por ele prestados.
Era também escritor, além de artigos médicos, escreveu sobre teatro, educação e cultura, tornando-se em pouco tempo, um dos nomes mais expressivos  da capital alagoana. Homem de reconhecida cultura, Dr. Abelardo Duarte passou a colaborar na imprensa de Maceió. Assim revelou-se, não só um jornalista de grande talento, mas um crítico literário, ensaísta, folclorista, biografo e historiador.
Criador e fundador da Faculdade de Medicina de Alagoas tinha a visão consciente de que o jovem para tornar-se médico não precisaria sair do seu estado. Assim,  no final da década de 1940, lançou através da imprensa alagoana, a idéia de se fundar, em Maceió, uma faculdade de Medicina, o que aconteceu no dia 03 de maio de 1950. Porém, por motivos políticos, não quis ser o seu primeiro diretor, pois o governador da época o tinha como adversário.
Conciliou muito bem a profissão de médico com a da literatura. Foi contemporâneo de Arthur Ramos, outro famoso médico alagoano. Dedicava-se à cultura e à influência do negro na formação brasileira. Dizia: “Continua a discriminação mesmo tendo acabado a escravidão, mas até hoje há o desrespeito para com a pessoa humana do negro e de tantas outras minorias étnicas”.
Faleceu em Maceió, no dia 03 de março de 1992, aos 91 anos de idade.

OBRAS DO AUTOR:
  • Um folguedo do povo: o Bumba Meu Boi (ensaio de História e Folclore) – Maceió – 1957
  • Folclore Negro das Alagoas
  • Três Ensaios
  • D. Pedro II e Dona Teresa Cristina nas Alagoas
  • Negros Muçulmanos nas Alagoas: Os Malé
Fonte de pesquisa: Cartilha de Folclore - José Maria Tenório Rocha; Wikipédia, a enciclopédia livre; e ABC das Alagoas.



Arthur Ramos

médico psiquiatra e antropólogo
 (Pilar, AL, 7 de julho de 1903 — Paris, 31 de outubro de 1949)
Arthur Ramos
Médico psiquiatra, psicólogo social, indigenista, etnólogo, folclorista e antropólogo, aos quinze anos Arthur Ramos publicou o seu primeiro artigo no semanário "O Pilar". Em 1926 defendeu a tese de doutorado denominada "Primitivo e Loucura", recebendo grandes elogios de Sigmund Freud, Eugene Bleuler e Lévy Bruhl. No Rio de Janeiro, em 1934, publica "O Negro Brasileiro"; assume a cátedra de Psicologia Social, vindo a ser consagrado como o pai da Antropologia Brasileira.
Nos Estados Unidos ensinou e participou de vários simpósios nas Universidades de Lousiana, Califórnia, Harvard e Columbia, ao lado de grandes nomes das Ciências Sociais. No Brasil obteve reconhecimento e respeito de Jorge de Lima, Raquel de Queirós, Jorge Amado, Gilberto Freire, Estácio de Lima, Théo Brandão, José Lins do Rêgo, Aurélio Buarque de Holanda, Graciliano Ramos, 0, Silvio de Macedo, Rita Palmares, Lily Lages e Gilberto de Macedo, dentre tantos outros.
Era um humanista e, através de suas idéias libertárias, lutou contra o imperialismo e o preconceito racial, sendo preso duas vezes pelo DOPS, na ditadura Vargas.
Considerado um dos maiores cientistas da humanidade, sempre a frente de seu tempo, deixou um legado de mais de seiscentas obras, entre livros e artigos, que até hoje são fontes de estudos para a psiquiatria, o negro, o índio e o folclore brasileiro.
Nunca esqueceu sua terra. Percebe-se isso quando escreveu: "A minha recompensa maior, será a de estar ouvindo aquelas vozes queridas, que os ventos, constantemente, me trazem do Pilar distante, para a música do meu coração.”
Morreu na capital francesa, quando era diretor da UNESCO, onde construiu um Plano de Paz para o mundo, ao lado de Bertrand Russel, Jean Piaget, Maria Montessori e Julien Huxley.
Obras Principais
•    Primitivo e Loucura, (1926);
•    Estudos de Psychanalyse, (1931);
•    O Negro Brasileiro, (1934);
•    A Higiene Mental nas Escolas: Esquema de Organização, (1935);
•    O Folk-lore Negro do Brasil, (1935);
•    A Mentira Infaltil, (1937);
•    Saúde do Espírito (Higiene Mental), (1939);
•    Pauperismo e Hygiene Mental, (1939);
•    Cultura e Ethos, (1945);
•    A Organização dual entre os Índios Brasileiros, (1945);
•    A Renda de Bilros e sua aculturação no Brasil, (1948);
•    Guerra e Relações de Raça;
•    Psychiatria e psychanalyse;
•    Introdução à Antropologia Brasileira;
•    Introdução à Psicologia Social;
•    Freud, Adle Jung...;
•    O Negro na Civilização Brasileira;
•    Estudos de Folk-lore;
•    Educação e Psychanalyse;
•    Atualidade de Arthur Ramos;
•    As Culturas Européias e Europeizadas;
•    As Culturas Indígenas;
•    As Culturas Negras;
•    A Criança Problema: A Higiene Mental na Escola Primária;
•    A Mestiçagem no Brasil.
Fonte de pesquisa: Cartilha de Folclore - José Maria Tenório Rocha; Wikipédia, a enciclopédia livre; e ABC das Alagoas.


Augusto Calheiros

cantor e compositor
 (Maceió, 5 de junho de 1891 — Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1956)
Augusto Calheiros
Augusto Calheiros, cantor e compositor, iniciou sua carreira artística no Recife em meados dos anos 1920. Em 1927, como integrante do grupo pernambucano Turunas da Mauricéia, tranferiu-se para o Rio de Janeiro. A estréia do grupo no Rio de Janeiro ocorreu no Teatro Lírico, em espetáculo patrocinado pelo jornal Correio da Manhã, onde Augusto Calheiros fez enorme sucesso por causa de sua voz afinada e estilo peculiar de interpretação.
 
Caboclo forte de Maceió, descendente verdadeiro de índios, AUGUSTO CALHEIROS nasceu na capital alagoana em 5.6.1891, numa família em boa situação, que começou a passar dificuldades com o falecimento do chefe, quando Calheiros tinha nove anos de idade. Rapazola, muda-se para Garanhuns, aí trabalhando como dono de bar, fabricante de sapatos, hoteleiro, subdelegado e carcereiro. A música, porém, sempre povoada seus sonhos e projetos. Cantava no cinema e teatro locais.
Em 1923, dá-se sua ida para a capital pernambucana, onde começa a atuar na Rádio Clube de Pernambuco (PRAP), inaugurada oficialmente, em 17.10.1923, como a Segunda rádio transmissora brasileira. Nada ganhava. Em 1926, forma o conjunto Turunas da Mauricéia, com João Frazão (diretor e violão), o cego Manoel de Lima (violão), os irmãos Romualdo (violão) e João Miranda (cavaquinho), e Luperce Miranda (bandolim).
No início de 1927, os Turunas, com o apoio do jornal Correio da Manhã, começam a divulgar a típica música nortista no Rio de Janeiro, com um sucesso nunca visto. Luperce Miranda, que tinha ficado no Recife por força de compromissos, só pôde se reincorporar ao conjunto algum tempo depois.
Nos espetáculos, cabia a Calheiros fazer a apresentação de cada um dos companheiros, através do recitativo de quadrinhas: "Cantamos canções do mato / Nem é outra a nossa Ideia / Dizem que somos fato / Turunas da Mauricéia". Ao se referir a si mesmo, dizia: "Eu só sigo os companheiros / Minha vida é a canção / Chamam-me Augusto Calheiros / O cantador do sertão".
Augusto Calheiros
As primeiras gravações dos Turunas difundiram por todo o Brasil a voz privilegiada de Calheiros, afinada, de dicção perfeita e grandes recursos. Os êxitos se sucedem, bem como as excursões, inclusive ao Sul do Brasil e Buenos Aires. Com o fim do grupo, em 1929, Calheiros prossegue cantando solo, nas rádios, gravações e nos teatros.
Depois, por alguns anos, atua na Casa de Caboclo, em cujo elenco também figuravam Jararaca e Ratinho, Dercy Gonçalves, Apolo Correa, Arthur Costa, entre outros. A Casa de Caboclo, teatro popular, fundado e dirigido por Duque (Antônio Lopes de Amorim Dinis), abriu suas cortinas, em 1932, com o objetivo de apresentar somente peças a músicas de autêntico sabor regionalista, portanto propício para a arte essencialmente brasileira de Calheiros.
Em 1936, canta no filme Maria Bonita, da Sonoarte.
Ao todo, em 78 rpm, deixou um legado de 80 discos com 154 música, o ultimo em 1955, mas só lançado no mês do seu falecimento.
Quando sobrevém a doença, vê-se desprovido de qualquer recurso, pois a vida boêmia o deixara pobre. É então socorrido pelo amigo Almirante, que muito o admirava. Almirante faz então circular um original Livro de Contos, com a finalidade de arrecadar o necessário ao seu tratamento. Em cada página, uma quadrinha sobre sua vida, devendo prender-se nela uma célula de mil cruzeiros (um conto de réis), com o que se alcançou, na denominação antiga, 114 "contos". Calheiros, em 1955, havia sido um dos destaques do 2º Festival da Velha Guarda, em São Paulo, organizado por Almirante.
Calheiros, apesar da solidariedade recebida, vem a falecer em 11 de janeiro de 1956, no Rio de Janeiro, deixando uma única filha, Cleide, ainda bem pequena, e uma legenda inapagável na música popular brasileira.

SENHOR DA FLORESTA

Senhor da floresta / Um índio guerreiro da raça tupi / Vivia pescando / Sentado na margem do rio Chui / Seus olhos rasgados, no entanto / Fitavam ao longe uma taba / Na qual habitava / A filha formosa de um morubixaba. / Um dia encontraram / Senhor da floresta no rio Chui / Crivado de flechas, / De longe atiradas por outro tupi / E a filha formosa do morubixaba / Quando anoiteceu, correu / Subindo a montanha / No fundo do abismo desapareceu. / Naquele momento / Alguém viu no espaço, à luz do luar / Senhor da floresta de braços...

Maiores sucessos e gravações de Augusto Calheiros (ordem cronológica - fonte:  Wikipédia)
    1928 - Único Amor
    1928 - Na Praia
    1929 - Valsa da Saudade
    1929 - Saudades do Rio Grande
    1930 - Linda Cabocla (Artur Braga)
    1930 - Teus Olhos Castanhos (Lamartine Babo e Bonfiglio de Oliveira)
    1933 - Alma de Tupy (Jararaca)
    1933 - Céu do Brasil
    1933 - Flor do Mato (José Francisco de Freitas e Zeca Ivo)
    1934 - Mané Fogueteiro (João de Barro)
    1934 - Fui à Bahia
    1935 - Falando ao Teu Retrato (Jayme Florence e João Cândido Ferreira)
    1936 - Flor do Sertão (Carlos Lentini e Nei Orestes)
    1937 - Revendo o Passado (Freire Júnior)
    1937 - Foi da Bahia
    1938 - Como és Linda Sorrindo (Gastão Lamounier e Mário Rossi)
    1938 - Única Ventura
    1939 - Minha Vida em Tuas Mãos
    1940 - Ave Maria (Erotides de Campos e Jonas Melo)
    1940 - Chuá Chuá (Ary Pavão e Pedro Sá Pereira)
    1940 - Amar em Segredo
    1941 - Casa Desmoronada (Antenor Borges e Pedro Fabio)
    1945 - Bela
    1945 - Senhor da Floresta (René Bittencourt)
    1945 - Caboclo Vingador (Artur Goulart e José Colombo)
    1945 - Célia (Augusto Calheiros e J. Rodrigues de Resende)
    1946 - Meu Ranchinho (Miguel Lima)
    1946 - Dúvida (Domingos Ramos e Luiz Gonzaga)
    1947 - Fatal Desilusão
    1947 - Prelúdios de Sonata (César Cruz)
    1947 - Vida de Caboclo (José Luiz e J. Resende)
    1947 - Garoto da Rua (René Bittencourt)
    1950 - Adeus Pilar (Augusto Calheiros)
    1950 - Pisa no Chão Devagar (Augusto Calheiros)
    1950 - Grande Mágoa
    1952 - Serenata Matuta (Levino Ferreira)
    1952 - Sonhando ao Mar (Davi Vasconcelos)
    1953 - Ave Maria (Erotides de Campos e Jonas Melo)
    1953 - Como És Linda Sorrindo (Gastão Lamounier e Mário Rossi) - lançada em 1938
    1953 - Belezas do Sertão (Augusto Calheiros e Luperce Miranda)
    1953 - Cabocla Pureza
    1954 - Audiência Divina (Guilherme de Brito)
    1954 - Meu Dilema (Guilherme de Brito)
    1955 - Adda (Mário Ramos e Salvador Moraes)
Fonte de pesquisa: Wikipédia, a enciclopédia livre; YouTube; entre outras.


Augusto Malta

fotógrafo
AUGUSTO MALTA (1864-1957)(Mata Grande, 14 de maio de 1864 — Rio de Janeiro, 30 de junho de 1957)

Augusto César Malta de Campos, fotógrafo, nasceu em Mata Grande, Alagoas, no dia 1 de maio de 1864, foi um dos mais importantes fotógrafos do Brasil no final do século XIX e início do século XX. 
Mudou-se para a Corte Imperial aos 24 anos, em 1888, onde foi trabalhar com comércio de tecidos. No ano seguinte, ano da proclamada a República e o Rio passou a ser "Distrito Federal". A partir de 1900, Malta interessou-se pela fotografia, então praticada e divulgada na cidade por Marc Ferrez e exerceu a atividade como amador. Em 1903, foi nomeado fotógrafo oficial da Intendência do Distrito Federal por Pereira Passos, exercendo o cargo até 1936, ano em que se aposentou após servir às administrações de Pereira Passos, Souza Aguiar, Carlos Sampaio, Prado Júnior, Alaor Prata e Pedro Ernesto Baptista. 
Entre os fatos documentados por sua obra estão a demolição do Morro do Castelo, a Revolta da Vacina, a inauguração da Avenida Central (hoje Rio Branco), a Exposição Nacional de 1908, a Exposição Internacional do Centenário da Independência, em 1922 e a inauguração da estátua do Cristo Redentor. 
Até meados da década de 1940, continuou atuando como fotógrafo, ocasião em que registrou imagens da vida cotidiana, a arquitetura, as alterações urbanísticas (como as primeiras favelas), os carnavais do Rio, os corsos e as “Batalhas das Flores” e os flagrantes do momento, em obra de inestimável valor histórico para a preservação da memória da cidade.  
Augusto Malta morreu aos 93 anos, no dia 30 de junho de 1957.
 foto do acervo Augusto Malta

  Site oficial do fotógrafo: http://portalaugustomalta.rio.rj.gov.br/

 Coleção Augusto Malta - MISSua coleção, adquirida pelo Banco do Estado da Guanabara, em 1964, para integrar o acervo do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro é constituída por 20 mil fotografias, 20 álbuns fotográficos com imagens selecionadas pelo próprio Malta, 2.400 negativos de vidro e 115 negativos panorâmicos. Desse acervo, 11.500 fotografias já se encontram digitalizadas, além de 167 documentos textuais com correspondência, cadernos de notas, etc.

Pesquisa: Julio Campos


Aurélio Buarque de Holanda

filólogo e lexicógrafo
(Passo de Camaragibe, 2 de maio de 1910 - Rio de Janeiro,  28 de fevereiro de 1989)
Aurélio Buarque
Aurélio Buarque de Holanda, crítico, ensaísta, tradutor, filólogo e lexicógrafo foi eleito em 4 de maio de 1961 para a Cadeira nº 30 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Antônio Austregésilo, recebido em 18 de dezembro de 1961, pelo acadêmico Rodrigo Otávio Filho.
Foi secretário da Revista do Brasil (3a fase) de 1939 a 1943. Publicou em 1942, o livro de contos “Dois Mundos”, premiado em 1944 pela Academia Brasileira de Letras. Em 1945, publica o ensaio "Linguagem e estilo de Eça de Queirós". Em 1941 o convidam a executar, pela primeira vez, um trabalho lexicográfico, como colaborador do Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa.
Em 1945 publicou, em conjunto com Paulo Rónai, o primeiro dos cinco volumes da coleção “Mar de histórias”, antologia do conto mundial. Em 1947, iniciou no Suplemento Literário do Diário de Notícias a seção "O Conto da Semana" com a colaboração também de Paulo Rónai.

À partir de 1950 manteve, na revista Seleções do Reader’s Digest, a seção "Enriqueça o seu vocabulário", que em 1958 ele irá reunir e publicar no volume de igual título. Em 1963, tomou parte, em Bucareste, já representando a Academia Brasileira de Letras, no “Simpósio de Língua, História, Folclore e Arte do Povo Romeno”, visitando na mesma ocasião a Bulgária, Iugoslávia, Checoslováquia e Grécia. Foi membro da Comissão Nacional do Folclore e da Comissão Machado de Assis.

Em 1975, publicou o “Novo Dicionário da Língua Portuguesa”. Pronunciou numerosas conferências, sobre assuntos literários e lingüísticos, no México, Estados Unidos, Cuba, Guatemala e Venezuela.

Pertenceu à Associação Brasileira de Escritores, seção do Rio de Janeiro (1944-49). Era membro da Academia Brasileira de Filologia, do Pen Clube do Brasil, do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, da Academia Alagoana de Letras e da Hispanic Society of America.

Obras Principais
•    Dois Mundos, contos (1942);
•    Linguagem e estilo de Eça de Queirós (ensaio), publicado no Livro do Centenário, de Eça de Queirós, (1945);
•    Mar de Histórias, antologia de contos da literatura universal, em colaboração com Paulo Rónai — volume I, (1945); volume II, (1951); volume III, (1958); volume IV, (1963) e volume V, (1981);
•    Contos Gauchescos e Lendas do Sul, edição comentada do texto de Simões Lopes Neto (1949);
•    O Romance Brasileiro de 1752 a 1930, (1952);
•    Roteiro Literário do Brasil e de Portugal, antologia literária da língua portuguesa, em colaboração com Álvaro Lins (1956);
•    Território Lírico, ensaios, (1958);
•    Enriqueça o Seu Vocabulário, filologia (1958);
•    Vocabulário Ortográfico Brasileiro, (1969);
•    Novo Dicionário da Língua Portuguesa, (1972);
•    O Chapéu de Meu Pai, edição revista e reduzida de Dois Mundos (1974);
•    Minidicionário da Língua Portuguesa, (1977);
•    Novo Dicionário da Língua Portuguesa, (1975);
•    Dicionário Aurélio Infantil da Língua Portuguesa, (1989).
Além dos contos que traduziu para a coleção “Mar de Histórias”, Aurélio Buarque de Holanda traduziu romances de vários autores, os “Poemas de Amor”, de Amaru, e os “Pequenos Poemas em Prosa”, de Charles Baudelaire.

Fonte de pesquisa: Wikipédia, a enciclopédia livre; ABC das Alagoas; entre outras.


Calabar

Senhor de Engenho
Domingos Fernandes CalabarDomingos Fernandes Calabar (Porto Calvo/AL, c. 1600 - Porto Calvo, 22/7/1635) foi um senhor de engenho na capitania de Pernambuco, aliado dos neerlandeses que invadiram o Nordeste do Brasil. Calabar, a exemplo de Benedict Arnold para os estadunidenses, é tido como o maior traidor da história brasileira. 
Pouco se sabe desse personagem controverso da História do Brasil: nasce em Alagoas, então parte integrante da Capitania de Pernambuco, por volta de 1600. Foi batizado na fé católica no dia 15 de março de 1610. Mulato, estudara com os jesuítas e, fazendo dinheiro com o contrabando, chega a tornar-se senhor de terras e engenhos. Vários cronistas qualificam, no entanto, Calabar de mameluco (mistura de índio e branco) e não de mulato.
Em Porto Calvo, os holandeses prestaram-lhe honras fúnebres. O compositor Chico Buarque, junto a Ruy Guerra, fez em 1973 uma peça teatral intitulada: "Calabar: o Elogio da Traição" onde pela primeira vez a condição de traidor de Calabar era revisitada. Mas este posicionamento dava-se muito mais para denunciar a situação da época ditatorial, do que uma visão historiográfica sobre os fatos do século XVII. 
Calabar
O autor, jornalista e historiador alagoano Romeu de Avelar (1893-1972) foi o primeiro a escrever um livro ("Calabar"), em 1938, contestando a ideia de que Calabar teria sido, de fato, um traidor. Na época, foi considerado subversivo e teve seu livro apreendido pelas autoridades. Nele, o autor corajosamente argumenta que Domingos Calabar, por ter sido brasileiro e não português, tinha todo o direito de escolher de que lado lutar. Avelar nos mostra ainda um Domingos Calabar não apenas corajoso, mas também um patriota. Segundo o autor, "Domingos Fernandes Calabar foi um insurreto e um clarividente que se antecipou à revolução histórica e liberal do Brasil" (Calabar 1938). O livro foi editado novamente em 1973, após a morte do autor, no ano anterior.
Fonte: Wikipedia
Pesquisa: Julio Campos

Carlos Diegues

cineasta
(Maceió, 19 de maio de 1940)
Cacá Diégues
Carlos Diegues, também conhecido como Cacá Diegues, é cineasta e produtor cinematográfico.
Estudou no Colégio Santo Inácio, dirigido por jesuítas, até prestar vestibular para a PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio, onde faz o curso de Direito, em uma época em que não havia, no Brasil, escolas de cinema. Na PUC, como presidente do Diretório Estudantil, funda um cineclube e começa suas atividades de cineasta amador, na companhia de David Neves, Arnaldo Jabor, Paulo Perdigão e outros.
A maioria dos 18 filmes de Diegues foi selecionada por grandes festivais internacionais, como Cannes, Veneza, Berlim, Nova York e Toronto, e exibida comercialmente na Europa, Estados Unidos e América Latina - o que o torna um dos realizadores brasileiros mais conhecidos em todo o mundo. 
Pai de quatro filhos (os dois primeiros de seu casamento com Nara Leão), Diegues é casado, desde 1981, com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães. Tem três netos:  Jose Pedro Diegues Bial (2002), de sua filha Isabel, Monah Andre Diegues (2004) e Mateo Andre Diegues (2005), filhos de seu filho Francisco.
Site oficial do cineasta: http://www.carlosdiegues.com.br/
Filmes mais conhecidos:
1999 - Orfeu
1984 - Quilombo
1964 - Ganga Zumba
http://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/cincovezesfavela_principal.jpg/image_preview?ext=.jpg
http://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/quilombo.jpg/image_preview?ext=.jpg http://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/5xPacific_CartazFinal-3.jpg/image_preview?ext=.jpghttp://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/1378_deus.jpg/image_preview?ext=.jpghttp://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/20501087.jpg/image_preview?ext=.jpghttp://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/joana-francesa-poster01.jpg/image_preview?ext=.jpghttp://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/Orfeu.jpg/image_preview?ext=.jpghttp://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/quandoocarnavalchegar_principal.jpg/image_preview?ext=.jpghttp://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/xica_da_silva-0.jpg/image_preview?ext=.jpghttp://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/filmes-de-carlos-diegues/gangazumba_principal.jpg/image_preview?ext=.jpg
DESTAQUES

Carmem Omena

Assistente Social
Carmem OmenaCARMEM LÚCIA BARBOSA DE OMENA, nasceu em Maceió/AL, no dia 22 de março de 1944, filha de José Barbosa da Silva e de Rosina Omena Barbosa.
Desde cedo despertou a vocação pelo estudo das Artes. Ao longo de décadas dedicou sua vida à causa da Cultura Popular, sendo o Folclore sua maior paixão, dentro deste emaranhado de inteligência, cultura e vocação artística
Iniciou-se na arte em 1968. Fez curso de desenho e pintura com os professores Lourenço Peixoto, Pierre Chalita e Maria Teresa Vieira.
Estudou História da Arte I, II e III, História da Arte Moderna e História da Arte Contemporânea. Participou do Simpósio Graciliano Ramos. Em 1976, fez viagem de estudo e estágio sobre Centros Culturais, na França.
 Fez parte do Simpósio Internacional do Centenário de Nascimento de Graciliano Ramos. Em 1979 participou do curso de Fotografia no SESC/SP; curso de Criatividade no SESC/AL, curso de Cerâmica/SP e curso de Serigrafia na FUNCHALITA, em 1981. Fez ainda curso de Criatividade, Análise e Problemas da Composição na Linguagem Visual, na Pinacoteca UFAL/IHGAL; oficina de Teatro de Bonecos, entre outros.
Servidora do SESC/AL, de 1967 a 1997, dirigiu a Divisão de Orientação Social e Consultora da Diretoria Regional, tendo implantado e coordenado as Galerias SESC/SENAC. No SESC/Centro, criou o Projeto de Estágio Universitário e o da Feira de Arte e Lazer.
Nos anos 1977/78 foi professora/colaboradora assistente da Pró-Reitoria para assuntos Estudantis e Comunitários da UFAL. Participou, como pesquisadora, do mapeamento de artesanato do estado de Alagoas, no trabalho promovido pelo PROMO-EXPORT-UFAL-SESC e do mapeamento dos grupos indígenas, na pesquisa realizada pelo governo do estado.
Participou, como artística plástica, em 1976, de Exposição individual e Exposições Coletivas à partir de 1974.
Foi Secretária Executiva e Presidente da Comissão Alagoana de Folclore/CAF, Secretária da Associação dos Folguedos Populares de Alagoas/ASFOPAL, sendo uma das artistas divulgadas na obra “Arte Alagoana II”.  Em 1983, recebeu o 1º lugar no concurso promovido pela Editora da UFAL para ilustração da capa do livro “Jorge de Lima e o Idioma Poético Afro-nordestino” e em 1987, 2º lugar do Concurso de Poesias na VI de Arte da Mulher Alagoana, promovido pelo Internacional Women1s Club/AL.
Entre 1990 e 2002 realizou a curadoria de cerca de 20 exposições. Lançou, numa parceria com o SESC/AL e Atelier Casa 50, o CD “Folguedos Natalinos Alagoanos /Pastoril” dentro da Coleção Memória Musical produzido pelo Centro de Difusão e Realizações Musicais do SESC/AL.
Era admiradora e colecionadora de Lapinhas e Presépios feitos por artesãos populares, possuindo um acervo de mais de 70 conjuntos, de várias cidades e países, que eram expostas anualmente, no mês de dezembro.
Em seu “Atelier Casa 50”, de 2001 a 2004, desenvolveu um trabalho com arte, com crianças e adolescentes especiais.
Tem trabalhos no acervo do SESC/AL, SESC/SP, SESI/AL, Secretaria de Cultura de Alagoas e com particulares, em Maceió, Rio de Janeiro, São Paulo e Austrália.
Faleceu no dia 28 de janeiro de 2012, deixando um legado de amor e dedicação pelas as mais belas manifestações populares do nosso estado.
Fonte: Dicionário Mulheres de Alagoas, Ontem e Hoje  - Quixabeira, Enaura e Rosa; Bomfim, Edilma Acioli; Venceslau, Olegário (artigo); ABC das Alagoas – Barros,  Francisco Reinaldo Amorim de.



Djavan

músico
(Maceió, 27 de janeiro de 1949)
Djavan
Djavan Caetano Viana
, cantor e compositor, nascido em Maceió em 27 de janeiro de 1949. Sua mãe, que era lavadeira, entoava canções de Ângela Maria e Nelson Gonçalves. Aprendeu violão sozinho na adolescência. Aos dezoito anos, formou o conjunto Luz, Som, Dimensão (LSD), que tocava em bailes de clubes, praias e igrejas de Maceió. Em 1973 foi para o Rio de Janeiro onde teve a oportunidade de gravar músicas de outros artistas para as novelas da Rede Globo. O reconhecimento aconteceu mesmo em 1975 quando participou do Festival Abertura e conquistou o segundo lugar com a música "Fato consumado". Seu primeiro LP foi em 1976 tendo a faixa "Flor de lis" um de seus grandes sucessos.

Djavan combina tradicionais ritmos sul-americanos com música popular da América, Europa e África. Entre seus sucessos musicais destacam-se, "Açaí", "Meu Bem Querer", "Oceano", "Se", "Faltando um Pedaço", "Esquinas", "Seduzir", "Pétala", "Lilás", "A Ilha", "Fato Consumado", "Álibi", "Azul", "Cigano", "Serrado" e muitos outros.
Site oficial do cantor:  http://www.djavan.com.br


Costa Rego

escritor e político
(Pilar, 12 de março de 1889 - Rio de Janeiro, 06 de julho de 1954)
Costa Rego Pedro da Costa Rego nasceu no Pilar (AL), em 12 de março de 1889. Jornalista, escritor e político, iniciou seus estudos no Mosteiro São Bento (onde fundou a revista literária Véritas, com o pseudônimo de "Celestino Pompéa") e posteriormente ingressou na carreira jornalística na publicação O Século. Em 1907, se transferiu para o Correio da Manhã, onde começou como revisor e terminou como redator-chefe, vivendo o auge de sua produção profissional.

Em quase 50 anos de atuação neste jornal, dirigiu a notável equipe de literatos que contava com nomes como Graciliano Ramos, Otto Lara Resende, José Lins do Rego, Aurélio Buarque de Hollanda, Otto Maria Carpeaux e Rodolfo Mota Lima.

Na vida pública, foi secretário da agricultura (1912), deputado federal (1915-17, 1918-20, 1921-23), governador (1924-28) e senador (1929-30 e 1935-37), sempre por Alagoas. Como educador, mesmo sem nunca ter frequentado curso superior, Costa Rego implantou a primeira cátedra brasileira de jornalismo na Universidade do Distrito Federal, onde lecionou História das Américas e adotou um enfoque pedagógico voltado às raízes européias de formação humanística dos profissionais.

Membro da ABI e homenageado com os títulos honoríficos de Comendador Polônia Festituta e Grande Oficial do Mérito do Chile, foi casado com dona Alzira Lopes Costa Rego, com quem teve três filhas. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 6 de julho de 1954.

Três obras: Na Terra Natal (1928), Como Foi Que Persegui a Imprensa (1930) e Águas Passadas (1952).
Crédito: Marcelo Januário
Costa Rego foi um dos mais respeitados jornalistas do seu tempo. 
Órfão de pai e mãe, mudou-se para o Rio de Janeiro, ficando aos cuidados de seu tio, o jornalista Antônio José Oliveira e Silva. Em 1906 ingressou no Correio da Manhã, onde fez carreira. Ocupou posições de destaque na política alagoana como secretário de Estado (1912), Deputado Federal (1915-1917, 1918-1920, 1921-1923) e Governador (1924-1928). A revolução de 1930 interrompeu a sua carreira política no Senado (1929-1930). Estava na Europa presidindo a delegação brasileira na Conferência de Bruxelas, quando foi surpreendido pela revolução. Exilou-se em Cherburgo, na França, juntamente com João Mangabeira. Retornou ao Brasil no início de 1931. Elegeu-se Senador, também por Alagoas, em 1935. Em 1937, com a decretação do Estado Novo, perdeu o mandato. (SAPUCAIA, Antonio. O legendário Costa Rego. Maceió: Ed. Universidade de Alagoas, 2000).
Foi também secretário da Agricultura de Alagoas (1915).
O jornalista contestou, com obstinação, a anulação de sua própria experiência como homem público, ao defender o projeto liberal como opção política para o Brasil, após a revolução de 1930.
Colaborou na Gazeta de Notícias e no Correio da Manhã, do qual foi redator-chefe (1936 a 1954). 
Natural de Pilar, em sua gestão como governador de Alagoas, construiu a estrada Sul de Maceió ligando-a a Penedo, o Grupo Escolar Cincinato Pinto, na Capital, da ponte sobre o rio Mundaú, e a cadeia do Pilar.
Além disso, reorganizou e aparelhou a força policial administrativamente e tecnicamente; criou o Departamento de Viação e Obras Públicas; fundou o Centro de Saúde; e apresentou o projeto de construção do Porto de Jaraguá. Mas, o ato marcante de seu governo foi o combate implacável ao homicídio, ao roubo e ao jogo do bicho no Estado.
Leia mais em:

Pesquisa: Julio Campos

Dom Adelmo Machado

Arcebispo de Maceió
Dom Adelmo MachadoDOM ADELMO CAVALCANTE MACHADO (Penedo, 5 de março de 1905 — Maceió, 28 de novembro de 1983).
Filho de Mateus de Souza Machado e de Rosa Cavalcante Machado, nasceu em Penedo/AL no dia 05 de março de 1905. Foi criado em São Miguel dos Campos/AL.
Entrou para o Seminário Arquidiocesano de Maceió/AL no ano de 1918, ordenando-se sacerdote em 04 de dezembro de 1927. Exerceu o cargo de vice-reitor no ano de 1927 e de reitor de 1942  1948 DO Seminário De Maceió/AL, onde também foi professor de Teologia. Foi eleito bispo da cidade de Pesqueira/PE onde fundou a Escola Profissional de Artes, o Ginásio Cardeal Arcoverde e o Colégio da Imaculada Conceição, além do Seminário Era Nova. Volta para Maceió no dia 29 de novembro de 1955 como arcebispo-coadjutor, assumindo o cargo de arcebispo em 1963, onde permaneceu até 1976, renunciando por limite de idade e problemas de saúde.
Coordenou o I Congresso Eucarístico Provincial de Maceió, promoveu a criação do Museu de Arte Sacra D. Ranulfo, estabeleceu a Pastoral das Religiosas e o Movimento de Educação de Base.
Criou a Livraria Católica, e a Rádio Católica Palmares. Fundou a Faculdade de Serviço Social Padre Anchieta, trouxe novas congregações para a diocese.
Em 1962, é criada por sua sugestão, a diocese de Palmeira dos Índios. Foi professor do Liceu Alagoano nas cadeiras de Francês e Português. Como arcebispo resignatário, passa a viver no seminário que antes dirigia.  
OBRAS:
Estudos Sobre Alfabeto e a Questão Ortográfica (Tese de Concurso da cadeira de português no Liceu Alagoano) – 1934
Carta Pastoral de Dom Adelmo Machado – 1948
O nosso Instituto Histórico – Revista IHGAL - 1973
Memória do Concilio Vaticano II - 1998

Douglas Apratto Tenório


Formação: Historiador. Professor licenciado pela Universidade Federal de Alagoas
Titulação: Doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco
Foto de Douglas Apratto TenórioVinculação: Integra o quadro efetivo das seguintes entidades: Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Academia Alagoana de Letras, Academia Brasileira de História. Exerce a função de Diretor de Pesquisa e Pós-graduação do Centro de Estudos Superiores de Maceió. É também pesquisador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas.
Trabalhos publicados: Capitalismo e Ferrovias no BrasilA Metamorfose das OligarquiasA Tragédia do PopulismoCapítulos da História do Brasil etc.

Félix Lima Júnior

Escritor e historiador.
(Maceió, 06 de março de 1901 - 10 de junho de 1986)
Felix Lima Jr

Filho de Félix Alves Bezerra e de Francisca Wanderley de Lima, Félix Lima Júnior nasceu no dia 06 de março de 1901, na Rua do Comércio, Centro de Maceió.
Na juventude, ao ingressar no Lyceu Alagoano, Félix Lima Júnior logo começou a publicar crônicas no jornal da instituição escolar.
Depois de perder o pai, um bem-sucedido relojoeiro vitimado pela gripe espanhola, Félix, então com 17 anos, se viu sozinho ao lado da mãe e de mais seis irmãos. “Ele só herdou as dívidas do meu avô”, relata Cláudio Oiticica Lima, 72, o primeiro dos quatro filhos do cronista.
No início dos anos 20, juntamente com alguns amigos literatos, fundou a Academia dos Dez Unidos e posteriormente o Grêmio Literário Guimarães Passos.
Foi um homem participativo da vida literária da cidade. Colaborou com jornais e revistas de Maceió e de outras cidades, como Recife e Rio de Janeiro.
A proficiência de Félix Lima Júnior em seus relatos acerca dos pormenores do cotidiano de Maceió nunca teve fundamentação acadêmica. Embora integrasse a elite intelectual local como membro da Academia Alagoana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e a Comissão Alagoana de Folclore, sua origem era humilde e em sua educação não consta a formação superior, como relatado pelo próprio em seu discurso de posse no IHGAL, em 1955: “Não descendemos de famílias nobres, não tivemos pais alcaides nem tias baronesas, daqueles que mesmo depois de ter proclamado a república ainda se gabavam de ter gozado da estima e da confortadora amizade da imperadora Teresa Cristina. Fizemos por nós mesmos, lutando, trabalhando, podemos dizer, sem vaidade tola”.
Foi também o primeiro presidente do Banco do Brasil em Alagoas.
Teve larga participação na vida da imprensa alagoana e na de outras cidades brasileiras, publicando com regularidade no período de 1950 a 1970.
Félix Lima Júnior sempre transitou com tranquilidade e elegância no universo jornalístico e etnográfico de Alagoas.
Felix Lima Jr
“Em Maceió de Outrora, além dos grandes fatos que os compêndios e os estudos de história divulgam e comentam, encontra-se o relato, o comentário, o registro de tudo quanto escapa aos tratadistas e historiadores formais. Nesta obra estão minuciosamente ressaltadas figuras e personagens que nunca obteriam ingresso nos compêndios de história, como é o caso de Bernadino, Catuaba, do Padre Bolachinha, do Duarte Galalau e tantos outros”.

O parágrafo acima é assinado por Théo Brandão no prefácio escrito em 1959 para Maceió de Outrora, obra que figura entre as mais importantes de Félix Lima Júnior.
“Maceió de Outrora" é um rico universo informativo para antropólogos, sociólogos, historiadores, arquitetos, cineastas, romancistas... nos oferecendo a oportunidade de refletir sobre as relações entre a memória e a história.
Algumas das obras de Félix Lima Júnior eram publicações financiadas por instituições diversas – Secretaria da Cultura, Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), entre outras – ou mesmo pelo próprio escritor.
Felix Lima Jr
Sem identificação editorial, "Cemitérios de Maceió" parece ser um dos exemplos de publicação independente. Nele, Félix esquadrinha a origem dos cemitérios da cidade. Em "Memórias de Minha Rua" – publicado pela Telasa, a antiga companhia telefônica de Alagoas –, um extenso trabalho de catalogação identifica a origem e os personagens que batizam dezenas de ruas da capital. Rua por rua, em ordem alfabética, algumas inclusive com fotografias.
Faleceu no dia 10 de junho de 1986, em Maceió, deixando uma obra sem a qual muito da memória da cidade de Maceió estaria perdida para sempre.
OBRAS DO AUTOR:
  • Uma tragédia alagoana - 1958
  • História dos teatros de Maceió - 1961
  • Maceió de Outrora - Arquivo Público de Alagoas, 1976
  • Cemitérios de Maceió
  • João Barafunda – o Mauá do sertão Alagoano
  • Bairros de Maceió
  • As Emboladas do Chico Barbeiro (Felix Lima Jr e Chico Barbeiro) - 1981
  • Dois maestros alagoanos - 1981
  • Recordações da Velha Maceió
  • Piriquitís (contos) - 1983
  • Igrejas e capelas de Maceió - Academia Alagona de Letras, 2002
O livro "Maceió de Outrora", organizado e apresentado por Rachel Rocha: 

Pesquisa: Josefina Novaes e Julio Campos
Fonte de pesquisa: Cartilha de Folclore - José Maria Tenório Rocha; Maceió de Outrora - Rachel Rocha; Estante Virtual; Bairros de Maceió: entre outras.


Freitas Machado

(Pão de Açúcar/AL, 1881 - Rio de Janeiro, 1955) - Químico.
José de Freitas MachadoJosé de Freitas Machado formou-se em Farmácia pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1903, iniciando sua carreira como químico no antigo Laboratório Municipal de Análises do Rio de Janeiro.
Em 1913 passa a professor catedrático de química inorgânica e analítica da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (ESAMV), antes mesmo da criação do curso de Química Industrial e Agrícola (1920). Sua presença no cenário da Química no Brasil estendeu-se até o ano de 1946, quando se aposentou pela Escola Nacional de Química, hoje Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de que foi o primeiro diretor (1934-1935).
Em 1918, o então professor de química inorgânica e analítica da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, publicou um artigo intitulado "Façamos Químicos" onde exorta os poderes públicos a criarem uma escola superior para o ensino de Química no País. Este artigo de Freitas Machado foi um marco na luta pela institucionalização do ensino superior de Química no Brasil.
Façamos Químicos – a "certidão de nascimento" dos cursos de química de nível superior no Brasil:
O artigo é citado por historiadores da química como um apelo às autoridades da época para a criação de cursos de química industrial no Brasil. Foi publicado na "Revista de chimica e physica e de sciencias histórico-naturaes" (1918), continuação da "Revista de chimica e physica puras e aplicadas", fundada por Luiz Oswaldo de Carvalho, como órgão de divulgação da Sociedade de Physica e Chimica, a revista veiculava trabalhos sobre as ciências aplicadas à medicina, engenharia, agronomia, artes e indústria.
O artigo, dividido em 10 partes pelo autor, inicia com um apelo à formação de químicos, da necessidade de uma formação técnica para os futuros químicos brasileiros, sobre a dificuldade de adaptar uma formação mais científica com as necessidades industriais dos países e de pleitear a formação de químicos industriais e/ou engenheiros químicos.
"Dizer que devemos fazer químicos é incidirmos logicamente no estudo do feitio de ensinarmos a ciência, aproveitando a lição de outros povos, e comparando o que temos feito e o que devemos fazer".
Nos comentários históricos, Freitas Machado faz uma apologia do ensino da química na Alemanha e a formação mais técnica dos químicos e seu posterior aproveitamento na emergente indústria química alemã, destacando a fabricação de corantes sintéticos e a produção de óleos essenciais. A análise histórica da situação dos países europeus ocupou metade do artigo. A partir da quinta parte, o autor começa a alinhavar a situação brasileira e as críticas são contundentes:
"Os nossos trabalhos são de pura repetição; somos os ecos longínquos da ciência de outrem. Não temos Escolas nem Laboratórios especiais para o ensino da Química, não temos programas representativos das nossas necessidades de acordo com o desenvolvimento moderno da ciência. A Higiene não nos encontra aparelhados para os misteres dificílimos da fiscalização de alimentos; a indústria não tem apoio de nossa instrução para seus Problemas, nem o comércio nos conhece como auxiliares na escolha dos produtos de exportação, importação e fabricação nacional. Para tudo isto é necessário ter químicos. Façamos químicos".
Apontando razões técnicas e também econômicas, para a necessidade de formar mão-de-obra especializada, chama a atenção para o fato de o momento histórico ser apropriado para o país conquistar mercado através do aproveitamento da matéria prima nacional. E alerta sobre a possibilidade dos técnicos estrangeiros que aqui estavam retornarem às suas pátrias após o fim do conflito internacional.
Entre as realizações programadas para comemorar em 1922 o primeiro centenário da independência do Brasil, contavam-se numerosos congressos. Freitas Machado procurou então o superintendente geral encarregado da organização da comemoração, o engenheiro Miguel Calmon Du Pin e Almeida (1879-1935), sugerindo a realização de um congresso de química. Durante o Primeiro Congresso Brasileiro de Química, que Miguel Calmon pediu que organizasse, em 10 de novembro de 1922 foi organizada a "Sociedade Brasileira de Chimica" (1922-1951), da qual Freitas Machado viria a fazer parte da primeira diretoria como presidente (1923-1924).
Em seu discurso de posse, publicado no Jornal do Commercio, apontou as finalidades da nova sociedade, falou de associações semelhantes na Inglaterra, França e Estados Unidos, terminando com a frase "Esta associação não é de químicos brasileiros, mas de todos os brasileiros interessados em química". Na primeira sessão ordinária da Sociedade realizada em 12 de junho de 1923, o presidente anunciou o registro dos estatutos e a entrada da Sociedade como representante do Brasil na nova "Union Internationale de Chimie Pure et Appliquée" (IUPAC), sediada em Paris.
A partir da década de 30, quando começam a se formar os primeiros químicos provenientes dos cursos de química industrial, Freitas Machado se engajaria em uma nova luta, a regulamentação da profissão de químico, procurando congregar não só os novos formandos, mas, todos que até aquela data atuavam e eram reconhecidos como tal.
Em junho de 1952, foi agraciado com a medalha e o diploma "Honra ao Mérito" pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, por sua valiosa participação na criação e no desenvolvimento do ensino profissional da Química no Brasil.
Concurso “A Vida e a Obra de José de Freitas Machado”
Para comemorar o Ano Internacional da Química, o Governo do Estado – através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) - em parceria com a Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, lançou em 27 de janeiro de 2011, no Memorial à República, em Maceió, o concurso de monografias “A Vida e a Obra José de Freitas Machado”.
O concurso foi elaborado com o objetivo de estimular alunos dos cursos de graduação e pós-graduação das instituições de ensino superior de todo o Brasil a fazer uma reflexão sobre o trabalho da vida e obra de José de Freitas Machado, nome importante no cenário da Química no Brasil.
O vencedor do edital foi o alagoano, engenheiro agrônomo e então chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário (Seagri), Etevaldo Alves Amorim.
Freitas Machado - vida e obra
Na monografia intitulada “Freitas Machado: vida e obra”, Etevaldo Amorim, relata a trajetória pessoal e profissional deste alagoano do município de Pão de Açúcar, que era professor e um importante nome no cenário da Química do Brasil. Foi aluno da cientista e Prêmio Nobel, Marie Curie, na Sorbonne, em Paris, e em 1933 fundou e foi o primeiro diretor da Escola Nacional de Química, e fundador da Sociedade Brasileira de Química.
“Lançamentos de editais deste tipo pelo Governo do Estado são muito importantes, pois além de estimular a geração de trabalhos científicos proporciona às futuras gerações a possibilidade de conhecer personalidades que contribuíram para o desenvolvimento acadêmico e científico do Brasil”, disse Etevaldo Alves Amorim.
A monografia foi lançada no dia 24/10/2011, pela Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal), na V Bienal Internacional do Livro de Alagoas, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro do Jaraguá, em Maceió/AL.


Pesquisa: Julio Campos
Fonte:
http://www.scielo.org/
http://www.alagoasweb.com.br/noticia/13382-alagoano-vence-concurso-a-vida-e-a-obra-de-jose-de-freitas-machado

Graciliano Ramos

escritor
(Quebrangulo, AL, 27 de outubro de 1892 — Rio de Janeiro, 20 de março de 1953)
 Graciliano RamosGraciliano Ramos (Mestre Graça) foi escritor, romancista e político.
É considerado um dos maiores escritores brasileiros do século XX e proeminente representante do Romance de 30.
Em 1904, vai morar em Viçosa. Lá, cria um jornalzinho dedicado às crianças, o "Dilúculo". Posteriormente, redige o jornal "Echo Viçosense", que tinha entre seus redatores seu mentor intelectual, Mário Venâncio.
Em 1906 publica na revista carioca "O Malho" sonetos sob o pseudônimo de Feliciano de Olivença.
Em 1909, passa a colaborar com o "Jornal de Alagoas", de Maceió, publicando o soneto "Céptico" sob o pseudônimo de Almeida Cunha.
Em 1911, passa a colaborar com o "Correio de Maceió", sob o pseudônimo de Soares Lobato.
Em 1914, embarca para o Rio de Janeiro (RJ). Nesse mesmo ano, trabalha nos jornais cariocas "Correio da Manhã", "A Tarde" e "O Século". Colabora com o "Jornal de Alagoas" e com o fluminense "Paraíba do Sul", sob as iniciais R.O. (Ramos de Oliveira).
Elegeu-se prefeito de Palmeira dos Índios em 1927. Segundo uma de suas auto-descrições, "(...) Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas”. Escreve e envia o seu primeiro relatório ao governador Álvaro Paes, “Um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928”, publicado pela Imprensa Oficial de Alagoas em 1929. No ano seguinte, volta o então prefeito Graciliano Ramos com um novo relatório ao governador que, ainda em nossos dias, não se pode ler sem um sorriso nos lábios, tal a forma sui generis em que é apresentado. Os relatórios da prefeitura chamaram a atenção de Augusto Schmidt, editor carioca que o animou a publicar “Caetés”, romance no qual ele já vinha deicando seu tempo mas que só seria publicado em 1933.
Em 1934 publica “São Bernardo”.
Em março de 1936, acusado — sem que a acusação fosse formalizada — de ter conspirado no malsucedido levante comunista de novembro de 1935, é preso em Maceió com outras 115 pessoas. No período em que esteve preso no Rio, até janeiro de 1937, passou pelo Pavilhão dos Primários da Casa de Detenção, pela Colônia Correcional de Dois Rios (na Ilha Grande), voltou à Casa de Detenção e, por fim, pela Sala da Capela de Correção.
Em agosto 1936, já preso, mas com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rêgo, consegue publicar “Angústia”, talvez sua melhor obra. Esse romance é agraciado, nesse mesmo ano, com o prêmio "Lima Barreto", concedido pela "Revista Acadêmica".
As experiências da cadeia, entretanto, ficariam gravadas em uma obra publicada postumamente, “Memórias do Cárcere” que viria a ser publicado em 1953, com um relato franco dos desmandos e incoerências da ditadura a que estava submetido o Brasil mas que ele não chegou a concluir, por razão de sua morte no mesmo ano, tendo, assim, ficado sem o capítulo final.
Em maio de 1937, recebe o prêmio "Literatura Infantil", do Ministério da Educação, com "A terra dos meninos pelados".
Em 1938, publica seu famoso romance "Vidas secas".
Filia-se ao Partido Comunista, em 1945, ano em que são lançados "Dois dedos" e o livro de memórias "Infância".
O escritor Antônio Cândido publica, nessa época, uma série de cinco artigos sobre a obra de Graciliano no jornal "Diário de São Paulo", que o autor responde por carta. Esse material transformou-se no livro "Ficção e Confissão".
Em 1946, publica "Histórias incompletas", que reúne os contos de "Dois dedos", o conto inédito "Luciana", três capítulos de "Vidas secas" e quatro capítulos de "Infância".
Em 1947 os contos de "Insônia" são publicados.
Traduz, em 1950, o famoso romance "A Peste", de Albert Camus, cujo lançamento se dá nesse mesmo ano.
Em 1951, elege-se presidente da Associação Brasileira de Escritores, tendo sido reeleito em 1962. O livro "Sete histórias verdadeiras", extraídas do livro "Histórias de Alexandre", é publicado.
Em setembro de 1952 submete-se a um tratamento de pulmão na Argentina. É operado mas os médicos não lhe dão muito tempo de vida. A passagem de seus sessenta anos é lembrada em sessão solene no salão nobre da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em sessão presidida por Peregrino Júnior, da Academia Brasileira de Letras. Sobre sua obra e sua personalidade falaram Jorge Amado, Peregrino Júnior, Miécio Tati, Heraldo Bruno, José Lins do Rêgo entre outros. Em seu nome, falou sua filha Clara Ramos.
No janeiro ano seguinte, 1953, é internado na Casa de Saúde e Maternidade S. Vitor, onde vem a falecer, vitimado pelo câncer, no dia 20 de março, às 5:35 horas de uma sexta-feira.
Postumamente, são publicados os seguintes livros: "Viagem" em 1954; "Linhas tortas", "Viventes das Alagoas" e "Alexandre e outros heróis", em 1962, e "Cartas", em 1980, uma reunião de sua correspondência.
Obras Principais
•    Caetés, (1933);
•    São Bernardo, (1934);
•    Angústia, (1936);
•    Vidas Secas, (1938);
•    A Terra dos Meninos Pelados, (1939);
•    Brandão Entre o Mar e o Amor, (1942);
•    Histórias de Alexandre, (1944);
•    Infância, (1945);
•    Histórias Incompletas, (1946);
•    Insônia, (1947);
•    Memórias do Cárcere, (obra póstuma) - 1953;
•    Viagem, (obra póstuma) - 1954;
•    Linhas Tortas, (obra póstuma) - 1962;
•    Viventes das Alagoas, (obra póstuma) - 1962;
•    Alexandre e outros Heróis, (obra póstuma) - 1962;
•    Cartas, (obra póstuma) - 1980;
•    O Estribo de Prata, (obra póstuma) - 1984;
•    Cartas a Heloísa, (obra póstuma)  - 1992;
•    Vidas Secas - edição especial 70 anos - 2008; (obra póstuma)
•    Angústia - edição especial 75 anos - 2011; (obra póstuma)
•    Garranchos - textos inéditos - 2012. (obra póstuma)

Traduções 
Graciliano Ramos também dominava o inglês e o francês. Realizou algumas traduções:
•    Memórias de um Negro, de Booker T. Washington, 1940;
•    A Peste, de Albert Camus, Editora José Olympio, 1950.

Prêmios
Os prêmios concedidos a Graciliano Ramos:
1936 - Prêmio Lima Barreto (Revista Acadêmica) – Angústia.
1939 - Prêmio Literatura infantojuvenil (Ministério da Educação) - A Terra dos Meninos Pelados.
1942 - Prêmio Felipe de Oliveira - Conjunto da Obra.
1962 - Prêmio da Fundação William Faulkner (Estados Unidos) - Vidas Secas, como livro representativo da Literatura Brasileira Contemporânea.
1964 - Prêmios Catholique International du Cinema e Ciudad de Valladolid (Espanha), concedidoS a Nelson Pereira dos Santos, pela adaptação para o cinema do livro Vidas Secas.
2000 - Personalidade Alagoana do Século XX.
2003 - Prêmio Nossa Gente, Nossas Letras / Prêmio Recordista.
2003 - Medalha Chico Mendes de Resistência.
2013 - Memórias do Cárcere - Escolhido pelo Governo Federal para o PNBE - Programa Nacional Biblioteca da Escola.

Pesquisa: Julio Campos
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Guimarães Passos

escritor
(Maceió, AL, 22 de março de 1867 - Paris, França, 9 de setembro de 1909)
Guimarães PassosFez seus estudos primários e os preparatórios em Alagoas. Aos 19 anos foi para o Rio de Janeiro. Entrou para a redação dos jornais, fazendo parte do grupo de Paula Ney, Olavo Bilac, Coelho Neto, José do Patrocínio, Luís Murat e Artur Azevedo. Colaborou com a Gazeta da Tarde, a Gazeta de Notícias, A Semana. Nos vários lugares em que trabalhou, escrevia também sob pseudônimos: Filadelfo, Gill, Floreal, Puff, Tim e Fortúnio.Foi jornalista e poeta, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, onde criou a Cadeira n. 26, que tem como patrono Laurindo Rabelo.
Foi também arquivista da Secretaria da Mordomia da Casa Imperial. Com a proclamação da República, e extinta essa repartição, Guimarães Passos perdeu o lugar e passou a viver unicamente de seus trabalhos jornalísticos. Com a declaração da revolta de 6 de setembro de 1893, aderiu ao movimento. Fez parte do governo revolucionário instalado no Paraná, e lutou contra Floriano Peixoto. Vencida a revolta, conseguiu fugir. Exilou-se em Buenos Aires durante 18 meses. Lá colaborou nos jornais La Nación e La Prensa e fez conferências sobre temas literários relacionados ao Brasil.
Em 1896, de volta do exílio, foi um dos primeiros poetas chamados para formar a Academia Brasileira de Letras. Escolheu para seu patrono outro boêmio, o poeta Laurindo Rabelo. Encontrou, no Rio de Janeiro, a sua geração inteiramente transformada. Alguns dos antigos companheiros encontravam-se agora em postos bem remunerados, eram reconhecidos, enquanto ele permanecia como o último boêmio. Ficou doente de tuberculose e, não conseguindo melhoras no Brasil, partiu para a ilha da Madeira e, daí, para Paris, onde veio a falecer, em 1909. Só em 1921, a Academia Brasileira conseguiu fazer trasladar os restos mortais para o Brasil. Para aqui vieram acompanhados dos de Raimundo Correia, falecido em Paris em 1911.
Poeta parnasiano, lírico e, às vezes, um pouco pessimista, Guimarães Passos foi também humorista na sua colaboração para “O Filhote”, reunida depois no livro “Pimentões”, que publicou de parceria com Olavo Bilac. Ao tratar de Versos de um simples, José Veríssimo viu nele o "poeta delicado, de emoção ligeira e superficial, risonho, de inspiração comum, mas de estro fácil, como o seu verso, natural e espontâneo, poeta despretensioso, poeta no sentido popular da palavra".
 Obras Principais
•    Versos de um simples, (1891);
•    Hipnotismo, (1900);
•    Horas mortas, (1901);
•    Dicionário de rimas, com Olavo Bilac (1905);
•    Tratado de versificação, com Olavo Bilac (1905). 

Heckel Tavares

Compositor
(Satuba, Alagoas, 1896 - Rio de Janeiro, 1969)
Heckel Tavares
Heckel Tavares foi um compositor que passou muitos anos na fronteira entre o erudito e o popular. Ficou famoso muito cedo, através de suas canções populares com espírito folclórico. Depois tentou penetrar no terreno da música clássica e encontrou resistência de seus colegas e sobretudo da crítica especializada. Retraiu-se e viveu à parte do movimento musical brasileiro, mas sempre em atividade criadora. Estudou, aperfeiçoou-se, editou sua própria música, gravou-a em discos, distribuiu-a aqui e no estrangeiro, vendeu-a com relativa facilidade e realizou esse ideal extraordinário do artista que é viver exclusivamente do produto de sua arte, sem recorrer a “bicos” ou ao ensino. Sua obra é volumosa e merece apreciação bem mais cuidadosa do que lhe foi concedida. Seus trabalhos apresentam falhas, que o compositor era o primeiro a reconhecer, mas nem por isso devemos fingir ignorá-los. O êxito inegável de suas canções, mais de cem, e de seu Concerto para Piano e Orquestra garantem sua permanência em nossa história da música. 
Nascido em 1896, em Satuba, Alagoas, estudou com a tia contra a vontade do pai, que preferia vê-lo dedicado à contabilidade. O pendor pela música venceu, mas nem por isso Heckel perdeu uma bem inspirada veia comercial. Veio para o Rio em 1921 e aqui se iniciou em orquestração com João Otaviano. Como compositor sempre foi autodidata: não tinha diploma algum e mostrava sua obra sinfônica a Souza Lima, que há anos o vinha orientando nesse terreno. Teve porém uma brilhante etapa de amplo sucesso no setor da música ligeira e popular, que examinaremos a seguir.
Fez teatro de revista e procurou criar um tipo especial de peças ligeiras para um público sofisticado, que infelizmente não era numeroso no Rio de Janeiro dos anos vinte. Seu primeiro grande sucesso foi Sussuarana, com letra de Luís Peixoto, depois ampliado pela valiosa interpretação de Gastão Formenti da sua Casa de Caboclo (1928). Famosos cantores da época divulgaram suas canções: Jorge Fernandes, Patrício Teixeira, Elsie Houston, Inesita Barroso, Clara Petraglia e, no exterior, Phyllis Curtin e Sarita Gloria. Dentre a obra vocal do compositor alagoano, saliento a inesquecível Favela, as delicadas Bia-tá-tá e Guacira, a expressiva Chove Chuva, a saborosa Bahia, a onomatopaica Banzo e o impressionante Funeral do Rei Nagô, tão divulgado nos últimos tempos, peça obrigatória de todo recital de um bom baixo. Não posso deixar de lembrar também a Oração do Guerreiro (1955), de fatura bem mais elevada, também para baixo, com valioso acompanhamento, ritmo atraente, e que requer considerável habilidade interpretativa e boa dicção. 
A canção de Heckel Tavares é, de um modo geral, direta, singela, romântica, de bom gosto. Na primeira audição sua obra agrada e encanta, embora mais de uma vez posteriormente venha a cansar. No final da vida fez uma revisão de sua obra antiga para nova edição. Geralmente escreveu para vozes médias ou graves, com bom conhecimento das tessituras e muita sonoridade. Por princípio, não usava temas folclóricos, nem harmonizava melodias populares e quase tudo o que fez foi com motivos próprios. Heckel Tavareshttp://www.cultura.al.gov.br/configuracao/mapeamento-cultural/imagens-alagoanos-ilustres/heckel-tavares/73862.jpg/image_preview?ext=.jpg
Sua etapa erudita iniciou-se com o poema sinfônico André de Leão e o Demônio de Cabelo Encarnado (1935) sobre história de Goeldi. Viajou pelo país em pesquisa folclórica e disso resultou outro poema sinfônico, Anhanguera, para orquestra, solistas e coro misto e infantil, baseado em temas dos índios do Alto Solimões. Seu Concerto para Piano e Orquestra agradou bastante, mais do que essas duas obras programáticas, que já chegavam um pouco tardias para o gosto da crítica. Concerto para Violino e Orquestra, sob formas brasileiras, confirma seu grande "métier" de músico, mas não trouxe novidades estéticas ou formais. Ao falecer, tinha já no papel parte de uma Rapsódia Nordestina para piano e orquestra.
Heckel Tavares é uma figura inesquecível, com sua basta cabeleira branca a esvoaçar ao vento, acentuando um temperamento agressivo, mas simpático. Faleceu no Rio em 1969.
Fonte: Vasco Mariz – História da Música no Brasil – Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1981.
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Para ouvir:
Concerto para Piano e Orquestra em formas brasileiras  Op.105 Nº 2
dir. Hekel Tavares, João de Souza Lima, piano
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Movimentos separados na interpretação da Orquestra Sinfônica Petrobrás Pró Música com Roberto Tibiriçá (regência) e Arnaldo Cohen (piano):

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Concerto para Violino e Orquestra em formas brasileiras Op.107 Nº 4
Orquestra Sinfônica Nacional, Hekel Tavares, regência, Oscar Borgerth, violino

Canções:
Sussuarana - c/ Maria Betânia e Nana Caymmi
Casa de Caboclo - c/ Gastão Formenti
Favela - c/ Ataulfo Alves
COCO DE MINHA TERRA (Bia Ta Tá) - c/ Clara Petraglia
Guacira (Adeus Guacira) - c/ Orlando Silva e Jacob do Bandolim
Penas do Tiê - Prática de Conjunto Vocal da Profª. Monica Waghabi
LEILÃO (Hekel Tavares - Joracy Camargo) c/ Jorge Fernandes

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BANZO 
c/ Jorge Fernandes (1933):
c/  a soprano Lúcia de Vasconcellos  & Luiz Néri ao piano (2009):

Funeral do Rei Nago
c/ Inezita Barroso (1955) - https://www.youtube.com/embed/CiuE4Rcn-OQ
c/ Allan Souza (baixo) - https://www.youtube.com/embed/UfQzCA0z7Xg

PARA VER e OUVIR:
"O despertar da redentora", 1942, direção Humberto Mauro, música Heckel Tavares:



Hermeto Pascoal

músico
(Olho D'Água Grande, 22 de junho de 1936)
Hermeto Paschoal
Hermeto Pascoal é um compositor arranjador e multi-instrumentista (toca acordeão, flauta, piano, saxofone, trompete, bombardino, escaleta, violão e diversos outros instrumentos musicais). Nascido em Olho d´Água e criado em Lagoa da Canoa, na época município de Arapiraca, Hermeto Pascoal é filho de Vergelina Eulália de Oliveira (dona Divina) e Pascoal José da Costa (seu Pascoal). Foi no seu alistamento militar que colocaram o pré nome de seu pai como seu sobrenome.
Os sons da natureza o fascinaram desde pequeno. A partir de um cano de mamona de "gerimum" (abóbora), fazia um pífano e ficava tocando para os passarinhos. Ao ir para a lagoa, passava horas tocando com a água. O que sobrava de material do seu avô ferreiro, ele pendurava num varal e ficava tirando sons. Até o 8 baixos de seu pai, de sete para oito anos, ele resolveu experimentar e não parou mais. Dessa forma, passou a tocar com seu irmão mais velho José Neto, em forrós e festas de casamento, revezando-se com ele no 8 baixos e no pandeiro.
Mudou-se para Recife em 1950, e foi para a Rádio Tamandaré. De lá, logo foi convidado, com a ajuda do Sivuca (sanfoneiro já de sucesso), para integrar a Rádio Jornal do Commercio, onde José Neto já estava. Formaram o trio "O Mundo Pegando Fogo" que pegou fogo mesmo já na primeira vez em que tocaram, pois, segundo Hermeto, ele e seu irmão estavam apenas começando a tocar sanfona, ou seja, eles só tocavam mesmo 8 baixos até então.
Porém, por não querer tocar pandeiro e sim sanfona, foi mandado para a Rádio Difusora de Caruaru, como refugo, pelo diretor da Rádio Jornal do Commercio, o qual disse-lhe que "não dava para música". Ficou nessa rádio em torno de três anos. Quando Sivuca passou por lá, fez muitos elogios sobre o Hermeto ao diretor dessa rádio, o Luis Torres, e Hermeto, por conta disso, logo voltou para a Rádio Jornal do Commercio, em Pernambuco, ganhando o que havia pedido, a convite da mesma pessoa que o tinha mandado embora. Ali, em 1954, casou-se com Ilza da Silva, com quem viveu 46 anos e teve seis filhos: Jorge, Fabio, Flávia, Fátima, Fabiula e Flávio. Foi nessa época também que descobriu o piano, a partir de um convite do guitarrista Heraldo do Monte, para tocar na Boate Delfim Verde. Dali, foi para João Pessoa, PB, onde ficou quase um ano tocando na Orquestra Tabajara, do maestro Gomes.
Em 1958, mudou-se para o Rio para tocar sanfona no Regional de Pernambuco do Pandeiro (na Rádio Mauá) e, em seguida, piano no conjunto e na boate do violinista Fafá Lemos e, em seguida, no conjunto do Maestro Copinha (flautista e saxofonista), no Hotel Excelsior.
Atraído pelo mercado de trabalho, transferiu-se para São Paulo em 1961, tocando em diversas casas noturnas. Depois de um tempo, formou, juntamente com Papudinho no trompete, Edilson na bateria e Azeitona no baixo, o grupo SOM QUATRO. Foi aí que começou a tocar flauta. Com esse grupo gravou um lp. Em seguida, integrou o SAMBRASA TRIO, com Cleiber no baixo e Airto Moreira na bateria. No disco do Sambrasa Trio, Hermeto já registrou sua música "Coalhada".
Com o florescimento dos programas musicais de TV, criaram o QUARTETO NOVO, em 1966, sendo Hermeto no piano e flauta, Heraldo do Monte na viola e guitarra, Théo de Barros no baixo e violão e Airto Moreira na bateria e percussão. O grupo inovou com sua sonoridade refinada e riqueza harmônica, participando dos melhores festivais de música e programas da TV Record, representando o melhor da nossa música. Nessa época, venceram um dos festivais com "Ponteio", de Edu Lobo. Além disso, Hermeto ganhou várias vezes como arranjador. No ano seguinte gravou o LP QUARTETO NOVO, pela Odeon, onde registrou suas composições O OVO e CANTO GERAL.
Em 1969, a convite de Flora Purim e Airto Moreira, viajou para os EUA e gravou com eles 2 LPs, atuando como compositor, arranjador e instrumentista. Nessa época, conheceu Miles Davis e gravou com ele duas músicas suas: "Nem Um Talvez" e "Igrejinha". De volta ao Brasil, gravou o lp "A MÚSICA LIVRE DE HERMETO PASCOAL", com seu primeiro grupo, em 1973.
Em 1976, retornou aos EUA, gravou o "SLAVES MASS" e realizou mais alguns trabalhos com Airto e Flora.
Com o nome já reconhecido pelo talento, pela qualidade e por sua criatividade, tornou-se a atração de diversos eventos importantes, como o I Festival Internacional de Jazz, em 1978, em São Paulo. No ano seguinte, participou do Festival de Montreux, na Suíça, quando é editado o álbum duplo HERMETO PASCOAL AO VIVO, e seguiu para Tóquio, onde participou do LIVE UNDER THE SKY. Lançou o CÉREBRO MAGNÉTICO em 1980 e multiplica suas apresentações pela Europa.
Em 1982, lançou, pela gravadora Som da Gente, o lp HERMETO PASCOAL& GRUPO. Em 1984, pelo mesmo selo, gravou o LAGOA DA CANOA, MUNICÍPIO ARAPIRACA, onde registrou pela primeira vez o SOM DA AURA com os locutores esportivos Osmar Santos (Tiruliru) e José Carlos Araújo (Parou, parou, parou). Esse disco também foi em homenagem à sua cidade, que se elevou, então, à categoria de município e conferiu-lhe o título de Cidadão Honorário. Em 1986, o BRASIL UNIVERSO, também com seu grupo.
Compôs ainda a SINFONIA EM QUADRINHOS, apresentando-se com a Orquestra Jovem de São Paulo. Em seguida, foi para Kopenhagen, onde lançou a SUITE PIXITOTINHA, que foi executada pela Orquestra Sinfônica local, em concerto transmitido, via rádio, para toda a Europa.
Em 1987, lançou mais um LP: o SÓ NÃO TOCA QUEM NÃO QUER, através do qual o músico homenageia jornalistas e radialistas, como reconhecimento pelo seu apoio ao longo da carreira. Em 1989, fez seu primeiro disco de piano solo, o lp duplo POR DIFERENTES CAMINHOS.
Em 1992, já pela Philips, gravou com seu grupo o FESTA DOS DEUSES. Depois do lançamento, viajou à Europa para uma série de concertos na Alemanha, Suíça. Dinamarca, Inglaterra e Portugal.
Em março de 1995, apresentou uma Sinfonia no Parque lúdico do Sesc Itaquera, em SP, utilizando os gigantescos instrumentos musicais do parque. No mesmo ano foi a convite da Unicef para Rosário, Argentina, onde apresentou-se para 2.000 crianças, sendo que seu grupo entrou para tocar dentro da piscina montada no palco a pedido dele.
De 23 de junho de 1996 a 22 de junho de 1997, registrou uma composição por dia, onde quer que estivesse. Essas composições fazem parte do CALENDÁRIO DO SOM, lançado em 1999 pela editora Senac/ SP.
Em 1999 lançou o CD EU E ELES, primeiro disco do selo Mec, no Rio de Janeiro.
Nesse CD produzido por seu filho Fábio Pascoal, Hermeto toca todos os instrumentos.
Em 2003, lançou, com seu grupo, o cd MUNDO VERDE ESPERANÇA, também produzido por Fábio.
Em outubro de 2002, quando foi dar um workshop em Londrina, PR, conheceu a cantora Aline Morena e convidou-a para dar uma canja no dia seguinte com o seu grupo em Maringá, PR. Em seguida ela foi para o Rio com ele e, no final de 2003, Hermeto passou a residir em Curitiba, PR, com ela. Assim, passou a dar-lhe noções de viola caipira, piano e percussão e, em março de 2004 estreou no Sesc Vila Mariana a sua mais nova formação: o duo "CHIMARRÃO COM RAPADURA" (gaúcha com Alagoano), com Aline Morena.
Em abril de 2004, embarcou para Londres para o terceiro concerto com a Big Band local, sendo que o primeiro já havia sido considerado o SHOW DA DÉCADA. Em seguida realizou mais alguns shows solo em Tóquio e Kyoto.
Em 2005 gravou o CD e o DVD "CHIMARRÃO COM RAPADURA", com Aline Morena, além de realizar duas grandes turnês com seu grupo por toda a Europa. O cd e o dvd de Hermeto Pascoal e Aline Morena foram lançados de maneira totalmente independente em 2006.
No ano de 2010 lançou um novo cd com Aline Morena, denominado "Bodas de Latão", em comemoração aos sete anos juntos na vida e na música! Esse cd contem duas faixas multimídias, gravadas às margens do Rio São João, na estrada da Graciosa, em Morretes, Paraná. Além disso, conta com composições novas e antigas de Hermeto, uma composição e algumas novas letras de Aline e uma música de Astor Piazzolla.
Atualmente, Hermeto Pascoal apresenta-se com cinco formações diferentes: Hermeto Pascoal e Grupo, Hermeto Pascoal e Aline Morena, Hermeto Pascoal Solo, Hermeto Pascoal e Big Band e Hermeto Pascoal e Orquestra Sinfônica.
Obs. Público, shows e discos têm todos a mesma importância para o Hermeto. Não há melhor público, nem melhor show, nem melhor disco. São todos filhos muito amados por ele. Portanto, o que foi mencionado nessa biografia refere-se apenas a um resumo dos fatos que foram lembrados.
Fonte: site oficial http://www.hermetopascoal.com.br/


Jacinto Silva

cantor e compositor
Jacinto Silva 
Sebastião Jacinto da Silva nasceu no município de Palmeira dos Índios/AL, no ano de 1933.  
Discípulo de Jackson do Pandeiro, iniciou a carreira em 1942. Em 1962 gravou na Mocambo seu primeiro LP baião, intitulado “Justiça Divina”, de Onildo Almeida e a moda de roda “Bumbuê bambuá”, de Joaquim Augusto e Luiz Plácido.
“Considerado um  dos maiores intérpretes da música nordestina, “Bastiãozinho” como era conhecido entre os amigos de infância, logo cedo assimilou  os ritmos do povo alagoano. Sua primeira apresentação pública aconteceu na década de 1950, no auditório da Rádio Difusora, no programa da saudosa Odete Pacheco, onde foi batizado como o nome artístico de Jacinto Silva”, conforme relato do professor e folclorista Ranilson França de Souza, em artigo publicado no jornal Gazeta de Alagoas/2004.
E continua: “Jacinto Silva foi um intérprete peculiar da música nordestina, interpretava como nínguem sua canções, inclusive o coco sincopado, gênero do qual era senhor absoluto. Além de cantar, Jacinto também compunha suas músicas ao lado de compositores famosos como Onildo Almeida, Juarez Ferraz, Sebastião França, Luiz Queiroga, Florival Ferreira, João Silva, Zé do Rojão, Geraldo Lopes e Zé do Brejo... As suas músicas marcavam presença quase constante na Série Pau de Sebo, da extinta CBS”.     
Em 1973 participou do disco”Forró no Palhoça” - CBS, no qual interpretou “Tarrabufado” de sua autoria e Isabel Biluca e “Flor de Croatá” de João Silva  e Raimundo Evangelista. Em 1974 lançou pelo selo Tropicana-Cantagalo o LP “Eu chego lá” que na época recebeu calorosa crítica do jornalista José Ramos Tinhorão, que a respeito do disco afirmou: ”...desfilam toadas agolapadas como “Flor de Croatá”, cocos  como “Coco do Pandeiro”, mazurcas nordestinas como “Concurso de Voz”, e gêneros desconhecidos como maneiro-pau." Em 1978, teve o baião “Abôio de Vaqueiro”, com Zé Cacau, gravado pelo trio de forró Os Três Nordestino, no LP “Forró do Poeirão”.
Em 2000 lançou o CD “Só não dança quem não quer”, produzido por Zé da Flauta, com participação especiais de Chico César, entre outros. Ao longo da carreira gravou 24 LPs e dois CDs.
Em 2001 recebeu um tributo do cantor e compositor Silvério Pessoa, ex líder do grupo Cascabulho, que o considerava “um gênio da música regional nordestina”, no CD “Bate o Mancá”, com 14 músicas de Jacinto Silva, entre as mais de 200 de sua autoria, que aparece em algumas vinhetas ao longo do disco.
Jacinto Silva faleceu em Caruaru/PE, no dia 19 de fevereiro de 2001.                                                                                          
Fonte: Internet
Pesquisa: Julio Campos


Jararaca

músico violonista, compositor e humorista
(Maceió, 29 de setembro de 1896 — Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1977)
Jararaca
José Luís Rodrigues Calazans, o Jararaca, foi um violonista, cantor de emboladas, compositor e emérito letrista brasileiro, nascido em  Maceió, faleceu aos 81 anos na cidade do Rio de Janeiro. Era filho do poeta e professor muito conhecido Ernesto Alves Rodrigues e começou a tocar sua viola aos 8 anos de idade, inspirado em seus irmãos que também eram violeiros e seresteiros. Ainda criança conviveu muito com os boiadeiros que vinham das Minas Gerais, onde ouvia diversas estórias, que mais tarde iriam influenciar bastante a sua música.  Em 1915 começou atuar juntamente com um grupo teatral na cidade Piranhas, em Alagoas. Dizem também que integrou o bando de Lampião por quase dois anos, e no início da década de 20 resolveu tentar a carreira artística.
Integrante da dupla Jararaca e Ratinho, uma dupla musical formada por José Luis Rodrigues Calazans, o Jararaca , e Severino Rangel de Carvalho, o Ratinho (Itabaiana/PB, 13 de abril de 1896 — Duque de Caxias/RJ, 8 de setembro de 1972). 
Severino Rangel, o Ratinho, começou a tocar ainda criança na Banda Musical de Itabaiana, no Estado da Paraíba, em 1914 mudou-se para Recife onde integrou a orquestra sinfônica local tocando trompete, saxofone e ainda dava aulas numa escola de aprendizes.
Por volta de 1919, Severino Rangel (Ratinho) e José Calazans (Jararaca) se conheceram quando passaram a integrar o Bloco dos Boêmios. Pouco tempo depois em 1921, formaram o grupo “Os Boêmios”  e tempos depois o grupo passou a ser conhecido como “Os Turunas Pernambucanos”, onde cada um dos integrantes adotou o nome de um animal, foi quando José Luiz resolveu adotar o nome de Jararaca.
Com o novo conjunto, cantando “cocos” e “emboladas” com seus trajes típicos, percorreram diversos lugares e, incentivados por Pixinguinha, acabaram indo para o Rio de Janeiro em 1922. Depois que o grupo se desfez, José Luiz e Severino Rangel resolveram formar a dupla Jararaca e Ratinho e conheceram o sucesso quando passaram a cantar emboladas, fazendo apresentações satíricas e humorísticas, em São Paulo.
Seus principais sucessos foram Saxofone, por que choras? (1930), choro de Ratinho, Meu pirão primeiro (1932), batucada da dupla, e Mamãe eu quero (1937), marcha carnavalesca de autoria de Jararaca. 
Seu primeiro disco aconteceu em 1929, através da gravadora Odeon. Em 1937, Jararaca compôs a clássica “Mamãe Eu Quero” em parceria com Vicente Paiva e seu sucesso foi tanto que ultrapassou as fronteiras brasileiras.
"Mamãe eu quero" caiu na graça dos ianques a partir da versão da portuguesa naturalizada brasileira, Carmem Miranda, famosa no cinema de Hollywood, e ganhou mais de vinte uma versões em inglês, especialmente a difundida internacionalmente na voz de Bing Crosby.
Com suas anedotas, causos e adivinhações calcadas no espírito troçador que tinham os verdadeiros artistas, deixaram mais de 800 discos de 78 rpm e dois LPs onde alternavam números musicais com vasto anedotário.
Além de cantores e compositores, eram também humoristas. A dupla protagonizou o filme No Trampolim da Vida, de 1946 e o filme Loucos por Música, lançado em 1950.
Nos anos 60 e 70, a dupla participou de alguns programas de televisão, como Balança mas Não Cai, Uau e Alô Brasil, e Aquele Abraço. Depois da morte de Ratinho, Jararaca trabalhou no programa Chico City, na Rede Globo, no papel do cangaceiro Sucuri e assim continuou sua atuação até a sua morte em 1977.
 Para ouvir mais, composições de José Luís Rodrigues Calazans, o Jararaca:
Gato cabeçudo (1929)
Aonde Tá o Tatu (1939)

Para ouvir mais, JARARACA E RATINHO:
catirina (versos do folclore)gravada em 1930
Acende a Luz (193?)
Bambo do bambu (1940)
Sapo no Saco (1940)
A LALÁ TÁ CÁ (1944) - Gravação Odeon Disco 78 rotações
- LÁ VAI DESAFIO (1948) - Gravação Odeon Disco 78 rotações

Outras parcerias: 

Zé Barbino (1940) - Composição de Pixinguinha e Jararaca
Meu pirão primeiro (1944) - Jararaca e Valfrido Silva - c/ Bezerra da Silva   
O Boto - c/ Família Jobim, composição de Jararaca & Tom Jobim

No cinema:
“Mamãe Eu Quero” (1937) - do Filme 'Garota Enxuta' (1959)


 Links relacionados:


Jofre Soares

Ator - (Palmeira dos Índios, 21/09/1917 — São Paulo, 19/08/1996)
Jofre Soares - foto: SBTpedia
(Jofre Soares - foto: SBTpedia)
José Jofre Soares (Palmeira dos Índios, 21 de setembro de 1917 — São Paulo, 19 de agosto de 1996) foi um dos mais destacados atores brasileiros.
Atuou em mais de 100 filmes, entre eles: O Bom Burguês (1979) e O Grande Mentecapto (1989), dirigidos por Oswaldo Caldeira; Terra em Transe (1967), dirigido por Glauber Rocha; Memórias do Cárcere (1984), dirigido por Nelson Pereira dos Santos; Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye Brasil (1979), dirigidos por Carlos Diegues e muitos outros.
Sua carreira de ator começou em 1961, aos 43 anos. Antes disso foi oficial da Marinha por 25 anos. Já tinha se aposentado como marinheiro, e se dedicava ao teatro amador e ao circo da cidade, no qual era um palhaço, quando o cineasta Nelson Pereira dos Santos o conheceu e o convidou para fazer o filme Vidas Secas,
Órfão aos seis anos de idade, Jofre foi criado por pais adotivos. Adolescente, ingressa na marinha, onde permanece até os quarenta anos. Sem formação de ator, é descoberto por acaso, por Nelson Pereira dos Santos, em 1963, num circo, onde fazia o papel de palhaço para crianças índias. O diretor estava filmando VIDAS SECAS, baseado na obra de Graciliano Ramos, e Jofre é convidado para participar do filme, primeiro como assistente de produção, por causa do seu conhecimento da região e depois como ator, no papel de um fazendeiro. Iniciava-se ali, uma longa e vitoriosa carreira cinematográfica, com destaque para O GRANDE SERTÃO (65), JECA MACUMBEIRO (74) e O CANGACEIRO (97) de Anibal Massaini, seu último filme. Fez carreira marcante também no teatro e na televisão, sempre interpretando tipos nordestinos, grandes coronéis, jagunços e lavradores. Seu personagem na novela RENASCER (93) é brilhante. Seu último trabalho na televisão acontece na telenovela AS PUPILAS DO SENHOR REITOR (95), pelo SBT. 
Jofre Soares - foto: tv globo
(Jofre Soares - foto: tv globo)
Cinema
1963 - Vidas Secas
1963 - Selva Trágica
1963 - Und der Amazonas schweigt
1965 - A Hora e a Vez de Augusto Matraga
1965 - Grande Sertão
1965 - Entre Amor e o Cangaço
1966 - A Grande Cidade
1967 - Proezas de Satanás na Vila do Leva-e-Traz
1967 - Terra em Transe
1967 - El ABC del amor
1968 - A Madona de Cedro
1968 - Maria Bonita, Rainha do Cangaço .... Salustiano (ator convidado)1
1968 - O Homem Nu
1968 - Panca de Valente
1968 - A Virgem Prometida
1968 - Viagem ao Fim do Mundo
1969 - Corisco, o Diabo Loiro
1969 - O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
1969 - Águias em Patrulha
1969 - A Um Pulo da Morte
1969 - O Cangaceiro Sanguinário
1969 - O Cangaceiro sem Deus
1970 - A Guerra dos Pelados
1970 - O Profeta da Fome
1971 - São Bernardo
1971 - Uma Verdadeira História de Amor
1972 - João en het mes
1973 - Sagarana, o Duelo
1973 - Trindade...É Meu Nome
1974 - A Noiva da Noite
1974 - As Cangaceiras Eróticas
1974 - Exorcismo Negro
1974 - O Amuleto de Ogum
1974 - O Exorcista de Mulheres
1974 - Trote de Sádicos
1975 - Cada Um Dá o Que Tem
1975 - Guerra Conjugal
1975 - O Jeca Macumbeiro
1975 - O Predileto
1975 - Os Pastores da Noite
1976 - Fogo Morto
1976 - O Menino da Porteira
1976 - Crueldade Mortal
1976 - O Padre Cícero
1976 - Soledade, a Bagaceira
1976 - Um Brasileiro Chamado Rosaflor
1977 - Cordão de Ouro (1977)
1977 - Morte e Vida Severina
1977 - O Crime do Zé Bigorna
1977 - O Jogo da Vida
1977 - Tenda dos milagres
1977 - A Virgem da Colina
1977 - Quem Matou Pacífico?
1978 - A Batalha dos Guararapes
1978 - Chuvas de Verão
1978 - Coronel Delmiro Gouveia
1978 - A Santa Donzela
1979 - Amor e Traição
1979 - Bye Bye Brasil
1979 - O Bom Burguês
1979 - O Caçador de Esmeraldas
1979 - O Coronel e o Lobisomem
1979 - O Guarani
1979 - Milagre - O Poder da Fé
1980 - Bacanal
1980 - O Inseto do Amor
1980 - Cabocla Tereza
1980 - O Boi Misterioso e o Vaqueiro Menino
1981 - Amélia, Mulher de Verdade
1981 - La Conquista del paraíso
1981 - O Filho da Prostituta
1981 - Tiempo de revancha
1982 - Dora Doralina
1983 - Gabriela, Cravo e Canela
1984 - Águia na Cabeça
1984 - Memórias do Cárcere
1984 - Os Trapalhões e o Mágico de Oróz
1984 - Quilombo
1984 - O Filho Adotivo
1985 - Nudo e selvaggio
1986 - Por Incrível que Pareça
1986 - Tigipió - Uma Questão de Amor e Honra
1987 - Jubiabá
1987 - Sonhos de Menina Moça
1988 - Sonhei com Você
1989 - Dias Melhores Virão
1989 - O Grande Mentecapto
1990 - O Gato de Botas Extraterrestre
1990 - Después de la tormenta
1994 - A Terceira Margem do Rio
1995 - Felicidade É...
1996 - Mr. Abrakadabra!
1997 - Baile Perfumado
1997 - O Cangaceiro
1999 - O Brasil em Curtas 06 - Curtas Pernambucanos

Televisão
1968 - Beto Rockfeller - Pedro
1969 - Super Plá - J.J.
1970 - Toninho on the Rocks
1973 - A Volta de Beto Rockfeller - Pedro
1979 - O Todo Poderoso - Padre Ludogero
1981 - Rosa Baiana
1982 - Lampião e Maria Bonita - Coronel Pedrosa
1982 - O Coronel e o Lobisomem - Simeão Azeredo Furtado
1982 - Paraíso - Antero
1984 - Jerônimo - Coronel Saturnino Bragança
1984 - Padre Cícero - Padre Pergo
1984 - Transas e Caretas - Joaquim
1985 - Jogo do Amor
1986 - Mania de Querer - Sebastião Cândido
1990 - Pantanal - padre
1990 - Riacho Doce - Zé Divino
1993 - Renascer - Padre Santo
1994 - Você Decide (episódios A Bolsa ou a Vida e Angu de Caroço)
1995 - As Pupilas do Senhor Reitor - Alvaro
Fontes: Wikipédia, a enciclopédia livre e "Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro", de Antonio Leão da Silva Neto.


Manuel Diégues Júnior

sociólogo, jurista e folclorista
(Maceió, 21 de setembro de 1912 – Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1991)
Manuel Diégues Júnior
Destacado antropólogo, sociólogo, jurista e folclorista brasileiro, reconhecido internacionalmente, Manuel Baltazar Pereira Diégues Júnior, filho de Manuel Baltazar Pereira Diégues e Luísa Amélia Chaves Diégues, nasceu em Maceió/AL no dia 21 de setembro de 1912. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, no ano de 1935.

Interessou-se pela sociologia e freqüentou diversos cursos dessa especialidade, inclusive com os professores estrangeiros que vieram ao Brasil, nos anos 30 e 40, para estruturar o ensino da disciplina.

Ingressou no serviço público, em Alagoas e posteriormente, na União. Nessa condição radicou-se no Rio de Janeiro. Veio a ser professor de antropologia cultural e antropologia do Brasil e Diretor do Departamento de Sociologia e Política da PUC/RJ.

Teve intensa participação nos estudos relacionados ao folclore. Deu cursos em universidades estrangeiras. Pertenceu à Americam Antropological Association e ao Instituto Histórico Brasileiro, entre outras instituições culturais, tendo presidido a Associação Latino Americana de Sociologia.
Faleceu no Rio de Janeiro em 28 de novembro de 1991.
Obras do Autor:Manuel Diégues Júnior - Bangue
  • Evolução Urbana e Social de Maceió no Período Republicano – 1939
  • Variações Sobre Temas Regionais – 1942
  • O Bangüê nas Alagoas. Traços da influência do sistema econômico do engenho de açúcar na vida e na cultura regional – 1949
  • O Engenho de Açúcar no Nordeste – Introduccion a La Sociologia Nacional – 1952Manuel Diégues Júnior - Etnias e Culturas
  • História e Folclore do Nordeste – 1953
  • O Município e a Valorização das Atividades Locais – 1954
  • População e Açúcar no Nordeste do Brasil – 1954
  • Etnias e Culturas no Brasil – 1956
  • Folguedos Populares de Alagoas – 1958
  • Estudo das Relações da Cultura no Brasil – 1959Manuel Diégues Júnior - Ciclos Temáticos
  • População e Propriedade da Terra no Brasil – 1959
  • Regiões Culturais do Brasil – 1960
  • O Brasil e os Brasileiros; ensaios sobre alguns aspectos das características humanas das populações brasileiras – 1964
  • Região, Desenvolvimento, Cultura – 1964
  • Science et Nescience -1970
  • Ciclos Temáticos na Literatura de Cordel – 1971
  • Ocupação Humana e Definição Territorial do Brasil – 1971
  • Literatura de Cordel - 1976

Manuel Diégues Júnior - Gêneros da Cantoria

Marechal Deodoro da Fonseca

primeiro presidente do Brasil

Marechal Deodoro
Manuel Deodoro da Fonseca foi militar e político, proclamador da República e primeiro presidente do Brasil. Filho de Manuel Mendes da Fonseca (1785 - 1859) e Rosa Maria Paulina da Fonseca (1802 - 1873). Deodoro tinha duas irmãs e sete irmãos, três dos quais morreram na Guerra do Paraguai. 
Deodoro foi também presidente da província de Mato Grosso, por indicação do imperador Dom Pedro II. Foi governador da Bahia e comandante de armas das províncias da Bahia e do Pará.
Deodoro passou por muitos problemas no seu mandato presidencial, o primeiro da história do Brasil, dedicando-se a implantar um regime republicano sólido. Seu governo enfrentou severa instabilidade política e econômica no país.
Em 1843, aos dezesseis anos, Deodoro matriculou-se no Colégio Militar do Rio de Janeiro, terminando em 1847 o curso de artilharia. Em 1845, já era cadete de primeira classe. 
Em 1848, participou de sua primeira ação militar, ajudando na repressão da Revolta Praieira, insurreição promovida pelos liberais de Pernambuco.
Casou-se aos 33 anos, no dia 16 de abril de 1860, com Mariana Cecília de Sousa Meireles, considerada pelos biógrafos mulher educada, religiosa, modesta e prendada. O casal não teve filhos. Boatos da época diziam que Deodoro era estéril. Seu sobrinho, Hermes da Fonseca, que também chegou à presidência da república, era tratado por Deodoro como um filho e curiosamente, Hermes casou-se pela segunda vez com uma moça de família nobre, a famosa artista Nair de Tefé Von Hoonholtz.
Manuel Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve toda a pompa e honras militares. O marechal que proclamou a república no Brasil, cujo fato histórico é hoje feriado nacional, era acometido de uma forte crise de dispnéia, popularmente conhecida como "dificuldade de respiração" ou "falta de ar", o que impedia o primeiro presidente do Brasil de dormir.
Foi enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro, em1937.
Deodoro já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Castro Gonzaga na minissérie "República" (1989). Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 20 (vinte cruzeiros) de 1950, nas de Cr$ 50,00 (cinquenta cruzeiros) de 1970, nas de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) de 1981 e cunhado no verso das moedas de 25 centavos em circulação atualmente no Brasil.
(Marechal Deodoro, 5 de agosto de 1827 - Rio de Janeiro, 23 de agosto de 1892)

Linda Mascarenhas

Atriz
Linda Mascarenhas 
Linda Mascarenhas nasceu em Maceió/AL, no bairro da Levada,  em 14 de maio de 1895, filha de Manuel Casário Mascarenhas e Lourença Vieira Mascarenhas.
Aos cinco anos já lia corretamente aos 05 anos de idade. Aos 13 anos iniciou seus estudos na Escola Normal de  Maceió.
Estudou latim com o cônego Teófanes de Barros, grego com D. Adelmo Machado e alemão com o Sr. Ludwig Duchen.
Lecionou francês, inglês, português e veio a se apresentar como Professora Catedrática da cadeira de inglês na Escola Normal de Maceió/AL.
Linda Mascarenhas tinha nos olhos o brilho de uma guerreira. Lutou contra todas as formas de desrespeito aos direitos humanos, como atriz, teatrólogo e líder feminista.
Sua primeira atuação foi na Federação Alagoana para o Progresso Feminino, iniciando um núcleo de discussão sobre direitos e deveres da mulher no processo de transformação político social.
Apesar de ser tímida, possuía forte tendência a liderança e ao pioneirismo. Tornou-se a principal responsável  pela explosão dos primeiros grupos teatrais em sua terra natal: o Teatro de Amadores e a Associação Teatral de Alagoas.
Dirigiu inúmeras peças, destacando-se “Conflito Interno” que marcou sua vida como teatrólogo. 
Estreou como atriz aos 61 anos de idade, sua forma de buscar novos talentos e a coragem de romper preconceitos, tornaram Linda Mascarenhas personagem principal das artes cênicas em Alagoas.
Com a colaboração da ala jovem do CRB, do professor Luís Lavenère, Linda fundou, em 12 de outubro de 1955, a Associação Teatral das Alagoas - ATA, onde foi aclamada presidente perpétua, dando continuidade a seu trabalho de diretora de cena, dramaturga, e estreando em 1956 como atriz, interpretando “Lizanete”, na peça “O Idiota”, de Léo Vital, baseada no romance homônimo de Dostoievski, com direção de Heldon Barroso.
Essa entrega arrebatadora ao amor ao teatro, a forma generosa de buscar novos talentos, a coragem de romper as amarras do preconceito, fazem de Linda Mascarenhas a personagem principal na história das artes cênicas em Alagoas.

Fonte: Agenda SEMED – Maceió/AL/2003.



Jorge de Lima

escritor
(União dos Palmares, 23 de abril de 1893 – Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1953)
Jorge de Lima Jorge Mateus de Lima foi poeta, romancista, artista plástico (pintor, desenhista, ilustrador e escultor), ensaísta, médico, político e professor. Filho de um rico comerciante e senhor de engenho de antiga linhagem local. Em 1902, muda-se, com a mãe e os irmãos, para Maceió, onde realiza os estudos fundamentais no Instituo Alagoano. Transfere-se para Salvador em 1908 e ingressa na Faculdade de Medicina da Bahia. No terceiro ano do curso, vai morar no Rio de Janeiro, onde conclui o curso e se forma em 1914. Nesse mesmo ano, publica seu primeiro livro - XIV Alexandrinos. Durante seus estudos, escreve e publica poemas em pequenos jornais, dentro e fora das escolas que frequenta. Em 1915, volta para Maceió, onde passa a clinicar, atendendo em consultório próprio, ao mesmo tempo que se dedica à literatura. Em 1921 é eleito Príncipe dos Poetas Alagoanos. Enquanto trabalha como professor de história natural e depois de literatura brasileira em colégios de Maceió, envolve-se com a política local e ocupa os cargos de vereador  e deputado estadual, exercendo o cargo entre 1919 e 1922. Inicia-se nas artes plásticas ilustrando o livro O Mundo do Menino Impossível no ano de 1927. Com a Revolução de 1930, abandona temporariamente a carreira política e resolve radicar-se de vez no Rio de Janeiro. Em 1931, monta consultório médico na Cinelândia, centro da cidade, que funciona também como ateliê de pintura, além de se tornar um famoso ponto de encontro de artistas e de intelectuais como Murilo Mendes (1901-1975), Graciliano Ramos (1892-1953) e José Lins do Rego (1901-1957). Converte-se ao catolicismo em 1935. Em 1939 passa a se dedicar também às artes plásticas, participando de algumas exposições e aprimora-se frequentando o ateliê da pintora Sylvia Meyer (1889 - 1955). Nesse mesmo ano, pinta a sua primeira tela Quadro com Mulher ou Mulher Sonhando. Em paralelo, continua dedicando-se à literatura e publica, entre outros, Poemas Escolhidos, 1932; o romance surrealista O Anjo, 1934; Tempo e Eternidade, 1935, dedicado a Ismael Nery (1900 - 1934); Quatro Poemas Negros, 1937; A Túnica Inconsútil, 1938; A Pintura em Pânico, álbum de fotomontagens com prefácio de Murilo Mendes, 1943; e Invenção de Orfeu, 1952. É homenageado com o Grande Prêmio de Poesia, em 1940, concedido pela Academia Brasileira de Letras - ABL. Meses antes de morrer, em 1953, grava poemas para o Arquivo da Palavra Falada da Biblioteca do Congresso Americano em Washington D.C., Estados Unidos. Após sua morte, o poema O Grande Circo Místico dá nome a um espetáculo de dança de Naum Alves de Souza e a um disco, incluindo músicas de Edu Lobo e Chico Buarque, em 1983.
Obras publicadas - primeiras edições
Poesia
XIV Alexandrinos - 1914
O Mundo do Menino Impossível - 1925
Poemas - 1927
Essa Negra Fulô - 1928
Novos Poemas - 1929
Poemas Escolhidos - 1932
Tempo e Eternidade (em colaboração com Murilo Mendes) - 1935
A Túnica Inconsútil - 1938
Poemas Negros - 1947
Livro de Sonetos - 1949
Vinte sonetos - 1949
Obra Poética - 1950 - com a inclusão de Anunciação e Encontro de Mira-Celi
Invenção de Orfeu - 1952
Castro Alves. Vidinha – 1952
Romances
Salomão e as Mulheres - 1927
O Anjo - 1934
Calunga - 1935
A Mulher Obscura - 1939
Guerra dentro do Beco - 1950
Ensaio, história, biografia
A Comédia dos Erros -1923
Dois Ensaios - Proust e Todos Cantam sua Terra - 1929
Anchieta - 1934
Rassenbildung und Rassenpolitik in Brasilien (Formação e política raciais no Brasil) - 1934
Biografia de Alexandre José de Melo Morais - 1941
Vida de São Francisco de Assis - 1944
D. Vital - 1945
Vida de Santo Antonio - 1947
Infantil e juvenil
História da Terra e da Humanidade - 1937
Aventuras de Malazarte – 1942
Traduções e edições estrangeiras
Alemão
Rassenbildung und Rassenpolitik im Brasilien. Leipzig: Adolp Klein, 1934.
Espanhol
Poemas. Tradução J. Torres Oliveros e R. Arechavaleta. Buenos Aires: Raigal, 1956.
Calunga. Tradução Ramón Pietro. Buenos Aires: Editorial Americale, 1942.
Esa Negra Fuló y otros poemas [Essa Nega Fulô e Outros Poemas]. Tradução Gastón Filgueiras. San Rafael: Mendoza, 1949.
Anunciación y Encuentro de Mira-Celi. Buenos Aires: Sociedad Editorial Latino-Americana, 1950.
La Invención de Orfeo: 30 Sonetos [Invenção de Orfeu: 30 Sonetos]. Tradução Antonio Cisneros. Lima: Centro de Estudios Brasileños, 1979.
Antología Fundamental de Jorge de Lima. Tradução Francisco Cervantes. México: Universidad Autônoma Metropolitana, 1989.
Italiano
Invenzione di Orfeo [Invenção de Orfeu]. Tradução Ruggero Jacobbi. Roma: Abete, 1982.
Exposições Individuais
1946 - Rio de janeiro RJ - Exposição individual, na ABI
1951 - Recife PE - Individual, no Gabinete Português de Leitura
Exposições Coletivas
1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Antes - Divisão Moderna
1944 - Rio de Janeiro RJ - 51º Salão Nacional de Belas Antes - Divisão Moderna
1947 - Rio de Janeiro RJ - 52º Salão Nacional de Belas Antes - Divisão Moderna - menção honrosa
1948 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Artes Plásticas da Sociedade Brasileira de Belas Artes - menção honrosa
1949 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna - menção honrosa
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1953 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Salão Nacional de Arte Moderna
Exposições Póstumas
1962 - Recife PE - Retrospectiva na Galeria Rozemblit, apresentada por Vicente do Rego Monteiro
1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico e Geográfico
1983 - Estréia do espetáculo de dança O Grande Circo Místico, baseado no poema homônimo de Jorge de Lima, com roteiro de Naum Alves de Souza e coreografia de Carlos Trincheiras, pelo Ballet Guaíra
1983 - Rio de Janeiro RJ - Gravação do disco O Grande Circo Místico, com músicas de Edu Lobo e letras de Chico Buarque baseadas no poema de Jorge de Lima
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1990 - São Paulo SP - Arte e Medicina, na Sadalla Galeria de Arte
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1998 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
2002 - Porto Alegre RS - Apropriações e Coleções, no Santander Cultural
2003 - Maceió AL - "50 Anos de Saudades", no MISA - Museu da Imagem e do Som de Alagoas

Fonte:  http://www.itaucultural.org.br/  

Lêdo Ivo

escritor
(Maceió, AL, 18 de fevereiro de 1924 - Sevilha, 23 de dezembro de 2012)
Ledo Ivo
Jornalista, poeta, romancista, contista, cronista e ensaísta, Lêdo Ivo foi eleito em 13 de novembro de 1986, na sucessão de Orígenes Lessa e recebido em 7 de abril de 1987 pelo acadêmico Dom Marcos Barbosa. Eis o 1º parágrafo de seu discurso de posse, já como membro da Academia Brasileira de Letras:
"Numa tarde de outono, um homem caminha pelas ruas de Londres. O frio e o vento o obrigam a encolher-se no seu sobretudo. Sozinho e desconhecido na metrópole que Verlaine comparou à Babilônia, esse homem é um exilado, expulso de sua pátria por um caudilho taciturno. E enquanto ele marcha entre as folhas que caem, em seu espírito flui a interminável reflexão sobre o seu país que, no outro lado do oceano, vive as turbulências do dissídio e do desencontro. Esta é a imagem que me ocorre de Rui Barbosa, o fundador da Cadeira nº 10: a do exilado."
Dedicou-se à vida literária, participando do I Congresso de Poesia do Recife em 1941. Foi redator da Tribuna da Imprensa e da revista Manchete, colaborador de O Estado de São Paulo e editorialista do Correio da Manhã.
Estreou na literatura em 1944, com o livro de poesias “As imaginações”. Em 1945 publica “Ode e elegia”, distinguido com o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras, o primeiro de uma série de prêmios.
Em 1949, proferiu, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a conferência "A geração de 1945".
Sua obra de poesia e de prosa foi amplamente reconhecida e premiada. Seu romance de estréia “As alianças” de 1947 mereceu o Prêmio de Romance da Fundação Graça Aranha.
Ao seu livro de crônicas “A cidade e os dias” de 1957 foi atribuído o Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras.
Em 1973, foram conferidos a “Finisterra” o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Clube do Brasil; o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; e o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal. O seu romance “Ninho de Cobras” foi distinguido com o Prêmio Nacional Walmap.
Em 1974, “Finisterra” recebeu o Prêmio Casimiro de Abreu, do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Seu livro de memórias “Confissões de um poeta” de 1979 mereceu o Prêmio de Memória da Fundação Cultural do Distrito Federal.
Em 1982, Lêdo Ivo foi distinguido com o Prêmio Mário de Andrade, conferido pela Academia Brasiliense de Letras ao conjunto de suas obras.
A seu livro de ensaios “A ética da aventura” foi conferido, em 1983, o Prêmio Nacional de Ensaio do Instituto Nacional do Livro.
Em 1986, recebeu o Prêmio Homenagem à Cultura, pela obra poética. Eleito "Intelectual do Ano de 1990", recebeu o Troféu Juca Pato do seu antecessor nessa láurea, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns.
Ao seu livro de poemas “Curral de peixe” de 1995 o Clube de Poesia de São Paulo atribuiu o Prêmio Cassiano Ricardo.
Seu romance “Ninho de cobras”, de 1973, foi traduzido para o inglês, sob o título “Snakes’ Nest”, e em dinamarquês, sob o título “Slangeboet”. No México, saíram várias coletâneas de poemas de Lêdo Ivo, entre as quais “La imaginaria ventana abierta”, “Oda al crepúsculo”, “Las pistas” e “Las islas inacabadas”. Em Lima, Peru, foi editada uma antologia, “Poemas”, e na Espanha saiu a antologia “La moneda perdida”.
Obras Principais
  •    As imaginações, poesia (1944);
•    Ode e elegia, poesia (1945);
•    As alianças, romance (1947);
•    Acontecimento do soneto, poesia (1948);
•    O caminho sem aventura, romance (1948);
•    Ode ao crepúsculo, poesia (1948);
•    Cântico, poesia (1949);
•    Linguagem, poesia (1951);
•    Lição de Mário de Andrade, ensaio (1951);
•    Ode equatorial, poesia (1951);
•    Um brasileiro em Paris e O rei da Europa, poesia (1955);
•    O preto no branco, ensaio (1955);
•    A cidade e os dias, crônicas (1957);
•    Magias (contendo: Os amantes sonoros), poesia (1960);
•    O girassol às avessas, ensaio (1960);
•    Use a passagem subterrânea, contos (1961);
•    Paraísos de papel, ensaio (1961);
•    Uma lira dos vinte anos, reunião de obras poéticas anteriores (1962);
•    Ladrão de flor, ensaio (1963);
•    O universo poético de Raul Pompéia, ensaio (1963);
•    O sobrinho do general, romance (1964);
•    Estação central, poesia (1964);
•    Poesia observada, ensaios (1967);
•    Finisterra, poesia (1972);
•    Modernismo e modernidade, ensaio (1972);
•    Ninho de cobras, romance (1973);
•    O sinal semafórico, reunião de sua obra poética, desde As imaginações até Estação central (1974);
•    Teoria e celebração, ensaio (1976);
•    Alagoas, ensaio (1976);
•    Confissões de um poeta, autobiografia (1979);
•    O soldado raso, poesia (1980);
•    A ética da aventura, ensaio (1982);
•    A noite misteriosa, poesia (1982);
•    A morte do Brasil, romance (1984);
•    Calabar, poesia (1985);
•    Mar oceano, poesia (1987);
•    Crepúsculo civil, poesia (1990);
•    O aluno relapso, autobiografia (1991);
•    A república das desilusões, ensaios (1995);
•    Curral de peixe, poesia (1995), Entre muitos outros.

Marechal Floriano Peixoto

segundo presidente do Brasil

 Marechal Floriano Peixoto
Floriano Vieira Peixoto foi militar e político. Primeiro vice-presidente e segundo presidente do Brasil, presidiu o Brasil de 23 de novembro de 1891 a 15 de novembro de 1894, no período da República Velha. Nasceu em Ipioca, distrito de Maceió, numa família pobre, foi criado pelo padrinho e tio, coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Aos dezesseis anos foi para o Rio de Janeiro, Sentou praça em 1857 e ingressou na Escola Militar em 1861. Em 1863 recebeu a patente de primeiro-tenente, seguindo sua carreira militar. Floriano era formado em Ciências Físicas e Matemáticas. Ocupava posições inferiores no exército até a Guerra do Paraguai, quando chegou ao posto de tenente-coronel. Ingressou na política, como presidente da província de Mato Grosso. Em 1889 assumiu a vice-presidência de Deodoro da Fonseca, e dois anos depois viria a assumir a presidência com a renúncia do marechal Deodoro.
(Maceió, 30 de abril de 1839 — Barra Mansa, 29 de junho de 1895)


Marta Vieira da Silva

Jogadora de futebol
Marta
Nasceu em Dois Riachos, no interior de Alagoas no dia 19 de fevereiro de 1986. De família humilde, seu pai abandonou a casa, mulher e quatro filhos, quando Marta tinha um ano de idade.
Começou a jogar futebol no juvenil do Centro Esportivo Alagoano (CSA), em 1999. No ano seguinte foi contratada pelo Vasco da Gama, jogando no time profissional entre os anos de 2000 e 2002. Do Vasco foi para o Santa Cruz Futebol Clube de Minas Gerais, onde permaneceu até 2004. Em 2003 vestiu a Camisa da Seleção Brasileira nos jogos Pan-Americanos em Santo Domingo, onde a Seleção ganhou Medalha de Ouro. Em 2004 sua equipe foi Medalha de prata nos Jogos Olímpicos em Atenas.
Ainda em 2004 assinou contrato com o UmeaIK da Suécia onde nas duas primeiras temporadas, o time é classificado em 2o lugar no Campeonato Suíço, sendo Marta o artilheiro com 22 gols.
Foi eleita pela FIFA cinco vezes consecutivas a melhor jogadora de futebol do mundo entre 2006 e 2010. Foi Bola de Ouro em 2004 e Bola de Ouro e Chuteira de Ouro em 2007.

Nise da Silveira

médica psiquiatra
(Maceió, 15 de fevereiro de 1906 – Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1999)
Nise da Silveira
Nise da Silveira foi aluna de Carl Jung e membro-fundadora da Sociedade Internacional de Expressão Psicopatológica ("Societé Internationale de Psychopathologie de l'Expression"), sediada em Paris.
Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.
De 1921 a 1926 cursa a Faculdade de Medicina da Bahia, onde formou-se como a única mulher entre os 157 homens desta turma. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina.
Em 1933 trabalhou no "Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental" do "Hospital da Praia Vermelha".
Nise da Silveira foi simpatizante da Aliança Nacional Libertadora (ANL), mas não sabia nada sobre a organização do movimento liderado por Prestes. Durante a Intentona Comunista foi denunciada por uma enfermeira pela posse de livros socialistas. A denúncia levou à sua prisão em 1936 no presídio da Frei Caneca por 15 meses.
Neste presídio conheceu Olga Benário, Graciliano Ramos e outros participantes do movimento comunista, que se tornaram grandes amigos seus. Por meio desse encontro, ela tornou-se também, uma das personagens da obra de Graciliano Ramos chamada “Memórias do Cárcere”.
 De 1936 a 1944 permanece com seu marido na semi-clandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas.
 Durante seu afastamento faz uma profunda leitura reflexiva das obras de Spinoza, material publicado em seu livro "Cartas a Spinoza" em 1995.
Em 1944 inicia seu trabalho no "Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II", no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde retoma sua luta contra as técnicas psiquiatricas que considera agressivas aos pacientes.
Por sua recusa em aplicar eletrochoques nos pacientes, Nise é transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos. Assim, em 1946 funda, nesta instituição, a "Seção de Terapêutica Ocupacional".
No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de terapia ocupacional, ela cria ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade.
 Em 1952, ela funda o “Museu de Imagens do Inconsciente”, no Rio de Janeiro, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos de modelagem e pintura dos internos.
Entre outros artistas-pacientes podemos citar: Adelina Gomes; Carlos Pertuis; Emygdio de Barros, e Octávio Inácio.
Este valioso acervo alimentou a escrita de seu livro "Imagens do Inconsciente", como também a participação em exposições significativas, como a "Mostra Brasil 500 Anos".
Entre 1983 e 1985 o cineasta Leon Hirszman realizou o filme "Imagens do Inconsciente", trilogia mostrando obras realizadas pelos internos a partir de um roteiro criado por Nise da Silveira.
Em 1956, Nise cria um projeto revolucionário: a Casa das Palmeiras. Uma clínica voltada à reabilitação de antigos pacientes de instituições psiquiátricas. Neste local podem diariamente expressar sua criatividade, sendo tratados como pacientes externos numa etapa intermediária entre a rotina hospitalar e sua reintegração à vida em sociedade.
Foi uma pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais, que costumava chamar de co-terapeutas.
Percebeu esta possibilidade de tratamento ao observar como um paciente a quem delegara os cuidados de uma cadela abandonada no hospital melhorou tendo a responsabilidade de tratar deste animal como um ponto de referência afetiva estável em sua vida.
Em 1998 ela expõe parte deste processo em seu livro "Gatos, A Emoção de Lidar".
Nise da Silveira introduziu no Brasil a psicologia junguiana.  Em 1954 Nise escreveu à Carl Gustav Jung, iniciando uma proveitosa troca de correspondencia.
Jung estimulou Nise a fazer uma mostra das obras de seus pacientes que recebeu o nome "A Arte e a Esquizofrenia", ocupando cinco salas no "II Congresso Internacional de Psiquiatria", realizado em 1957, em Zurique. Há uma foto histórica deste evento, em que Jung aponta para uma mandala de Carlos, um dos mais fecundos pintores do ateliê de Nise. Esta foto foi ampliada, de forma que ficasse focalizada a mão de Jung no centro da mandala. Jung autografou esta ampliação; Nise guardou-a com carinho até o dia 30 de outubro de 1999, quando foi fazer suas revoluções no infinito...
Retornando ao Brasil após seu primeiro período de estudos jungianos, formou em sua residência o "Grupo de Estudos Carl Jung", que presidiu até 1968.
Em 1968, é publicado a primeira edição do livro “Jung: vida e obra”.
Em reconhecimento a seu trabalho, Nise foi agraciada com diversas condecorações, títulos e prêmios em diferentes áreas do conhecimento, entre outras:
•    "Ordem do Rio Branco" no Grau de Oficial, pelo Ministério das Relações Exteriores, (1987);
•    "Prêmio Personalidade do Ano de 1992", da Associação Brasileira de Críticos de Arte;
•    "Medalha Chico Mendes", do grupo Tortura Nunca Mais, (1993);
•    "Ordem Nacional do Mérito Educativo", pelo Ministério da Educação e do Desporto, (1993);
Seu trabalho e idéias inspiraram a criação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas em diversos estados do Brasil e no exterior, por exemplo:
•    O "Museu Bispo do Rosário", da Colônia Juliano Moreira, (Rio de Janeiro);
•    O "Centro de Estudos Nise da Silveira", (Juiz de Fora, Minas Gerais);
•    O "Espaço Nise da Silveira" do Núcleo de Atenção Psico-Social, (Recife);
•    O "Núcleo de Atividades Expressivas Nise da Silveira", do Hospital Psiquiátrico São Pedro, (Porto Alegre, Rio Grande do Sul);
•    A "Associação de Convivência Estudo e Pesquisa Nise da Silveira", (Salvador, Bahia);
•    O "Centro de Estudos Imagens do Inconsciente", da Universidade do Porto (Portugal);
•    A "Association Nise da Silveira - Images de L'Inconscient", (Paris, França);
•    O "Museo Attivo delle Forme Inconsapevoli". (Genova, Itália).
O antigo "Centro Psiquiátrico Nacional" do Rio de Janeiro recebeu em sua homenagem o nome de "Instituto Municipal Nise da Silveira".
Obras Principais:
•    Jung: vida e obra, 1968;
•    Imagens do inconsciente, 1981;
•    Casa das Palmeiras. A emoção de lidar. Uma experiência em psiquiatria, 1986;
•    O mundo das imagens, 1992;
•    Nise da Silveira, 1992;
•    Cartas a Spinoza, 1995;
•    Gatos, A Emoção de Lidar, 1998. 

Padre Teófanes

Teólogo e professor
TEÓFANES AUGUSTO DE ARAÚJO BARROS
(São José da Lajes/AL, 13/07/1912 - Maceió/AL, 21/06/2001)
Padre Teófanes
Teófanes Augusto de Barros, Padre Teófanes como era conhecido, nasceu no dia 13 de julho de 1912, no município de São José da Lajes/AL.
Músico, poeta, filosofo, teólogo e professor, fez Licenciatura em Filosofia na Universidade Católica de Pernambuco. Foi ordenado Presbítero no ano de 1934.
Idealista, fundou a Campanha Nacional de Educadores Gratuitos, em 1934 e em 1939 fundou o Colégio Guido. Foi professor da Universidade Federal de Alagoas/UFAL, fundador da Faculdade de Filosofia de Alagoas, em 1950, diretor da UFAL e fundador do Centro de Estudos Superiores de Maceió/CESMAC.
Padre Teófanes participou de cursos por todo o mundo. Foi membro da Academia Alagoana de Letras e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas.
Sabia ler, escrever e falar latim, grego, francês, espanhol, italiano, alemão e inglês. Falava em tom baixo e, subitamente, aumentava o tom e a fluência verbal, retornando ao tom baixo, uma característica de sua oratória.
Dedicou toda a sua vida a um só ideal, “EDUCAR PARA ELEVAR”, tornando-se, sem dúvida, o maior educador de Alagoas. Seu legado repercute na memória de gerações de alunos que estudaram em suas instituições. Expressou uma visão para além do seu tempo, com obras educacionais e concepção religiosa, cultural e social em prol dos filhos dos trabalhadores e de respeito às diferenças.
Faleceu no dia 21 de junho de 2001, em Maceió.

Pedro Teixeira

folclorista
(Maceió, 12 de outubro de 1915 - 30 de julho de 2010)
Pedro TeixeiraPedro Teixeira de Vasconcelos nasceu no dia 12 de outubro de 1915, na Casa Grande do Engenho Bom Sucesso. Primogênito do casal, Aureliano Teixeira de Vasconcelos e Maria Alzina Rebelo de Vasconcelos, residentes na Fazenda Medina.
Suas primeiras letras aprendeu com as professoras Santa Souza e depois Odete Bonfim no Bom Sucesso, fez o primário em sua cidade natal e em Viçosa(1925/29).  O curso básico no Seminário Metropolitano de Maceió (1929/33).
Trabalhou no Cartório do 1º Oficio de Viçosa (1933/35). Em janeiro de 1935 foi nomeado pelo prefeito de Viçosa, professor da Escola Pública da Cigana, na Chã-Preta, permaneceu até 1943, quando seguiu para Capela, depois Palmeira dos Índios, como professor. Regressou a Viçosa, em 1948, como professor de francês da Escola Normal Joaquim Diegues. Foi ainda fundador, professor e diretor de disciplina do Colégio da Assembléia e da Escola Técnica do Comércio de Viçosa. Em 1953 foi aprovado como professor catedrático em Francês.
Sua vocação sempre foi o magistério, ensinou línguas e Folclore em vários colégios e ajudou a fundar diversos estabelecimentos de ensino.
Em 1960 assumiu o cargo de Chefe do Serviço de Orientação Educacional da Secretaria Estadual de Educação e Cultura. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura, da Sociedade de Cultura Artística e Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, foi presidente da Comissão Alagoana de Folclore.
Organizou, com parceiros e colaboradores, vários grupos folclóricos e folguedos populares, como: reisado, guerreiro, baiana, taieira, pastoril, quilombo, pagode, samba-trupé, coco, maracatu, nega da costa e outros. Era reconhecido pelos inúmeros convites para apresentações, palestras e seminários, pelo Brasil e exterior.
Em 1977 fundou a Escola Amélia Vasconcelos de Chã Preta e criou a Coordenação dos Folguedos de Chã Preta, mais tarde batizada de Núcleo Folclórico Beatriz Vasconcelos. Formou gerações e gerações de amantes e participantes do folclore. Aposentou-se do Estado em 1979, dedica-se mais exclusivamente ao seu projeto de perpetuar, manter e expandir a Cultura Popular. Seguindo a linha de Théo Brandão, José Aloísio Vilela, José Maria de Melo e outros antropólogos e folcloristas alagoanos.
Publicou vários livros: “Folclore: música, dança e torneio” (1978), “Advinhas”, “Pastoril”, “Adivinhações e Superstições” (com Luis Sávio de Almeida), “Lúdica folclórica”, “Artesanato de Alagoas” (ambos com José Mª Tenório Rocha), “Andanças pelo Folclore” (1998) e “Gorjeios do Sabiá”. Peças teatrais escreveu: “Juliana, a escrava”, “Chamada da Pátria”, “Doutora em apuros”, “Os magos de Belém”... além de artigos publicados em revistas e jornais.
Escreveu Hinos de vários municípios e escolas, como os de Chã Preta e Quebrangulo. É nome de escolas na Chã-Preta e Maceió, que também, tem seu busto erguido nestes dois municípios.
Religioso, tornou-se organizador da comunidade católica de Chã=Preta, participou da construção da Igreja Matriz, em 1971, coordenando a campanha comunitária. Tornou-se ativista religioso, Catequista, Ministro da Eucaristia e Diácono (1988).
Doou terrenos em Chã-Preta para casas, escola, delegacia e Emater.
Casou com Edite Rodas de Vasconcelos, teve uma filha, três netos e três bisnetos.
Faleceu aos 12 de junho de 2000, na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, rodeado do carinho, reconhecimento e amizade dos familiares, amigos e admiradores. Foi sepultado no Cemitério Publico de Chã-Preta.

Pierre Chalita

Artista Plástico
(Maceió, 1930 – Maceió, 30 de Julho de 2010)
Pierre Chalita
Pierre Gabriel Najm Chalita  foi um pintor, escultor, desenhista, professor e colecionador de arte. Filho de família de imigrantes libaneses, formado pela Faculdade de Arquitetura do Rio de Janeiro. Estudou, também, na Academia de Belas Artes San Fernando (Madrid – 1957) e na Escola de Belas Artes de Paris (1958). Coube-lhe, em face de indicação expedida pela UNESCO, ser o decorador-chefe do filme Les mimes orienteaux et occidenteaux, de Jean Doat e Paul Bordry (Paris – 1960).
Sua obra é marcada pelo trágico da condição humana, pela exaltação do sentimento e pelo calor da carne. A sedução do movimento e a profusão de cores está sempre presente em seu mundo e no ventre das suas alegorias pictóricas. Chalita ilustrou diversas obras literárias, entre elas Um Gosto de Mulher (poesia) e Vida, Paixão e Morte do Irmão das Almas (novela), de Carlos Méro.
Em 1950 matriculou-se na Faculdade de Arquitetura do Recife e estudou pintura sob a orientação do professor Murillo Lagreca, no Recife. Em 1955 diplomou-se em arquitetura pela Faculdade Nacional de Arquitetura do Rio de Janeiro.Chalita "Noivos"
Em 1956 foi a Madrid como bolsista do Instituto de Cultura Hispânica. Em 1957 estudou pintura na Academia Real de San Fernando em Madrid, sob a orientação do pintor Valcerde. Em 1958 estudou pintura na Escola de Belas Artes em Paris, sob a orientação de Chapelain-Midy. Em 1959 foi contratado como decorador-chefe para o filme de longa metragem: "Um Jour Comme les Autres" de Paul Mordy, Paris.
Em 1960 foi contratado pela Unesco como decorador-chefe do filme "Les Mimes Orienteaux et Occidenteaux" de Jean Doat e Paul Bordry, Paris. Em 1961 proferiu palestra na Rádio Televisão Francesa sobre arte em geral e arquitetura no Brasil.
Em 1962 regressou ao Brasil e ingressou por concurso no corpo docente da Escola de Arte da Universidade Federal de Pernambuco onde atualmente é professor da Cadeira de Técnica de Composição Artística. Em 1965 foi designado chefe do Departamento de Expressão Gráfica da Universidade Federal de Pernambuco.
Em 1968 restaurou o Palácio do Barão de Jaraguá, em Alagoas, arquitetura do século XIX.
Em 1970 participou da Exposição do Acervo de Arte Sacra Brasileira, 1º Festival de Verão de Marechal Deodoro, em Alagoas. 1970 designado Professor da Cadeira de Composição do Curso de Licenciatura de Desenho da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1973 Professor do Atelier 3 de Pintura da Escola de Arte da Universidade Federal de Pernambuco. Arquiteto Restaurador da Assembléia Legislativa de Alagoas, arquitetura século XIX. Arquiteto e coordenador da Pinacoteca "Jayme de Altavilla" do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Responsável pelo projeto de restauração das cidades históricas: Porto Calvo, Marechal Deodoro e Penedo, em Alagoas.
Falecido em 30 de Julho de 2010.
Exposições
1960 - Galeria Nord, Paris.
1961 - Beirute, Líbano.
1963 - Teatro Santa Isabel, Recife.
1964 - Galeria do Rosário dos pretos, Recife.
1964 - Galeria da Ribeira, Recife.
1964 - Teatro Deodoro, Maceió.
1965 - Escola Belas Artes, Recife.
1965 - Galeria Quirino, Salvador.
1967 - Teatro Popular do Nordeste, Recife.
1968 - Mirante da Artes, São Paulo.
1968 - Galeria Contemporânea, Recife.
1969 - Galeria Oca, Guanabara.
1970 - Fundação Alvares Penteado, São Paulo.
1970 - Galeria Portal, São Paulo.
1971 - Museu de Arte Contemporânea de Olinda, Pernambuco.
1971 - Galeria Ipanema, Guanabara.
1972 - "Sucata" Decorações.
1972 - Galeria "Recanto do Ouro Preto", Fortaleza.
1973 - Galeria da Universidade Federal da Paraíba.
1973 - Galeria José Augusto, Natal.
1976 - Galeria Seta, São Paulo.
1977 - Museu de Arte Contemporânea do Paraná.
Fonte: mauc.ufc
Site: http://www.fundacaopierrechalita.com.br/
Espaço Cultural Pierre Chalita
MUSEU DE ARTE BRASILEIRA - PRAÇA MANOEL DUARTE, 77 - JARAGUÁ - 57030-105 
Museu de Arte Sacra "Dom Ranulfo"
MUSEU DE ARTE SACRA - PRAÇA FLORIANO PEIXOTO, 44 - CENTRO - 57020-090 
TEL. 82 3223.4298

Pontes de Miranda

jurista, diplomata e ensaísta
(Maceió, 23 de abril de 1892 - Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 1979)Pontes de Miranda
Pontes de Miranda, eleito em 8 de março de 1979 para a Cadeira n. 7, na sucessão de Hermes Lima, foi recebido em 15 de maio de 1979, pelo acadêmico Miguel Reale.
Estudou Direito na Faculdade do Recife, onde se bacharelou em 1911, com 19 anos. Estreou aos 20 anos com o ensaio filosófico “A Moral do Futuro”, prefaciado por José Veríssimo. A partir dessa época não cessou de escrever a sua grande obra, que abrange os campos da Sociologia, da Filosofia, da Matemática e, acima de tudo, do Direito.
Foi professor da Universidade Nacional, da Universidade do Recife e de outras; conferencista, no Brasil e no estrangeiro; membro de várias instituições culturais; desempenhou numerosas missões diplomática. Advogado militante, exerceu o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal até 1939, quando foi transferido para a carreira diplomática, na qualidade de embaixador na Colômbia.
Com o livro “A sabedoria dos instintos”, recebeu em 1921 o prêmio da Academia Brasileira de Letras. Em 1925, a Academia voltou a premiá-lo com a sua láurea de erudição, pelo livro “Introdução à sociologia geral”. Sua obra mais importante é o célebre “Tratado de Direito Privado”, em 60 volumes, concluído em 1970.
Na sua obra imensa, a parte mais numerosa é a bibliografia jurídica, dominada pelas perspectivas perenes do seu espírito múltiplo: concepção científica do Direito, progresso científico, liberdade, humanismo, visão poética, antitotalitarismo, senso da democracia, inspiração filosófica, preocupação ética. Caracterizou-o um voluntarismo pragmatista, sempre dinâmico e insatisfeito. Mais voltado para a questão metodológica do que para o plano epistemológico, foi um realista, ansioso pela cientificidade do Direito e da Filosofia.
Seu nome adquiriu grande prestígio nos domínios da inteligência. Era consultor Jurídico de fama internacional, com vários livros publicados em diferentes línguas.
Obras Principais
•    A moral do futuro, ensaio (1913);
•    A sabedoria dos instintos, ensaio (1921);
•    Obras literárias: prosa e poesia, (1960);
•    Poèmes et chansons, poesia (1969).
•    Obras jurídicas e sociológicas: Sistema de ciência positiva do Direito, 4 vols. (1922);
•    Introdução à política científica, (1924);
•    Introdução à sociologia geral, (1925);
•    Os novos direitos do homem, (s.d.);
•    Comentários à Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, 2 vols. (1934);
•    Comentários à Constituição de 10 de novembro de 1937, 3 vols;
•    Comentários à Constituição de 1946, 6 vols.;
•    Comentários à Constituição de 1967, 6 vols.;
•    Comentários ao Código de Processo Civil, 16 vols.;
•    Tratado das ações, 7 vols.;
•    Dez anos de pareceres, 10 vols. (1975-77);
•    Tratado de Direito Privado, 60 vols. (1970-73).


Ranilson França

Folclorista
RANILSON FRANÇARANILSON FRANÇA DE SOUZA, nasceu no dia 19 de junho de 1953, na Chã do Pilar/AL, filho de José Belarmino de Souza e de Jeruza França de Souza. Vindo morar em Maceió, cursou o primário no Grupo Escolar D.Pedro I e o ginásio no Colégio Élio Lemos e Colégio Estadual, terminando o segundo grau no Colégio Guido. Participava ativamente do Grêmio Estudantil, integrando a equipe da Revista Mocidade. 
Os anos passados na sua querida Chã do Pilar, deu-lhe a oportunidade de conhecer alguns dos nossos folguedos: guerreiros, pastoris, baianas, cavalhadas, entre outros, ficando contaminado pela beleza e riqueza da cultura popular de Alagoas. Aos 18 anos, já era um estudioso do folclore alagoano. Foi discípulo de grandes folcloristas como Théo Brandão e Pedro Teixeira e amigo do folclorista José Maria Tenório Rocha.
Homem honesto, criativo, estudiosos e dono de uma memória privilegiada, sempre agindo com integridade, humanidade e humildade, marcou sua carreira de forma notável, graduando-se em Pedagogia e Educação Artística, foi professor de Folclore no Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), do qual foi um dos fundadores, exercendo o cargo de Assessor de Assuntos Estudantis Comunitário.
Professor concursado da rede pública estadual de ensino, integrou o quadro da Secretaria Estadual de Cultura, onde ocupou por vários anos o cargo de Coordenador de Ação Cultural, como também o de Secretário Estadual de Cultura. Professor e pesquisador, desempenhou várias atividades relacionadas ao folclore, fundando no ano de 1985 a Associação dos Folguedos Populares de Alagoas - ASFOPAL, da qual foi presidente durante 21 anos. Também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), Presidente da Comissão Alagoana de Folclore (CAF) e do Conselho Estadual de Cultura.
Sempre buscando divulgar as belezas do folclore, criou o programa “Balançando o Ganzá”, na Rádio Educativa FM, durante duas décadas, apresentando ao público um pouco da história, da vida e da obra dos denominados Mestres do folclore alagoano, mostrando ao ouvinte a alegria e a autenticidade do folclore a partir da presença freqüente de algum  grupo ou representante dos folguedos.  Foi uma proposta pioneira que dura até os dias de hoje. Criou também, junto à ASFOPAL, o projeto “Engenho de Folguedos”,  com ensaios abertos e semanais para os amantes da cultura popular.
Nos últimos anos esteve à frente da Coordenadoria de Ação Cultural da Secretaria Estadual de Educação (CorAC), criando o projeto Mestre na Escola, com o objetivo de formar grupos folclores com os alunos da Rede Estadual de Educação.
Admirador declarado do forrozeiro Dominguinhos, Ranilson escreveu seu primeiro livro, “De Neném a Dominguinhos”, contando toda a trajetória de vida do músico.
Homem de destaque notório na cultura popular do Estado, despediu-se prematuramente da vida no dia 14 de agosto de 2006, aos 53 anos de idade, deixando uma verdadeira legião de admiradores e uma lacuna na preservação, divulgação e valorização do diversificado e rico folclore das Alagoas.
Com humildade e sabedoria, soube valorizar e respeitar cada mestre, cada brincadeira. Tornou-se o “Mestre dos Mestres”.

Obras: 
De Neném a Dominguinhos – 2006;
Vários artigos sobre o folclore alagoano.

Théo Brandão

médico e folclorista
Theo Brandão(Viçosa, 26 de janeiro de 1907 - Maceió, 29 de setembro de 1981)
Theotônio Vilela Brandão, conhecido como Théo Brandão, nasceu no dia 26 de janeiro de 1907, na cidade de Viçosa, Alagoas, filho do médico e farmacêutico Manoel de Barros Loureiro Brandão e sua prima Carolina Vilela Brandão.
        
Em Viçosa, foi aluno dos professores João Manuel Simplício, Ovídio Edgar de Albuquerque e estudou nos colégios de D. Maria Amélia Coutrim.
       
 Aos dez anos de idade a família mudou-se para a cidade de Maceió, onde ele continuou seu curso primário no Colégio São José e depois no Colégio Diocesano, dos irmãos Maristas, no qual terminou o chamado curso preparatório (2º grau).
        
Em dezembro de 1923, viajou para Salvador a fim de se preparar para fazer o vestibular de medicina, ingressando na Faculdade de Medicina da Bahia, onde estudou por quatro anos, formando-se, no entanto, no Rio de Janeiro, em 1929. Bacharelou-se também em farmácia, em 1928, que era o curso da sua preferência, segundo depoimento pessoal.
        
Em 1928, começou a colaborar com jornaizinhos publicados em Viçosa, enviando do Rio de Janeiro, poemas, crônicas sobre a cidade e o folclore viçosense.
        
Em 1930, transferiu-se para o Recife, abrindo consultório e trabalhando como pediatra no Hospital Manoel S. Almeida e na Inspetoria de Higiene Infantil e Pré-escolar do Departamento de Saúde Pública de Pernambuco. Nessa época, conheceu diversos intelectuais no Recife, entre os quais Nilo Pereira, Manuel Lubambo, Willy Levin e o poeta Austro Costa.
        
Voltou a Maceió e instalou sua clínica de Pediatria e Obstetrícia. Conviveu com a chamada Geração Intelectual de Alagoas, grupo formado por Diégues Júnior, Graciliano Ramos, Raul Lima, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz e seu marido José Auto, Aurélio Buarque de Holanda, entre outros.
       
 Em 1931, publicou Folclore e educação infantil, artigo que é um marco entre as duas atividades, a de médico e a de folclorista.  Começou então a desenvolver, cada vez mais, trabalhos como folclorista.
        
A partir de 1937, quando foi indicado para o Instituto Histórico de Alagoas, passou a se dedicar mais ao folclore e, como era médico, tendeu mais para estudar o tema da medicina popular. Théo Brandão fazia suas pesquisas e colhia materiais e dados sobre crendices populares, superstições, rezas e remédios populares com as mães que iam se consultar com ele no ambulatório de Puericultura e Pediatria onde trabalhava. Também o ajudaram nas suas pesquisas os remédios caseiros de sua mãe e um primo, Sinfrônio Vilela, que chegou a exercer o ofício de curandeiro.
       
 Publicou diversos trabalhos sobre o folclore alagoano: Folclore de Alagoas(1949), Trovas populares de Alagoas (1951), O reisado alagoano (1953),Folguedos natalinos de Alagoas (1961), O guerreiro (1964), O pastoril (1964), além de diversos ensaios e artigos publicados em revistas especializadas e jornais.
        
Recebeu pelo livro Folclore de Alagoas um prêmio da Academia Alagoana de Letras  e o Prêmio João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras. Com o Reisado alagoano ganhou o Prêmio Mário de Andrade.
       
 Em 1960, abandonou a profissão de médico para dedicar-se integralmente ao folclore. Assumiu a cadeira de Antropologia da Universidade Federal de Alagoas.
       
 Membro fundador e efetivo, desde 1948, da Comissão Nacional do Folclore, passou a integrar, em 1961, o Conselho Nacional do Folclore, por ato do Presidente da República. Participou de sociedades e congressos sobre folclore e antropologia no Brasil e no exterior.
      
Em 20 de agosto de 1975, a Universidade Federal de Alagoas criou o Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, para abrigar o acervo do folclorista (sobre arte popular) doado à universidade. 
Morreu em Maceió no dia 29 de setembro de 1981, sendo velado no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore.
Museu Théo Brandão


Fonte: GASPAR, Lúcia. Théo Brandão. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar



Visconde de Sinimbu

político
João Lins Vieira Cansanção de SinimbuJoão Lins Vieira Cansanção de Sinimbu, primeiro e único barão e visconde com grandeza de Sinimbu, (São Miguel dos Campos, 20 de novembro de 1810 — Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1906), foi um político brasileiro.
Presidente das províncias de Alagoas, de 30 de outubro a 3 de novembro de 1838 e de 10 de janeiro a 18 de julho de 1840, de Sergipe, de 16 de junho a 1 de julho de 1841, do Rio Grande do Sul, de 2 de dezembro de 1852 a 1 de julho de 1855 e da Bahia, de 1856 a 1858; e primeiro-ministro do Brasil (27º Gabinete).
Era filho do capitão de ordenanças Manuel Vieira Dantas e Ana Maria José Lins, nascido no engenho Sinimbu, em São Miguel dos Campos, Alagoas. Bacharel em direito pela Academia Jurídica de Olinda, seguiu logo para a Europa, a fim de aperfeiçoar seus estudos. Em Paris cursou aulas de Baruel e Orfila, durante um ano estudou medicina legal e química. Depois seguiu para a Alemanha, em 1835, e obteve um doutorado na Universidade de Jena. Aos trinta anos foi nomeado presidente da sua província natal, cargo que exerceu de 19 de janeiro de 1840 até julho deste mesmo ano.
Ocupou diversos cargos públicos e teve intensa vida política, iniciando pela magistratura e atingindo a diplomacia (Juiz de Direito em Cantagalo; Chefe de Polícia; Chefe de Polícia da Corte; Presidente do Conselho de Mineração). Presidiu a Província de Alagoas, de janeiro a julho de 1840, e depois a Província de Sergipe, de junho a dezembro de 1841. Foi depois ministro-residente do Brasil em Montevidéu, em 1843. Ministro dos Estrangeiros do 15º Gabinete, presidido pelo Barão de Uruguaiana, em 1859. Ocupou ainda o Ministério da Agricultura, Comércio, e Obras Públicas (18º Gabinete, presidido pelo Marquês de Olinda, em 1862, ocasião em que fez substituir o confuso e antigo sistema de pesos e medidas pelo sistema decimal).
Sinimbu presidiu o 27º Conselho de Estado, ocasião em que ocupou interinamente alguns ministérios, de 1878 a 1880. Nesta época em sua homenagem, foi dado o nome de Sinimbu a uma colônia de alemães do Volga, em Palmeira e a outra no Rio Grande do Sul, no hoje município de Sinimbu.
Também enfrentou a Revolta do Vintém, causada pela insatisfação popular com aumento de impostos e criação de alguns novos, entre eles a taxa de vinte réis (ou um vintém) sobre o valor das passagens no transporte urbano.
Foi nomeado senador da Província de Alagoas em dezembro de 1856, cargo em que ficou continuamente até a Proclamação da República, pois na época imperial o cargo era vitalício. Anteriormente havia sido deputado geral e deputado provincial no seu estado natal.
Sinimbu era da corrente Liberal, que se contrapunha à ala Conservadora, em que se dividiam os políticos monarquistas, no Segundo Reinado. Era ainda Presidente do Conselho de Estado quando foi acusado pela falência do Banco Nacional, do qual era diretor, tendo sido absolvido.
Foi um dos incorporadores da Companhia Usina Cansanção de Sinimbu, fundada no dia 13 de abril de 1893. A Proclamação da República o atingiu em cheio, e a história registra que morreu, quase centenário, em extrema pobreza.


Zagallo

esportista
 (Maceió, 9 de agosto de 1931)
ZagalloMario Jorge "Lobo" Zagallo foi jogador,  treinador, supervisor técnico e comentarista esportivo. Alagoano de Maceió, o ex-jogador Zagallo foi criado no Rio de Janeiro e deu início a sua carreira nos idos de 1950 jogando como ponta-esquerda pelo saudoso América (RJ).
Bastante jovem, em 1951 transferiu-se para o Flamengo e passou a se projetar no futebol brasileiro. Foram sete anos na Gávea, período em que atuou em 217 partidas vestindo o Manto. Ao lado de craques como Evaristo, Dida e Joel, formou no Flamengo um ataque que manteve uma hegemonia no futebol carioca durante a década de 50. Foi ainda tricampeão carioca no Rubro-Negro, conquistas que fizeram com que o Mário Jorge Zagallo ganhasse uma vaga na Seleção Brasileira. Com ele o Brasil inovou taticamente e jogou em 1958 no esquema 4-3-3, pois Zagallo era um ponta esquerda que recuava para ajudar no meio-de-campo.
Era o armador pela esquerda, o desafogo da defesa, o idealizador do contra ataque, o ajudante no lateral, o formiguinha do time brasileiro campeão do mundo em 1958. Nessa Copa e na seguinte (1962) deixou na reserva Pepe, grande astro do Santos e companheiro de Pelé, além de desbancar o badalado Canhoteiro do São Paulo.
No ano em que se sagrou campeão mundial pela primeira vez, trocou o Mais Querido do Brasil pelo rival Botafogo que tinha nomes como Garrincha, Didi e Nilton Santos. Ficou no clube de General Severiano até pendurar as chuteiras no ano de 1965, antes disso porém, ainda conseguiu faturar o bicampeonato Carioca de 1961 e 1962 pelo clube da estrela solitária.
Como treinador
Ao pendurar as chuteiras, Zagallo se tornou treinador de futebol, e começou justamente no time em que parou a carreira de jogador, o Botafogo. Sua grata experiência com o time juvenil do clube carioca e depois com o profissional, onde inclusive faturou o Campeonato Carioca de 1968, fez com que Zagallo fosse visto como potencial nome á substituir o então treinador do time canarinho, João Saldanha, que vinha colecionando maus resultados.
Assumiu a Seleção Brasileira de 1970 e conduziu o time ao comemorado tricampeonato mundial no México, fazendo vibrar o país que havia passado a copa de 1966 em branco, e que agora, se consolidava como granade força do futebol mundial. Agora, tricampeão mundial, duas vezes como jogador e uma como treinador, o superticioso Zagallo se manteve a frente do scratch verde e amarelo até a Copa do Mundo de 1974 disputada na Alemanha.
Na Copa da Alemanha de 1974, Zagallo viu seu time ser eliminado nas semi-finais pelo poderoso time Holandês que formou o histórico esquema tático conhecido por "Carrosel Holandês". Aquela Copa, porém, seria vencida pelos anfitriãos capitaneados por Franz Beckenbauer.
Foi ainda naquele período em que Zagallo apareceu pela primeira vez como técnico do Flamengo. Substituiu Fleitas Solich e revezou de posição com Joubert de Janeiro de 1972 até Dezembro de 1973. Neste período, cada um dos dois dirigiu o Fla em três oportunidades distintas. Foi aliás, neste período, em que o ídolo maior do Flamengo foi revelado - Zico.
Treinou na sua vasta carreira os times do Fluminense, Vasco da Gama, Al Hilal, Bangu e Portuguesa. Passaram ainda pelo seu crivo, as Seleções do Kuwait, da Arábia Saudita, e dos Emirados Árabes Unidos.
Em 1984 voltou ao Flamengo, que já não mais tinha Zico, sua estrela maior, então recém-transferido para o clube italiano da Udinese. Sem a sua maior arma, o time de Zagallo conquistou apenas uma Taça Guanabara e ainda sim, o técnico se manteve na equipe por mais de um ano, desligando-se em meados de 1985.
No ano de 1994, já com um currículo invejável, Zagallo foi convidado pelo seu preparador físico de outrora, Carlos Alberto Parreira, para ser seu axiliar na Copa do Mundo de 1994. Lá estaria mais uma vez, o Velho Lobo no comando da Seleção Brasileira em uma Copa e, vinte e quatro anos após a conquista do tri, viria enfim, o tetracampeonato.
Assim, Zagallo foi o primeiro jogador a ganhar a Copa do Mundo como jogador (Copa de 1958 e Copa de 1962), como técnico (Copa de 1970) e ainda como parte da comissão técnica da Seleção que ganhou a Copa de 1994.
Repetiu a dobradinha vitoriosa de 1994 na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, mas não obteve sucesso. Oito anos antes, ainda havia treinado mais uma vez o Brasil em uma Copa do Mundo, todavia, depois de uma decepcionante final contra a Seleção da França, o Brasil ficou apenas com o segundo lugar da Copa do Mundo de 1998. Foi, aliás, naquela competição que uma frase de Mário Jorge Zagallo ficou famosa. Irritado com a desconfiança da torcida brasileira, ao chegar à final do certame, Zagallo desabafou e mandou um recado á torcida em entrevista: "Vocês vão ter que me engolir".
A última passagem de Zagallo como treinador do Flamengo foi em 2001. 46 Anos após conquistar o tricampeonato carioca como jogador, Zagallo voltou ao Flamengo para dar à Nação Rubro-Negra um dos mais emocionantes títulos já conquistados na história do Clube: o tricampeonato 1999/2000/2001, sobre o arqui-rival Vasco da Gama. 


Zumbi dos Palmares

líder do Quilombo dos Palmares
 (União dos Palmares-AL, 1655 — Viçosa-AL, 20 de novembro de 1695)
Zumbi dos Palmares
Zumbi nasceu na Serra da Barriga, Capitania de Pernambuco, atual União dos Palmares, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco, cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita pelo líder, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares. Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com vinte guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo de Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."
A palavra , ou Zambi, vem do africano quimbundo "nzumbi", e significa, grosso modo, "duende". No Brasil, Zumbi significa fantasma que, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite.
Quilombo dos Palmares (localizado na atual região de União dos Palmares) era uma comunidade auto-sustentável, um reino (ou república na visão de alguns) formado por escravos negros que haviam escapado das fazendas brasileiras. Naquele momento sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.
Serra da Barriga
Serra da Barriga
Localizada no atual município de União dos Palmares, no estado de Alagoas. À época do Quilombo dos Palmares, fazia parte da Capitania de Pernambuco. Foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1986.
Serra da BarrigaA Serra da Barriga faz parte do Planalto Meridional da Borborema, unidade geomorfológica que compreende terrenos cristalinos submetidos à ação de clima quente e úmido. A área ocupada pela Serra da Barriga e suas ramificações para nordeste, tomando como ponto de partida o vale de um afluente do riacho Açucena até o vale do Mundaú, atinge 8,6 km de comprimento e a sua largura máxima do vale do riacho Pichilinga, ao norte, até o vale do riacho Açucena, ao stul, é de 3,35 km o que lhe dá uma área aproximada de 27,97 km quadrados.
Fonte: wikipedia.org

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“Viver é uma arte. E seu roteiro deve ser escrito pela sabedoria e pelo bom senso”. Dr. José Reginaldo de Melo Paes (medico, poeta, acadêmico alagoano)

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