HISTÓRIA
Por
Jair Barbosa Pimentel
Quando o Brasil foi descoberto/ocupado,
a terra que constitui hoje o Estado de Alagoas, era um mundo de mata virgem,
onde viviam índios nativos, como os Caetés. Rios perenes, muito peixe, frutas,
animais soltos. Enfim, a flora e a fauna exuberantes, enchiam os olhos dos
portugueses que foram chegando para iniciar o processo de colonização.
Situado
entre os dois maiores centros de produção de açúcar do Nordeste brasileiro,
Pernambuco e Bahia, o Estado de Alagoas desenvolveu e consolidou uma economia
baseada na produção de açúcar e na criação de gado na qual era utilizada,
sobretudo, a mão de obra de escravos negros e mestiços.
A
grande quantidade de lagoas em seu litoral, fez com que os colonizadores
batizassem logo a região de Alagoas. Elas continuam embelezando a paisagem
típica do Estado, se constituindo em pontos de atração turística e ainda em
sustento de milhares de alagoanos, que tiram dela, o peixe e o sururu, molusco
típico.
A
ocupação do território alagoano pelos colonizadores portugueses teve início em
Penedo (1560), prosseguindo em Porto Calvo (1590), Santa Luzia do Norte 91608)
e, finalmente, Santa Maria Madalena de Alagoas do Sul (1611).
Esse
pedaço de terra brasileiro, entre o Litoral e o Sertão, pertencia a Capitania
de Pernambuco, comandada pelo donatário Duarte Coelho, que em visita ao Sul,
deparou-se com o rio São Francisco. Lá, edificou um forte e deu origem a cidade
de Penedo, comprovadamente o primeiro núcleo habitacional de Alagoas.
A
História de Alagoas é a história pela posse da terra. Doadas as sesmarias, os
novos proprietários procuraram logo fazer a derrubada das matas e plantar
cana-de-açúcar, surgindo os engenhos banguês que sustentaram a economia
alagoana durante quatro séculos, até serem substituídos pelas usinas.
Quando
o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho visitou o Sul do
seu domínio, deslumbrou-se com a região do baixo São Francisco, parando num
local e dando início a povoação de Penedo, onde os rebanhos de gado iam até o
interior do rio São Francisco e seus afluentes. Nesse prieiro núcleo de
povoamento construiu um forte, e daí em diante, foram surgindo novos moradores,
culminando com o aparecimento da primeira vila fundada em Alagoas. O comércio
expandiu-se. Penedo já era a mais importante vila, bem mais desenvolvida do que
a chamada “cabeça-de-comarca”, a vila de Alagoas (atual Marechal Deodoro).
Ainda
no século XVII, emancipa-se o Povoado de Porto Calvo, que tem sua origem e
desenvolvimento ligado à cultura açucareira, tornando-se a segunda Vila.
A
terceira povoação fundada em Alagoas foi Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul
(Alagoas do sul, atualmente Marechal Deodoro), alusão a lagoa Manguaba, onde
está edificada às suas margens. A Lagoa do Norte é a Mundaú, que banha Maceió,
Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte e Satuba. A vila foi crescendo e, logo no
século XVIII tornou-se cabeça-de-comarca, espécie de capital. Na emancipação
política de Alagoas, já com o nome de Alagoas, foi escolhida como capital da
nova Capitania. Perdeu espaço para Maceió, que surgiu no século XVII, através
de um engenho banguê.
A
fertilidade da terra que depois se transformou em Capitania, Província e Estado
de Alagoas, atraía muita gente. E, com o avanço da invasão de outros povos
europeus ao Brasil, logo esse pedaço da então Capitania de Pernambuco, ficou
muito visado.
O
progresso do Sul da Capitania de Pernambuco conhecido como Alagoas, fez com que
sua população fosse logo desejando a independência. Mas. No início da segunda
década do século XVIII, foi criada a Comarca de Alagoas, sob a jurisdição da
Capitania de Pernambuco, e nomeado o primeiro Ouvidor Geral: José da Cunha
Soares.
Foi
exatamente na segunda metade do século XVIII, que surge Maceió, de um engenho
de açúcar denominado Massayó, que segundo o testamento do Capitão Apolinário
Fernandes Padilha, datado de 15/09/1724 moeu apenas duas vezes e que em 1724 já
se encontrava em fogo morto. A palavra é de origem indígena, significando terra
alagadiça (o que tapa o alagadiço), que deu origem ao riacho com o mesmo nome.
Escritura
pública de 1609 mostra que havia uma casa na sesmaria pertencente a Manoel
Antônio Duro em Pajuçara. Esta sesmaria deve ter sido transferida depois para o
Capitão Apolinário Fernandes Padilha.
Por
volta de 1673, o rei de Portugal, ordenou que fosse realizado o povoamento do
território alagoano, assim como a fortificação do Porto de Jaraguá, tendo como
objetivo principal evitar o comércio ilegal do pau Brasil feitos pelos
franceses.
A
separação de Maceió da vila de Santa Maria Madalena de Alagoas do Sul (Marechal
Deodoro) e sua elevação à condição de vila se deram através do Alvará-Régio de
5 de dezembro de 1815, assinado por Dom João VI. Um ano depois, Maceió é
elevado de fato à condição (29/12/1816).
A
transformação de Maceió em Capital se deu em função do seu desenvolvimento
econômico. O Porto de Jaraguá tornou-se o principal centro de escoamento de
diversos produtos e forte polo mercantil, fazendo com que a elite
agroexportadora influenciasse decisivamente nesse processo.
Surgiram
ainda as povoações de Anadia, Atalaia, Camaragibe, São Miguel dos Campos,
Poxim e Porto de Pedras. A Comarca tinha
como sede a vila de Alagoas, atual Marechal Deodoro, uma espécie de capital, já
com suas Igrejas monumentais, ainda hoje preservadas. Penedo, Porto Calvo e
Santa Luzia do Norte, eram as outras vilas, que continuavam crescendo e
atraindo novos moradores.
Ainda
no século XIX existiam em Alagoas as vilas de
Água Branca, Mata Grande, Pão de Açúcar, Traipu, Piranhas, Palmeira dos
Índios, São Miguel dos Campos, Quebrangulo, Assembléia (Viçosa), Imperatriz
(União dos Palmares), São José da Laje, Murici, São Luiz do Quitunde, Coqueiro
Seco e Pilar.
Quando
da independência do Brasil, Alagoas já esbanjava progresso, tendo o açúcar,
como seu carro-chefe. Dezenas de engenhos produziam e exportavam através do
Porto de Jaraguá. Os governadores passaram a ser denominados presidentes. E o
primeiro deles, nomeado por Dom Pedro I, foi o pernambucano Nuno Eugênio de
Lossio, que instalou o Conselho de Governo e autorizou as eleições para
deputados e senadores.
FONTE:
http://maisalagoas.uol.com.br/mais.asp?id=historia
http://www.cienciashumanas.com.br/resumo_artigo_928/artigo_sobre_historia_do_estado_brasileiro_de_alagoas
HISTÓRIA
DE ALAGOAS, Luiz Gomes da Rocha.
ALTAVILA,
Jaime de – História da Civilização das Alagoas. Maceió, EDUFAL. 1988.
CARVALHO,
Cícero Péricles de – Formação Histórica de Alagoas. Maceió, Grafitex. 1982
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