
ELCIO
 DE GUSMÃO VERÇOSA possui Bacharelado e Licenciatura em Letras pela 
Universidade Federal de Alagoas (1969,1970), Mestrado em Política e 
Planejamento Educacional pela Universidade Federal de Pernambuco (1986) e
 Doutorado em História e Filosofia da Educação pela Universidade de São 
Paulo (1996). Atualmente é integrante da Câmara de Educação Superior do 
Conselho Estadual de Educação, do qual é conselheiro por indicação do 
SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DE ALAGOAS - SINTEAL -, 
tendo-lhe sido concedida no ano de 2007, pelo Executivo Estadual, a 
COMENDA DO MÉRITO EDUCATIVO ALAGOANO.

É
 professor aposentado e voluntário do Programa de Pós-Graduação em 
Educação do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas, tendo
 sido agraciado com o título honorífico de PROFESSOR EMÉRITO desta 
universidade, por meio da Resolução 39/2006-CONSUNI/UFAL. É, ainda, no 
momento, Professor Visitante da Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL
 e Coordenador Acadêmico da Faculdade de Ciências Contábeis, 
Administração e Direito da SEUNE. Com experiência na área de Educação, 
com ênfase em História da Educação em
 Alagoas, Política e Planejamento da Educação, Ensino Superior, Cultura e
 Educação em Alagoas, atua ainda como integrante de comissões ad hoc de 
avaliação institucional do INEP/MEC.
Caminhos da Educação em Alagoas
Elcio de Gusmão Verçosa
ÉLCIO DE GUSMÃO VERÇOSA
Doutor

Nada
 mais apropriado do que os versos de Antonio Machado, o mais lusitano 
dos bardos espanhóis – que  diz "caminante, no hay camino, se hace 
camino al andar" - para introduzir uma conversa sobre o Grupo de 
Pesquisa "CAMINHOS DA EDUCAÇÃO EM ALAGOAS", instituído no Centro de 
Educação - CEDU, da UFAL e, hoje, em desenvolvimento dentro do "PROGRAMA
 DE PÓSGRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO - PPGE", daquele Centro.
Instado
 a escrever sobre as origens e a trajetória de um grupo de estudos que 
já conta com um pouco mais de 10 anos de idade, convém iniciar pelas 
primeiras passadas que lhe deram origem. Na verdade, os primeiros passos
 desse nosso caminhar, que tem sido um verdadeiro abrir de picadas na 
enevoada trajetória social e política dos alagoanos e das alagoanas, no 
intuito de imprimir inteligibilidade ao processo de construção de sua 
existência "civilizada" ao longo dos últimos séculos, nasceram, 
justamente, do pouco que existe escrito sobre a trajetória da educação 
escolar entre nós. Os intelectuais que se ocuparam com a vida alagoana 
no seu conjunto, pouco ou quase nada escreveram sobre o processo 
educativo aí desenvolvido, ao menos, desde quando, em 1817, Alagoas se 
desprendeu politicamente de Pernambuco e foi constituída capitania do 
Reino de Portugal, Brasil e Algarves. Uma leitura, ainda que 
 transversal, revela que trabalhos importantes feitos especificamente 
dentro do campo da historiografia, que trataram de Alagoas como um todo,
 têm sido muito parcimoniosos sobre a questão.
Sejam
 os nossos historiadores mais antigos, (cf. Caroatá, 1872-1874; Dias 
Cabral, 1874; Espíndola, 1871; Moreno Brandão, 1808; Marroquim, 1922; 
Diégues Júnior, 1922, 1939 e 1949; Craveiro Costa, 1939 e 1983; 
Altavila, 1988), sejam os mais recentes (como Lima Júnior, 1970 e 1975; 
Mario Lima, 1979; Douglas Tenório, 1979; João Azevedo, 1979 ou Cícero 
Péricles de Carvalho, 1982, apenas para citar cinco), todos eles, ao 
escreverem sobre a trajetória da sociedade alagoana têm sido 
parcimoniosos ao tratar da educação em Alagoas. Claro que, por dever de 
justiça, vale reconhecer que não era esse um dos fulcros das 
preocupações daqueles historiadores. Aqui, uma referência é  obrigatória
 sobre os que vêm estudando a sociedade alagoana até a primeira metade 
da década de 1990: trata-se do antológico trabalho de Craveiro Costa, 
intitulado "INSTRUÇÃO PÚBLICA E INSTITUIÇÕES CULTURAIS DE ALAGOAS", 
publicado em 1931. Foi, até 1996, o único estudo a considerar, de forma 
global e focada, toda a história da escolarização em terras alagoanas, 
tendo sido produzido por solicitação do Governo Federal Revolucionário, 
comandado por Getúlio Vargas.
Não
  que em Alagoas não se tenha tido a educação, sobretudo recentemente, 
como tema de  estudos e  escritos: é que os trabalhos produzidos aqui 
sobre a educação escolar, ao longo de todo o Século XX, tiveram e  
continuam  tendo natureza monográfica.  Exemplos de escritos memoráveis 
 são a "HISTÓRIA DO LICEU ALAGOANO", de 1961, da autoria de Abelardo 
Duarte e, de Humberto Vilela, "A ESCOLA NORMAL DE MACEIÓ", publicado em 
1969, que, se nos permitem um mergulho em duas instituições basilares da
 escolarização em Alagoas, no entanto, não nos oferecem as condições 
para  se ter uma visão mais geral e compreensiva sobre a Educação 
alagoana.
Com
 as afirmativas feitas até aqui,  estaria eu querendo desdenhar esses e 
outros estudos centrados em temas específicos da  história e da educação
 de Alagoas, como os de Moacir Sant'Ana (1962), do Padre Teófanes Barros
 (1982), de João Azevedo (1982), dentre outros? Evidentemente que não e é
 bom que isso fique bem claro: afinal, retornando à metáfora utilizada 
por Antônio Machado sobre a vida, quando ele afirma que "al andar se 
hace el camino, y al volver la vista atrás se ve la senda", a qual, 
segundo ele, é formada por "huellas", ou seja, por "pegadas", esses 
trabalhos a que me referi anteriormente são as pegadas necessárias para 
se rastrear uma senda que vimos buscando transformar num caminho largo e
 pavimentado - ou em vários, não importa - a nos conduzir a uma 
historiografia abrangente e completa da educação nas Alagoas, até porque
 os "rastros" expressos pelos documentos primários permanecem, aqui, em 
sua maioria, ainda praticamente inacessíveis.
 
  Claro precisa ficar, evidentemente, nesse processo de construção que 
tomou corpo no Grupo de Pesquisa "CAMINHOS DA EDUCAÇÃO EM ALAGOAS", que 
não almejamos um único caminho - daí a denominação no plural -, nem um 
só destino nessa nossa caminhada, razão pela qual adotamos, como 
referências téorico-metodológicas centrais - mas jamais exclusivas - as 
oriundas dos ensinamentos de Marc Bloch, Lucien Fèbvre e Fernand Braudel
 e de seus discípulos, alguns destes nem sempre concordantes com as 
lições dos seus mestres. Privilegiando a Nova História nascida do grupo 
francês dos Annales d'Histoire économique et sociale, como referência 
dos estudos desenvolvidos pelo nosso grupo, estamos incentivando o 
diálogo dentro do campo historiográfico, ao tempo em que propomos a 
ruptura das fronteiras tradicionais estabelecidas pelos velhos ditames 
do conhecimento científico sóciohistórico, encorajando, com todos os 
riscos aí envolvidos, a conversa entre as chamadas boas vizinhas (ou 
seja, com a Sociologia, com a Política, com a Economia, enfim, com o 
conjunto das disciplinas do campo das Ciências Humanas e Sociais).
Assim,
 o grupo de pesquisa "Caminhos..." posiciona-se, como os estudiosos 
citados, "contra o entendimento da História como narrativa de 
acontecimentos ou dos feitos de grandes homens, que [aqueles 
intelectuais da Nova História] chamariam de Histoire événementielle, 
desentranhando dos fatos as estruturas que os sustentam e lhes dão 
inteligibilidade, sejam elas as estruturas socioeconômicas, - numa 
aproximação evidente com a problemática marxista - sejam elas as 
estruturas mentais - aproximando-se, portanto, também, da problemática 
antropológica de Durkheim e Mauss - que, no plano da cultura, informam, 
como sua condição de possibilidade, não só o pensamento dos grandes 
homens, mas também o da massa anônima da gente comum, graças a cuja 
humilde ação cotidiana efetivamente se faz a História" (MARIA LÚCIA 
MONTES, 2006).
Feitas
 essas considerações, parece mais fácil perceber por que as primeiras 
pegadas do Grupo "CAMINHOS DA EDUCAÇÃO EM ALAGOAS" tiveram um destino 
bem preciso. É que, quando decidi, em 1990, tomar como objeto de minhas 
investigações, com vistas à elaboração de uma tese de doutoramento, a 
compreensão da lógica interna que orientava a dinâmica acadêmica da UFAL
 e que fazia dela uma instituição com baixa produtividade acadêmica, 
escolhi centrar a minha pesquisa na busca do significado da questão 
educacional numa sociedade como a alagoana, marcada pela permanência de 
estruturas de longa duração. Caminhando nos meus estudos e percebendo 
que as práticas dominantes no interior da universidade, "em meio às 
transformações por que passava a sociedade, e apesar delas, 
constantemente reiteravam, no plano da cultura, o ethos tradicional e 
oligárquico que parecia ser sua característica essencial", logo me dei 
conta de que a historiografia produzida sobre Alagoas e sua educação 
padeciam de limites explicativos, quando não de lacunas severas, tanto 
em relação à incipiente história produzida sobre a universidade, quanto 
naquela mais ampla, feita sobre os viventes das Alagoas, o que, aliás, é
 muito bem observado em estudo magistral de Sávio Almeida (2004).
Assim,
 disposto a prosseguir no meu intento de desvendar o que me havia 
colocado como questão central - e que já enunciei anteriormente -, 
mergulhei na historiografia já existente, tanto quanto na documentação a
 que me foi possível ter acesso, do que resultaram, após uma releitura 
de múltiplas pegadas - tanto recentes, quanto antigas - além da minha 
tese de doutoramento, intitulada "BUROCRACIA E OLIGARQUIA: um estudo de 
caso sobre o poder universitário", mais dois trabalhos publicados pela 
Editora da Universidade Federal de Alagoas, a saber: "CULTURA E EDUCAÇÃO
 NAS ALAGOAS: história, histórias", que, com certeza, graças à carência 
na área, encontra-se hoje na 4ª.edição, e o ambiciosamente intitulado 
"HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR EM ALAGOAS: verso e reverso".
Confirmada,
 portanto, os limites da historiografia em relação à educação escolar 
desenvolvida em terras alagoanas, a despeito do memorável trabalho feito
 por Craveiro Costa, impunha-se avançar numa direção que nem a área de 
Educação, nem a de História, no seio da UFAL, jamais haviam se 
aventurado. Constatada a realidade e frente à imensa tarefa que se 
colocava diante de mim, como encetar essa caminhada rumo ao grande 
projeto de construir uma História da Educação em Alagoas, senão dando um
 passo após o outro, seguindo o bom ensinamento do poeta que vaticina 
que "no hay camino, se hace camino al andar", enquanto buscava 
transformar essa tarefa num projeto de natureza coletiva? De qualquer 
modo, não havia como ignorar o desafio, pois, segundo se sabia àquela 
altura - e que ainda é válido até hoje - Alagoas era a única unidade da 
federação a carecer de um trabalho de tal envergadura.
Assim,
 tendo retornado a Alagoas, no ano de 1996, após quatro anos de 
ausência, e valendo-me do título acadêmico obtido na área de História da
 Educação, logo cuidei de aglutinar esforços para o início das primeiras
 pegadas rumo ao destino traçado. O primeiro movimento foi a 
formalização, no interior do Centro de Educação da UFAL, onde reassumi 
meu emprego de docente, de um projeto de pesquisa, logo inscrito no 
PIBIC/CNPq, intitulado "REFORMAS EDUCACIONAIS EM ALAGOAS - 1890/1929: 
para onde apontam as oligarquias com suas propostas de mudança?" 
Proposto para ser desenvolvido no período compreendido entre 1996 e 1998
 e, inicialmente pensado como parte integrante do programa nacional 
intitulado, HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL, coordenado pelo 
Prof. Dr. Dermeval Saviani, o projeto, por dificuldades encontradas 
frente à coordenação local, sequer chegou a se integrar ao programa 
acima referido, tendo, porém, avançado, graças ao PIBIC/CNPq, que 
contemplou três alunos do curso de Pedagogia com bolsas para atuar na 
pesquisa, sob minha orientação.
 O
 intento anunciado do projeto era levantar, catalogar e analisar a 
documentação referente às reformas do sistema de ensino em Alagoas, 
levadas a efeito na 1ª. República,  período histórico em que, na esfera 
federal, se dizia estar buscando,  através de reformas mais gerais, uma 
maior adequação da organização das práticas educacionais aos novos 
tempos de que a República se dizia portadora. Na verdade, mais do que 
isso, o projeto buscava romper com a homogeneização de uma certa 
historiografia da educação brasileira que via o país, de norte a sul e 
de leste a oeste, como se tudo tivesse a mesma cor e o mesmo odor.
Do
 projeto sobre as REFORMAS EDUCACIONAIS EM ALAGOAS - 1890/1929 vingaram 
alguns trabalhos importantes, dentre os quais merecem destaque as 
monografias "AESCOLANORMALEM UM SISTEMA OLIGÁRQUICO:
 a formação docente nas Alagoas, à luz dos decretos 401/1906 e 
413/1907", concluída em dezembro de 1997, por Manoel Édio Bispo Júnior, e
 "A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL EM ALAGOAS SEGUNDO A REFORMA DE 1912: um novo 
projeto gerado pelas oligarquias?", apresentada em 1998, por Elaine 
Cristina Santana de  Oliveira, ambas no curso de Pedagogia do CEDU/UFAL,
 além do trabalho "A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES EM ALAGOAS: um olhar 
retrospectivo sobre suas origens", de minha autoria.
No
 período 1997/2000, estando ainda em andamento o estudo sobre as 
Reformas Educacionais, foi elaborado e apresentado à Fundação de Amparo à
 Pesquisa de Alagoas/FAPEAL e ao PIBIC/CNPq o projeto de pesquisa 
"ENSINO SUPERIOR EM ALAGOAS: memória & saber", sob minha 
coordenação, com a participação das Professoras Doutoras Maria das 
Graças Medeiros Tavares e Maísa Gomes Brandão Kullok. Tratava-se de um 
estudo diretamente inspirado pela minha tese e as peripécias que 
precisei viver para chegar ao fim da caminhada a que me propus, além da 
imensa carência de estudos sobre a Educação Superior, em Alagoas. 
Verdadeira pesquisa básica, esse projeto consistia em localizar, 
coligir, catalogar e digitalizar toda a documentação das primeiras 
instituições de ensino superior que vingaram em Alagoas e que deram 
origem à UFAL.
Contemplado
 o projeto com financiamento da FAPEAL e com o aporte de 3 bolsas de 
iniciação científica e uma de apoio técnico do CNPq, para o 
preenchimento destas foram admitidos, além de dois estudantes de 
Pedagogia, um do curso de História e outro formado nesta disciplina e 
com conhecimento técnico no campo da Informática. Deste estudo 
resultaram alguns trabalhos, dentre os quais destacamos a monografia 
"CONCEPÇÕES DE  UNIVERSIDADE: análise de uma experiência recente em 
Alagoas", feita em 2001, por Sandra Mônica Paes Guimarães, além dos 
trabalhos "A UNIVERSIDADE BRASILEIRA FRENTE À AVALIAÇÃO QUE LHE CONVÉM",
 de minha autoria, e "UFAL: DE UM FENÔMENO TARDIO A UMA MATURIDADE 
SINGULAR", trabalho também meu, em parceria com a Professora Dra. Maria 
das Graças Medeiros Tavares, que recentemente mereceu publicação 
nacional. Essa produção seria, a meuver, já suficiente para justificar o
 projeto, não fosse o acervo que dele resultou e que hoje integra o 
Grupo de Pesquisa "CAMINHOS DA EDUCAÇÃO EM ALAGOAS".
Enquanto
 eram desenvolvidos os projetos acima referidos, outros trabalhos eram 
gestados e tinham seu prosseguimento no seio do Grupo de Pesquisa - 
alguns vinculados à Pós-Graduação Lato Sensu – como o intitulado 
"ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ORGANIZAÇÃO POPULAR: uma 
experiência em Maceió", da autoria de Idabel Nascimento da Silva, que 
foi o primeiro a investigar a atuação do Movimento de Educação de 
Base/MEB, em Alagoas. Assim, atuando no campo da pesquisa, no seio do 
CEDU/UFAL, com os projetos acima referidos, e já tomando corpo a 
denominação que depois viria a ser dada ao grupo já formalizado e em 
movimento, e enquanto lutávamos, há cerca de uma década, para a criação 
do nosso curso de Mestrado, no seio do PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
EDUCAÇÃO - PPGE do CEDU/UFAL, que dispunha de uma pauta significativa de
 trabalhos desenvolvidos, eis que surge, no final dos anos de 1990, o 
convite feito a mim e à Professora Maria das Graças Medeiros Tavares 
para participação no projeto de parceria UFPB/CEFET/AL, com vistas ao 
oferecimento de uma turma de Mestrado em Educação para os professores 
dessa última instituição, em Alagoas. Foi a sopa no mel, pois trouxe 
para o seio do grupo de pesquisa alguns projetos, cujos resultados logo 
tomariam corpo em dissertações que merecem ser aqui referidas: A 
HISTÓRIA DO ENSINO PROFISSIONALIZANTE EM ALAGOAS: o caso da ETFAL, de 
autoria de Irene Bonan, concluída em 2000, que levanta e discute a 
formação profissional industrial e técnica até os anos de 1950, buscando
 suas raízes nos Liceus de Artes e Ofícios de Alagoas, inclusive a 
ETFAL, que teve sua origem como um deles; FINANCIAMENTO E DEMOCRATIZAÇÃO
 DA EDUCAÇÃO PÚBLICA EM ALAGOAS: os efeitos do FUNDEF, de Sandra Lúcia 
dos Santos Lira, defendida em 2001, que, em meio à discussão de natureza
 fortemente política, estabelece um forte diálogo com a história da 
escolarização pública no Estado e o alargamento das oportunidades 
educacionais para as classes populares; AÇÃO POLÍTICA E EXPANSÃO DA 
ESCOLA SECUNDÁRIA EM ALAGOAS: o caso do Colégio Estadual Humberto 
Mendes, também de 2001, de José Ronaldo Batista Melo, por meio do qual 
são analisadas as tramas político-eleitorais na interiorização do Ensino
 Secundário, em Alagoas.
Entrando
 nos anos de 2000, tivemos finalmente a felicidade de ver concretizado o
 grande projeto do CEDU/UFAL: refiro-me ao credenciamento, pela CAPES, 
do PPGE/CEDU/UFAL, para oferecer o seu curso de Mestrado em Educação 
Brasileira que tinha, como uma de suas duas linhas de pesquisa, a de 
História e Política da Educação, no seio da qual encontrou agasalho 
seguro o Grupo de Pesquisa "CAMINHOS DA EDUCAÇÃO EM ALAGOAS", àquela 
altura, já formalmente organizado e com uma coletânea homônima no prelo,
 logo publicada pela Editora Catavento. Daí a oficializar a denominação,
 inscrever o grupo no Diretório do CNPq e torná-lo parte integrante do 
Programa de Pós-Graduação, custou apenas uma passada.
Na
 coletânea acima referida - a primeira do grupo - merecem destaque, além
 dos trabalhos recentes sobre a educação alagoana ali divulgados, os 
trabalhos "A Primeira Casa Escola das Alagoas", de Humberto Vilela, 
"Duas Décadas de Educação: 1920- 1940, de João Ferreira Azevedo, "Ensino
 profissionalizante em Alagoas: um capítulo dessa história nem sempre 
bem sucedida", de Irene Bonan, "A Ação Católica na conjuntura alagoana: o
 surgimento da Escola de Serviço Social Padre Anchieta", de Arlene 
Barros, Márcia Arruda, Mireille Galvão e Vera Lúcia França de Lima, 
"Peculiaridades da política de assistência ao estudante em Alagoas", de 
Edlene Pimentel Santos e a republicação de um fragmento do texto de 
Craveiro Costa, escrito em 1931 e aqui já referido, juntamente com um 
pequeno, conciso e magistral texto publicado, em 1935, pelo então 
Diretor da Instrução Pública, Graciliano Ramos, na Revista "A Escola".
Não
 é novidade que a pesquisa, no Brasil, sempre tenha sido, não apenas 
potenciada, mas até conformada, nos programas de pósgraduação stricto 
sensu. E, no caso do CEDU/UFALe do Grupo de Pesquisa "CAMINHOS DA 
EDUCAÇÃO EM ALAGOAS" não foi diferente. A criação do Mestrado somente 
lhe deu mais substância e fôlego: tanto foi assim que aí tomaram corpo, 
se desenvolveram e chegaram a termo, nestes últimos 6 anos,  importantes
 pesquisas no campo da historiografia da educação em Alagoas. Dentre 
essas pesquisas, formuladas e concluídas no seio do grupo, merecem 
destaque as seguintes: "A EDUCAÇÃO INFANTIL EM ALAGOAS: (re)construindo 
suas raízes", de Elza Maria da Silva (2003), "HISTÓRIA DO ENSINO 
JURÍDICO EM ALAGOAS: antecedentes e condicionantes de sua recente 
expansão", (2006), da autoria de Lana Lisiêr de Lima Palmeira e "O 
ROMPER DO SILÊNCIO: a trajetória da educação em Arapiraca (AL), de seu 
povoamento à década de 1950"  (2007), de Maria Aparecida de Farias. 
Embora de natureza monográfica, esses estudos, tanto quanto aqueles 
desenvolvidos no Projeto UFPB/CEFET/AL, graças ao enfoque 
teórico-metodológico calcado na NOVA HISTÓRIA, trouxeram importantes 
referências para o avanço na construção de uma História da Educação em 
Alagoas, tendo, inclusive, se desdobrado em vários trabalhos 
apresentados em congressos e seminários locais, regionais e nacionais, 
ou publicados em livros e periódicos, dentre os quais destaco os 
seguintes: "O COLÉGIO DAS IRMÃS DE ARAPIRACA: um projeto das elites que 
ultrapassa os limites para ele definidos", produzido por Maria Aparecida
 de Farias, em co-autoria comigo, "FREI JOÃO SANTA ANGELA ALAGOAS: 
missionários de letras e virtudes", de Mônica Costa Santos, em 
co-autoria com a Professora Doutora Maria das Graças de Loiola Madeira, 
 PADRES MESTRES FRANCISCANOS: organização e disciplina nas Atas 
Capitulares da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil (1649 - 
1893)", de Mônica Costa Santos, "INVENTÁRIO DE FONTES DA EDUCAÇÃO 
ALAGOANA NO SÉCULO XIX", "FESTA DAS LETRAS" e "CHICO DOMINGUES: um 
educador do Império em Maceió", todos de Maria das Graças de Loiola 
Madeira, e "MISSÕES RELIGIOSAS NO NORDESTE DO SÉCULO XIX - CONFLITOS E 
FLAGELOS: um exame sobre os aspectos forma povo", produzido pelos 
Professores  Correia Sampaio e Maria das Gaças Loiola Madeira.
fonte: http://contextotribuna.blogspot.com.br/2012/01/historia-educacao-alagoas-elcio-de.html
 
  









 
 
 
 
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