sexta-feira, 26 de setembro de 2014

ALAGOAS UTÓPICO!

ALAGOAS UTÓPICO!
Jefferson Murilo Palmeira Chaves[1]


 “Sonhar é ilusão, o mundo inteiro diz. Porém, de ilusão vive a humanidade. Se existe a ilusão felicidade, eu quero me iludir para ser feliz! Uns dizem que a felicidade mil sonhos prediz. Outros a tem como futilidade. Eu, porém, na realidade, jamais vi desfeito os sonhos que já fiz!”.  SONHAR. Maria do Carmo Palmeira Chaves.
Não seria inteligente, nem muito menos sensato, em plena época de pleito eleitoral, (2014) redigir qualquer esboço teórico, a respeito de uma utopia para Alagoas. Nem muito menos tocar em temática como: Identidade, autoestima coletiva e as chagas sociais, que são seculares.  Mexer com parte das representações que simbolizam a síntese de um povo e seus pactos de poder, não é uma tarefa fácil. É bem verdade que escrever essas linhas, ainda que seja um comentário superficial, sem o rigor metodológico acadêmico, pode não ser bem vista e bem recebida tanto pela critica, quanto pelos envolvidos. Seja por omissão e receio de revanche, evitei durante anos tal tarefa. Talvez, foi minha lucidez e a maturidade acadêmica, que me fizeram romper o silêncio.  O ato de “pensar” em Alagoas, não é dos mais “salutares”. Digno dos mais audaciosos, corajosos e sonhadores. Assim, correndo o risco de “pensar” esbocei esse artigo. Pois, apreendi, com meu avo materno de saudosa memória, (Manuel Cícero Palmeira) que omissão é crime grave! E o medo é uma doença!
Deixamos claro aqui, que tal explanação estar posta, sem palanques políticos, ideológicos ou quaisquer interesses econômicos e pessoais. Não se visa aqui, destacar, atacar ou denegrir quaisquer que sejam. Muito menos exaltar, mistificar, qualquer vulto político, recente ou antigo. O leitor amigo, não verá nenhuma “tese”, questionamento, posicionamento nem propostas inéditas. Portanto, não encontrará quaisquer novidades, que não tenham sido vistas, comentada, apresentada ou explanada por outro questionador. Todavia, não temos a intenção de sermos uma “metralhadora giratória” dos prováveis “erros” seculares de nossa sociedade. Trata-se da opinião de um cidadão/historiador/ ser pensante/docente que é um formador de opinião. Diante dos problemas cotidianos, visíveis, invisíveis e gritantes, resolvi aderir o desafio de escrever essas poucas linhas. Mesmo que você caro leitor, não concorde inteiramente com os rumos deste texto, uma coisa é certa. Existe uma onda crescente de insatisfação, descredito, insegurança, e desestimulo com relação ao poder, e o gerenciamento da maquina pública. Tanto no tocante as necessidades, anseios e sonhos da coletividade, quanto no modelo representativo da democracia liberal. Faz tempo que o estado não é sensível aos apelos populares. Cá entre nós. Será que algum dia o foi?
Assim, os convido a acompanhar meu singelo raciocínio. Salvaguardando algumas mentes brilhantes em Alagoas. Falta-nos lucidez para compreender o que somos? De onde viemos e para onde vamos? Existe um “projeto de povo” construído e mantido durante séculos? Que projeto de povo somos nós alagoanos?
Parafraseando as palavras de Darcy Ribeiro, somos um resultado residual da nossa História. Desde inicio da ocupação e invasão do território alagoano, pelos europeus, sempre existiram “projetos para o futuro”. Projetos que na verdade mascaravam as intenções de dominação.  Escravizar o povo e conseguir capital, essa era a intenção. Viver do trabalho de outro, é o ideal máximo aristocrático alagoano, cuja reprodução é secular. Não se pode negar a influencia de uma cultura secular de mando/subserviência/dependência/submissão (cultura da dádiva) que convivem parte significativa da população nos 102 cidades do estado. Os que chamamos de “pobres” são na verdade os decentes dos excluídos pelos projetos individuais durante séculos. Seria exagero afirmar que o nosso “conservadorismo” politico ideológico prega que “não existe salvação fora do sistema de mando e subserviência”?
Vale salientar que não toquemos aqui, no fenômeno da concentração de riquezas atualíssimo, nem muito menos nas vinte poucas famílias que dominam a localidade.  O imperativo por essas bandas do mundo, sempre foi gastar e usufruir, desde as potencialidades humanas aos recursos naturais. Eis, que na verdade sempre fomos uma “feitoria lucrativa”. Enquanto a cada ano o numero de favelas, e sub moradias crescem assustadoramente, a violência urbana aumenta. O avanço do “narconegócio” evolui. A juventude é recrutada tanto para a dependência, quanto para o mercado de trabalho no submundo das drogas. Em Alagoas não existe nenhuma cabeça de boi abandona. Mas existem muitas crianças largadas à sorte! Desemprego, subemprego, pobreza, prostituição, alcoolismo e maltrato corroem a célula mate que é a família (parentesco, mito e rito). Reconfigurada, mudada e moldada sobre reflexo das injustiças da “modernidade liquida”. Não toquemos aqui em outras chagas como, por exemplo: Questão social, educacional, econômica, racial, indígena, agrária, habitacional das chamadas “minorias”.
No decorrer do tempo a maquina pública de Alagoas esteve a serviço e em prol e realização dos projetos privados. Sonhos individuais de riqueza e sucesso sempre prosperaram. Tais projetos de classe jamais foram os únicos. Muitos movimentos cujos sonhos coletivos que abalaram a vida provincial de Alagoas. A Confederação do Equador, a Cabanada, a revolução praieira. Seja das brigas dos antigos dos coronéis (Lisos e Cabeludos, por exemplo), á pistolagem atual de cada dia, Alagoas sempre foi um lugar violento. Guerras civis locais, tão bem estudadas e relatadas por intelectuais de peso como Dirceu Lindoso, e Sávio de Almeida entre outros.
Então seriamos uma das sociedades mais violentas do mundo? Seria a violência alagoana, também resultado das velhas lutas sociais? Seria a violência uma forma de legitimar as ações das elites? O alagoano é pacifico e passivo? Ate aonde vai à passividade? A história de cordialidade, mansidão, subserviência estaria escrita com o sangue dos oprimidos, dos vencidos e mortos de cinco séculos? Não se pode negar que o uso da violência estrema sempre esteve presente na vida social alagoana. Aos desavisados. Temos sim, muitas lutas, guerras e preitos historicamente marcados pela violência institucionalizada. Infelizmente, adquirimos o estereotipo no cenário nacional associado à violência e a corrupção. Alagoas sempre foi palco de conflitos e sua fama de terra violenta correu o país. No meu ponto de vista, as lutas pela posse dos meios de vida, deixaram cicatrizes no tecido social.  Sendo a violência uma delas. Nem iremos aqui traçar uma “cronologia da violência” no estado. Para tal, faço uma recomendação. Observem os trabalhos de Ruth Vasconcelos. Acredito que se faz necessário rescrever os livros didáticos, fazer novas leituras do passado, e mostrar o grito dos esquecidos. Nossa memoria coletiva existe muitos mitos errôneos.
A FORÇA DA UTOPIA
De onde reside a força e a motriz de uma utopia? O tempo da utopia acabou? Acabou a imaginação utópica? Onde estão as cabeças utópicas alagoanas? Seria utopia sonhar, em uma terra mais justa? Será que faltam na política nacional e local a criação de um sonho coletivo? De um projeto de povo, que rompa com as ilhas dos interesses pessoais e dos grupos fechados? Temos motivação para que nos orgulhemos de ser alagoanos? Somos motivo de chacota nacional? Temos lideranças políticas comprometidas com a população? Qual poder da utopia na transformação do mundo? 
Se o conceito de utopia já definiu muitos projetos de sociedades humanas perfeitas, hoje, precisamos nos contentar, com conteúdos bem mais modestos: “Um projeto politico concreto” para resolver questões atuais da sociedade alagoana.  Sabe-se que a força da utopia vem da imaginação dos insatisfeitos, dos marginalizados, da vontade de uma vida menos desigual, de um aparato total que ampare cuide dos seus filhos.
Quais as origens da utopia no pensamento e praticas humana? Suas origens repousam nos mitos da criação próprios do homem religioso. O utópico estava associado com as eras dos mitos e das religiões, em que os deuses e as forças da natureza mantinham o controle sobre a humanidade. Com o renascimento aparece a Utopia de Thomas Morus. Obra na época em que o pensamento racional e cientifico oferece autonomia e controle a espécie humana de seus destinos.
Vale salientar que a Utopia foi um país imaginário, criação de Thomas Morus, escritor inglês (1480-1535), onde um governo, organizado da melhor maneira, proporciona ótimas condições de vida a um povo equilibrado e feliz. Para Thomas More, utopia era uma sociedade organizada de forma racional, as casas e bens seriam de todas as pessoas, que passariam seu tempo livre envolvidos com leitura e arte, assim esta sociedade viveria em paz e em plena harmonia de interesses. Utopia é o nome da ilha inventada pelo inglês Thomas More, em 1516. Darcy Ribeiro afirmava que a obra teria sido inspirada nos relatos dos viajantes regressados do Brasil. Assim, caro leitor o paraíso era aqui!
Acompanhando o sentido de utopia na história podemos destacar as forças: Da ideia do direito divino dos reis, pondo fim ao período medieval.
A democracia liberal inventada pelos franceses e disseminada pelos americanos nasceu a partir de utopia Constitucional ou Institucional que atinge seu limiar nas revoluções burguesas – Industrial, Francesa, Religiosa e Americana. Encontrando no liberalismo uma antiutopia. Podem-se citar aqui os sonhos de Augusto Comte - com seu positivismo.  Ou as três matrizes do pensamento científico da sociologia clássica – Durkheim, Karl Marx e Max Weber – de se idealizar um modelo de sociedade.
Com a utopia de liberdade contra a escravidão e opressão que se construiu o Quilombo dos Palmares, aqui em nosso estado. Sonho destruído pelo paulista Domingos Jorge Velho em 1694. Do sonho abolicionista inglês, de criar um mercado consumidor na América, aconteceu a Abolição da escravidão no Brasil. Do sonho de jovens nacionalistas ocorre a “revolução” de 1964. Mas recentemente, em julho de 2013, o Brasil pode sentir o poder e a força de mobilização e comunicação das redes sociais – Facebook, WhatsApp, Google+, Tumblr entre outras. Convocados milhões foram às ruas em busca de um sonho em comum. Não vamos procurar mais exemplos na história para convencer o estimado leitor do poder transformador da utopia. Da necessidade faz nascer à utopia.  A força motriz de uma utopia reside na esperança de um lugar melhor. Na força mudança, em moldar, criar, idealizar um projeto de futuro.  Já dizia Santo Agostinho em a “Cidade de Deus” que povo consiste em um conjunto de pessoas racionais unidas por um sonho em comum. Assim, é preciso que as pessoas em Alagoas tenham um sonho em comum.
No sentido geral, o termo Utopia é usado para denominar construções imaginárias de sociedades perfeitas, de acordo com os princípios filosóficos de seus idealizadores. No sentido mais limitado, significa toda doutrina social que aspira a uma transformação da ordem social existente, de acordo com os interesses de determinados grupos ou classes sociais. Para que isso ocorra, se faz necessários que abandonemos nossos projetos mesquinhos, individuais, e fiquemos encantados pelo sonho absoluto de rescrever e redigir nossos destinos como povo.   Vale aqui ressaltar que a Lei da Ficha Limpa nasceu do sonho (“utopia”) e anseios populares. O leitor amigo via se indagar: Será que essa lei vai pegar?
UM PROJETO DE POVO?
Sem quaisquer provocações, ou desconstruções, faço as seguintes indagações: Será que a maior utopia alagoana é pensar que somos um “povo”? Temos autoestima? Sem querer provocar todos os intelectuais conterrâneos, temos orgulho bandeiras de Alagoas? Nossa bandeira tem história de lutas, pela liberdade, por ideais coletivos? Somos verdadeiramente um povo do ponto de vista de sonho coletivo? Antes de tudo, vou explicar meu posicionamento. Utopia é inventar, sonhar e projetar um estado, um país que se quer. Que se sonha! Que se precisa! Muitas vezes, tenho a sensação que ainda não somos um povo. Do ponto de vista de sonharmos coletivamente. É bem verdade que sou extremamente utópico. Parafraseando Rubens Alves, o maior defeito da política brasileira é que ainda “não somos um povo”! No sentido de possuirmos ideias coletivas. Tais quais levaram multidões as ruas em julho de 2013.
Qual seria a “saída” para alagoas? Os mais sarcásticos e gozadores falariam que a “saída” seria a rodoviária e o aeroporto zumbi dos palmares, ou as estradas estaduais e federais. Uma coisa é certa. Temos muitos talentos, capacidades e nomes de respeito em todas as áreas. Existem heróis anônimos trabalhando cotidianamente, transformando a realidade. Ainda acredito nas lições dos meus pais, dos meus avós, do meu tio de que vale a pena ser honesto. Ser bem sucedido não é ostentar um alto padrão de consumo e aparente sucesso. Ensinaram-me que o ser, a essência, vale mais do que o ter, capital, posses. Presamos ter orgulho, ter autoestima. Faz-se necessário melhorar nossa autoimagem. Deixemos o “complexo de coitadinho”, cuja ambiguidade crônica escode armadilhas. 
As classes privilegiadas sempre escrevem e rescrevem projetos para nós. Desde colonizador – enganando os índios mentindo que levariam estas aos céus e na verdade iriam ser vendidos, aos dias atuais. Se bem que existem aqueles que vendem um céu na terra. Ou a “teologia da prosperidade e da riqueza imediatista”.  O homem pós-moderno consumista, apaixonado pela novidade, não pode se dar o luxo de esperar um céu, no pós-morte. Hoje estar posto no mercado a venda até a esperança, o consolo, o apoio e a compaixão!
Nenhum povo sabe adivinhar o que será do seu futuro. Mas se pode esboçar e inventar um projeto para o futuro. Alagoas representa um povo novo mestiço, cuja matriz humana é repleta de potencialidades.  Nosso povo precisa sonhar! Temos de ter a coragem de nos questionar constantemente, abertos a observação minuciosa de nossas realidades, a luz de uma consciência coletivamente alagoana. Coisa que nossos sociólogos, antropólogos sempre fazem. Mas, todavia, poucos ouvem! Precisamos de novo passo para o futuro. Nossa bandeira maior deve ser o combate das nossas chagas socioambientais.  Combate à corrupção, ao analfabetismo, a subnutrição, ao saneamento básico, a um sistema de saúde público e gratuito de qualidade. Devemos levantar essa bandeira com dignidade, com honestidade a vida inteira. Eis uma grande bandeira de luta, abolir a corrupção! Não sejamos tolos de esquecer que existe uma odiosidade feroz, terrível, das velhas classes dominantes. Das dezenas que foram mortos e torturados.
De todos os traços culturais brasileiros, que são mais acentuados em nossa terra. Podemos citar: A concentração de poder; o personalismo; a postura de espectador o medo; O silêncio e a omissão. O “jeitinho” brasileiro se confunde com corrupção e é transgressão, porque ela desiguala o que deveria ser obrigatoriamente trado com igualdade.
Sou filho da contra revolução preventiva (cujo conceito repousa nas obras de José Paulo Netto) patrocinada pelos irmãos norte-americanos durante a histeria da guerra fria. Onde se temia que a fome no Nordeste, a fome no Brasil, levasse o País a toma-se um caminho socialista. Um golpe estrangeiro, financiado que souberam subordinar nossos generais, políticos e empresários em prol de um projeto de submissão da nossa nação aos interesses do grande capital mundial. 
Será que podemos falar em utopia diante da realidade brutal do mercado e do sistema desigual secular? Como satisfazer necessidades elementares do povo? Emprego, saúde, segurança, educação, cultura, lazer decentes e eficientes seria impossível? Como explicar Alagoas pós-moderna? Onde reside o clamor utópico do povo alagoano? Será que o povo alagoano deu certo? Quem deve ser administrador dos sonhos do povo alagoano? Como encontrar formula de organização social que privilegiem o coletivo?
Descrever nossa história marcada por absurdos gloriosos seria perceber a situação trágica do povo alagoano. Observa-se a ausência de sonho coletivo, um projeto unido o povo. Sempre existiram projetos para gastar o povo alagoano. Alagoas é um subproduto do mercado global, somando-se com as peculiaridades cruéis.  Não podemos negar nossas raízes e matrizes ameríndia e africana. Assim, em nossa memoria coletiva existem muitos mitos errôneos, que necessitam ser corrigidos.
Hipotecam nosso futuro, nossas possibilidades. Roubaram nossos sonhos! Sempre produzimos açúcar para adoçar a boca do mundo! Enquanto as nossas estão amargas. A meu ver, a questão da identidade associada a uma utopia coletiva é um dos maiores desafios.
Faço uso das palavras de Gregory Claeys “para prover maior continuidade a nossas breves vidas, imaginamos passados e futuros que se ajustam na narrativa do presente que consideramos mais confortante. Quando nossas vidas neste mundo se deterioram ou são ameaçadas, reagimos cultivando um sentido reforçado de harmonia familiar e identidade étnica, nacional e/ou religiosa”.
Graças ao Professor Luiz Sávio de Almeida, eu conheci às três leituras fundamentais para o entendimento da nossa formação histórica, política, social e econômica. As obras de Caroatá, Dias Cabral, Pedro Nolasco Maciel. Além de Wenceslau de Almeida, João Ferro, Francisco de Paula Leite e Oiticica e Théo Brandão, e tantos outros.
Tive o privilegio de ler ao longo da minha formação acadêmica, os teóricos clássicos que buscaram o entendimento das nossas raízes. Dos quais posso citar: Gilberto Freyre, Manuel Diégues Júnior, Florestan Fernandes, Celso Furtado, Sergio Buarque de Holanda, Victor Nunes Leal, Luiz da Câmara Cascudo, Roberto DaMatta, José Murilo de Carvalho entre tantos outros. Vejo quase sempre os estudiosos da realidade alagoana. Nomes dos quais gostaria de aqui citar: Manuel Correia de Andrade, Moacir Medeiros de Sant'ana, Douglas Apratto Tenório, Dirceu Lindoso, Luiz Sávio de Almeida, Élcio Verçosa, Sebastião Palmeira, Fernando José de Lira, Cícero Péricles, Luiz Antônio Palmeira Cabral, Alberto Saldanha, Araken Alves de Lima, Cícero Ferreira de Albuquerque, Amaro Hélio Leite da Silva, Jair Barbosa Pimentel, Ruth Vasconcelos, Elaine Pimentel, Leda Almeida, José Roberto dos Santos Lima, Lana Palmeira, José Ferreira Azevedo, Ana Cláudia Laurindo, Ivo Tonet, Sérgio Lessa,                Belmira Magalhães, Arrisete Costa, entre tantos outros estudiosos, que por esquecimento e omissão deixo de citar aqui. Não poderia de deixar aqui de agradecer aos meus pais. Agradeço pela formação baseada na retidão, honestidade e humanidade. Do meu pai (Murilo) herdei o senso critico a generosidade e a curiosidade inteligível. Da minha mãe a doçura da empatia, sensibilidade, caridade e amor ao próximo. Do meu Tio Dr. Sebastião Palmeira a abertura para a intelectualidade. A coragem de se impor, vencer desafios, e sempre trilhar no caminho da retidão. Vale apena ser honesto!
No mestrado em Administração apreendi a sonhar com os pés no chão. Devemos estimular nos jovens o senso de liberdade, de democracia e de criatividade cultural. Se não tivemos um sonho comum, jamais teremos condições de se criar a Alagoas potencia regional. Se não tivermos um sonho, não teremos um estado grandioso. Certa vez, um grande amigo, professor Wiliton Alcântara me disse: “Jamais se deve criticar apenas por criticar. Desconstruir apenas por descontruir. O dever de quem aponta erros é apontar caminhos e modelos a ser seguido”. Mas, deixemos as lamentações e partamos para a realidade. O que deve ser feito, mudado, aperfeiçoado, melhorado, construído.
A pobreza alagoana dos não privilegiados nasceu na idade medial, ibérica luso-espanhola, e atravessou a atlântico, resistindo ao tempo e chegando a atualidade. A sociedade alagoana nasce e se conservam recheada de conflitos, contradições. Em todos os tempos (na Alagoas Colonial, Imperial, Republicana ou na Pós-moderna) manter o poder sempre foi um dogma. Hoje não seria diferente. Quanto ao “resto” da população, salve-se quem puder!  As terras de Alagoas sempre representou a utopia de uma lugar do enriquecimento fácil. Desde século XVI até hoje com os salteadores do poder.
 Por fim, para encerrar as essas linhas, uso as com as palavras do historiador, poeta, escritor Dirceu Lindoso, uma lenda viva. “Houve uma riqueza de poucos e uma pobreza de muitos. Esse foi o jeito que encontramos de criar Alagoas. Pois é bom que se diga: Alagoas nasceu de uma grande paixão. A paixão pela vida, a paixão pela morte. A paixão pela riqueza, a resignação pela pobreza. E, desculpe-me o orgulho do nosso antigo Pernambuco, pelas escolhas que fizemos na História. Alagoas é terra mater”.











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