O arquiteto Rubens Wanderley
acaba de lançar mais um livro de história em quadrinhos, desta vez o
escolhido foi Calabar. O livro é resultado de vários anos de pesquisas; o
autor visitou várias cidades brasileiras que tiveram influência dos
holandeses e, também, Portugal, Espanha e Holanda.
Formado pela Universidade
Federal de Alagoas (Ufal), o arquiteto trabalha temas históricos com o
cuidado de reproduzir fielmente os acontecimentos não só no que se
refere às ilustrações, mas ao próprio conteúdo do enredo.”Calabar” é o
segundo livro do arquiteto Rubens Wanderley – o primeiro foi sobre
Lampião.
Para o arquiteto, Calabar não
foi o traidor que a história se encarregou de divulgar e as duas
batalhas dos Guararapes não representaram o que foi ensinado nos livros
escolares. “As duas batalhas revelaram a organização militar dos
brasileiros, pois os mesmos perceberam que tinham condições de defender o
seu território praticamente sem a ajuda do poder colonial”, sustentou.
Calabar e Lampião em quadrinhos! De Ruben Vanderley Filho
O premiado arquiteto maceioense Ruben Vanderley Filho é o audacioso
autor de dois livros que retratam a trajetória de anti-heróis da região:
o rei do cangaço Lampião e o controverso personagem natural de Porto
Calvo, Calabar.
As duas histórias são totalmente contadas através da narrativa em quadrinhos, em boas edições preto-e-branco, material de qualidade, bom papel e boa impressão. O preto e branco favorece o estilo do desenhista Vanderley Filho, algo entre o quadrinho europeu clássico e a xilogravura.
O que mais impressiona em seus trabalhos são as transposições de paisagem. Quem conhece as belezas do sertão alagoano, a cidade lapinha de Piranhas, Angico, e o Rio São Francisco cortando tudo isso, vai reconhecer imediatamente a região ao folhear Lampião em Quadrinhos (1997) lançado com o suporte da Lei Federal de Incentivo a Cultura.
O livro mais recente do autor visa corrigir o que ele considera um equívoco histórico. Baseado na obra de Romeu de Avelar, Calabar em Quadrinhos (2005) questiona a suposta traição de Domingos Fernandes Calabar, ao abandonar a bandeira luso-filipina, quando Portugal estava sob domínio da Espanha, para se juntar aos holandeses do Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.
Mais uma vez um belíssimo trabalho paisagístico, onde retrata fielmente o litoral norte de Alagoas, os conjuntos arquitetônicos, entre outros cenários da então Capitânia de Pernambuco.
As duas histórias são totalmente contadas através da narrativa em quadrinhos, em boas edições preto-e-branco, material de qualidade, bom papel e boa impressão. O preto e branco favorece o estilo do desenhista Vanderley Filho, algo entre o quadrinho europeu clássico e a xilogravura.
O que mais impressiona em seus trabalhos são as transposições de paisagem. Quem conhece as belezas do sertão alagoano, a cidade lapinha de Piranhas, Angico, e o Rio São Francisco cortando tudo isso, vai reconhecer imediatamente a região ao folhear Lampião em Quadrinhos (1997) lançado com o suporte da Lei Federal de Incentivo a Cultura.
O livro mais recente do autor visa corrigir o que ele considera um equívoco histórico. Baseado na obra de Romeu de Avelar, Calabar em Quadrinhos (2005) questiona a suposta traição de Domingos Fernandes Calabar, ao abandonar a bandeira luso-filipina, quando Portugal estava sob domínio da Espanha, para se juntar aos holandeses do Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.
Mais uma vez um belíssimo trabalho paisagístico, onde retrata fielmente o litoral norte de Alagoas, os conjuntos arquitetônicos, entre outros cenários da então Capitânia de Pernambuco.
O estilo europeu de diagramação e disposição do texto, um pouco estático
e monótono, torna a leitura cansativa para fãs de quadrinhos mais
dinâmicos, como os americanos e japoneses. Blocos de texto muito pesados
contribuem com isso, mas, nada que comprometa a boa leitura de ambos os
livros.
Um trabalho minucioso de pesquisa, a obra de Ruben Vanderley Filho é o que costumam chamar de “quadrinhos de autor”, ou seja, o escritor é o desenhista, o pesquisador, o roteirista, o ilustrador da capa. Autoral total mesmo!
Os dois livros receberam patrocínio da Cipesa Engenharia e da Usina Coruripe.
“Estrangeiro por estrangeiro, fico com os de Holanda. Portugal já não existe, é uma colônia murcha e obediente a Espanha. Por que prestar vassalagem a um rei que nada faz pela terra? Não me venderei nem a Espanha nem a Portugal. Escolho, entre dois conquistadores o que melhor me parece”.
Trecho do balão sobre a cabeça de Calabar, no livro de Vanderley Filho.
“Com o mesmo valor e sinceridade com que me bati pela vossa bandeira, me baterei pela bandeira da liberdade do Brasil, que é a holandesa. Tomo Deus por testemunha de que meu procedimento é indicado pela minha consciência de verdadeiro patriota”.
Resposta de Calabar à carta de Matias de Albuquerque. Documento do arquivo do Dr. Silveira Brasil, adquirido em Portugal, divulgado por Assis Cintra.
Outras obras a respeito de Calabar:
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