segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Domínio holandês no Nordeste dura 15 anos

Domínio holandês no Nordeste dura 15 anos

Roberson de Oliveira*
Especial para a Folha de S. Paulo
No dia 13 de junho de 1645 teve início a Insurreição Pernambucana, revolta liderada pelos senhores de engenho de Pernambuco que pretendia expulsar do Nordeste os holandeses, cuja presença na região já durava 15 anos.

As causas das invasões holandesas no Brasil remontam à fase da implantação da cultura da cana-de-açúcar no Nordeste pelos portugueses, no século 17. Naquela ocasião, ajudaram a financiar a produção do açúcar, atuaram na fase do refino do produto e também o distribuíram no mercado europeu.

Em 1580, Portugal, sócio dos flamengos, foi incorporado pela coroa espanhola. No início do século 17, desavenças entre Felipe 2º da Espanha e os calvinistas flamengos levaram a uma guerra e, por causa disso, Portugal teve de romper a sociedade com os investidores flamengos.

Com o fim da guerra e a vitória das Províncias Unidas do Norte (Holanda), houve uma tentativa de retomar o negócio e iniciaram-se as invasões. A primeira, em 1624, fracassou, mas a segunda, em 1630, foi bem-sucedida.

O domínio holandês no Nordeste teve, basicamente, três fases. A primeira iniciou-se em 1630 e foi marcada pelo esforço holandês para eliminar o principal núcleo de resistência à invasão, o Arraial do Bom Jesus, que caiu em 1635.

A segunda correspondeu à consolidação do domínio flamengo, de 1635 a 1645, período no qual se destacou a gestão de Maurício de Nassau von Siegen.

Maurício de Nassau desembarcou em Recife em 1637. Sua administração teve grande impacto. Realizou obras de melhoramento urbano em Recife, trouxe artistas e cientistas, instaurou uma política de tolerância religiosa, criou um conselho de representantes locais e adotou uma estratégia flexível e negociadora diante dos conflitos entre os interesses dos senhores de engenho e os da Cia. de Comércio. Além disso, ampliou o domínio holandês ao sul, incorporando a região de Sergipe, e ao norte, chegando até Fortaleza, no Ceará.

Em 1644, desentendimentos entre a Cia. de Comércio e Nassau sobre a cobrança das dívidas dos senhores de engenho e a execução de hipotecas o levaram de volta à Holanda. A partir desse momento, as pressões da Cia. em maximizar seus ganhos na região desencadearam uma onda de insatisfação e revoltas cujo resultado foi uma guerra que durou dez anos e eliminou o domínio holandês no Brasil. *Roberson de Oliveira é autor de "História do Brasil: Análise e Reflexão" e "As Rebeliões Regenciais" (Editora FTD) e professor no Colégio Rio Branco e na Universidade Grande ABC

Pesquise e leia mais a respeito:


http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=14&cad=rja&ved=0CHsQFjAN&url=http%3A%2F%2Fwww.companhiadasletras.com.br%2Fguia_leitura%2F85001.pdf&ei=P6X_UePzMpDM9ASzoIDwDg&usg=AFQjCNGmrdlVlqqzq8SFvAT34BcMywL9fA&bvm=bv.50165853,d.eWU

 

 Forte de Bom Sucesso do Porto Calvo

 




O Forte de Bom Sucesso do Porto Calvo remonta a uma fortificação de campanha erguida no contexto da segunda das Invasões holandesas do
O Forte de Bom Sucesso do Porto Calvo remonta a uma fortificação de campanha erguida no contexto da segunda das Invasões holandesas do Brasil (1630-1654) pelo conde de Bagnoli em 1634, por determinação do Superintendente da Guerra da Capitania de Pernambuco, Matias de Albuquerque (c. (1590-1647). Em faxina e terra, foi conquistado por forças neerlandesas da frota do Almirante Joan Cornellizon Lichthart, em março de 1635, que o fez reforçar e ampliar. Guarnecido por 420 homens sob o comando do Sargento-mor Alexandre Picard, foi cercado a 12 de Julho e reconquistado a 19 de Julho de 1635 por Matias de Albuquerque e Antônio Filipe Camarão (c. 1601-1648) em retirada para a capitania da Bahia após a queda do Arraial Velho do Bom Jesus. Domingos Fernandes Calabar (1609-1635) foi aí capturado na ocasião e, após julgamento sumário, foi enforcado e esquartejado (22 de julho), tendo os seus despojos sido expostos em praça pública (BARLÉU, 1974:39). Logo após, a posição foi abandonada, de modo que à chegada de Sigismund van Schkoppe, a 24 de julho, a povoação foi encontrada deserta.
Reocupada por tropas portuguesas em Janeiro de 1636, as suas defesas foram reparadas e reforçadas pelo conde de Bagnoli, na iminência do ataque de Maurício de Nassau (1604-1679) a Porto Calvo (1637). Delas encontramos descrição em BARLÉU (1974):
"De antemão [Bagnoli] fortificara as margens do rio [Manguaba] com trincheiras para as quais se retirou, informado da chegada de Nassau, seja por desconfiar dos armamentos, pois em soldados se avantajava a nós, seja com o fim de atrair os nossos para debaixo do baluarte do referido porto [das Pedras]. Junto de um ribeiro distante do forte uma légua, assentou, num monte, os arraiais, com poder de 2.000 combatentes. Cercou o campo com dupla linha de trincheiras, fechando os desfiladeiros com toros e troncos de árvores cortados por toda a parte. O plano era conter aí o ímpeto dos holandeses para que ele, Bagnoli, mais próximo da fortaleza, pudesse defendê-la com forças armadas e ser por ela defendido." (op. cit., p. 37)
E complementando sobre a retirada de Bagnoli para o rio Camarajibe, abandonando Porto Calvo à própria sorte:
"O Conde [de Nassau] conduziu o exército [neerlendês] vencedor pela raiz das colinas, justamente para debaixo da fortaleza [de Porto Calvo]. Bagnoli, munidas as suas estâncias no monte, fez fogo contra os nossos o dia inteiro, como também o fizeram os que estavam no forte, mas com muito estrépito e pouco dano. Nesse mesmo dia, Schkoppe com os seus soldados e Lichthart com os seus marinheiros foram destacados pelo Conde [de Nassau] para tomarem a ilha [na confluência fluvial, fronteira à povoação de Porto Calvo], facilitando-se destarte o transporte das provisões. Durante a noite, o general espanhol ajuntou a bagagem e escapuliu-se, abandonando três canhões de bronze. Temeu ficar na fortaleza para não se envolver na rendição dela, e não se atreveu a impedir o cerco aos nossos para não desfalcar os seus exércitos. No dia seguinte, Nassau, examinando novamente as fortificações dos inimigos, (...) [quando] delas se aproximava, saltaram com fogos ocultos que Bagnoli, saindo alta noite, lhes deitara por cilada." (op. cit., p. 38)
Destacam-se nesta ocasião a batalha de Barra Grande, em que se notabilizou a tropa feminina de Clara Camarão (m. 1648), e a defesa de Porto Calvo pelo espanhol Miguel Guiberton, que capitulou com honras militares ante os neerlandeses (Março de 1637) após um assédio de treze dias. BARLÉU (1974) descreve a capitulação:
"Saindo da praça o vice-governador espanhol Miguel Guiberton, ilustre nas lutas contra a Holanda, oito capitães, sete alferes, quinhentos soldados, entre italianos, portugueses e espanhóis, além dos enfermos e dos feridos, fizeram nossa vitória gloriosa e útil, porquanto aos despojos de guerra se ajuntaram 22 peças de bronze, 5 de ferro, 4 morteiros, grande quantidade de granadas e de balas de ferro, morrões e outros petrechos bélicos e todo o arsenal do rei alí existente." (op. cit., p. 40)
Os vencedores procederam-lhe os reparos devidos: "Providenciadas as coisas necessárias à fortificação e resistência dos baluartes, foi Schkoppe enviado para as Alagoas (...)." (op. cit, p. 43)
Nassau, no "Breve Discurso" de 14 de janeiro de 1638, sobre o tópico "Fortificações", descreve-o:
"(...) Depois da conquista foi muito fortificado, mas ficou tal como era antes, muito irregular, e se faz mister cercá-lo de uma contra-escarpa com uma sólida paliçada. Este forte conserva ainda toda a sua artilharia e quase toda a munição que nele foi encontrada, apenas fez-se retirar algumas peças que não eram necessárias e estavam desmontadas. Está pois bem provido de tudo, e guarnecem-no duas companhias de soldados. Este forte está assentado sobre um monte alto e isolado, e não há na vizinhança outros montes altos que o dominem; correm rios ao longo de dois dos seus lados. No forte há um poço com 18 braças de profundidade, construído com pedras de cantaria quadradas, que se elevam desde o fundo até à borda, e fornece água excelente."
Adriaen van der Dussen complementa, informando um efetivo de quatro companhias, com 380 homens, estacionadas em Porto Calvo:
"(...) o Forte Bom Sucesso, na povoação do Porto Calvo: trata-se de um bom forte, situado no alto de um outeiro, de mais de 40 pés de altura a contar do fosso, muito escarpado. Para ficar assegurada a estabilidade da muralha há, na parte exterior, de 14 em 14 pés, uma berma; tem um fosso profundo, uma forte paliçada e uma forte contra-escarpa. Contam-se 7 peças de bronze, a saber: 2 de 24 lb, 1 de 18 lb, 1 de 22 lb, 1 de 10 lb, 1 de 8 lb, 1 de 5 lb, uma peça de ferro de 6 lb e 2 pedreiros com suas câmaras, todas peças espanholas." (Relatório sobre o estado das Capitanias conquistadas no Brasil, 4 de abril de 1640)
BARLÉU (1974) transcreve o Relatório de Dussen: "Guardamos Porto Calvo com um forte que tem nome de bom agoiro - Boaventura [sic]. Assentado no cume de um alcantil, a quarenta pés de altura, é resguardado por fossos, bastidas e coiraça e tem sete canhões de bronze, um de ferro e dois pedreiros." (op. cit., p. 144) Computa, entretanto, uma guarnição de 480 homens distribuídos entre Camaragipe e Porto Calvo (op. cit., p. 146). Esclarece que a estacada que cingia o forte foi erguida, por determinação de Nassau, na iminência de ataque ao nordeste holandês por uma frota espanhola (c. 1639): "(...) Igual tarefa executou (...) o coronel [Johann von] Koin em Porto Calvo, onde chuvas violentas e tempestades haviam danificado o forte Boaventura [sic], fazendo-o ruir em mais de um lugar." (op. cit., p. 159)
Foi reconquistado por forças portuguesas sob o comando do Capitão Lourenço Carneiro, após quarenta e dois dias de cerco, a 17 de setembro de 1645, tendo sido ocupado e arrasado (SOUZA, 1885:89), e a sua artilharia remetida para o Arraial Novo do Bom Jesus.
Segundo a tradição popular, o local do antigo forte ainda era conhecido em meados do século XX como Alto do Forte (MARROQUIM, Adalberto. Terra das Alagoas. apud: GARRIDO, 1940:76).

Bibliografia

  • BARLÉU, Gaspar. História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1974. 418 p. il.
  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.
  • TONERA, Roberto. Fortalezas Multimídia: Anhatomirim e mais centenas de fortificações no Brasil e no mundo. Florianópolis: Projeto Fortalezas Multimídia/Editora da UFSC, 2001 (CD-R
Brasil (1630-1654) pelo conde de Bagnoli em 1634, por determinação do Superintendente da Guerra da Capitania de Pernambuco, Matias de Albuquerque (c. (1590-1647). Em faxina e terra, foi conquistado por forças neerlandesas da frota do Almirante Joan Cornellizon Lichthart, em março de 1635, que o fez reforçar e ampliar. Guarnecido por 420 homens sob o comando do Sargento-mor Alexandre Picard, foi cercado a 12 de Julho e reconquistado a 19 de Julho de 1635 por Matias de Albuquerque e Antônio Filipe Camarão (c. 1601-1648) em retirada para a capitania da Bahia após a queda do Arraial Velho do Bom Jesus. Domingos Fernandes Calabar (1609-1635) foi aí capturado na ocasião e, após julgamento sumário, foi enforcado e esquartejado (22 de julho), tendo os seus despojos sido expostos em praça pública (BARLÉU, 1974:39). Logo após, a posição foi abandonada, de modo que à chegada de Sigismund van Schkoppe, a 24 de julho, a povoação foi encontrada deserta.
Reocupada por tropas portuguesas em Janeiro de 1636, as suas defesas foram reparadas e reforçadas pelo conde de Bagnoli, na iminência do ataque de Maurício de Nassau (1604-1679) a Porto Calvo (1637). Delas encontramos descrição em BARLÉU (1974):
"De antemão [Bagnoli] fortificara as margens do rio [Manguaba] com trincheiras para as quais se retirou, informado da chegada de Nassau, seja por desconfiar dos armamentos, pois em soldados se avantajava a nós, seja com o fim de atrair os nossos para debaixo do baluarte do referido porto [das Pedras]. Junto de um ribeiro distante do forte uma légua, assentou, num monte, os arraiais, com poder de 2.000 combatentes. Cercou o campo com dupla linha de trincheiras, fechando os desfiladeiros com toros e troncos de árvores cortados por toda a parte. O plano era conter aí o ímpeto dos holandeses para que ele, Bagnoli, mais próximo da fortaleza, pudesse defendê-la com forças armadas e ser por ela defendido." (op. cit., p. 37)
E complementando sobre a retirada de Bagnoli para o rio Camarajibe, abandonando Porto Calvo à própria sorte:
"O Conde [de Nassau] conduziu o exército [neerlendês] vencedor pela raiz das colinas, justamente para debaixo da fortaleza [de Porto Calvo]. Bagnoli, munidas as suas estâncias no monte, fez fogo contra os nossos o dia inteiro, como também o fizeram os que estavam no forte, mas com muito estrépito e pouco dano. Nesse mesmo dia, Schkoppe com os seus soldados e Lichthart com os seus marinheiros foram destacados pelo Conde [de Nassau] para tomarem a ilha [na confluência fluvial, fronteira à povoação de Porto Calvo], facilitando-se destarte o transporte das provisões. Durante a noite, o general espanhol ajuntou a bagagem e escapuliu-se, abandonando três canhões de bronze. Temeu ficar na fortaleza para não se envolver na rendição dela, e não se atreveu a impedir o cerco aos nossos para não desfalcar os seus exércitos. No dia seguinte, Nassau, examinando novamente as fortificações dos inimigos, (...) [quando] delas se aproximava, saltaram com fogos ocultos que Bagnoli, saindo alta noite, lhes deitara por cilada." (op. cit., p. 38)
Destacam-se nesta ocasião a batalha de Barra Grande, em que se notabilizou a tropa feminina de Clara Camarão (m. 1648), e a defesa de Porto Calvo pelo espanhol Miguel Guiberton, que capitulou com honras militares ante os neerlandeses (Março de 1637) após um assédio de treze dias. BARLÉU (1974) descreve a capitulação:
"Saindo da praça o vice-governador espanhol Miguel Guiberton, ilustre nas lutas contra a Holanda, oito capitães, sete alferes, quinhentos soldados, entre italianos, portugueses e espanhóis, além dos enfermos e dos feridos, fizeram nossa vitória gloriosa e útil, porquanto aos despojos de guerra se ajuntaram 22 peças de bronze, 5 de ferro, 4 morteiros, grande quantidade de granadas e de balas de ferro, morrões e outros petrechos bélicos e todo o arsenal do rei alí existente." (op. cit., p. 40)
Os vencedores procederam-lhe os reparos devidos: "Providenciadas as coisas necessárias à fortificação e resistência dos baluartes, foi Schkoppe enviado para as Alagoas (...)." (op. cit, p. 43)
Nassau, no "Breve Discurso" de 14 de janeiro de 1638, sobre o tópico "Fortificações", descreve-o:
"(...) Depois da conquista foi muito fortificado, mas ficou tal como era antes, muito irregular, e se faz mister cercá-lo de uma contra-escarpa com uma sólida paliçada. Este forte conserva ainda toda a sua artilharia e quase toda a munição que nele foi encontrada, apenas fez-se retirar algumas peças que não eram necessárias e estavam desmontadas. Está pois bem provido de tudo, e guarnecem-no duas companhias de soldados. Este forte está assentado sobre um monte alto e isolado, e não há na vizinhança outros montes altos que o dominem; correm rios ao longo de dois dos seus lados. No forte há um poço com 18 braças de profundidade, construído com pedras de cantaria quadradas, que se elevam desde o fundo até à borda, e fornece água excelente."
Adriaen van der Dussen complementa, informando um efetivo de quatro companhias, com 380 homens, estacionadas em Porto Calvo:
"(...) o Forte Bom Sucesso, na povoação do Porto Calvo: trata-se de um bom forte, situado no alto de um outeiro, de mais de 40 pés de altura a contar do fosso, muito escarpado. Para ficar assegurada a estabilidade da muralha há, na parte exterior, de 14 em 14 pés, uma berma; tem um fosso profundo, uma forte paliçada e uma forte contra-escarpa. Contam-se 7 peças de bronze, a saber: 2 de 24 lb, 1 de 18 lb, 1 de 22 lb, 1 de 10 lb, 1 de 8 lb, 1 de 5 lb, uma peça de ferro de 6 lb e 2 pedreiros com suas câmaras, todas peças espanholas." (Relatório sobre o estado das Capitanias conquistadas no Brasil, 4 de abril de 1640)
BARLÉU (1974) transcreve o Relatório de Dussen: "Guardamos Porto Calvo com um forte que tem nome de bom agoiro - Boaventura [sic]. Assentado no cume de um alcantil, a quarenta pés de altura, é resguardado por fossos, bastidas e coiraça e tem sete canhões de bronze, um de ferro e dois pedreiros." (op. cit., p. 144) Computa, entretanto, uma guarnição de 480 homens distribuídos entre Camaragipe e Porto Calvo (op. cit., p. 146). Esclarece que a estacada que cingia o forte foi erguida, por determinação de Nassau, na iminência de ataque ao nordeste holandês por uma frota espanhola (c. 1639): "(...) Igual tarefa executou (...) o coronel [Johann von] Koin em Porto Calvo, onde chuvas violentas e tempestades haviam danificado o forte Boaventura [sic], fazendo-o ruir em mais de um lugar." (op. cit., p. 159)
Foi reconquistado por forças portuguesas sob o comando do Capitão Lourenço Carneiro, após quarenta e dois dias de cerco, a 17 de setembro de 1645, tendo sido ocupado e arrasado (SOUZA, 1885:89), e a sua artilharia remetida para o Arraial Novo do Bom Jesus.
Segundo a tradição popular, o local do antigo forte ainda era conhecido em meados do século XX como Alto do Forte (MARROQUIM, Adalberto. Terra das Alagoas. apud: GARRIDO, 1940:76).

Bibliografia

  • BARLÉU, Gaspar. História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1974. 418 p. il.
  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.
  • TONERA, Roberto. Fortalezas Multimídia: Anhatomirim e mais centenas de fortificações no Brasil e no mundo. Florianópolis: Projeto Fortalezas Multimídia/Editora da UFSC, 2001 (CD-R







Nenhum comentário:

Postar um comentário

INHAMUNHÁ - LENDA DA SERRA DOIS IRMÃOS ILUSTRADA - por: ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS

  O LIVRO APRESENTA UMA NOVA INTERPRETAÇÃO PARA A CONHECIDÍSSIMA LENDA DA SERRA DOIS IRMÃOS, UMA SUCINTA GENEALOGIA, UM HISTÓRICO CULTULRAL ...