Muitas vezes observo o trabalho de formadores, absolutamente
voltados para o sucesso capitalista, mercadológico, esvaziado de sentido
humano e valorização da felicidade.
É preciso gerar uma cisão entre realização profissional e felicidade?
Não há como instrumentalizar as pessoas para o trabalho, sem lhes
tirar noções de humanidade, cidadania, ética e outras pequenas coisas
necessárias?
Não consigo acreditar em tais discursos nem enxergo neles qualquer
laivo de boas intenções. Talvez porque já tenha entendido que entre
outras intenções nobres, estejam embutidas outras nada nobres, como a
submissão do outro, até mesmo a subjugação.
Queremos formar tarefeiros, cumpridores de ordens, executores. Porque
alguns de nós já se arrogou o lugar sagrado de líder, chefe
concentrador de comandos e outras chaves para barganhar a vida…alheia.
Há muito a ser desmistificado, desmascarado e descoberto, em nossas relações cotidianas e propostas de formação.
O silêncio, a aceitação, são adubos para toda sorte de abuso.
Sem gritos, precisamos de palavras fortes. A mentalidade não se altera com medo, omissão e outras sujeições.
Cada ser pode encontrar em si um leque de melhorias e fragilidades, e
estamos todos em processos contínuos de aprimoramento e evolução. Não é
verdade que nosso lugar social deve ser estanque. Podemos balançar o
coreto, abalar o palanque, divulgar ideias novas.
Carecemos reagir sempre o poder truculento busca abater nossa fúria íntima com promessas de mortificação.
Só estaremos vivos se formos capazes de movimentar processos
reinventados, consumindo cinzas para engrandecer a chama da nova pessoa
que cresce em nós.
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