COMO NASCEM OS
CRIMINOSOS SOCIAIS
Texto escrito em 24/08/2008.
Carlos Henrique Palmeira Chaves
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Retire de um homem mais polido e honesto
que seja tudo o imprescindível para a sua sobrevivência e veja o que sobrará.
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Arranquem dele a comida saudável, as
iguarias apetitosas, os vinhos nobres e wickhes importados e ele ainda será
probo e digno.
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Carreguem dele seus livros, suas
poesias, seus romances e até suas nobres filosofia humanista e ele ainda será
um grande homem.
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Usurpe dele seu trabalho honrado, seu único
ofício, deixe-o no ócio.
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Extraia seus conhecimentos técnicos
adquirido com anos e anos de estudos: graduações, especializações e
pós-doutorados; deixe-o sem qualquer possibilidade de desenvolver um trabalho
intelectual e ainda assim será um homem.
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Remova as suas vestes caríssimas, suas grifes
e os seus ternos Armani e ele ainda será humano.
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Tomem dele seus sonhos, projetos e até
seus devaneios e ai, ele será um semi-homem.
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Proíba que seus pupilos tenham uma
educação de qualidade, merenda saudável, um futuro promissor.
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Deixe a sua mulher morrer em uma porta
de hospital por falta de assistência médico.
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Roube a sua dignidade, usurpe suas
fantasias, retire os seus estudos, esqueça abandonados os seus pais, destrua
seu futuro, carregue o pão de seus filhos, deixe-o despido.
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Depois disso tudo olhe nos fundo de seus
olhos e você verá : a dor, a fome, o
desespero, a crença na desesperança e a certeza do esquecimento de seus
irmãos.
Agora
nós não temos mais um homem; e sim uma lembrança dele, um animal instintivo sofrido
e usurpado, pronto para revidar as vicissitudes que a vida e seus semelhantes
te deram.
Ninguém
é santo, ou o próprio diabo, somos seres humanos feitos de defeitos e
necessidades, somos de carne; humanos que buscam a perfeição a cada instante,
mas que quase sempre esbarram nos seus erros, em suas imperfeições.
Buscamos
incessantemente nos tornar a imagem e semelhança de Deus; porém adquirimos os
contornos das divindades perfeitas as aversas. Somos animais racionais e
sociais movidos por instintos. Parece-me que nós construímos os nossos próprios
criminosos sociais, e o pior é por encomenda.
O que sobra nos lixos dos ricos alimenta e
fomenta a miséria dos pobres. Temos uma sociedade injusta e conformista; uma coletividade
movida por interesses individuais e elitistas.
Os
nossos próprios intelectuais utilizam o seu ócio para produzirem espelhos de
vaidades. Onde o eterno questionamento perpassa pelo a seguinte interrogativa:
Se existe alguém mais intelectual do que eu? É a velha redundância narcisista,
que sempre olha para o seu umbigo de forma “linda e maravilhosa”.
É
a certeza de que temos muitos a evoluir como seres humanos, para um dia
entendermos a verdadeira moral de Jesus Cristo e vivenciarmos uma sociedade
mais justa e talvez até igualitária.
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