domingo, 12 de fevereiro de 2023

Luiz Sávio de Almeida não morreu. Se encantou/imortalizou!

 AO METRE COM CARINHO!


Quem é / foi /será o Luiz Sávio de Almeida (1942-2023)? Para mim, não foi apenas o maior antropólogo, sociólogo, cientista político, dramaturgo e historiador do Nordeste brasileiro. Nem apenas o mais notável Secretário de Estadual de Educação (16/03/1971 – 02/03/1972). Para mim, além de um maravilhoso esposo (de Myriam Almeida), Pai (6 filhos) e o avó (de 09 netos) ele é e será sempre um referencial. Me ensinou a não me refugiar na morfina moral dos livros, teses, teóricos e conceitos. Me ensinou que é tolice fazer as coisas do mesmo modo e esperar resultados diferentes (em especial, seu olhar para a Educação pública Alagoana).
Sávio de Almeida não morreu. Se encantou/imortalizou! Nos cantos dos pássaros, cigarras, nos peixes na brisa do mar, no quente/frio do ar, no orvalho da noite. Em todas as sinfonias harmônicas das geografias além das Alagoas. Ele está presente no chão da terra, na cultura popular. Dos gritos de guerra aos louvores dos nossos invisíveis excluídos das ruas praças, campos, ambientes urbanos ou rurais. Dos negros, dos povos indígenas, dos camponeses e todas as vidas que pulsam por dignidade.
Será sempre o mentor espiritual de todos os que buscam justiça e são perseguidos em suas opções sexuais, religiosas, por gênero. Dos sem-terra, sem comida, sem alhos e sem bugalhos.
Dizem nas salas/escolas/universidades e aulas da vida, que ser “sofredor” /educador credencia ao acesso livre ao céu/paraíso (sem parada burocrática ao purgatório). O céu ganhou mais um professor anjo, que vai rogar por nós pecadores. Investigará o céu e todos os mistérios do além vida.
Pode-se dizer com certeza: Sempre será um dos mais proeminentes intelectuais de Alagoas que influenciou e continuará inspirando batalhas. Sou com todo orgulho um dos discípulos desgarrados (pós-graduação), pertencente a uma geração sortuda formada por Sávio de Almeida.
Quantas vezes ficamos admirados em sala de aula ouvindo os seus feitos extraordinários, suas descrições com seres ainda mais extraordinárias (entes, reais e imaginários, como as cotias, onças, caititus, caiporas e os lobisomens). 
Meu muito obrigado! Com o Senhor Professor apreendi a perceber, muito além do imaginário e da linguagem. Não apenas as populações rurais da Zona da Mata do nosso estado. Ler/perceber o simbolismo e as metáforas sobre a vida/cotidiano e a morte. Quem ensina/escreve nunca morre, vive, em cada aluno. Obrigado Mestre!

Jefferson Murilo Palmeira Chaves, em 11 de fevereiro de 2023.

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