terça-feira, 24 de junho de 2014

MACEIÓ DOS MEUS SONHOS- Dr. Sebastião José Palmeira

MACEIÓ DOS MEUS SONHOS.

                                                          (*) Sebastião José Palmeira



                        O centro de Maceió, que nas noites de outrora serviu para o enlevo de casais enamorados e apaixonados, com suas vitrines enfeitadas, suas praças iluminadas e bem cuidadas, encontra-se tétrico e lúgubre.
                        O belo cenário da minha adolescência, cujas praças floridas e com caixas de som no alto de suas árvores frondosas, onde ouvíamos lindas melodias, não mais existe! Perguntar-me-iam os mais jovens, isso realmente existiu ? E eu lhes responderia de pronto: Sim, existiu ! Houve um Prefeito em Maceió, chamado SANDOVAL CAJÚ, que realmente amou esta cidade. Recuperou as praças e os jardins, colocando em todas elas um serviço de som que saía das caixas colocadas no alto das árvores e a todos embevecia. Além de outras obras, Sandoval Caju, reconstruiu a Praça do Centenário, dotando-a de uma belíssima “Fonte Sonora e Luminosa”, tendo ao lado, em concreto, o Mapa de Alagoas. Era poeta e dotado de grande inteligência. Não fugia do povo, antes, porém, misturava-se a ele. Falava muito, mas gostava de ouvir, principalmente os jovens e os estudantes. Acompanhava as obras pessoalmente e era costume vê-lo sempre ao lado dos operários. Foi cassado pela Revolução de 1964 sem concluir sua bela administração.
                        Esse cenário deu lugar a uma cidade triste e fúnebre. Ao invés das belezas do passado, vê-se uma Maceió velha, feia e tenebrosa. Proliferam as “casas funerárias” , com seus esquifes expostos e competitivos. Elas estão presentes em toda parte, principalmente nas proximidades dos hospitais. Parece um agouro ! Deveria ser proibido por lei tais exibições. Cheguei a conversar e sugerir a uma vereadora a elaboração de um projeto de lei para coibir tais abusos. Prontifiquei-me, até, a fazer uma exposição de motivos para sua fundamentação, pois Maceió é uma cidade turística, conhecida nacionalmente por suas belezas naturais, visitada por muita gente, tendo sido motivo de inspiração da música “Saudades  de Maceió” , cantada pelo inesquecível LUIZ GONZAGA.
                        A minha geração chegou ao poder! Muito esperava dela, porém resta-me uma grande e profunda frustração. Muitos foram sacrificados em nome de um ideal e de sonhos não concretizados. Os que chegaram ao poder, frustraram-nos as esperanças. Os nossos mártires, se vivos fossem, estariam morrendo de vergonha. Afinal serviram apenas como “boi de piranha”! Mas, deixemos as lamentações e partamos para a realidade. O que deve ser feito, mudado, aperfeiçoado, melhorado, construído, eis que, em breve começará uma nova administração municipal, onde o povo de Maceió e por extensão o povo de Alagoas, depositou e deposita as suas últimas esperanças.
                        Sonho com uma Maceió dotada de grandes viadutos, novas avenidas largas e bonitas, circundando toda a orla marítima da nossa Capital. Penso na interligação da Praia da Avenida da Paz com a Praia da Pajuçara. O depósito da ATLANTIC seria deslocado para as proximidades do Porto de Jaraguá ou outro local, passando por lá uma grande, larga e bela avenida litorânea. Desapropriada a ATLANTIC, surgiriam novos edifícios à beira mar e, a cidade, além da desobstrução do trânsito, teria um novo visual. Completando, estenderia a avenida que margeia a praia de Cruz das Almas, até a praia de Jacarecica e, posteriormente, até a praia da Sereia. Trocaria o nome da praia de Cruz das Almas por outro mais bonito, pois, Cruz das Almas é uma péssima denominação para uma praia turística.
                        E os recursos? A própria iniciativa privada teria interesse em ajudar a pavimentar e construir as futuras avenidas, afinal, seriam as construtoras e os donos de terrenos os mais beneficiados, visto que, o sonho de toda pessoa é morar em frente ao mar.
                        O poder público pode desapropriar. Basta querer !
                        Conforme afirmou o Deputado Federal João Lyra, em artigo publicado em O JORNAL, edição de 14/11/2004, pág.A3, “ Com trabalho, muito trabalho, consegue-se tudo o que se quer e deseja.”
                        Portanto, vamos pensar forte e grande e deixarmos essa idéia de pequenez e de atraso para o passado. Se empregarmos todos os recursos oriundos do povo e que nos são destinados por força de lei; se não houver corrupção e enriquecimento ilícito de muitos, sobrará dinheiro. Basta adotar-se a trilogia: honestidade, trabalho e competência. Dinheiro público é para ser aplicado, jamais roubado!
                        Assim, vislumbro a imensa avenida litorânea, iluminada, com novos e belos mirantes em toda a sua extensão. Circundada por edifícios residenciais, restaurantes, postos de gasolina, fazendo surgir, assim, uma nova e próspera Maceió.
                        Esse projeto arrojado, serve de complementação para outro grande projeto, que é a rodovia sobre o vale do Reginaldo, prometido na campanha política, obras que se realizadas, projetarão Maceió para os próximos cem anos.
                        Governar não é tão somente tapar buracos ou desviar recursos. Vez que, administrar é postar-se além do seu tempo, é antever, criar, sonhar, idealizar. Se assim não fosse, JUSCELINO KUBTSCHEK, o maior presidente da história do Brasil, não teria construído Brasília, a capital da esperança, em apenas quatro anos.

                        (*) Sebastião José Palmeira é Advogado Criminalista, Procurador de Estado, Especialista em Direito Penal, Professor de CRIMINOLOGIA e Diretor-Geral da SEUNE. 


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