sábado, 28 de fevereiro de 2015

Contribuições historiográficas de Douglas Apprato ao Pensamento Comunicacional Alagoano - José Marques de MELO

Contribuições historiográficas de Douglas Apprato ao Pensamento Comunicacional Alagoano


José Marques de MELO1

Resumo: Mapear as explorações cognitivas de Douglas Apprato no campo da comunicação é o pretexto destas anotações críticas que se destinam a evidenciar as con- tribuições do historiador ao Pensamento Comunicacio- nal Alagoano.


Palavras-chave: Pensamento Comunicacional; Interdis- ciplinaridade; História; Alagoas; Douglas Apprato


Resumen: Apuntes críticos destinados a diseñar la car- tografia de las intervenciones del historiador Douglas Apprato en el campo de la comunicación, particularmen- te sus aportes al Pensamiento Comunicacional Alagoano.


Palabras-clave: Pensamiento Comunicacional; Interdis- ciplinaridad; História; Alagoas.; Douglas Apprato


Mapa cognitivo

A produção de uma cartografia do pensamento alagoano no campo da comunicação representou o prin- cipal desafio lançado aos colegas da UFAL na alocução proferida durante a cerimônia em que me foi feita a ou- torga do diploma de Doutor Honoris Causa.

Ao esboçar este roteiro intelectual (...) minha inten- ção não é outra senão... (...) suscitar, neste início do

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século XXI, incursões investigativas comprometi- das com a preservação e renovação do pensamento forjado por aqueles que ousaram plantar sementes,... gerando árvores {cujos frutos} agora podemosolher e saborear. (Marques de Melo, 2003, p. 26)
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Para tanto, identifiquei os dois segmentos que produziram “conhecimento comunicacional relevante”: a corrente telúrica (integrada pelos que permaneceram na terra) e a diáspora caeté (constituída por intelectuais que migraram, embora preservando os laços nativos).
O locus natural do primeiro grupo foi a instituição alagoana que precedeu organicamente a universidade na geração e difusão de conhecimentos humanísticos: o Instituto Histórico e Geográfico Alagoano - IHGA. Ali a comunicação, particularmente impressa, tem merecido atenção especial como objeto de estudo.

Dentre os integrantes dessa corrente, cujo pioneiro foi Dias Cabral, pilar de sustentação intelectual da entidade, o “último moicano” parecia ser Medeiros de Sant’Anna, que se destacou como historiador da impren- sa alagoana, mesmo tendo um pé já plantado na universidade.
Equivoquei-me quando, naquela conjuntura, 85
minimizava o papel do IHGA, superdimensionando o protagonismo do Departamento de Comunicação Social da UFAL. Embora essa unidade se tivesse convertido gradativamente em espaço privilegiado de “produção do conhecimento comunicacional alagoano”, sua atuação não inibiu outros departamentos da universidade para incursionar no território comunicacional.
É justamente no cruzamento das fronteiras interdisciplinares, focalizando os meios e as mensagens, que outros cientistas das humanidades continuam brindando o pensamento comunicacional com aportes significativos, dentro ou fora do IHGA.
No conjunto desses cientistas sociais perfila com desenvoltura o historiador Douplas Apprato, que vem oferecendo contribuições importantes ao estudo dos fenômenos da comunicação na sociedade alagoana contemporânea.
Ele pertence ao grupo que transita entre o campus e a sociedade, apreendendo situações e compreendendo personagens da vida cotidiana que os acadêmicos típicos desdenham, ignoram ou só percebem tardiamen- te. Além de Apprato, pertencem a essa “geração híbrida” intelectuais telúricos como Luis Sávio de Almeida, Enaura Quixabeira, Edilma Bonfim, Antonio Sapucaia, Rossana Gaia, ou integrantes da “diáspora caeté” como Luitgarde Cavalcante Barros, Luis Gutenberg, José Ge- raldo Wanderley Marques, Marcello Ricardo ou Marcelo Bulhões.
A intenção deste artigo é simplesmente mapear as contribuições singulares de Douglas Apprato, na ex- pectativa de motivar os jovens pesquisadores a fazer a cartografia interpretativa dessa geração que vem atuando no espaço comunicacional alagoano, nas três últimas dé- cadas.

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Revista Brasileira de História da Mídia (RBHM) - v.1, n.2, jul.2012 / dez.2012 - ISSN 2238-3913 (versão impressa) 2238-5126 (versão online)


História de vida

Douglas Apratto Tenório nasceu em São Miguel dos Campos, no dia 1 de janeiro de 1945. Ali estudou o primeiro grau, transferindo-se para Maceió, afim de completar sua formação secundária no Colégio Guido Fontgalland e depois ingressar na Universidade Federal de Alagoas, onde se diplomou em História. A pós-graduação foi realizada na Universidade Federal de Pernambuco, onde obteve os títulos de Mestre e Doutor em História.
Data de sua temporada pernambucana o interesse pelos fenômenos comunicacionais, seja no âmbito da comunicação cultural (imprensa), seja no domínio da comunicação espacial (ferrovias).
Sua carreira acadêmica foi desenvolvida na UFAL, onde galgou os postos mais elevados na escala docente como Professor de História do Brasil e no plano da gestão pública como diretor de instituto e secretário de Estado.
Obteve reconhecimento intelectual, ocupando cadeiras vitalícias na Academia Alagoana de Letras e no Instituto Histórico de Alagoas, entre outras distinções. Autor de obra consistente e valorizada pela comunidade acadêmica, publicou dezenas de livros e de artigos em periódicos nacionais e estrangeiros.
Aposentando-se no serviço público, foi cha- mado a dirigir pedagogicamente a mais importante uni- versidade comunitária do Estado, CESMAC – Centro Universitário de Maceió, onde ocupa cargo estratégico, promovendo atividades de interação permanente com a sociedade.
Sua bibliografia é composta por inúmeros títu- los, dos quais são importantes o livro-reportagem, A tra- gédia do populismo (Maceió, Edufal, 1995) e os ensaios sobre Capitalismo e Ferrovias no Brasil (Curitiba, HD Livros, 1996), Metamorfose das oligarquias (Curitiba, HD Livros, 1997). Também vale a pena incluir o album- memória Redescobrindo a Cartofilia Alagoana (Recife, Massangana, 2008), escrito em parceria como Carmen Lúcia Dantas.
Uma lista exaustiva de seus livros e artigos pu- blicados em revistas pode ser consultada no ABC das Alagoas, tomo I, p. 81-83, de autoria de Francisco Reinal- do Amorim de Barros (Brasília, Senado Federal, 2005).
Além de publicar artigos de divulgação na im- prensa alagoana – Revista Mocidade, Jornal de Alagoas, Diário de Alagoas, Jornal de Hoje e Correio de Maceió, Douglas Apprato coordenou algumas séries históricas que repercutiram intensamente em Alagoas, com o apoio da Gazeta de Alagoas, onde foram inseridos os fascículos respectivos. As mais recentes foram intituladas Enciclo- pédia Municípios de Alagoas (2006) e Memória Cultu- ral de Alagoas (2001) A primeira inventariou o passado e o presente de todos os municípios integrantes das 16 micro-regiões geopolíticas de Alagoas. A segunda foca- lizou as trajetórias de 25 intelectuais alagoanos que se projetaram na cultura brasileira. Elas foram precedidas pelo documentário Memória Legislativa, também encar- tado semanalmente no jornal das Organizações Arnon de Mello, em 1999, contendo os perfis biográficos de parlamentares emblematicos do nosso Estado.

Perfil intelectual

Desde a juventude, Douglas Apprato cultiva um perfil híbrido: o de historiador que comunica. Esse traço peculiar logo foi percebido pelo Cônego Teófanes de Barros, seu primeiro incentivador acadêmico, razão pela qual o conduziu precocemente ao magistério. Acompa- nhando seu percurso estudantil, do ginásio à universida- de, o diretor do Colégio Guido de Fontgalland anotou no prefácio ao seu livro de estréia: “No magistério sabe incentivar, sabe estimular, interessar a juventude que lhe é confiada” (Barros, 1968, p. 5).
Hibridismo que está patente na composição da sua obra impressa. Classificando-a de acordo com as ca- tegorias propostas por Antonio Pasquali (1978, p.185-

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204), logo percebemos que o esquema não é suficiente para abarcar o seu conjunto, demandando ampliação e sub-divisão, como apresentado a seguir.

  1. Disseminação (comunicação culta ou erudita)
    1. Inter pares – artigos em periódicos
    2. Extra pares - livros
  2. Difusão (comunicação pública ou simplifica- da)
    1. Intensiva – didática (séries de livros e fascículos)
      2.2. Extensiva - popular (calendários, cader- nos)
  3. Divulgação (comunicação massiva ou vulga- rizada)
    1. Orientada - jornalística
    2. Simplificada - quadrinizada
  4. Promoção (comunicação dirigida ou qualifica- da)
    1. Acadêmica – conferências, palestras ou
      similares
    2. Administrativa – discursos, pareceres e justificativas

Analisando a produção impressa de Douglas Apprato, segundo esse sistema vamos observar o perfil de um autêntico comunicador acadêmico, perfazendo as seguintes etapas: divulgador científico, difusor pedagó- gico, disseminador historiográfico e promotor cultural – cronologicamente encadeadas:

1967 – Divulgador científico – seu primeiro livro é composto por artigos de jornais e revistas, onde foca- liza temas históricos de modo compreensível pelas pes- soas de mediano grau escolar. Essa virtude “de escrever para a imprensa sobre assuntos sérios... (....) ... com ad- mirável maturidade” é assinalada pelo prefaciador de Ca- pítulos da História Contemporânea (Barros, 1968, p. 6). Trata-se de uma atividade de “divulgação orientada” que ele exerceria ininterruptamente na imprensa de Maceió, até os dias de hoje. Mais adiante, avançaria em projetos de “divulgação simplificada”, quadrinizando as Histórias de Alagoas (2001) e Maceió (2003), além de narrar his- tórias de vida de alagoanos emblemáticos – intelectuais, parlamentares, lideranças femininas – através de encartes
distribuídos nas edições dominicais de jornais de prestí- gio estadual.

1975 - Difusor pedagógico – no segundo livro publicado, reúne “capítulos da História do Brasil”, ofe- recendo pistas para os professores do secundário anima- rem suas aulas, dimensionando o panorama histórico nacional a partir de uma ótica alagoana. Os ciclos, os acontecimentos, as efemérides tratadas buscam ancorar- se na estratégia de valorização da identidade caeté. Con- tudo, sua atuação como divulgador ganharia amplitude, ao publicar anualmente dois produtos históricos. No âm- bito da “difusão extensiva”, lançaria a série de “Calendá- rios Culturais da Fapeal”; posteriormente lapidados para gerar “livros de arte” ou “álbuns históricos”, expressões típicas de “divulgação intensiva”.


1976 - Disseminador historiográfico – esse papel ele realiza tanto no patamar inter pares, publicando a monografia sobre “a imprensa alagoana no ocaso do im- pério” (1976) e vários artigos em periódicos científicos, quanto no plano extra pares, transformando em livros de circulação nacional suas teses de mestrado – a propósito
das ferrovias no contexto do capitalismo brasileiro – e 87
de doutorado – sobre a metamorfose das oligarquias ala- goanas.

1984 – Promotor cultural – trata-se de uma face- ta do gestor público que administra com transparência, como bem o demonstra no livreto O desafio do fazer, uma espécie de prestação de contas das suas iniciativas como secretário estadual de educação e cultura. Mas não fica apenas na seara da “promoção administrativa”, des- cortinando o território da “promoção acadêmica”, ao documentar sua ascensão ao olimpo cultural de Alago- as, socializando os discursos que marcam o ingresso no Instituto Histórico e na Academia de Letras das Alagoas.

Tem sido impressionante sua capacidade de exercício simultâneo de vários papéis, como, por exem- plo, ocorreu em 2010. Apprato atuou como difusor ex- tensivo, publicando o calendário Pierre Verger (com apoio da Fapeal) e como difusor intensivo, editando dois livros de arte: Alagoas de Pierre Verger (com apoio da CHESF) e Rio São Francisco, um ninho de culturas (apoiado pelo SEBRAE). Perfilou ainda como promotor

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acadêmico, incentivando a reedição do livro de Humber- to Bastos sobre a economia do açúcar e do algodão em Alagoas, numa parceria CESMAC - Federação das In- dústrias de Alagoas.
Trabalhando em dupla ou em equipe, o histo- riador tem demonstrado capacidade de gestão editorial, contando com a participação de colegas como Carmen Lúcia Dantas, Leda Almeida ou de desenhistas com a tarimba de Enio Lins ou o potencial de Tiago Amaral.

Projeção jornalística

A condição de pensador social, ancorado no universo historiográfico, abriu as portas do jornalismo a Douglas Apprato. Evidência disso é o acervo de recortes de jornais preservado pelo CESMAC – Centro de Estu- dos Superiores de Maceió – sobre a sua carreira.
Colhendo uma amostra aleatória dessas Unida- des de Informação, segundo o padrão textual estabele- cido por Violette Morin (1961, p. 81-103), realizamos uma análise comparativa para identificar seu perfil he- merográfico. Para tanto, aplicamos a “fórmula da no- tícia” testada por Luiz Beltrão (2006, p. 96-99), a partir
88 das categorias instituídas por Quintiliano: 3Q + CO +
PQ. Decompondo a equação, chegamos aos elementos constitutivos do processo informativo: QUE – QUEM
– QUANDO – COMO – ONDE – POR QUE.
Integrada por 136 UI, a amostra oriunda do Acervo Apratto-Cesmac está assim radiografada:

QUE = Ação ou notícia (13%)


Douglas ganha espaço na agenda jornalística alagoana quando seus principais livros conquistam o sta- tus de best seller. Em 1996, A tragédia do populismo (....) figura na top list de autores alagoanos mais vendidos na Livraria Caetés, segundo a pesquisa semanal do jornal Gazeta de Alagoas. A seguir, seus livros anteriores – Ca- pitalismo e Ferrovias no Brasil (....) e A metamorfose das oligarquias (....) motivam reportagens nos cadernos culturais dos jornais concorrentes.
Na passagem do século, o foco do noticiário é o projeto Memória Cultural, abrangendo inicialmente a memória dos intelectuais e as memórias femininas. Em 2001, ele ganha notoriedade integrando a equipe de colu-
nistas de O Jornal, revezando-se com outros intelectuais
e políticos.
Na sequência, o historiador é pautado pelos re- pórteres que cobrem acontecimentos de relevo local: a exposição sobre a trajetória da imprensa alagoana que ele organiza em parceria com Leda Almeida, inaugurando o Museu da Imprensa de Alagoas; o relançamento do livro História de Alagoas em Quadrinhos; a organização de “papos-cabeça” no Ponto Central Livraria e Café; a pesquisa sobre os antigos engenhos; a conferência sobre a emancipação política de Alagoas, etc.

QUEM = Agente ou personagem (12%)


Desde a publicação de sua pesquisa sobre a “im- prensa alagoana no ocaso do Segundo Império”, Dou- glas Apprato tem sido privilegiado como autor, sendo lido e comentado pela crítica. Um dos seus primeiros exegetas é o historiador pernambucano Potiguar Mattos, que o situa na linhagem encabeçada por Gilberto Freyre, aquilatando o valor histórico da imprensa como fonte de pesquisa.
Contrariando a profecia de que “santo de casa não faz milagre”, Douglas catalisa a atenção de vários conterrâneos ilustres que reconhecem e louvam seus méritos acadêmicos. José Maria Tenório exalta sua pro- dutividade, chamando-o de “historiador operário”; Ro- drigues Gouveia destaca sua competência historiográfi- ca, refletida na profundidade da obra publicada; Gilberto de Macedo focaliza sua capacidade de demonstração da “lógica dos acontecimentos”, incitando à reflexão e ao questionamento; Bráulio Leite Junior complementa essa idéia, dizendo que o autor constrói uma “trilha sinaliza- da”, onde o leitor vai “redescobrindo acontecimentos” assimilados de modo fragmentado ou disperso; Sidney Wanderley identifica sua erudição e ao mesmo tempo sua ironia, resultando uma escrita que tem “saber e sabor”; Enio Lins valoriza seu potencial crítico, escancarando as entranhas do poder que as elites alagoanas não hesitam em exercer para nele se perpetuar.
Mas sua projeção intelectual também ganha in- tensidade através de projetos culturais que Douglas vem pilotando, como por exemplo a “série de fascículos sobre as mulheres alagoanas que fizeram História” (Gazeta de Alagoas, 24-08-2001) e a fundação de uma livraria-café, inspirada em iniciativa histórica vocacionada para reviver

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“hábitos intelectuais perdidos ao longo dos anos” (Luiz Nogueira, Beau Geste, Gazeta de Alagoas, 09-04-2000).

QUANDO = Tempo ou cronologia (6 %)


De tal modo se consolidou o prestígio intelectu- al de Douglas Apprato que ele se tornou uma das fontes de referência mais consultadas pela imprensa local, em busca de elucidar acontecimentos da cronologia históri- ca.
Três exemplos ilustram suficientemente a sua fa- ceta como fonte de referência temporal:
Efemérides alagoanas – Douglas resume essa potencialidade na seguinte declaração ao repórter Jorge Segundo: “Temos vocação para a notícia desde o Des- cobrimento. (...) Com Américo Vespúcio entrando na Barra de São Miguel até recentemente com a eleição de Fernando Collor – o primeiro presidente, eleito pelo voto popular, depois do longo jejum democrático”. Seu arremate é convincente: “Desde a incursão exploradora de 1501 nunca deixamos de ser notícia. Pioneirismo da colonização, com os engenhos de açúcar, a resistência heróica dos Caetés que lutaram até o fim contra a apro- priação de sua terra pelos estrangeiros (...), o banquete antropofágico do Bispo Sardinha (...), o papel histórico de Calabar... (...) Alagoas ficou na berlinda também como a terra de Zumbi dos Palmares, símbolo da luta contra a escravidão... (...) e na campanha republicana. República, aliás, que teve no seu proclamador e no seu consolidador, dois soldados alagoanos, Deodoro e Floriano.” (Gazeta de Alagoas, 21-04-2002)
Acontecimentos nacionais – Reportagem de O Jornal (24-03-2002) sobre os 80 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil – PCdoB – comprova a dis- ponibilidade do historiador Douglas Apratto para atuar como fonte credenciada. Eis a síntese da sua compreen- são do papel histórico desse partido na vida política na- cional: “Uma história de ideais, ação, resistência, vitórias, derrotas, mas nunca de passividade e omissão”.
Fatos sazonais – As eleições municipais de 2004 representam uma excelente oportunidade para confirmar o desempenho de Douglas Apratto como fonte de epi- sódios que dominam a pauta jornalística de acordo com o calendário eleitoral. O pleito convocado para eleger o 36º. Prefeito da cidade de Maceió contou, o tempo todo, com sua participação, fazendo prognósticos sobre as ten-
dências do processo eleitoral, estribado em informações pinçadas no seu baú cognitivo, mas atento a eventuais “fatores-surpresa”. (Tribuna, 22-8-2004)

COMO = Modo ou interpretação (20%)


Temos aqui a expressão do professor, explican- do aos leitores o significado dos acontecimentos, a partir do referencial que faz parte da sua bagagem cognitiva. Douglas Apprato exerce essa função, recorrendo ao for- mato do jornalismo opinativo, denominado “artigo”.
Tais matérias são determinadas pela agenda jor- nalística, cabendo ao autor o papel de educação suple- tiva, ou se,a explicando a natureza histórica dos fatos e seus desdobramentos contemporâneos.
A amostra pesquisada inclui desde questões metodológicas do tipo - a “história oral” pertence ao domínio da História ou do Jornalismo? ou em que sen- tido Alagoas configura uma “vocação” permanente para a “notícia” ?– e conceituais – o ciclo Góis Monteiro representa uma vertente do poder oligárquico ? Octávio Brandão foi um líder anarquista ou comunista ? -, mas

na verdade concentra-se na elucidação de episódios ou
situações que conquistam espaço nas páginas dos jornais 89
diários.
Douglas explica fundamentalmente como tais fatos, apurados pela reportagem e transformados em unidades do jornalismo informativo, devem ser enten- didos pelos cidadãos, de modo a fortalecer a “identidade alagoana”. Por isso, não é incomum que seus textos re- façam a pergunta certamente concebida, mas não ex- plicitada pelos leitores – “existe uma cultura alagoana”? O historiador dimensiona essa cultura como artefato embasado na tradição erudita da sociedade (valorizando instituições como a Academia Alagoana de Letras e o Instituto Histórico de Alagoas ou a literatura de Graci- liano Ramos), sem excluir as manifestações do “folclore” como expressões da “cultura popular” (Natal, Carnaval e outras modalidades de folkcomunicação).

ONDE = Lugar ou espaço (9%)


Assumindo o lugar que conquistou por méri- to no espaço acadêmico, Douglas Apprato não hesita em assumir o papel de “historiador” da sociedade ala- goana. Em decorrência, vem concedendo “entrevistas”

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aos repórteres que o assediam para saber se “os jornais vão desaparecer” ou para ficar convencidos da ação do “marechal de ferro”, Floriano Peixoto, consolidador da República. Tema recorrente é sempre o da emancipação política de Alagoas, que ele pacientemente troca em mi- údos, instruindo os jornalistas, e por tabela os leitores potenciais, sobre a “vitória do ideal libertário” que res- paldou a nossa demanda ao Rei D. João VI, no sentido de conquistar autonomia do espaço político pernambuca- no. Embora tal demanda unisse conservadores e liberais, Alagoas sempre teve vanguardas que agiram no “adian- tado da hora”, entre elas Calabar, Tavares Bastos e o próprio Octávio Brandão. Tampouco podemos esquecer aqueles que somando ideologicamente com a corrente conservadora, não titubearam, em momentos cruciais, corrigindo seu comportamento público, como foi o caso de Teotônio Vilela, o político que passou à História da democracia conhecido como menestrel” das Alagoas.
Sempre que as redações pautam temas dessa natureza, as notícias e as reportagens aparecem comple- mentadas por sugestivas entrevistas de Douglas Apprato, situando os leitores no contexto histórico.

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POR QUE = Motivo ou explicação (39%)

Nesta seara, identificamos a proximidade que Douglas Apprato sempre manteve com a imprensa. Ele age como mestre-escola, pondo os pingos nos iis ou de- bulhando os fatos, antecipando-se portanto a eventuais convocações das empresas jornalísticas para dar entrevis- tas ou proceder como fonte historiográfica.
A simbiose entre o professor e o jornalista opera-se nessa sua disponibilidade para “comentar” os acontecimentos que vão galvanizar as manchetes das edições cotidianas. Pelo menos 4 de cada 10 unidades de informação analisadas sinalizam em direção ao Dou- glas comentarista, fazendo jus ao espaço que lhe reserva O Jornal, justificando naturalmente sua requisição para comparecer aos microfones das emissoras de rádio ou aparecer na telinha da TV.
Tais matérias demonstram sua erudição, poli- valência e comunicabilidade, tratando de temas politi- camente tão palpitantes como “terrorismo”, “caudilhis- mo”, “populismo”, “municipalismo” ou assuntos que tomam feições dramáticas, como “enchentes”, “desma- tamento”, “inflação”, “desemprego”.
Mas seu leitmotiv conota uma forte identidade nordestina e uma irresistível paixão alagoana, quando comenta fatos controvertidos como a transposição das águas de São Francisco e os investimentos públicos no setor educativo ou discorre sobre assuntos prosaicos como as delícias da tapioca.

Pensamento comunicacional

A parceria constitui fator emblemático na traje- tória intelectual de Douglas Apprato. Uma de suas pri- meiras experiências investigativas foi a repartição de ta- refas que propôs ao colega de mestrado, Pedro Teixeira, quando desafiados pelo mestre Armando Souto Maior a inventariar os vestígios da imprensa alagoana do fim do século XIX nos arquivos públicos pernambucanos. Eles apresentaram em dupla o trabalho na sala de aula, optan- do Douglas por converter sua parte da pesquisa em livro que circulou na academia em 1977.
É justamente nessa obra da mocidade que Dou- glas esboça seu pensamento comunicacional, vislum- brando o desenvolvimento da imprensa alagoana como parte integrante de uma conjuntura bafejada pelos “ven- tos da modernização” do Estado de Alagoas.
Diferente da maioria dos pensadores nacionais, que desenvolveram idéias fragmentadas, Douglas Appra- to mostra-se propenso a pensar holisticamente os fenô- menos comunicacionais, não estabelecendo fronteiras entre as comunicações espaciais (transportes) e as comu- nicações culturais (mídia).
Reconstituindo o “surto de melhoramentos”, que ocorreu em Maceió e em cidades do interior, ele não perde de perspectiva as redes de locomoção urbana e as vias de comunicação intermunicipais e interestaduais (es- tradas de rodagem, portos, ferrovias, etc.) como elemen- tos da infra-estrutura providencial para o transporte de mercadorias, pessoas, notícias e idéias).
Nesse sentido é que Apprato concebe a im- prensa não apenas como “fonte histórica”, mas como instituição dinamizadora do progresso local, alavancado

pelas suas vanguardas culturais.

A espantosa proliferação de jornais se estende por todo o interior alagoano (...) caracteriza a moder- nização da economia. (...) Os jovens das pequenas cidades procuravam mostrar, nos jornais, a poten-

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cialidade de seus talentos e, granjear, desta maneira, simpatia e prestígio. (Apprato, 1996, p. 98-99).

O desafio de resgatar a explicitação do seu pen- samento comunicacional pressupõe um recorte na sua prolífica historiografia. Por isso mesmo, vou me limitar a um segmento específico, ou seja, o bloco de livros em que faz disseminação científica, dialogando extra-pares.
Trata-se de uma amostra constituída por três obras: Capitalismo e Ferrovias no Brasil (1979), A tragé- dia do populismo (1993) e Matamorfose das Oligarquias (1997), aos quais vou me referir, no correr desta análise exploratória, respectivamente, de modo abreviado: “Fer- rovias”, “Populismo” e “Oligarquias”.
É justamente em “Ferrovias” que Douglas mos- tra a natureza holística da sua compreensão do fenôme- no da comunicação, embora privilegie a visão infra-es- trutural, reservando aos demais a ênfase para os fatores super-estruturais.
Em “Ferrovias” o fenômeno social da comuni- cação recebe tratamento substantivo, catalisando o foco de metade dos capítulos, sendo que em 5 o autor con- ceitua, problematiza e argumenta a propósito das “co- municações físicas” (os caminhos de ferro em Alagoas, Nordeste, Brasil e Inglaterra), deixando apenas 1 para apreender o sentido das “comunicações culturais” (a im- prensa como fonte histórica).
Sua tese é a de que as ferrovias cumpriram pa- pel decisivo na dinamização de economias dependentes e autárquicas, conduzindo aos portos marítimos as merca- dorias produzidas no interior do país e ao mesmo tempo transportando produtos culturais gerados além mar para abastecer a mídia nacional ou então para difundir a cul- tura de massa junto aos consumidores potenciais.
Essa dupla face é reconhecida pelo autor, que assim indica a essência do referido livro. “Uma visão pa- norâmica da região nordestina, seus problemas de trans- portes e a inserção de Alagoas no quadro da realidade brasileira da época....(...) e o registro das lutas (...) para al- cançar esse objetivo, feito pela imprensa local”. (Appra- to, 1993, p. 8).
Nas duas obras posteriores, a comunicação fi- gura secundariamente, sendo incluída como fator adjeti- vo e elemento complementar da sociedade alagoana, no apagar das luzes do século XIX e durante todo o século

XX. No bojo dessas mudanças estão os aparatos midiá- ticos.

Ao longo desse período (...) é visível o aceleramen- to das modificações que surgem no cenário alago- ano, na sua economia, na política, na cultura, nas relações sociais, na urbanização, nas estradas, nas comunicações, na educação, nas novas formas de lazer, com a manipulação da propaganda, nos mo- delos importados, nos parelhos utilitários domésti- cos, na chamada vida moderna; enfim, na aceitação de um a nova visão de mundo. Modifica-se até o interior das pessoas. (Apprato, 1995, p. 28).

Em “Oligarquias” o viés comunicacional que suscita maior atenção é o uso intensivo da imprensa como instrumento de poder ou como arma para neutra- lizar a ação política dos adversários. É o que o oligarca Euclides Malta não hesitou em usar para se fortalecer politicamente.


Para fazer frente às duras acusações da imprensa adversária, Euclides adquiriu equipamentos moder-
nos e importados, para o jornal A Tribuna que pas- 91
sou a ser o mais bem dotado do estado. Por meio da maquina administrativa, ajudava os outros órgãos que adotavam uma linha de discreto apoio a seu grupo ou, no máximo, se mantinham eqüidistantes das críticas, e por outro lado dificultava a vida dos persistentes jornais de oposição. (Apprato, 1997, p. 98)

Finalmente, convém prestar atenção à adver- tência feita por Douglas Apprato, relativizando o fator comunicacional num processo extremamente complexo e multifacetado.

... o fenômeno oligárquico é mais complexo; não se restringe apenas a indivíduos ou a famílias que go- vernam indefinidamente o Estado. É preciso tam- bém sentir as transformações por que passa uma sociedade que sai aos poucos do casulo agrário-iso- lacionista para uma timidíssima urbano-industriali- zação. Faz-se necessário conhecer mais amplamen- te a formação histórica de Alagoas e a evolução da nossa sociedade, desde os primórdios do período colonial, quando se consolidou a ocupação e a pro-

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priedade da terra. É preciso ir mais além, percorrer a modernização da última metade do século XIX, com a revolução nos transportes ferroviários e na navegação e chegar até o advento da República.” (Apprato, 1997, p. 131)

Na sequência, vem o quadro histórico e político,
completando a argumentação.

Igualmente não se pode esquecer Alagoas quer no período colonial, quer no monárquico ou republi- cano tipifica uma unidade periférica e dependente. É uma província que se mantém sobre uma base econômica fundada na agroindústria açucareira, latifundiária, secundada com os proprietários do sertão e, por algum tempo, com os plantadores de algodão e com a incipiente casta dos industriais. Es- tes setores tem controlado a vida política em todas as esferas. (Apprato, 1997, p. 131)

Dilema prospectivo


Analisar o itinerário de intelectuais produtivos e
motivados, em plena ebulição, como é o caso de Douglas
92 Apprato, é sempre temerário, pela sensação de incom- pletude que causa ao pesquisador. Durante o processo de interlocução para elaborar o presente texto, surpre- endi-me com o aparecimento de novos dados que me induziam a acrescentar, corrigir, ampliar.
Só me restava uma saída. Terminar, confessando a frustração da impossibilidade de fazer prospecções, em se tratando de personagem em movimento. Exatamente pelo seu caráter inovador e pelo seu ímpeto realizador torna-se impossível concluir. O que fazer ?
Havia decidido encerrar provisoriamente este ensaio, lançando um desafio aos jovens pesquisadores interessados em estudo desta natureza. Propor-lhes re- visitar a trajetória intelectual e a fortuna acadêmica de Douglas Apprato para neles encontrar os sinais da alago- anidade que o diferenciam de muitos dos seus contem- porâneos. Mas que o projetam ao mesmo tempo como legítimo herdeiro dos méritos de três alagoanos paradig- máticos: a inventividade de Dias Cabral, a persistência de Manuel Diegues Junior e a ousadia de Arnoldo Jambo.
Desta maneira, imaginava compreender a singu- laridade do seu estilo no conjunto da produção cultural alagoana, seguindo a pista indicada por Simone Caval-

cante (2005, p. 108), ou seja: a vocação que possui o pes- quisador para conciliar o “rigor científico com a liberda- de literária”.
Mas na última conversação que mantive com Douglas Apprato, apareceu uma luz no fim do túnel: ele me perguntou o que achara do livro produzido em co-autoria com Carmen Lúcia Dantas e Elysio de Oli- veira Belchior. Tratava-se de Cartofilia Alagoana (Recife, Massangana, 2008). Prometi examinar melhor essa obra, cuja aparência ilustrada sugeria ser um álbum destinado a colecionadores. Todavia, depois de examiná-lo vagarosa- mente, percebi que Douglas, no capítulo de abertura da obra, “Regresso ao passado e identificação, objetivo da História”, trazia uma contribuição substantiva ao campo comunicacional, justamente reforçando aquela compe- tência interdisciplinar sinalizada por Simone Cavalcante.
Apprato exercita sua “liberdade criativa” privile- giando um objeto pouco valorizado pelos pesquisadores sociais – o cartão postal – e demonstra “rigor científico” ao configurar um novo segmento no âmbito da História da Comunicação.
Na medida em que incorpora à historiografia brasileira uma nova mídia, o postal fotográfico, o autor dá um passo em sua trajetória científica. Sai do plano “adjetivo” para enveredar pela dimensão “substantiva”. Se nos três livros antes referidos ele situa a comunica- ção como variável “dependente” da História Econômi- ca (Ferrovias), da História Política (Oligarquias) ou da História Cultural (Populismo), a Cartofilia irrompe como variável “independente” na História Comunicacional.
O mérito principal de Douglas Apprato, nessa incursão investigava, é o de mapear as possibilidades ana- líticas do novo/velho objeto de estudo, tomando como referência a paisagem alagoana que domina com maes- tria. Explicitando a perspectiva “semiótica” (Uspenskij) como método de trabalho, sua meta é fazer o “regresso ao passado” identificando o “processo histórico como um processo de comunicação”. Para tanto, recorre ao marco teórico firmado por Vicente Chermont, segundo o qual “a história é mais conhecida pelas imagens que pela escrita”. Remontando à segunda metade do século XIX, quando o cartão-postal se impõe como “privile- giado instrumento de comunicação” na Europa da Bel- le Époque, que corresponde, no Brasil, ao período da transição republicana, protagonizada por Marechais ala- goanos, ele não hesita em situar a História da Cartofilia

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Revista Brasileira de História da Mídia (RBHM) - v.1, n.2, jul.2012 / dez.2012 - ISSN 2238-3913 (versão impressa) 2238-5126 (versão online)
como capítulo fronteiriço da História da Fotografia e da História da Imprensa, tomando como fontes paradigmá- ticas os estudos precedentes de Luiz Lavenère e Moacir Medeiros de Santana.
Antes de advertir os pesquisadores sobre a natu- reza do cartão postal como uma novidade importada de além mar, mas que vai “ser misturada com o sabor das coisas tropicais”, Douglas Apprato reafirma sua efusiva “alagoanidade”. Anota que o “historiador é um investi- gador atento, interessado e persistente”, mas também um “colecionador” que tem o poder de seduzir a “geração atual” e as “futuras” para um “mergulho fascinante no passado”. E assim justifica sua predileção pelos ‘cartões
-postais de Penedo, Viçosa, São Miguel, Rio Largo, e, cla- ro, da capital, Maceió”.

Obra principal

Apprato, Douglas
1997 – A metamorfose das oligarquias, Curitiba, HD Li- vros
1995 – A tragédia do populismo, Maceió, Edufal 1086 – Discursos de posse, Maceió, AAL
1985 – O desafio de fazer, Maceió, Secretaria da Edu- cação
1984 - Tempo, cultura e história, Maceió, IHGAL
1979 – Capitalismo e ferrovias no Brasil, Maceió, Edufal, 2ª. Ed. Curitiba, HD Livros
1977 - A imprensa alagoana no ocaso do império, Reci- fe, UFPE
1975 – Capítulos da História do Brasil, Maceió, AAL 1967 – Capítulos da História Contemporânea, Maceió, Imprensa Oficial

Apprato, Douglas e Almeida, Leda
2001 – A História de Alagoas em quadrinhos, Maceió, Catavento
2003 – O que é Maceió, Maceió, Catavento

Apprato, Douglas e Dantas, Carmen Lucia 2008 – Cartofilia Alagoana, Recife, Massangana 2007 – A Casa das Alagoas, Maceió, EdUFAL
2010 – São Francisco, um ninho de culturas, Maceió, EDUFAL

Apprato, Douglas; Almeida, Leda & Dantas, Carmen Lú- cia
2006 – Arte Sacra de Alagoas, Brasília, Edições do Se- nado Federal

Apprato, Douglas; Dantas, Carmen Lúcia & Baradel,
Alex
2010 – Alagoas de Pierre Verger , Maceió, Cesmac – CHESF
1998 – Memórias Legislativas, Maceió, Gazeta de Ala- goas

Apprato, Douglas, ed.
2001 – Memória cultural de Alagoas, Maceió, Gazeta de
Alagoas
1999 – Memórias Legislativas, Maceió, Gazeta de Ala- goas

Referências

Barros, Francisco Reinaldo Amorim
2005 – ABC de Alagoas, Brasília, Edições do Senado
Federal
Beltrão, Luiz

2006 – Teoria e Prática do Jornalismo, Adamantina, FAI
Cavalcante, Simone 93
2005 – Literatura em Alagoas, Maceió, Scortecci e Graf-
marques
Marques de Melo, José
2003 – Pensamento Comunicacional Alagoano, Maceió, Edufal
Morin, Violette
1961 – Une analyse de presse, Communicaions 1:81-107, Paris, Seuil
Pasquali, Antonio
1978 – Comprender la comunicación, Caracas, Monte
Ávila

Recebimento: 03/02/2012 Aprovação: 10/03/2012

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