Alagoas:
Uma riqueza pouco compartilhada
Ana
Célia de Oliveira Prado*
RESUMO
Nesse artigo é abordado que não basta apenas promover o
crescimento econômico, através da geração de riqueza, é preciso que a sociedade
melhore sua qualidade de vida, ou seja, que este crescimento traga consigo o
desenvolvimento econômico.
O objetivo desse trabalho consiste em apresentar algumas
reflexões sobre a riqueza gerada no estado de Alagoas e os indicadores sociais
observados, a partir de uma discussão sobre as políticas públicas adotas, que,
sozinhas não estão conseguindo gerar qualidade de vida a sociedade alagoana,
agravados pelos desvios de verbas públicos pelos gestores. Serão apresentados
os principais indicadores econômicos e sociais: Produto Interno Bruto, Índice de
Gini, Índice de Desenvolvimento Humano, Taxa de Escolaridade, índices de
criminalidade, entre outros. Chega-se a conclusão, que mesmo com todos os
programas públicos: federal, estadual e municipal, o aumento progressivo e
contínuo do PIB, Alagoas ainda tem os piores indicadores sociais da região
nordeste.
Palavras-Chave: Alagoas, Indicadores Econômicos, Indicadores
Sociais.
ABSTRAT
Is discussed
in this article that not only promote economic growth through wealth creation,
it is necessary that society improve their quality of life, namely, that this
growth will bring about economic development. The aim of this paper is to
present some reflections on the wealth generated in the state of Alagoas and
social indicators observed, from a discussion of public policy adotas, which
alone are not able to generate quality of life Alagoas society, aggravated by
diversion of public funds by managers. Will present the main economic and
social indicators: PIB, Gini Index, Human Development Index, schooling rate,
crime rates, among others. We come to the conclusion that even with all public
programs: federal, state and local, continuous and progressive increase of PIB,
Ontario still has the worst social indicators in the northeast region.
Key-words: Alagoas,
Economics Indicators, Social Indicators.
*Economista pela Universidade
Federal de Alagoas e registrada no Conselho Regional de Economia nº 607.
1.
Introdução
Embora
a economia alagoana tenha apresentado um crescimento relevante nos últimos
anos, os principais indicadores sociais da região ainda encontram-se abaixo da
média nacional. As condições sócioeconômicas de Alagoas indicam que o Estado é
um dos menos favorecidos de todo o país. A renda média, por exemplo, embora
tenha registrado um incremento positivo nos últimos cinco anos, ainda é menor
que a média nordestina.
Em
comparação com a média nacional, os índices de criminalidade são alarmantes, e,
a capital Maceió encontra-se como a mais violenta; os índices de analfabetismo,
embora em constante queda, estão entre os mais elevados, principalmente entre
os jovens; e o IDH- Índice de Desenvolvimento Humano e a taxa de mortalidade
infantil aparecem em 27º lugar no ranking.
As políticas públicas devem não só garantir o crescimento
econômico, através do aumento da riqueza, mais sim, que este crescimento seja
revertido em benefício da população que participou do processo de geração.
Embora com o grande volume de transferências de renda para o Estado e os
programas solidários, como por exemplo, o Programa Bolsa Família, a população
alagoana convive com indicadores sociais abaixo da média da região.
Os dados referentes aos indicadores econômicos e sociais
utilizados nesse trabalho foram coletados no Diagnóstico da Macroplan, que
fundamentou o Programa Alagoas Tem Pressa, tratando-se de uma política pública
estadual de investimentos, com o objetivo de reverter esse processo e garantir
a melhoria da sociedade alagoana.
Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo analisar
os principais indicadores econômicos e sociais do estado de Alagoas e o impacto
que o mesmo está trazendo para a sociedade. Além de considerações sobre a
arrecadação do Estado, as transferências governamentais e as transferências de
renda, através dos programas sociais. Por fim, discutidos os principais pontos
que precisam ser enfrentados pelos gestores públicos para tentar reverter o
quadro atual.
2.
Geração de Riqueza e Indicadores
Sociais de Alagoas
Em
análise ao Produto Interno Bruto - PIB[1]
nota-se que o mesmo cresceu 45% no período entre os anos de 2000 a 2007. Foi o
4º maior crescimento do Nordeste. Esse crescimento foi provocado,
principalmente, pela criação de novas empresas no Estado e a forte expansão dos
setores de comércio e serviço, decorrentes dos programas de transferência de
renda do Governo Federal e pelo crescimento do Turismo.
O
setor de maior participação na economia alagoana é o setor serviços, com
destaque para o Turismo, que se constitui numa vocação natural do Estado. O
setor comércio vem se destacando apresentando forte crescimento nos últimos
anos. A produção agrícola está concentrada na produção de cana-de-açúcar, sendo
um dos maiores produtores nacionais. Na exportação, destaque para o setor
sucroalcooleiro e o de produtos químicos.
A
seguir, é apresentada a tabela que mostra o crescimento do alagoano no período
de 2000 a 2007.
Gráfico1: Evolução do PIB de Alagoas: 2000 a 2007 (Valores
em R$ milhão)
Fonte: IPEADATA, (2012).
A
despeito do alto crescimento verificado no PIB no período analisado, o PIB per
capita[2]
está crescendo numa velocidade bem menor, de apenas 35,6%, e, inferior ao
observado na região do Nordeste, ao estado vizinho de Sergipe e o país como um
todo apresentado no gráfico 2 a seguir.
Gráfico 2: Evolução do PIB per capita do Estado de Alagoas
em Comparação com Nordeste, Estado de Sergipe e Brasil (valores em R$ 2.000).
Fonte: Diagnóstico da Macroplan
2010.
É
importante lembrar que o PIB per capita é apenas uma média, e que a
distribuição desse ganho acontece de forma desigual entre as pessoas.
Em
Alagoas, o número de pessoas sem rendimento, chega a 38,5% do total da
população. E, a maior concentração do grupo de pessoas que tem rendimento nas
faixas salariais inferiores de até 2 salários mínimos somam 56,5% do total,
conforme pode ser observado no gráfico 3 a seguir.
Gráfico 3: Distribuição percentual por classes de rendimento
mensal
Fonte: Diagnóstico da Macroplan
2010.
A
concentração de renda no Estado é mais elevada que a apresentada no Nordeste e
Brasil, evidenciando as desigualdades entre as classes sociais. Como este
efeito não pode ser captado pelo indicador PIB per capita, é apresentado no
gráfico 4 a seguir, o Índice de Gini[3] que
demonstra essa comparação de concentração de renda.
Gráfico 4: Índice de Gini: Brasil, Alagoas e Região Nordeste
1999 a 2008
Fonte: Diagnóstico da Macroplan
2010.
O
fenômeno da desigualdade social é algo que requer atenção especial das
políticas públicas, sendo um dos maiores problemas a ser enfrentado pelos
governantes, conforme cita GIDDENS, (1999) apud BARROS (2009): “Juntamente com
o risco ecológico, com o qual se relaciona, a expansão da desigualdade é o mais
sério problema que a sociedade mundial deverá encarar”.
No
ordenamento jurídico, a redução da desigualdade social é garantida pela
constituição brasileira que dispõe:
Artigo
3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I.
construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II.
garantir o desenvolvimento nacional;
III.
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV.
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Essa
concentração de renda no estado de Alagoas é derivada de décadas de cultura
coronelista e corrupta, na teoria de “levar vantagem”. Observamos aqui a
concepção de Hobbes, segundo a qual, vigora a guerra de todos contra todos “o
homem é o lobo do homem”. A divisão entre o meu e o teu, ou seja, a propriedade
privada, dá origem ao estado de sociedade da guerra de todos contra todos e
vence o mais forte, cada um procura o que é melhor para si, esquecendo a ideia
de sociedade. Temos de um lado uma elite que detém a maior parte da riqueza e
de outro, uma parcela significativa de cidadãos que vivem na miséria,
restringindo suas oportunidades.
A
disparidade da desigualdade social, em Alagoas, pode ser explicada pelo nível
de escolaridade. Mesmo tendo oportunidades de trabalho, com o crescimento da
economia, os jovens com pouco ou sem estudo ou estudo de baixa qualidade, não
tem oportunidade de inserção no mercado de trabalho; ou, quando tem, ganham
pouco, não conseguindo reverter o ciclo da pobreza. As classes de renda mais
elevadas tendem a ter as melhores oportunidades de emprego, pois, além de mais
estudo, tem o chamado network[4].
Esse nepotismo leva essa classe a conseguir as melhores vagas, o que faz que a
renda tenda a se concentrar cada vez mais.
A seguir é apresentado no gráfico 5
o percentual da população jovem alagoana que é analfabeta. Nota-se claramente
que os índices vêm caindo drasticamente na década de 2000, porém, ainda
superiores à média do Nordeste e do Brasil. A elevada proporção de analfabetos
e a grande concentração da população com até 4 anos de estudo formal são
entraves significativos para o sucesso da estratégia de crescimento econômico
no Estado.
Gráfico 5:
Percentual da População de 10 a 14 anos e de 15 ou mais que é Analfabeta.2003 a
2009.
Percentual da população de 10 a 14 anos que é Analfabeta
Percentual da população de 15
anos ou mais que é Analfabeta
Fonte: Diagnóstico da Macroplan
2010.
Os índices de jovens desocupados, em
todas as faixas de idade, são significativamente superiores aos do Nordeste e
Brasil, ensejando medidas urgentes para equacionar a questão. Pois sem
trabalho, os jovens são mais expostos a utilização de drogas e a criminalidade.
Os
índices de homicídios de jovens no Estado, seja na capital ou no interior, são
elevados, e colocam Alagoas na pior colocação das estatísticas nacionais.
Gráfico 6:
Percentual da População desocupada segundo a faixa etária: 15 a 19 anos, 20 a
24 anos e 25 a 29 anos.
25 a 29 anos
20 a 24 anos
15 a 14 anos
Fonte: Diagnóstico da Macroplan
2010.
CARVALHO
(2010) relata que ainda que Alagoas tenha avançado em algumas áreas sociais,
continua com índices muitos baixos para as exigências da sociedade atual,
apontada nas últimas posições do ranking social brasileiro, obrigando a reflexões
sobre a eficácia das políticas públicas que estão sendo adotadas.
O
estado possui elevada dependência das Transferências Correntes, sobretudo da
União. O aumento das despesas, principalmente dos investimentos, está
condicionado à sua manutenção. A economia local depende fortemente dos salários
do funcionalismo público e dos investimentos. Estratégias para a ampliação da
capacidade de investimento e de sua implantação tenderão a ter efeitos
positivos na economia.
A
tabela 1 a seguir, apresenta a arrecadação do Estado, as despesas comprometidas
com pagamento da folha de pessoal e o repasse da Transferência do FPE[5]
do Governo Federal.
Tabela 1: Finanças Estaduais: 2000-2009. R$ mil.
ANO
|
ICMS ARRECADADO
|
DESPESAS COM PESSOAL
|
FPE RECEBIDO
|
2000
|
524.225
|
625.904
|
596.227
|
2001
|
592.506
|
658.706
|
700.926
|
2002
|
673.200
|
743.062
|
863.216
|
2003
|
799.522
|
836.518
|
903.776
|
2004
|
960.996
|
982.802
|
995.768
|
2005
|
1.098.100
|
1.150.417
|
1.059.307
|
2006
|
1.261.244
|
1.252.172
|
1.379.240
|
2007
|
1.401.796
|
1.540.259
|
1.597.841
|
2008
|
1.591.845
|
1.857.377
|
1.953.494
|
2009
|
1.704.749
|
2.042.353
|
1.882.779
|
TOTAL
|
10.608.183
|
11.680.570
|
11.932.574
|
Fonte:
CARVALHO (2010).
Os programas de transferência de renda oriundos de recursos
federais, principalmente o Bolsa-Família, são potenciais dinamizadores da
economia local, uma vez que injetam dinheiro na economia às famílias de baixa
renda. Os impactos desses recursos são evidentes no setor de comércio e
serviços, provocado pelo aumento do poder de compra da população, com compras
no varejo.
O
Programa Bolsa Família cresceu 217% no período de 2004 a 2010 e destina,
mensalmente, R$ 39,2 milhões a 404 mil famílias. A tabela 2, a seguir,
apresenta o detalhamento desses valores.
Tabela 2:
Número de beneficiários e valor mensal repassado 2004-2010
|
2004
|
2010
|
Número de
Beneficiários
|
127,6
mil
|
404,3
mil
|
Valor Total
(Mensal/R$ milhões)
|
9,7
|
39,2
|
Fonte:
CARVALHO (2010).
No
entanto, esses recursos embora importantes, devem ser acompanhados de políticas
públicas que consigam reverter o ciclo da pobreza. Se não, com finalidade
temporária, tem de ser estendidos, como vitalícios, porque os beneficiados
ficam acomodados e não sai da linha de pobreza, o famoso ditado “dar o peixe” e
não “ensinar a pescar”.
Nota-se a pouca capacidade do
governo na geração de recursos próprios, através da arrecadação. Isso faz com
que o orçamento fique dependente das transferências públicas federais, e
comprometa os investimentos necessários para alavancar o almejado
desenvolvimento.
A revista Veja (2001) trouxe um estudo
realizado pela FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo que
revela que os prejuízos econômicos e sociais que a corrupção causa para o
Brasil são enormes. O custo médio anual com corrupção representa no país algo
em torno de 1,38% a 2,3% do PIB, o que representa algo em torno de R$ 69,1
bilhões. Nos últimos dez anos os desvio somam R$ 720 bilhões aos cofres
públicos. Nesse estudo são apontadas as principais causas da corrupção, são
elas: instituições frágeis, hipertrofia do estado, burocracia e impunidade.
Alagoas não fica fora desse cenário
de corrupção. Em levantamento realizado pela Polícia Federal e o Ministério
Público, publicado no Jornal Gazeta de Alagoas (2012), nos últimos sete anos
foram desviados algo em torno de R$ 800 milhões, o que gera uma média de R$ 100
milhões por ano. Esses recursos poderiam ser aplicados na área social
melhorando a qualidade de vida da população.
3. Considerações Finais
Há
um forte descompasso entre geração de riqueza e melhoria das condições sociais
da população em Alagoas. A diferença entre PIB per capita e o rendimento das
famílias, chama a atenção na distribuição da riqueza gerada, apontando a forte
concentração de renda nas classes mais elevadas. Os indicadores econômicos como
PIB e PIB per capita mostraram-se pouco apropriado como medida representativa
do bem-estar da população.
O
crescimento econômico obtido não necessariamente passou a oferecer uma melhor
qualidade de vida aos seus habitantes. O que mais preocupa é a população jovem,
principalmente pela falta ou pouca educação. Sem oportunidades de inserção no
mercado de trabalho, esses jovens ficam a mercê da própria sorte, mais
propícios aos riscos de criminalidade e vícios de drogas.
A
tendência é de que a região Nordeste continue apresentando um crescimento igual
ou superior a média da economia brasileira, devido aos fortes investimentos que
estão ocorrendo na região, como por exemplo, o PAC e a forte política de
transferência de rendas e programas sociais do governo federal. Além dos
investimentos de novas empresas, a exemplo do estado vizinho de Pernambuco.
Diante
disso, os indicadores sociais se prestam a subsidiar as atividades de
planejamento público e formulação de políticas sociais nas diferentes esferas
de governo, possibilitando o monitoramento das condições de vida e bem-estar da
população por parte do poder público e sociedade civil.
Afinal,
as decisões públicas são sempre difíceis, já que os recursos são em geral
sempre insuficientes para atender a totalidade dos problemas. Os programas federais,
como o Bolsa-Família, o Bolsa-Escola e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), têm contribuído
para melhorias importantes em algumas áreas, particularmente, na educação, que
continua registrando os maiores avanços. Porém, ainda temos muito que avançar
para que a garantir a distribuição justa da riqueza gerada em nosso Estado.
Nota-se
o não compromisso dos gestores com a ética na administração dos recursos
públicos. O dinheiro da corrupção são recursos que deixam de circular na
economia, e deixam de serem aplicados em programas sociais, analfabetismo,
moradia, saneamento básico, entre outros itens de necessidades básicas no
combate à pobreza e melhoria dos indicadores sociais e mitigação da realidade
vivenciada pela sociedade.
Referencial Bibliográfico
BARROS,
Marco Aurélio Nunes. Ciências Sociais: para aprender a viver. 1ª edição. São
Paulo: Lumen Juris, 2009.
CARVALHO,
Cícero Péricles de. Economia Popular: uma via de modernização para Alagoas. 4ª
edição revisada. Maceió: Edufal, 2010.
Diagnóstico
da Macroplan. Programa Alagoas Tem Pressa. Secretaria de Estado do Planejamento
e do Orçamento. 2010.
IPEADATA.
Contas Regionais. Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br. Acesso
de: 04 de abril de 2012.
Jornal
Gazeta de Alagoas em 11/03/2012. http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=258335&e=2.
Pesquisado em 03/04/2012.
JUSBRASIL – Jornal Eletrônico.
http://sindjufe-mt.jusbrasil.com.br/noticias/2925465/o-preco-da-corrupcao-no-brasil-valor-chega-a-r-69-bilhoes-de-reais-por-ano. Pesquisado em 03/04/2012.
REVISTA
VEJA. 22/10/2001.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/materia-de-capa-o-custo-da-corrupcao-no-brasil-r-82-bilhoes-por-ano.
Pesquisado em 05/04/2012.
VADE
MECUM. Constituição Federal. 7ª edição atualizada e ampliada. São Paulo:
Saraiva, 2012.
[1]O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todas as riquezas
produzidas no país, estado ou município durante um determinado período.
[2]O PIB per capita é o PIB dividido pelo número de habitantes.
Esse número serve para relacionar o crescimento da produção com o da população.
[3] Índice de Gini mede o grau de desigualdade existente na
distribuição de indivíduos, segundo a renda domiciliar per capita. Varia de 0,
quando não há desigualdade até 1, quando
a desigualdade é máxima.
[4]Network ou rede de relacionamentos é o conjunto de pessoas
que você conhece.
[5]Fundo de Participação FPE é repasse do Governo Federal aos
Estados, referente à arrecadação do IR mais IPI.
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